sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O turistinha

(Publicado no Jornal de Hoje, 29/12/11)


Será que estamos preparados para receber milhares de “turistinhas” que chegarão em Natal nas próximas semanas de férias escolares e alta estação? Em pesquisa recente apresenta por instituições de apoio ao turismo, em média, 1/3 das pessoas que viaja em férias com maior duração (mais de uma semana) estão acompanhados por crianças; esses são os que chamo de turistinhas.
A alta estação chegando vários hotéis, pousadas e resorts devem estar programando suas ações e atrações; mas, infelizmente, em algumas situações, uma programação voltada essencialmente associada ao público mais adulto: passeios pelas dunas, lagoas, esportes de aventuras etc. Nos hotéis, festas temáticas, coquetéis diferenciados, academias de ginástica, maratonas de musculação, música e muita animação. Mas, com menos intensidade quando voltado exclusivamente para o público consumidor mais jovem, as crianças e adolescentes.
Hoje o consumidor já não é mais o mesmo. Antigamente a exposição à mídia e as propagandas eram direcionadas para os adultos, eram os pais quem decidiam exclusivamente as compras, quando comprar e o que deveriam consumir em casa e fora de casa. Já não estamos mais nesse marketing tradicional, do “chefe de família” que sabe tudo e decide em nome de todos.
Os jovens, crianças e adolescentes em geral, consomem bastante e, bem mais do antigamente, influenciam muito no consumo familiar: são eles quem determinam as roupas que querem vestir, o que querem comer no café da manhã, os passeios a fazer e as marcas mais importantes que o grupo em que convivem estabelecem como modelo de afirmação e participação no grupo de sua faixa etária.
Nas férias, fora de casa, a pressão desse grupo é maior ainda! Quem viaja de férias está disposto a gastar bem mais do que normalmente gastaria se estivesse em casa, no seu dia a dia. O turista é o consumidor por excelência; mas, desde que a ele sejam oferecidos serviços de qualidade e compatível com o programa de férias que escolheram. E nisso, é preciso prestar mais atenção no turismo familiar: quem viajam com filho(s) sabe que a programação é diferente e que tem que agradar (muito bem) a criançada, sob pena de estragar as férias de todos...
Preparar-se para agradar o “turistinha” é um bom marketing que pode ser trabalhado pelos meios de hospedagem: da mesma forma que são competentes em criar uma programação mais adulta, existem animadores que podem criar uma programação menos exigente, mais criativa e dinâmica e, sobretudo, mais interativa. É isso que o publico infanto-juvenil quer: passar o tempo se divertindo, fazendo coisas diferentes e na companhia de outras jovens de sua idade pois, ficar em casa de frente para a televisão, já é rotina todos os outros dias do ano. Bom lembrar também que os pais querem ter um pouco mais de tranquilidade durante o dia, relaxando um pouco mais no acompanhamento e na atenção de tudo que os filhos estão fazendo; se eles estiverem ocupados, os pais agradecem...
Atender ao cliente quando se fala de serviços é buscar todas as formas de oferecer o melhor resultado diante das expectativas imaginadas pelo consumidor; não se “troca” um serviço pelo outro, como acontece algumas vezes com produtos. No turismo, a responsabilidade é ainda maior: não dá para trocar o erro dessas férias pelo acerto na próxima: ele nunca mais será seu cliente.
Em um estado que se preza por oferecer turismo o ano inteiro sendo um sonho e consumo para brasileiros e estrangeiros, com o aumento da renda da população brasileira nos últimos anos, a tendência é termos cada vez mais “turistinhas” aqui passando tempo e gastando dinheiro (dos pais). É um bom marketing e um bom investimento: parafraseando propaganda antiga, “trata bem o turistinha, ele voltará”; eu acrescentaria “por vários anos seguidos”.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Existirá um “turismo médico” no RN?

Existem várias maneiras de se praticar turismo mundo afora, dos mais clássicos, o do lazer em família ao mais condenáveis, tais o turismo dito “sexual”, aos mais curiosos como o “turismo em favela”. E, de vez em quando, reaparece na mídia a ideia do “turismo médico” associado a ideia de que pessoas deslocam-se de seus países em busca de tratamento ou acompanhamento médico em outro país, nem sempre geograficamente perto de sua origem.

O Brasil já apareceu como alvo desse “turismo” em épocas de cirurgias plásticas e odontologia, o primeiro pela fama e o segundo pelo custo competitivo. Em outros países esse “turismo” aparece de forma bastante condenável quando a questão é o aborto ou as cirurgias “reparadoras” de virgindade.

