segunda-feira, 10 de outubro de 2011

ENA: um modelo francês de gestão pública; 66 anos de sucesso

A ENA-Ecole nationale d’administration (ou Escola Nacional de Administração) é um ícone global quando se fala em formação e qualificação profissional no mundo de gestão pública. De origem francesa, foi criada em 9 de outubro de 1945 pelo general De Gaulle para ser um estabelecimento acadêmico para formar a “excelência” dos novos gestores.

Hoje, 66 anos após sua criação, orgulha-se de ter “produzido” 2 presidentes da república (Chirac e Giscard d’Estaing) outros 7 primeiros-ministros e um grande número de ministros e gestores de primeira linha do Governo. Os concluintes do ENA têm emprego garantido e são disputadíssimos no mercado, sobretudos os melhores classificados.

Essa proposta francesa se multiplicou em alguns outros países. Mas, a excelência dos resultados e a identidade imediatamente associada entre gestão pública e profissional qualificado está longe de repetir o sucesso europeu.

No Brasil temos a nossa ENAP-Escola nacional de Administração Pública com sua qualidade indiscutível e seus diferentes programas de requalificação de servidores públicos federais. Tem suas atribuições e suas demandas cosntantes.

Mas, falta ainda algo mais.

Alguém, que ocupa funções importantes na Administração Pública, “conta vantagens” de ter estudado na ENAP? O mercado de trabalho reconhece um profissional que conclui cursos na ENAP? Claro, o formato nosso é bem diferente, inclusive quanto a duração de cursos e sua titulação (na França, equivale a graduação); as comparações não podem ser tão imediatas.

Mas, é evidente que a proposta de fortalecer a Administração Pública teve sua inspiração em exemplos como a ENA; ficamos no modelo, não conseguimos colocar em prática os resultados. E quando vemos a repetição da corrupção no setor público, há de se pensar se não é – novamente – hora de buscar a profissionalização do servidor público? Para o bem do Brasil; o meu e o seu também.

Eólicas Mangue Seco autorizadas a comercializar

As eólicas Mangue Seco, com sede na cidade de Guamaré, já estão autorizadas a comercializar sua produção a partir deste mês de outubro.

As 13 “UG-Unidade Geradoras” das Mangue Seco 1, Mangue Seco 2 e Mangue Seco 3, após o teste de produção autorizados no mês de setembro passado, já estão aptas a produzir e comercializar sua produção de energia eólica. O início da permissão para construção de usinas eólicas, por meio de leilão, tem sua etapa finalizada somente após o período de teste para, finalmente, ter suas unidades “liberadas para início da operação comercial”.

É a partir dessa “liberação” que o fluxo de caixa começa a registrar alguma receita após 2-3 anos de investimentos por parte das eólicas.

Guamaré, que já contava com Alegria 1 em funcionamento, continua sendo o maior produtor de energia eólica do RN.

Uma indústria com 100% da receita com “aluguéis e locação”?

Semana passada fiquei, aqui, na dúvida sobre o setor de couros e peles no Rio Grande do Norte, se havia ainda alguma empresa em plena atividade no Estado; mencionava as duas mais tradicionais no final do século passado, os curtumes J. Motta e Inpele. A dúvida tinha surgido devido ao anúncio de convocação dos acionistas, por esta última empresa, para discutir os resultados de 2010.

Já agora, a Inpele publica seus resultados: em 2010 toda sua receita bruta é exclusivamente originária de “aluguéis e locações”; tal como em 2009 também. Ano passado, R$ 1,6 milhão e próximo R$ 1,5 milhão no outro ano.

Não há mais nenhuma atividade produtiva como apontam os próprios dados do balanço: “a empresa deixou de funcionar” diz uma das “Notas explicativas das demonstrações financeiras”. Ao menos, ainda restou uma receita!

domingo, 9 de outubro de 2011

Lojas Americanas se mudaram em Capim Macio: quantos meses de multa contratual?

As Lojas Americanas – finalmente? – mudaram de endereço e não estão mais no antigo shopping da av. Roberto Freire onde hoje funciona uma das sedes da UnP; mudaram-se – também finalmente? – para o Praia Shopping.

