domingo, 11 de março de 2012

Desonerar produção ou defender o câmbio?

Novas medidas do Governo Federal devem ser anunciadas essa semana para proteger a indústria nacional da concorrência externa, sobretudo a chinesa. Na esteira de medidas anteriores (Brasil Maior) a proposta é desonerar a produção através de redução de impostos sobre a folha de pagamento.

Sem dúvida uma medida necessária para reduzir o “custo-Brasil” e fazer face à competitividade externa. O País tem sofrido duplamente com a crise internacional (a de 2008 e o caos generalizado a partir dela, com a Grécia agora): redução no consumo dos países ricos (Europa, Estados Unidos, Canadá etc) e, consequentemente, maior agressividade da China no cenário internacional. Afinal, como eles também estão perdendo mercado, dirigiram-se para outro foco; e o Brasil é um deles.

No Rio Grande do Norte a consequência é mais do que visível. Se compararmos alguns setores da economia local, vemos que a concorrência chinesa é efetiva e provoca efeitos negativos (mas é preciso ter atenção aos números para não interpretá-los de forma equivocada).

Estamos, no entanto, com essas novas medidas competindo com o “incompetível” quando se trata da China: custo de mão de obra. Naquele país além do salário absolutamente reduzidíssimo em relação ao nosso, não há qualquer proteção social, o que aqui chamamos de encargos sociais. Pode ser bom para o produtor, pois custará menos seu produto, mas será sempre ruim para o trabalhador que, com salário mínimo, precisa de outras proteções governamentais.

Desonerar a folha de pagamento é bom, mas nunca alcançaremos o nível da China. Felizmente!

É uma boa medida do Governo Federal deverá anunciar essa semana. Deverá continuar adotando outras na mesma direção. Mas, o câmbio ainda é o real problema do atual contexto.

A “gangorra” nas exportações de confeitaria

As exportações de confeitaria do Rio Grande do Norte vão recuperando aos poucos seu volume de vendas, embora ainda distante dos picos alcançados em anos pré-crise financeira internacional (em 2007 as exportações de balas, pirulitos, chicletes etc foram de US 21,7 milhões).

Uma outra dificuldade afetou o setor recentemente: a divisão da produção entre duas empresas, a Simas e a Candy Pop.

Em 2010 a Simas detinha 62,9% das vendas (numa comparação direta com a Candy Pop); hoje, com os números das exportações de 2011, é a Candy Pop que lidera o mercado, ainda mais fortemente nessa comparação: 80,3% do total.

Houve uma inversão quanto ao mercado internacional.

É o efeito “gangorra” desse segmento com alternância de liderança. Seguem os números mais recentes em exportações:

Candy Pop

Em 2011: US 10.161.309

Em 2010: US 5.016.177

Simas Industrial

Em 2011: US 2.495.188

Em 2010: US 8.498.778

Qual é o break even point da Copa 2014?

Diz a Folha deste domingo que “País consumiu R$ 1,5 bilhão com estádios da Copa-2014 até agora”, ou seja, praticamente ultrapassamos a fase do “não-retorno” com os preparativos da Copa no Brasil e aqui também, claro, no Rio Grande do Norte.

A mesma reportagem informa que a Fifa não tem mais alternativa e que a Copa que acontecerá daqui a pouco mais de dois anos, será mesmo no Brasil. Ainda estamos distante do break even point das obras do estádio para a Copa, principalmente quando se discute o famoso “legado” desse mega-evento.

Uma obra pública, por definição, não deve ser analisada prioritariamente por seu retorno financeiro, mas sim pelas vantagens sócio-econômicas que pode produzir (isso não justifica que qualquer obra possa ser realizada).

A Copa e seu estádio podem-devem ser avaliados além das despesas financeiras e do cash flow que será gerado em 2014. Não somente o horizonte deve ser estendido como sua finalidade deve ir além de jogos de futebol. Num paralelo e utilizando um exemplo local, um shopping não é mais um local onde apenas o cidadão vai fazer suas compras: é um local de lazer mas também de outras atividades econômicas, tais teatro, cinema, alimentação, convenções etc. Ou seja, se imaginarmos um shopping apenas como pontos de vendas (lojas) não haverá viabilidade econômica mas, se ampliarmos para novos conceitos, provavelmente, a conta “fecha” melhor.

Enquanto os estádios estiverem exclusivamente no foco dos jogos da Copa de 2014 o resultado não será dos mais rentáveis; quando deixar de ser apenas uma obra de engenharia a probabilidade de melhor resultado aparecerá.

Procura-se pintor (ou falta mão de obra): escassez?

Um anúncio nos classificados desse domingo traz uma informação um pouco curiosa. Vejam:

“Empresa de grande porte contrata

PINTOR

Oferecemos: salário compatível com a função; plano de saúde e odontológico; visa-vale; alimentação; excelente ambiente de trabalho; todas as ferramentas e um tratamento humanizado.”

Quantos empregos são oferecidos com tantas vantagens como essa? Não é tão comum assim, claro, e menos ainda para aquelas profissões que sempre foram consideradas como “básicas” ou um mão de obra “menos qualificada”.

Pois, a tal “empresa de grande porte” precisou buscar no jornal a contratação de um profissional que, ironicamente, talvez não tenha hábito de ler jornal com regularidade...

E a empresa não se identifica no anúncio! Será que por medo que apareça muita gente? Pelos atrativos oferecidos, pintores e não-pintores...

Que justifica essa escassez?

sexta-feira, 2 de março de 2012

RN: os maiores exportadores em 2011

O MDIC-Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior divulgou as maiores exportadoras do Rio Grande do Norte em 2001, a seguir indicados.

A Coteminas, que anunciou recentemente um redirecionamento de sua unidade de produção, ficou na quarta posição.

A Candy Pop (Brasimport) que nasceu da divisão da Simas, já está em nona colocação.

E a Atlântico Tuna, com a exportação de peixes para ao Japão, já aparece no ranking de 2011, em décima posição.


1º Usibrás US 28.320.132

2º A Fereirra US 18.618.759

3º Petrobrás Distribuidora US 18.188.161

4º Coteminas US 14.598.953

5º Del Monte US 13.272.353

6º Bollo Brasil US 11.307.636

7º Petrobrás US 10.697.800

8º Finobrasa US 10.188.557

9º Brasimport (Candy Pop) US 10.161.309

10º Atlântico Tuna US 10.114.933

11º Vale Verde US 7.630.356

12º Mata Fresca US 7.205.710

13º Iracema Castanhas US 6.449.867

14º Salinor US 6.417.511

15º Cerpal US 5.746.787