Aqui no Estado estamos imunes a esse conceito e “turismo médico”. É preferível que possamos continuar permanentemente nessa situação fora de um circuito que não nos agrega nenhum mérito. Evidentemente, não há nada contra alguém sair mundo afora em busca de cura ou de tratamento médico, afinal trata-se da vida de cada um e todas as possibilidades devem ser perseguidas.

Mas, imaginar que atrair estrangeiros com a oferta de tratamentos é “turismo médico” é um distanciamento longo de um outro – esse sim – conceito, a ética.

E se você acha tudo isso um exagero, saiba que no mês de outubro houve o 4º Congresso mundial de turismo médico e saúde global, em Chicago. O Brasil? Esteve representado com as cidades de Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Porto Alegre, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro e São Paulo. Quanto movimenta esse mercado? Cerca de US 60 bilhões ao ano!

Última informação: não é ilegal vir ao Brasil para fazer tratamento médico mas, é preciso solicitar visto específico com essa finalidade sob pena de multa e deportação ou expulsão do País; mas, isso é outra história...

Caicó e Currais Novos têm as maiores demandas de consumo de água em região urbana

A demanda urbana por água é também um problema para os próximos anos na região do Seridó, segundo a ANA-Agência Nacional de Águas: Caicó e Currais Novos lideram esses indicadores.

Na definição da ANA são cidades que demandarão uma expansão da oferta que exigirão investimentos para assegurar uma “ampliação do sistema”; mas, não são as únicas cidades nesta condição visto que outras do Seridó, mesmo com uma baixa demanda, como Timbaúba dos Batistas, tiveram o mesmo diagnóstico.

Selecionei algumas das cidades do Seridó, principalmente aquelas que compõem o “polo boneleiro” e, por consequência, implicando em maior demanda por água em área urbana. Veja a breve lista de acordo com dados da ANA em relação a previsão de consumo:

# “Requer ampliação do sistema”:
Caicó – 161 l/s
Currais Novos – 103 l/s
Jucurutu – 37 l/s
Acari – 25 l/s
São José do Seridó – 7 l/s
Timbaúba dos Batistas – 4 l/s

# “Abastecimento satisfatório”:
Jardim de Piranhas – 29 l/s
Serra Negra do Norte – 9 l/s

Uma política insensível de contenção de custos no Hiper; um limite ao consumidor?

Faz algum tempo que deixei de ser cliente do Hiper Bompreço. Vou esporadicamente e, agora, da forma como tratam o cliente, pretendo ir menos ainda.

Uma política extremamente arraigada de contenção de despesas e de redução de custos deve ter seus limites, vários limites, aliás. Um deles, o respeito ao consumidor. Ontem, exatamente às 20h55 anunciavam que a loja encerraria as atividades às 22h00... e, caso algum cliente tenha achado inconveniente o repetido aviso, simplesmente diminuíram as luzes da loja! Mais de uma hora antes do fechamento e boa parte das luzes do supermercado foi desligada, ficando num clima meio na penumbra, achei!

Ora, se a intenção era economizar energia, melhor fechar a loja às 21h e colocar todos para fora logo! Pelo menos essa era a intenção que ficou para mim explícita naquele momento: “saiam logo, não queremos vc aqui comprando à partir das 21h”... ou algo assim.

Já tinham diminuído o serviço de atendimento da Central que resolveu encerrar suas atividades bem antes da loja fechar... Já acabaram com as promoções argumentando que “todo dia é dia de preço baixo” – ora, eu não compro TUDO, menos ainda TODOS os dias; promoções fazem parte do atrativo ao cliente.

Outro dia (faz tempo) acabaram com o BomClube sem muita chance ao consumidor...

Já tinha quase abandonado o Hiper Bompreço por conveniência; agora, por convicção. Por lá, somente necessidade ou quando voltarem a um tratamento para próximo do que o consumidor merece.

Parcelamento do IPVA atrasado até 2010: desconto entre 30 e 90% da multa/juros

Presente de Natal para quem está com o IPVA atrasado, desde que o débito seja anterior (mas incluindo) o ano de 2010. O Governo do Estado publicou hoje Lei nº 9.597 que cria a possibilidade de parcelamento em até 24 meses. É uma boa opção para quem está devendo afinal, pagar algo atrasado com redução de encargos é sempre vantajoso, qualquer que seja o débito.