O contrato de locação, especulava-se, já estava vencido há alguns meses, mas o fluxo de estudantes da Universidade garantia uma boa receita, principalmente nas guloseimas e lanches exibidos nas prateleiras, mais baratos do que no comércio próximo.

Esse final de semana não há mais quase sinal das Lojas Americanas. O letreiro saiu e há um singelo aviso pregado em uma das portas de vidro, um simples papel no formato A4. Mas, o resultado da mudança ainda é visível: há muitas pequenas coisas a serem transferidas e o muito papel-lixo a recolher.

A dúvida é saber se houve renegociação do contrato ou se as Lojas Americanas decidiram bancar a multa contratual ao longo de todo esse ano. Quem ganhou? Quem perdeu?

“Dia da crianças” será convertido em “Dia dos importados”?

Está chegando uma das datas mais comemoradas pela indústria e comércio: 12 de outubro, Dia das crianças.

A data que, antigamente, era somente comemorada pelo setor de brinquedos (eventualmente também setor de confecções) é hoje, com tantas facilidades eletrônicas, festejada por vários segmentos produtivos; no comércio, mais ainda, as opções de presentes para “as crianças” estão cada vez maior e cada vez mais dinamizadas com tecnologia (consequentemente, mais caras!).

Essa relação afetiva-comercial já mostrava um grande sinal de mudança desde os anos 1990. Para que vivenciou (ou comprou presentes) nessa época, ainda guarda na memória nomes como Caloi, Monark, Estrela etc.

Hoje, as marcas são essencialmente... “made in China”!

É uma proliferação de produtos, de brinquedos a eletrônicos, importados que os novos aliados do comércio brasileiro com o Dia das crianças são os fabricantes chineses. É quase um “Dia dos importados” no Brasil.

Basta ver o que acontecerá na 25 de março nos próximos dias para acompanharmos a multidão se dirigindo para o maior centro comercial da pirataria do Brasil em busca de presentes, seja para compra ou para revenda; e o peso dos produtos importados é quase dominante em todas as lojas.

Em breve, nessa dinâmica avassaladora de preços baixos (qualidade duvidosa, algumas vezes...) de produtos importados, teremos nos próximos anos uma transição para o Dia dos importados; ou, se você preferir, o Dia da China no Brasil.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

“Brisas do Brasil”: faltou fôlego ou mercado para o investimento?

A crise de 2008 que ainda repercute no Rio Grande do Norte no mercado imobiliário e agora reforçada pela crise na zona do Euro – a Grécia em particular – continua provocando desinvestimentos no Estado.

Desta vez foi a Brisas do Brasil, resultado de um investimento que, em 2007, quando se consolidou, prometida sólido capital da Espanha (da região de Múrcia) para investimentos imobiliários no Rio Grande do Norte; não deu certo.

Agora, a proposta é encerrar as atividades e recolher o projeto, quem sabe num futuro mais próximo. A esperar; mas a esperar a crise na Europa ir embora.


Obs: a Brisas do Brasil Empreendimentos Imobiliários Ltda (CNPJ 08.684.120/0001-67) parece ter ainda uma dificuldade a mais a resolver, juridicamente, no que parece ser sua co-irmã, a Brisas do Brasil Resort (CNPJ 09.190.558/0001-51).

Infraero requer renovação de Licença de Operação

A Infraero formalizou seu pedido de renovação de Licença de Operação junto ao Idema.

Um fato aparentemente banal, mas que muitas empresas – sejam estatais ou privadas – esquecem de fazer: solicitar a renovação de sua licença, uma obrigação para que o funcionamento seja legalemente autorizado. Muitas empresas se preocupam apenas em obter a primeira licença e vão buscar a renovação quando passam por obras ou quando são fiscalizadas; a penalidade, pela falta da licença, em função da gravidade do dano – efetivo ou iminente – pode ser a interdição das atividades.

A Infraero protocolou a “renovação da Licença de Operação (LO) Nº 2009-029787/TEC/LO-0501 do Aeroporto Internacional Augusto Severo, localizado no Município de Parnamirim/RN”.

Bullyng também é um (bom?) negócio!

O bullyng, quem diria, também está gerando negócios aqui no Rio Grande do Norte, em Natal!

