quinta-feira, 17 de julho de 2014

Supermercados de Natal fecharão às 22h. Qual será o impacto?

Os supermercados de Natal (todos, mesmo?) anunciaram que, por questões de segurança, fechariam as portas mais cedo, às 22h e não mais à meia noite.
 
Abstraída tal justificativa, plausível ou não, o maior prejuízo será para a chamada "massa salarial", isto é, o valor dos salários pagos pelo setor produtivo. Esta redução de apenas 2h não é, evidentemente, tão expressiva, mas reduzirá a renda de muitos trabalhadores que ganhavam a hora trabalhada bem melhor remunerada; quando somadas todas estas horas no final do mês, para alguns a diferença poderá ser significativa.
 
O resultado será que, menos salário, menos compras neste final de 2014. Os consumidores se adaptarão com mais facilidade. E os empresários, com esta redução de custo, espera-se, poderão continuar a investir mais: é o que compensará, no final das contas, esta pequena diferença de 2h dias a menos de abertura das lojas.

Inflação alta, juros altos e vendas...

"O Dia das Mães e a Copa do Mundo ajudaram o comércio varejista brasileiro a voltar ao azul em maio" é o que informa a agência de notícias Estado (AE).
 
No segundo semestre não teremos estes eventos e provavelmente Dia dos Pais, eleições e Natal não sejam suficientes para aquecer as vendas no mercado interno (no externo, os número não dos muito favoráveis).
 
É hora, no entanto, das empresas começarem a lançar os pedidos para o Natal, de acionar a indústria para começar seu planejamento de pedidos para entrega a partir de outubro (Dia das Crianças também ajudará). Em estados, como aqui no RN, em que o cenário político predomina boa parte das atividades – principalmente no interior – a dinâmica econômica ficará mais centrada, até o momento, no mês de outubro.
 
Precisamos – o setor econômico – de um novo ânimo para que possa ser projetado crescimento que contamine a todos. A Copa, se o Brasil fosse campeão, talvez ajudasse, mas seria meramente passageiro seu impacto econômico. Por enquanto, com indicadores negativos de juros e inflação os positivos, emprego e desemprego, não estão sendo suficientes para uma perspectiva melhor rumo ao final de 2014. E não será o campeonato brasileiro que trará muitas alegrias...
 

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Copa fez bem a Natal. Pelo menos para quem recebeu com cartão de crédito

É o que diz a Cielo, administradora/operadora das transações com cartão de crédito ao informar que, comparativamente com 2013, as despesas de estrangeiros em Natal foi bem superior nos dias da Copa: se no ano passado representou apenas 1,4% do total nacional, na Copa, o indicador foi para 2,7%.
 
Comparando com nossas "concorrentes" de capitais vizinhas e turísticas, Recife saiu na frente em termos de crescimento: com a Copa os gastos por lá ficaram em 3,6% do total nacional, enquanto em 2013 era de 1,6% e Fortaleza, foi de 3,7% para 2014 contra 2,3% no ano passado.
 
Curioso é caber que – pelo menos no espaço de tempo indicado pela Cielo – os estrangeiros que visitam Natal gastam algo "parecido" com aqueles que visitam Recife, pois ficamos no ano passado com 1,4% do total enquanto Recife 1,6%.
 
E o que fez esta diferença tão maior durante a Copa? Um dos fatores pode ter sido o "efeito México": muitos turistas mexicanos elegeram Recife como base para a 1ª fase da Copa, ou seja, gastaram antes, durante e após os jogos (duas semanas na 1ª fase, no máximo); já aqui, a maioria dos torcedores estrangeiros ficava pouco tempo, 2, 3 dias e seguiam acompanhando seu time.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Brasil, país dos shopping centers

Enquanto nos Estados Unidos, que "inventaram" estes templos de consumo, os shoppings centers parecem ter desacelerado provocando inclusive fechamento de alguns deles, aqui o Brasil, segundo Adriana Colloca, superintendente de operações da Abrasce, em entrevista publicada no DCI, as coisas estão indo muito bem! Veja ao final alguns trechos deste otimismo setorial (um pouco exagerado, me parece).
 
No RN temos, além de Natal, shopping centers (nos modelos "tradicionais", isto é, grande estrutura de lojas e praça de alimentação, com amplo estacionamento e espaço comercial climatizado) em Mossoró. No entanto, apesar de já ultrapassado o chamado tempo de maturação, ainda há muito espaço disponível e até mesmo uma de suas lojas âncoras continua desocupada (já foi supermercado mas, sem sucesso comercial naquele ponto).
 
Em Caicó já houve pré-lançamento de seu shopping. Vi o projeto; avançado para a região em função do porte e de sua localização. Um shopping precisa, entre outras condições, de fluxo fácil de pessoas que acabam por movimentar parte de sua estrutura, mesmo quando estão "a passeio" e não vão com intenção de compras (nem todas as vezes que alguém vai ao shopping vai com intenção de comprar – diferentemente de um supermercado – mas, fixa a ideia de que ali é o local preferencial para suas compras futuras).
 
Veja alguns trechos da entrevista otimista:
 
"Hoje são 502 shopping centers em pleno funcionamento em todas as regiões do País. Até o final do ano serão 533."
 
"Quanto aos locais escolhidos para novas ações, os empreendedores seguem uma série de pesquisas e parâmetros. Mas, basicamente, é a expansão da cidade e da renda daquela população que determina essas escolhas. Contudo, há um visível movimento rumo ao interior dos estados. Neste ano, iniciamos operações em cidades como Parnaíba [PI], Cariacica [ES] e Botucatu [SP]."
 
"Esse é um tipo de negócio que depende muito da realidade local, da situação econômica e do amadurecimento do varejo em cada país. Para oferecer um exemplo, há mais de 10 mil centros de compras nos Estados Unidos. Eles possuem um mercado maduro e comemoram muito quando crescem 1% ao ano. Os latino-americanos não têm tamanha estrutura e na maioria dos países não há sequer uma associação como a nossa. Então, entendo que estamos bem e no caminho certo."
 

Copa X eleições

A imprensa noticiou o impacto, investimentos e despesas da Copa no Brasil. Aqui no RN a Fecomércio publicou resultado de pesquisa, bem como ABIH.
 
As despesas foram mais concentradas em Natal e nos dias dos jogos (muito "bate-e-volta" talvez).
 
Com as eleições o impacto será pulverizado pois apesar da eleição ser majoritária, envolverá todos os municípios. É hora de se estimar os gastos, somando as despesas declaradas de cada candidato (governadores, senadores e deputados federais e estaduais) e também o investimento/despesa do setor público: diárias para servidores, deslocamento de policiais, hors extraordinárias para servidores do Judiciário etc.
 
Neste ritmo, dois grandes eventos no Brasil o PIB deve retomar um melhor fôlego. Pelo menos para 2014.

O impacto ambiental da Copa

Todo megaevento traz resultados positivos. E negativos também.
 
Na era da biodiversidade ainda não foram apresentados números do impacto ambiental (além daquele calculado pela Fifa sobre transportes).
 
# Qual foi o aumento na coleta de lixo em Natal?
# Qual foi o impacto na coleta seletiva em Natal?
# Qual foi o impacto da venda de combustíveis em Natal?
 
Não são números para criar um ambiente negativo ou pessimista sobre a Copa em Natal, mas números que podem auxiliar a criar mais programas que ajudem a reduzir o impacto para a sociedade como um tudo.