Os valores dispensados de multas e encargos variam de acordo com o número de parcelas – que será escolhido pelo devedor, desde que a parcela mínima seja de R$ 100,00. Veja os descontos:

Parcela única – Redução de 90% da multa e juros de mora
Até 5 parcelas – Redução de 80%
Até 15 parcelas – Redução de 60%
Até 24 parcelas – Redução de 30%

Um conselho: pague logo!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Mapa do Sisu/RN 2012

O MEC divulgou o resultado das vagas oferecidas para os alunos que fizeram o ENEM e que têm a exclusividade de utilizarem-se desse parâmetro para escolher seu curso de graduação. No Rio Grande do Norte foram indicadas 1.687 vagas que foram oferecidas por 3 instituições, com 30 cursos diferentes em 8 cidades do Estado.

Antes de apresentar o mapa do Sisu/RN 2012, veja algumas curiosidades:

# Único curso de licenciatura: Computação e informática (Angicos/Ufersa/Noturno)
# Curso com maior oferta de vagas: Ciência e tecnologia com 750 vagas (Ufersa, em 4 cidades)
# Curso com menor oferta de vagas: Ciências atuariais com 10 vagas (UFRN, em Natal)
# Todos os cursos do IFRN são oferecidos em Natal e são de graduação tecnológica
# Caicó, Caraúbas e Pau dos Ferros indicam apenas uma opção de curso
# Natal e Mossoró oferecem 13 cursos diferentes


Veja o mapa das vagas do Sisu no RN:

# Instituições e vagas:
Ufersa – 1.165 vagas / 14 cursos / 4 cidades
UFRN – 330 vagas / 11 cursos / 3 cidades
IFRN – 192 vagas / 5 cursos / 1 cidade

# Cidades e vagas:
Mossoró - 665
Natal – 422
Angicos – 200
Caraúbas – 150
Pau dos Ferros – 150
Macaíba – 80
Caicó – 20

# Formação e vagas:
Bacharelado – 1.430
Tecnólogos - 232
Licenciatura – 25

# Turno e vagas:
Integral – 995
Noturno – 541
Matutino – 111
Vespertino – 40

Artigo: A especulação imobiliária “salvará” a Ribeira?

A Ribeira esteve na mídia durante várias ocasiões e com alguns intervalos pautados entre novidades, suas ausências, interesses e desinteresses, políticos e/ou econômicos. Mas, a tônica permanece inalterada: como revitalizar a Ribeira?

Algumas tentativas foram lançadas e essencialmente centradas em uma mesma proposta: reduzir o IPTU para quem investisse no bairro. Bem verdade, não funcionou muito. Uma outra tentativa – das antigas – era a revitalização e sua transformação em espaço cultural: lembro que a rua Chile em uma de suas primeiras propostas teve várias de suas fachadas pintadas e reformadas com patrocínio de uma empresa privada que, salvo engano, foi a Tintas Coral. Na época, reformularam o trecho entre o Cais da Tavares de Lira e a entrada do Porto. Ficou bonito, foi legal, mas não revitalizou a Ribeira.

A “cultura” invadiu a Ribeira com os bares e restaurantes. Alguns simpáticos atraíram público por um período, já outros tiveram uma curta duração. Outro, infelizmente, tem um “atrativo” que deveria ser abominado: uma de suas peças “especiais” é o chão talhado em madeira com o símbolo nazista, algo que seria absolutamente criminoso nos países que sofreram diretamente com a perseguição do louco que comandava a Alemanha na II Guerra Mundial; e há ainda outros pontos, mais inusitados pelo nome e que têm seu público, como Buraco da Catita.

No entanto, a revitalização prometida com novos investimentos/investidores não aconteceu. Passada mais de uma década a economia do bairro permanece a mesma ou quase diminuiu. Basta passar no sábado pela manhã no bairro para verificar que não há quase nada aberto e quase ninguém circulando pelas ruas: se não há o que vender, não haverá quem vá comprar.

Mas, a revitalização mesmo esperada, a urbana, demorou para acontecer. E, ainda, meio que timidamente como vimos recentemente. Da proposta da Prefeitura (há mais de uma década) do programa PAR com a Caixa até a construção de alguns prédios no fim da “Ladeira da Poti” ou na Cordeiro de Farias e também dos prédios da Capuche onde um dia foi Marpas foi um longo intervalo, um longo espaço vazio com a ocupação de novas moradias – ou melhor – na reurbanização da Ribeira.

Agora fala-se em nova ocupação do bairro. Consequência única e exclusivamente da especulação imobiliária.

A reforma do Plano Diretor pretende ampliar a possibilidade de construções no bairro. Motivos são vários que justificam essa boa ideia mas, na verdade, capitaneada por uma realidade cruel que a nossa Capital vem sofrendo ao longo dos anos: o metro quadrado aumentou muito de preço e os terrenos baldios cada vez existem menos. É o que se denomina pura e simplesmente de especulação imobiliária.