A expressão, embora antiga, mas que ficou marcada recentemente no cenário brasileiro com os vídeos amadores postados no Youtbube e sempre associada às tragédias nas escolas, além de render páginas e longos minutos na TV explicando o que fazer e como fazer, agora é objeto de apropriação pelo mercado.

Em Natal a Grace Kids já oferece até mesmo um curso! Um curso, com base em defesa pessoal, para proteger do assédio: combater com armas iguais, meios físicos é a melhor ideia? A empresa parece achar que sim.

Mercadologicamente será fácil saber: basta acompanhar por quanto tempo a placa-propaganda da Grace Kids – ali na Prudente de Morais – permanecerá em destaque com a informação “exclusivo programa anti-bullyng”. Enquanto estiver lá, mercado existirá.

Associação de boneleiros terá lei própria de utilidade pública

A ASFAB-Associação Seridoente de Fabricantes de Boné, com sede em Caicó, ganhará sia lei estadual de reconhecimento de “utilidaede pública”. A lei é essencial para que entidades possam pleitear junto ao Governo no Estado apoio através de convênios.

Para a ASFAB a importância está revestida na preocupação com a Expoboné quer terá sua quinta edição em Caicó no período de 26 a 28 de outubro (http://www.expobone.com.br).

Na última edição, ano passado, em Apucarana (onde sempre ocorreu o evento) foram cerca de 45 expositores (produtores, prestadores de serviços, entidades etc). A edição 2011 em Caicó conta com previsão de estandes na mesma proporção.

Feriado no RN, mas mercado financeiro e Bolsa continuaram operando. Você apostaria em ações?

Enquanto o RN curtia o feriadão da segunda-feira o mercado financeiro, ele, não parava: a crise na Grécia, a forte oscilação de algumas ações na Bolsa de Valores em São Paulo e a manutenção do dólar em alta (R$ 1,88 na cotação do Banco Central, mas R$ 2,02 no “câmbio turismo” ) deixaram os investidores mais ainda sem saber o que acontecerá nas próximas horas.

Aflitos mesmo (e não somente eles) devem estar os pequenos investidores, quem acreditou que ganhar na Bolsa era “moleza” e agora se vê numa dúvida cruel: parar de aplicar e vender na baixa ou aguardar mais um pouquinho para ver se melhora?

Enquanto isso e a dúvida ainda permanece distante da dívida (se continuar em fortes quedas as ações valerão menos do que o preço de compra), vejam esses números de evolução:

Em um mês – Queda de 10% na Bolsa;
Em 3 meses – Queda de 20%;
Em 6 meses – Queda de 27%; e
Em 1 ano – Queda de 28%.

Se você ainda tem capital sobrando, não tem pressa, gosta de fortes emoções e tem um sangue frio danado, quem sabe, essa é a hora – a crise – de comprar ações... Quem arriscaria?



Supermercado de bairro: distante do RN até quando? Na Ribeira? (2)

Os supermercados de bairro não conseguiram seu espaço no RN, mais particularmente em Natal.

Mas, talvez essa realidade possa ser repensada embora com um outro argumento, movido também pelos lançamentos imobiliários: é cada vez maior o número de apartamentos menores... Ou seja, parte expressiva dos imóveis construídos e/ou lançados nos últimos anos adotou o perfil dos 50m2: dois quartos, uma sala e uma minicozinha (que alguns insistem em promover como “cozinha americana”; particularmente, um balcão para colocar pratos e esconder o fogão da sala....).

Fato é que os novos apartamentos perderam um “artigo de luxo”: a dispensa ou um espaço próprio para a estocagem de alimentos.

Resultado disso: fim das grades compras “do mês” e início de um novo consumo, aquele semanal (ou até mesmo com maior intensidade), em pequenas quantidades para as necessidades mais imediatas e um “estoque” bem menor de produtos em casa. Simplesmente por falta de espaço!

A Ribeira é um belo exemplo dessa nova realidade. Essencialmente todos os lançamentos daquele bairro são apartamentos pequenos (miniaturas?), focados em famílias pequenas ou pessoas sozinhas (solteiros, separados ou aposentados).