É uma regra do mercado. Funciona assim e não depende de cidade, menos ainda de bairro. O “mercado” vai investir onde o retorno é mais viável, onde o lucro é maior e vem mais rápido. A redução do IPTU beneficia o futuro morador, não o construtor nem a imobiliária, por isso uma foi uma atratividade menor ao investidor no passado recente.

Está próxima a revitalização da Ribeira? Parece, se a ideia do novo Plano Diretor, se confirmar, que sim, bem perto de acontecer. Quem tem terrenos disponíveis prepare-se para fazer bons negócios; mas será que ainda existem tais disponibilidades?!

CRA-Conselho Regional de Administração tem orçamento de R$ 858mil p/ 2012

O Conselho Regional de Administração divulgou seu orçamento para 2012: serão R$ 858 mil na meta de arrecadação para o próximo ano.


Considerando que é o curso superior com maior oferta de vagas o efetivo de registros esperaria por um resultado maior (mesmo considerando que nem todos são obrigados a fazer o registro – se não estão no exercício da profissão – ou podem suspender o pagamento – se não estão mais no exercício da profissão).


Já a arrecadação do Conselho Federal é mais expressiva, da ordem de R$ 16 milhões para 2012. O Conselho Regional com maior arrecadação é o de São Paulo, com R$ 17,2milhões, seguido do Rio de Janeiro com R$ 14,9 milhões.


Veja o ranking dos conselhos estaduais do Nordeste:
Bahia – R$ 6,5 milhões
Ceará – R$ 1,5 milhão
RIO GRANDE DO NORTE – R$ 858,0 mil
Maranhão – R$ 850,0 mil
Alagoas – R$ 816,0 mil
Sergipe – R$ 835,0 mil
Pernambuco – R$ 650,0 mil
Paraíba – R$ 642,0 mil
Piauí – R$ 614,5 mil (é também a menor arrecadação prevista entre todos os conselhos no Brasil)

Conclusão da ANA é preocupante para Natal e São Gonçalo do Amarante

A conclusão sobre a situação do abastecimento de água – demanda urbana – é considerada, de acordo com a ANA-Agência Nacional de Águas, preocupante para as cidades de Natal e São Gonçalo do Amarante para o ano de 2015. A única tranquilidade da Região Metropolitana de Natal fica para o município de Vera Cruz; não poderia ser menos previsível...

Veja o resultado da ANA para a Região Metropolitana:

# Satisfatório: Vera Cruz.

# Insatisfatório – Requer novo manancial: Natal e São Gonçalo do Amarante.

# Insatisfatório – Requer ampliação do sistema: Extremoz; Macaíba; Monte Alegre; Nísia Floresta; Parnamirim e São José de Mipibu.

Demanda urbana por água em Natal é 2,5 maior do que de toda a RM

A demanda urbana por água é um dos grandes problemas da cidade de Natal nos próximos anos, de acordo com a ANA-Agência Nacional de Águas: a demanda na capital é de 3.284 l/s ou 2,5 mais do que todos os demais municípios que compõem a Região Metropolitana!

O problema principal está não somente no elevado consumo, mas no diagnóstico elaborado pela entidade que identifica a necessidade de um “novo manancial”, ou seja, se não for encontrada ou disponibilizada uma outra forma de acesso de água para a população da Capital, em alguns anos teremos grandes dificuldades de abastecimento (isso me faz lembrar Recife, anos atrás, quando houve problema de abastecimento e o consumo de água mineral disparou; evidentemente, a despesa doméstica seguiu o mesmo caminho).

Para complementar o problema, São Gonçalo do Amarante tem o mesmo diagnóstico de Natal. Não há como dimensionar se esse estudo já incorpora o novo aeroporto, visto que os dados são de 2010, antes do leilão e concessão para construção/gestão do mesmo.

Veja a demanda urbana por água nos municípios da Região Metropolitana de Natal – e seu distanciamento – de acordo com as projeções da ANA para o ano de 2015:

Natal – 3.284 l/s
Parnamirim – 686 l/s
Macaíba – 156 l/s
Ceará-Mirim – 138 l/s
São Gonçalo do Amarante – 118 l/s
São José de Mipibu – 74 l/s
Extremoz – 53 l/s
Nísia Floresta – 44 l/s
Monte Alegre – 32 l/s
Vera Cruz – 14 l/s

ps: Vera Cruz, o mais novo município da Região Metropolitana, demonstra mais uma disparidade com seus “colegas”.

Quantas estatais tem o Brasil?

As privatizações tiveram seu ciclo no Brasil e hoje não estão mais no programa do Governo Federal. Apesar do debate que de vez em quando vem à tona, ainda há um número importante de estatais no País: 121.

Algumas dessas estatais conhecidas do público potiguar (Codern, Caixa, Banco do Brasil, Bndes, Petrobras etc); outras com suas subsidiárias e divisões que ampliam esse número (setor financeiro da Caixa ou do Banco do Brasil, divisão geográfica da Eletrobrás ou , ainda, distribuição acionária/setorial da Petrobras).

Algumas delas não, acho, menos conhecidas: Petrobrás Negócios Eletrônicos, Petrobras International Finance Company, 5283 Participações Ltda, Brasilian (com “s” mesmo) American Merchant Bank ou Cordoba Financial Services GmBH.

A distribuição das estatais por atividade é assim apresentada pelo Ministério do Planejamento:

Setor de energia elétrica (grupo Eletrobrás) = 17
Setor de energia geral = 1
Setor de petróleo, derivados e gás natural (grupo Petrobras) = 40
Setor de transportes = 12 (sendo 8 hidroviário, 3 ferroviário e 1 aeroviário)
Setor financeiro = 18
Outros setores = 33

Mossoró ganha curso de Enfermagem

O MEC autorizou mais um curso para a cidade de Mossoró. Desta vez a chamada graduação “plena” com o curso de Enfermagem autorizado para a Universidade Potiguar-UnP.

O curso tem uma oferta importante de vagas: foram autorizadas 560 vagas anuais. Provavelmente, com a chegada do novo curso, deverá atrair público-alvo do interior do Estado mas também do vizinho Ceará; e deverá diminuir a concorrência para o próximo vestibular da UFRN.

Novo curso de Gestão comercial, em Mossoró

O MEC autorizou mais um novo curso – presencial – para o Rio Grande do Norte: Mossoró já poderá iniciar 2012 com a turma de Gestão comercial no formato graduação tecnológica (menor duração e mais focado: em geral 2 ou 2,5 anos tem sido o formato dos cursos no Estado).

Foram autorizadas 240 novas vagas anuais para a UnP (provavelmente divididas em duas turmas, uma em cada semestre).

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

FAS, em Currais Novos, obtém renovação do MEC

A FAS-Faculdade do Seridó teve o reconhecimento do MEC prorrogando a validade de suas atividades acadêmicas por mais cinco anos.



Atualmente, de acordo com o sítio da Faculdade, dois cursos estão disponíveis em graduação na cidade de Currais Novos: Ciências Contábeis e Turismo.

O risco do crédito do ao consumidor: o caso da Riachuelo

A Midway Financeira é a responsável pelo crédito aos consumidores da Riachuelo. Como toda e qualquer atividade que envolva crédito, o risco faz parte do negócio.

Para o grupo, não é diferente: dos 826.458 cartões emitidos pelo grupo, 97.721 estão com atrasos em suas faturas há mais de 181 dias: isso representa apenas 11,8% do total dos consumidores (aqueles que estão em dia correspondem a pouco mais de 70%).

Como o ticket médio atual é de R$ 124,11, ainda que os valores devidos não sejam esses, é possível imaginar um pouco o valor com “devedores duvidosos” – como são tecnicamente chamados: mais de R$ 10 milhões.
Em outras palavras, mesmo uma soma alta, é muito pouco impactante nos negócios da empresa!

Midway Financeira: um milhão de cartões de créditos em 2011?

A Midway Financeira, braço financeiro do grupo Guararapes/Riachuelo tem como meta encerrar o ano de 2011 com a emissão de 1 milhão de cartões de créditos, em parceria com as bandeiras Visa e Master.

Até o mês de setembro a contagem tinha chegado aos 690 mil “plásticos” como diz a empresa. Mantido o ritmo de sua proporcionalidade, chegariam a 920 mil cartões; é possível que a meta, com as vendas do final do ano – sempre aquecidas – possam contribuir para o patamar do milhão.

Em 2011 a receita dessas operações foi de R$ 424,2 milhões com um substancial crescimento de 50,1% em relação aos também nove primeiros meses do ano passado (R$ 282,6 milhões). No final das contas, o lucro com essas operações, nesse ano, correspondeu R$ 81,1 milhões com um incremento de 42,5% em relação a 2010.

Mais uma integração das atividades do grupo: produz (Guararapes) para ela mesmo vender (Riachuelo) e ela mesmo financiar (“plásticos”). Falta algo mais?

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Como seria a IG do “Melão de Mossoró”?



Após a análise do pedido de indicação geográfica-IG para o Melão de Mossoró será preciso trabalhar a marca para identificação fácil e rápida pelo consumidor.