Na Ribeira não há supermercados. Nem mercados de bairro para atender essa demanda que é continuamente crescente. Em breve, acredito, será uma nova realidade; contagiará os demais bairros que crescem no modelo “apertamentos”? Muito provavelmente...

Supermercado de bairro: distante do RN até quando? (1)

Em toda a Europa e nos Estados Unidos, Canadá etc é bastante comum encontrarmos os chamados supermercados de bairros. São aqueles pequenos estabelecimentos que oferecem os mesmos serviços de supermercados mas num espaço bastante reduzido, com lojas de até 50m2, por exemplo.

Mas, são entendidos como supermercados tendo em vista a mesma capacidade de ofertas e de lay out das grandes lojas e os mesmos serviços apenas, claro, redimensionados ao porte da loja: das marcas prime ao mix variado de setores, com publicidades em encartes, promoções e uma mesma sensação de conforto e acessibilidade de uma grande loja (o que difere muito do nosso mercado sob o aspecto das condições e serviços internos).

O consumidor desses países já está acostumado a fazer pequenas compras e é nesses supermercados de bairros que ele abastece o dia a dia. Há, certamente, os hipermercados mas, sempre – a legislação da ocupação do solo é diferenciada – em pontos distantes do centro, geralmente nas saídas das cidades (para garantir melhor fluxo de veículos e reduzir o fluxo nas áreas centrais e residenciais).

Aqui no RN já houve tentativa de investimento nesse segmento. Foi quando o volume de estrangeiros era bem expressivo no Estado e a chamada segunda residência imperava nos lançamentos imobiliários; acreditava-se que os hábitos lá no exterior seriam replicados aqui.

Mas, não deu certo. Os investimentos minguaram e a lógica de compra do norte-riograndense continua a mesma, a de procurar supermercados e hipermercados, as compras no bairro somente para aqueles itens esquecidos nas grandes compras.

A filosofia pensada para o RN não foi efetivada, mas a ideia ainda prospera em alguns momentos, mesmo se muito timidamente e ainda com uma carga de desconfiança elevada: é possível mudar esse hábito de consumo aqui em Natal? Poucos, infelizmente apostam na ideia.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Artigo: Porto de Natal: 20 anos de uma parceria

O artigo foi publicado na Tribuna do Norte (2 outubro 2011)


PORTO DE NATAL: 20 ANOS DE UMA PARCERIA


O Porto de Natal comemorará uma data histórica na próxima terça-feira, dia 4 de outubro: 20 anos da primeira exportação de melão do Rio Grande do Norte! Um marco que merece ser enaltecido pela parceria que, desde então, foi estabelecidA entre o Porto e os produtores-exportadores de frutas do Estado.

Aquela safra de melão de 1991 prometia um diferencial em relação a todas as estratégias de comercialização e de logística enfrentadas pelos produtores de Mossoró; até então, parte das nossas frutas eram exportadas utilizando o porto de Cabedelo, um percurso adicional de cerca de 200km que não somente dificultava o transporte terrestre como comprometia a qualidade da fruta que demorava mais a chegar a bordo do navio (naquela época não havia exportação por contêiner refrigerado, prática comum e absolutamente essencial na atualidade). Isso sem falar no custo do frete, acrescido em função da distância.

O desafio maior era, portanto, criar uma condição favorável para que nossa produção não passasse aqui por perto sem poder usufruir plenamente do equipamento logístico existente em Natal. Mais do que uma demanda dos exportadores era um desafio para o Porto de Natal que soube buscar, literalmente, no porto vizinho a experiência e o conhecimento para realizar os embarques: visita técnica e iniciativa fizeram com que as condições exigidas pelas empresas transportadoras marítimas fossem também asseguradas no Porto de Natal.

E, apesar da inquietação natural com a “estreia” no novo cenário, tudo deu certo já no primeiro embarque.

Kho-Fu foi o primeiro navio a atracar no Porto de Natal no dia 3 de outubro (para embarque no dia seguinte). Veio buscar 1,2 tonelada entre melão e manga produzidos na região de Mossoró e do Vale do Açu. Era uma iniciativa pioneira e ousada, transferir uma rota com toda a logística já testada para poder oferecer, em condições iguais de serviços, uma vantagem inquestionável para os exportadores do Rio Grande do Norte; e nossos primeiros embarques também tiveram os mesmos destinos internacionais, os portos de Dover, na Inglaterra, e o de Roterdã, na Holanda.