Para ilustrar as atuais IGs brasileiras já certificadas, seguem as opções escolhidas (algumas bem criativas, como o queijo Serro – até o desenho vem no formato do queijo – mas, outras meio “sem graça”...).









Indicações geográficas: melão de Mossoró primeiro candidato do RN

O melão de Mossoró é o primeiro “candidato” a obter o registro oficial de IG ou indicação geográfica, concedido pelo INPI-Instituto Nacional da Propriedade Industrial. O reconhecimento, caso seja concedida a IG, tem validade internacional e passa a ser uma certificação diferenciadora dos demais produtos.

Mas, é bom lembrar: o simples registro e a concessão da IG não garantem imediatamente nenhum diferencial no mercado. Continua sendo a qualidade do produto seu maior diferencial e será a sua identificação e associação pelo consumidor com a qualidade que “validará” o IG no mercado. Em outras palavras, o IG é um “selo” que cria um diferencial mas não garante no mercado preços melhores.

É bem verdade que é um referencial, uma marca registrada de um processo ou procedimento de produção. Mas precisa de continuidade no bom trabalho já desenvolvido; no caso do melão de Mossoró será uma continuidade de um produto que já conquistou há tempos o mercado internacional.

E para aqueles que produzem melão mas não terão o label “melão de Mossoró”, é correr atrás do prejuízo.

No Brasil já há 15 IGs concedidas. E outras 22 em avaliação. No Nordeste, para frutas, a primazia da IG coube aos produtores do “Vale do Submédio São Francisco” com a uva de mesa e a manga. Veja a lista de registros protocolados no INPI (atenção: a lista é exclusiva para produtos brasileiros e não contempla as validações/reconhecimentos internacionais no Brasil):

Indicações geográficas concedidas: 15
Região do Cerrado Mineiro (café)
Vale dos Vinhedos (vinho e espumante)
Pampa Gaúcho (carne bovina e seus derivados)
Paraty (cachaça)
Vale do Submédio São Francisco (uva de mesa e manga)
Vale dos Sinos (couro)
Região da Serra da Mantiqueira (café)
Litoral Norte Gaúcho (arroz)
Pinto Bandeira (vinho e espumante)
Pelotas (doces tradicionais e confeitaria de frutas)
Região do Jalapão (artesanato em capim dourado)
Região da Costa Negra (camarão)
Serro (queijo)
Goiabeiras (panelas de barro)

Em avaliação: 22
Alta Mogiana Speciality Coffees (café)
Norte Pioneiro do Paraná (café)
Paraíba (algodão)
Região de Salinas (cachaça)
Linhares (cacau)
Canastra (queijo)
Região Pedra Carijó Paduana (gnaisse)
Região Pedra Madeira Paduana (gnaisse)
Região Pedra Cinza Madeira (gnaisse)
Região Pedra Cinza Paduana (gnaisse
Cachoeiro de Itapemirim (mármore)
Vale do Vinhedos (vinho e espumante)
Vale de Uva Goeth (vinho)
São João del-Rei (artesanato em estanho)
Cerrado Mineiro (café)
Franca (calçados)
Pedro II (opala e joias artesanais)
Manguezais de Alagoas (própolis)
Porto Digital (tecnologia)
São Tiago (biscoito)
Divina Pastora (renda)
Mossoró (melão)

Brasinox repete prejuízo contábil em 2010

Se por um lado o patrimônio imobiliário da empresa vai vem (quase R$ 70 milhões), na atividade-fim o resultado ficou diferente do desejado: prejuízo em 2010, repetindo o mesmo destino de 2009. Em 2010, R$ 786,5 mil maior do que o do ano anterior, de R$ 589,3 mil.

Com forte queda no faturamento/vendas em 2010 (R$ 1,3 milhão ante R$ 1,7 milhão em 2009) a empresa tem a vantagem de não indicar débitos originários de empréstimos bancários.

Mas, ao verificar o acumulado histórico da empresa, o montante dos prejuízos é elevado: R$ 22,3 milhões até o momento. Bom momento para redução do patrimônio e venda de áreas (ou já houve em 2011)?

Brasinox, patrimônio de R$ 70 milhões

A Brasinox publicou seu balanço patrimonial dos anos de 2010 e 2009.

O patrimônio declarado enquanto “imobilizado” está dividido essencialmente em “terrenos” e “edificações e instalações industriais”. Enquanto as construções somam apenas... R$ 16,8 milhões, em terrenos a valorização é considerável: R$ 53,6 milhões! Um patrimônio significativo para uma empresa que não tem como atividade principal o setor imobiliário. A Brasinox, localizada em Parnamirim, no que foi um dia o Distrito Industrial daquela cidade, ocupa uma área extremamente valorizado nos dias atuais: é para lá que Natal tem crescido, às margens da BR-101, nos imites da vizinha Parnamirim.

A finalização do prolongamento da Prudente de Morais projetaria ainda mias aquela área da Brasinox no mercado imobiliário. Mas, pelo valor indicado no balanço, outros terrenos devem ser de propriedade da empresa; ou então, a extensão do imóvel onde está a fábrica vai muito além na direção do “interior” da BR (deve ser um terreno, diria, “compridão”!).

Quanto rendeu para quem apostou no dólar em 2011?

Continuando o raciocínio anterior, quanto seria o rendimento financeiro dessa “aplicação” em moeda dólar? Veja a diferença em função da mês de referência:

Janeiro – 13,3%
Fevereiro – 13,7%
Março – 15,4%
Abril – 22,2%
Maio – 31,8%
Junho – 35,9%
Julho – 50,8%
Agosto – 68,7%
Setembro – 77,3%
Outubro – prejuízo!
Novembro – 90,1%

O cálculo foi baseado no valor do dólar entre o primeiro dia útil de cada mês e a cotação de 20 de dezembro. Foi mensurado o rendimento para o período, a taxa dividida nos respectivos meses de diferença e, novamente, anualizada (12 meses de juros). Assim, entre janeiro e dezembro a diferença foi de 12,%, o que significa (em 11 meses) uma taxa mensal de 1,045% - em 12 meses corresponderia aos 13,3% acima indicados. Outro exemplo: quem comprou dólar em agosto teve uma diferença positiva de 19,0% até dezembro: como são 5 meses de intervalo, em um ano isso significa 68,7% de juros.

Resumindo: quem deixou para “investir” em dólar no final do ano fez a melhor opção (exceção feita ao mês de outubro).

Em qualquer das demais situações superou todas as expectativas: ninguém acreditava, no início do ano, que o dólar saísse do lugar e tivesse uma mudança tão grande; ninguém seria capaz de apostar no dólar a R$ 1,80 ou algo mais, nem o mais otimistas dos exportadores.

Quem apostou no dólar em 2011? (1)

Quem apostou na alta do dólar em 2011 como “aplicação financeira” teve, em geral, uma boa surpresa não antes sem alguns sustos pela variação, o sobe-e-desce de alguns meses que fizeram o dólar sair de perto de R$ 1,50 para R$ 1,88: mais de 25% de mudança de patamar em menos de 12 meses.

Mas, quem apostou no dólar ganhou alguma coisa?

Fiz um levantamento – apenas para ilustrar – com a seguinte hipótese: se alguém decidisse comprar dólares no dia primeiro útil de cada mês e, na terça (dia 20) resolvesse vender tudo o que havia comprado, o que aconteceria? Ganharia ou perderia? Muito ou pouco? É claro que o mercado financeiro não age assim e as especulações sobre a moeda envolvem outras negociações e variáveis, mas nos mostra o quanto pode ter um sido bem sucedido quem comprou – e vendeu – na hora certa.

Para efeito de facilitação do cálculo, os valores utilizados foram a PTAX do valor de compra da moeda norte-americana (taxa média do dia estipulada pelo Banco Central) . A cotação foi a seguinte:

Janeiro – R$ 1,6502
Fevereiro – R$ 1,6623
Março – R$ 1,6619
Abril – R$ 1,6186
Maio – R$ 1,5739
Junho – R$ 1,5870
Julho – R$ 1,5591
Agosto – R$ 1,5543
Setembro – R$ 1,6032
Outubro – R$ 1,8804
Novembro – R$1,74990
E finalmente, 20 de dezembro – R$1,8501

Nessa sequência somente perderia quem tivesse realizado sua compra no primeira dia útil de outubro. Para todos os demais, se alguém tiver “aplicado” em dólar fecharia o ano com uma boa vantagem.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

RN & Coreia do Norte: comércio exterior (como era de esperar) muito fraco

Com a morte do ditador da Coreia do Norte o país passou o ser o centro de atenções, sobretudo quanto ao futuro de suas relações diplomáticas (e bélicas). Fui pesquisar quanto ao comércio internacional com o Brasil: nada de muito animador nem de muito dinâmico em termos de negócios...


A última exportação do RN para a Coreia do Norte foi em 2006: vendemos 864 camisetas estilo “t-shirt” no valor total de US1.735 (será que era “ano eleitoral” por lá?...). E entre 2001 e 2011 o Rio Grande do Norte conseguiu exportar US 8.203, tudo também em “t-shirts”.