A mudança mais radical, entre 1991 e 2011, certamente está na esfera produtiva. Naquele ano histórico para a fruticultura tropical do Rio Grande do Norte os exportadores eram os ícones na nossa agricultura de exportação: a Fazenda São João, a Maísa e a Frunorte. Hoje, infelizmente, já não produzem mais nem são mais exportadoras. O mercado traçou outras diretrizes para essas fazendas mas não tirou, em momento algum, o brilho de terem sido as pioneiras no mercado internacional de frutas do Rio Grande do Norte.

Se a contribuição da Fazenda São João, Maísa ou Frunorte para nosso comércio internacional não aparecem diretamente hoje em dia é apenas e tão-somente porque não são mais exportadoras; mas é inegável que a contribuição indireta permanece nos dias atuais: foi graças as essas empresas que o Rio Grande do Norte entrou – e permanece – no cenário internacional. Hoje, também para o Porto de Natal, os desafios são outros, assim como o cenário local ou internacional são mais desafiadores e a concorrência é bem mais acirrada: naquela época não tínhamos grandes portos nos avizinhando, como Pecém, em Fortaleza, e Suape, na proximidade de Recife.

Temos um porto que, mesmo sendo de “pequeno porte” proporciona – aproveitando o clichê – “grandes negócios”. Nossa estratégia de internacionalização passa, necessariamente, pela continuidade do Porto de Natal e, mais ainda, pela necessidade de sua expansão, de crescimento em capacidade de oferecer, novamente, mais serviços (que hoje os importadores também já sabem bem aproveitar, do trigo, mais há mais tempo, aos recentes desembarques de equipamentos das eólicas). Os projetos e as ideias de expansão de um “novo” Porto já existem e merecem toda a atenção; afinal, não é possível pensar em desenvolver nossas exportações sem uma logística de suporte sempre mais eficiente e competitiva.

Já são duas décadas de uma parceria de bons negócios para a fruticultura do Estado. Hoje os exportadores têm outras opções, sem dúvida, mas o Porto de Natal continua sendo fundamental para nossa realidade econômica. No próximo dia 4 de outubro será apenas um marco comemorativo de 20 anos ininterruptos de sucesso nas exportações de frutas do – e pelo – Rio Grande do Norte; na semana em que os preparativos da primeira exportação a granel (o minério de ferro) acontecem pelo Porto de Natal, que venham os próximos anos com muitas outras consolidadas comemorações, de parcerias históricas repetidas ao longo dos próximos anos.

Otomar Lopes Cardoso Junior

A Inpele ainda produz?

A Inpele ainda produz?

Pensava que a atividade de beneficiamento de couro no Estado já houvesse encerrado sua produção, não mais existindo as tradicionais empresas às margens do rio Potengi (lembram do curtume J. Motta?). Mas, pelo menos oficialmente, a empresa Inpele subsiste e até publicou convocação de Assembleia Geral de seus sócios.

Na internet achei um site sobre o grupo Lima de Souza (http://www.rcentrium.com/limadesouza/lima.html) que comenta sobre a Inpele e a Colorado Couros. Fui visitar a fábrica da Colorado Couros há uns 10/12 anos quando era um grande projeto de indústria de calçados para o Estado: infraestrutura pronta, equipamentos comprados, mas faltava ainda – pouco; se não me falha a memória, a liberação de uma última parcela do financiamento agraciado com Finor/Sudene – algo para seu funcionamento. Pesquisando no outro site do grupo (http://www.rcentrium.com/) as informações mais recentes são de ... 2003.

O RN tinha uma unidade industrial praticamente pronta para funcionar no Estado mas, que dependia essencialmente da matéria-prima, o couro. A Inpele, em sua convocação, informa que não é mais beneficiária do Finor (incentivos garantidos pela Sudene para investimentos industriais no Nordeste).