Já as importações do Estado são 'bem mais movimentadas":
2011 (até novembro) – US 1.800: monitor
2010 – US 30.000: ecógrafo
2009 – US 181.887: válvulas e tubos de ferro/aço

No Brasil a parceria comercial é bem maior, mesmo se nossas exportações sejam absolutamente incipientes no contexto geral; veja as vendas do Brasil para aquela país:
2011 (até novembro) – US 14,2 milhões
2010 – US 21,5 milhões
2009 – US 82,6 milhões

Nas importações também nada muito empolgante:
2011 (até novembro) – US 45,3 milhões
2010 – US 121,1 milhões
2009 – US 95,7 milhões

Quantas estatais tem o Brasil?

As privatizações tiveram seu ciclo no Brasil e hoje não estão mais no programa do Governo Federal. Apesar do debate que de vez em quando vem à tona, ainda há um número importante de estatais no País: 121.

Algumas dessas estatais conhecidas do público potiguar (Codern, Caixa, Banco do Brasil, Bndes, Petrobras etc); outras com suas subsidiárias e divisões que ampliam esse número (setor financeiro da Caixa ou do Banco do Brasil, divisão geográfica da Eletrobrás ou , ainda, distribuição acionária/setorial da Petrobras).

Algumas delas não, acho, menos conhecidas: Petrobrás Negócios Eletrônicos, Petrobras International Finance Company, 5283 Participações Ltda, Brasilian (com “s” mesmo) American Merchant Bank ou Cordoba Financial Services GmBH.

A distribuição das estatais por atividade é assim apresentada pelo Ministério do Planejamento:

Setor de energia elétrica (grupo Eletrobrás) = 17
Setor de energia geral = 1
Setor de petróleo, derivados e gás natural (grupo Petrobras) = 40
Setor de transportes = 12 (sendo 8 hidroviário, 3 ferroviário e 1 aeroviário)
Setor financeiro = 18
Outros setores = 33

“Paraísos fiscais” também investem no Brasil

O Censo 2011 do Banco Central sobre capital estrangeiro investido no Brasil aponta um total de US 660,5 bilhões aplicados com a liderança da Holanda (US 169,5 bilhões), Estados Unidos (US 125,4 bilhões) e Espanha (US 79,5 bilhões).

Mas, há outros dados interessantes entre os vintes países com maior volume de investimento: paraísos fiscais ou centros bancários financeiros (sigilo sob forte proteção) também aparecem:

Em 4º lugar – Luxemburgo, com US 33,1 bilhões
Em 11º lugar – Ilhas Cayman, com US 14,8 bilhões
Em 14º lugar – Bermudas, com US 8,1 bilhões
Em 19º lugar – Ilhas Virgens Britânicas, com US 6,4 bilhões

Juntos, esses países “investidores” detêm cerca de 9,5% do capital estrangeiro no Brasil.

Eventualmente... você conhece alguma multinacional com sede em Luxemburgo? E aqui mais perto, nas Ilhas Cayman, Bermudas ou Ilhas Virgens Britânicas? Encontrar cidadãos desses países “circulando” já é pouco comum, imagine grandes empresas desses países!

Brasil, país globalizado: US 660,5 bi em capital estrangeiro.

O Censo de capitais estrangeiros do Banco Central, divulgado na semana passada, traz alguns números interessantes da economia internacional no Brasil. Um deles revela quanto o País é dependente de capital estrangeiro para seus investimentos na iniciativa privada; diz o relatório que “O estoque total de IED apurado pelo Censo 2011, na data-base 31 de dezembro de 2010, atingiu US$660,5 bilhões, o equivalente a 30,8% do PIB”.

Evidentemente que são comparações distintas, não é possível dizer que quase um terço do nosso PIB pertence a estrangeiros... Um dado é o estoque – o Censo do capital acumulado – o outro refere-se à contribuição da riqueza gerada em apenas um ano – o PIB.

Mas, é possível ver o quanto nossa economia está globalizada: numa hipótese inviável economicamente, mas ilustrativamente possível, se os investidores estrangeiros decidissem tudo vender e repatriar o seu capital, nosso PIB despencaria...

Em conclusão, os dados mostram que a economia brasileira está mais do que nunca globalizada (de acordo com o Censo 2011 houve um aumento de mais de 250% em relação ao último Censo, em 2006). Dependemos da economia internacional e de seus investidores.

Uma crise lá fora nos afetará sensivelmente. Para que a economia brasileira cresça, mais do que nunca, dependemos da “riqueza” externa: se eles estiverem bem por lá, ficaremos bem aqui; ou, na verdade, melhor do que eles.