Acho que o setor produtivo de couros e peles no Estado não tem mais – infelizmente – a importância econômica que os anos 1980/90 favoreceram sua produção.

Jogador de futebol abandona time, sem aviso prévio

Confesso que ainda não tinha visto essa, de abandono de emprego de jogador de futebol! Mas, como a lei trabalhista é a mesma (em algumas circunstâncias) para todos, então, vale o aviso de “chamada ao trabalho” até para jogador de futebol.

Será que se ele voltar receberá um cartão vermelho e será demitido por justa causa??

“A Diretoria do Sport Club Santa Cruz vem através deste comunicar o abandono de trabalho por parte do atleta Cristiano da Silva e Silva portador do RG: 3.440.905-PA e inscrito na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) com o Nº 151904 desde o dia 23/09.2011 sem nenhuma explicação ou justificativa.”

Redes sociais: um excelente negócio

A receita doTtwitter com propaganda paga atingirá os US 139,5 milhões nesse ano!

Nada mau para um novo negócio que virou uma mania mundial e bateu todas as previsões de cesso e, sobretudo, da possibilidade de fazer dinheiro com a tal da “rede social”.

Muitas empresas já aprenderam a fazer negócios com o Twitter sem precisar pagar pelo espaço publicitário. Aqui no RN várias são as empresas que têm suas listas de contatos e encaminham algumas informações; no Brasil já virou prática mais do que comum entre as grandes empresas.

A Abreu Imóveis, acredito, é o caso mais emblemático no Rio Grande do Norte de promoção via Twitter. Ricardo Abreu, em palestras ministrada durante a Convenção estadual da FCDL, foi o pioneiro com sua estratégia de divulgar imóveis disparando informações via Twitter: um sucesso, como ele próprio anunciou!

A expectativa é de que o fenômeno continue por – pelo menos – mais alguns anos. Assim é que o que dizem as previsões de receita direta estimada para o triênio em curso; veja os números da propaganda paga com o Twitter:

2010 - US 45,0 milhões
2011 - US 139,5 milhões
2012 - US 259,9 milhões
2013 - US 399,5 milhões

Curiosidade: quantas empresas, de fato, fazem negócios peloTwitter no RN?

sábado, 1 de outubro de 2011

O solitário Ayambra “perdido” na praia do Meio

Há um prédio que chamo de solitário”, lá na praia do meio, entre seus dois motéis vizinhos, um parede com parede e o outro, na esquina do lado.

É o Ayambra. Inicialmente construído como flat (quando o mercado apostava nessa tendência que não resistiu ao tempo fora do eixo BSB-RJ-SP) prometia ser o pioneiro na já esperada revitalização das praias urbanas de Natal.

Mas, esse sonho das praias já tem mais de uma década. A ponto era apenas um projeto (antigo, também) e as praias urbanas eram... muito parecidas com hoje; claro, exceção feita ao número bem menor de barracas na areia!

Mas, era uma intenção de transformar numa área privilegiada o que naturalmente acontece em diversas capitais e cidades litorâneas do Brasil: os melhores pontos também estão próximos ao mar, preferencialmente com vista direta para o mar. Com a ideia da ponte e da expansão do turismo, as áreas da praia do Meio deveriam valorizar-se.

A ponte está aí; o turismo também. Faltou ao encontro a revitalização de nossas praias urbanas, uma nova formatação que agradasse ao cidadão, ao turista brasileiro e ao turista estrangeiro; pelo menos uma urbanização que transformasse aquele trecho em algo mais convidativo. Nem a ponte conseguiu essa transformação.

Hoje, sempre que penso no Ayambra, vejo-o solitário, mas sempre imaginando que deveria - ou poderia – estar acompanhado de outros imóveis, de outras ocupações que valorizassem mais as nossas praias urbanas. Infelizmente, essa “solidão” ainda permanecerá por mais algum tempo. É uma pena.

SIAL 2012 no Brasil. Ninguém pode perder!

O maior evento de alimentos e bebidas do mundo, o SIAL, terá sua versão brasileira em 2012. O mito da maior e melhor feira de alimentos (a Fruitlogistica é segmentada, como sugere o próprio nome do evento) que acontece em Paris reúne os maiores players de alimentos & bebidas.

É no SIAL que as tendências de mercado e as inovações são apresentadas. É impossível pretender alçar o mercado internacional sem acompanhar o SIAL. Claro, são grandes empresas que estão presentes, mas é lá que estão as tendências e as inovações de produtos, mas também de embalagens e de demandas do consumidor; há espaço para muitas empresas de médio porte na exposição. E mais espaço ainda para todas as empresas, independentemente do porte, conhecer as novidades.

Os chamados alimentos funcionais, a já consolidada onda “light & diet”, os produtos orgânicos e muitos outros exemplos de novidades para o consumidor estão reunidos no mesmo espaço.

Agora é a vez do Brasil. Pela primeira vez o SIAL, que já percorreu o mundo com suas versões regionais/continentais, estará em São Paulo. Deverá ser o maior evento no setor, concorrendo diretamente na mesma proposta da Fispal (outro megaevento!).

Anote as datas: 25 a 28 de junho de 2012. A comercialização da feira já começou.

Será, sem dúvida, um especial e privilegiado espaço para que as empresas do RN possa estar – devidamente – representadas. Vale a pena!

O fim do mito Kodak? Ou o novo “efeito Orloff”?

A Kodak já foi um sonho de consumo de muita gente, adultos e jovens.

Até hoje, com toda a tecnologia e suas marcas dominantes, grande parte da população ainda se lembra da marca Kodak, um gigante “K” entre um vermelho e amarelo berrantes.

Mas, o tempo passa e a tecnologia muda. E é implacável com o mercado, não dá espaço para tradições nem garante lugar marcado para quem “chegou primeiro” (aliás, a Kodak não foi a primeira a inventar a máquina pessoal, portátil, que popularizou a fotografia: ela foi a segunda, mas a que soube melhor trabalhar a ideia no mercado!).

Desde 2005 a Kodak vem amargurando prejuízo, o ano de 2010 não seria diferente (desde 2005 somente um dos anos a empresa teve lucro, os demais pequenos, mas também grandes prejuízos).

O que faz uma marca tão aceita no mercado padecer e cair quase no esquecimento?

É (relativamente) simples: fixar-se em posições conquistadas dão a – absolutamente falsa – sensação de que a concorrência não alcançará ou que as coisas não mudarão tão rapidamente assim. Pura ilusão que traz perdas, às vezes, irreparáveis.

A reinvenção do posicionamento no mercado é obrigatória para todos; inclusive aqueles que não estão diretamente no negócio, Veja o mesmo exemplo da Kodak: quantas empresas estavam tranquilamente no mercado de revelação de fotos? E hoje, quem ainda “revela” fotos?...

O “efeito Kodak” pode ser muito pior do que “efeito Orloff” (lembram da propaganda). A ressaca individual pode ser curada até rapidamente mas a tsunami econômica não deixará mais do que boas lembranças. E o mercado (salvo museus) não vive de lembranças!

Argentina anuncia maior parque eólico da América do Sul

A Argentina está anunciando a inauguração do maior parque de energia eólica da América Latina para o próximo dia 13 quando os empreendimentos Rawson I e Rawson II serão interligados à rede de distribuição de energia do país.

Na verdade, será apenas uma inauguração simbólica... da primeira fase do projeto que pretende ser o maior: serão 43 geradores mas apenas 28 estão já instalados. E a capacidade de produção é de 48,6MW e 28,8MW, respectivamente.

Essa ideia do “maior da América Latina” não deve perdurar muito; assim projetos dos últimos leilões do RN começarem a entrar em operação esses números não serão tão expressivos assim, nem distantes de muitos outros...

Mas, importante é ressaltar que a “onda” da energia eólica é uma realidade inexorável no mundo competitivo onde o velho e conhecido problema da energia continua sendo o motor principal do crescimento de qualquer país; da tração animal ao petróleo e, num breve futuro, eólicas e solar serão as novas economias que “darão as cartas”.

A geografia, antes histórica e subterrânea do petróleo, perderá espaço para a geografia da natureza muito mais abundante e bem mais distribuído em diferentes pontos do planeta: vento (e sol) não são privilégios de poucos países nem de cartel de poucas empresas globais.