segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Kalunga em Natal: quanto renderá cada funcionário

A Kalunga está se instalando em Natal com duas novas lojas (Midway e Natal Shopping). A empresa, que já tem 40 anos de experiência, é bem mais conhecida em São Paulo e, de forma mais ampla quando tornou-se patrocinadora de um grande time de futebol e sua marca estampada nas camisas do clube alcançaram grande visibilidade nas transmissões dos jogos!
 
Demorou para chegar em Natal mas chegou com muita disposição!
 
Com expectativa média de faturamento mensal de R$ 900 mil/mês por loja isto significa que pretende abocanhar parte importante de um mercado que está, por exemplo, concentrado no Alecrim com as diversas e tradicionais papelarias. Vai concorrer também com outra importante empresa local: a Miranda na área de suprimentos de informática.
 
Como cada loja terá 19 funcionários (entre vendedores, apoio e gerência) significa que na média cada um deles deverá "vender" cerca de R$ 2,5 mil/dia, se consideramos apenas os vendedores (já a média de retorno por funcionário em cada loja será em torno de R$ 1,6 mil/dia).
 
Parece muito, parece pouco? Para quem é empresário basta fazer a comparação com sua empresa.
 

sábado, 23 de setembro de 2017

A economia do RN é “estatal”?

O IBGE-RN divulgou que 35% da massa salarial do Estado tem como origem o poder público, como foi publicado na Tribuna do Norte ("35% da massa de rendimentos do RN vem do funcionalismo").
 
Este é um dado bastante grave em qualquer economia: uma cidade ou um estado não deve depender do poder público (salários) para que possa haver consumo e girar, por exemplo, o comércio ou o setor de serviços.
 
Se considerarmos que há muito tempo os governos estadual e municipais não realizam grandes concursos públicos, significa que este indicador no RN foi ainda maior na última década. Para utilizar como exemplo a cidade de Natal, antes da crise internacional de 2008 a quantidade de investimentos aqui aplicados foi muito impactante, a tal ponto que a urbanização da cidade foi modificada: mais expansão em novos bairros, crescimento populacional de Parnamirim, verticalização, turistificação intensa de Ponta Negra etc. Foi um período de expansão da economia na Grande Natal, o capital privado fazendo sua parte,
 
Agora, com a nossa crise interna desde 2014 o poder púbico perdeu sua capacidade de investimento e consequentemente de contratações de novos servidores e até mesmo de adequação salarial, seja até mesmo com a simples recuperação da inflação, sem mencionar a quase impossibilidade de aumentos reais de salários.
 
Em tempos de crise, geralmente, a economia volta-se para o Estado; ultimamente, no entanto, é o inverso, a solução está na iniciativa privada. Regras da economia, regras de mercado.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Um porto sazonal

O Porto de Natal apresentou ontem a nova linha de transporte para a Europa, ligando a capital potiguar à cidade espanhola de Algeciras, tradicional porto de destino da produção potiguar.
 
Com a sazonalidade da exportação de melão retomada, a empresa francesa decidiu ampliar a oferta de seus serviços para o Velho Continente.
 
A dificuldade, na verdade, ocorre no final do primeiro trimestre de cada ano quando a produção de frutas fresas no Estado começa a entrar em sua reta final e a demanda de serviços de frete cai consideravelmente; o Porto volta à sua tranquilidade, à espera do início da próxima safra.

“Casa das palavras”: um (também) complemento às livrarias

O projeto "Casa das palavras" obteve a aprovação de incentivos da Prefeitura de Natal por meio do programa Djalma Maranhão. A decisão municipal foi oficializada nesta quarta-feira (mas não informa valores, apenas a inclusão do projeto da empresa Oficina de Notícias Ltda).
 
A proposta, que já está em funcionamento em diferentes cidades do RN, com maior presença em Natal, tem como um dos resultados estimular a leitura com a instalação das chamadas "minibibliotecas".
 
Em tempos de fechamento de livrarias no Brasil, fenômeno que apenas se acelera em tempos de crise, com a leitura eletrônica, estimular a leitura também é uma forma de favorecer a atividade econômica.
 
Nas "minibibliotecas" os livros são disponibilizados em locais públicos e são de acesso livre, ou seja, quem tiver interesse pode pegar o livro. Os livros, em regra, são doados por pessoas que não têm mais interesse naquela leitura; assim, em vez de jogar fora o livro, deixam nas "minibibliotecas" como forma de doação.
 
Felizmente Natal ainda "resiste" com algumas livrarias presentes em seus principais shoppings, mesmo a concorrência com o mundo digital tornando-se cada vez mais difícil.
 

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Menos voos, mais passageiros em Natal

Nos estudos que a Inframerica deve ter realizado para avaliar a receita quando decidiu entrar na concorrência para a construção e a gestão do Aeroporto Internacional de Natal, certamente no não poderia imaginar, para os voos internacionais, o resultado das estatísticas verificadas agora: entre janeiro e agosto de 2017 houve menos voos e, no entanto,... mais passageiros do que no mesmo período de 2016!
 
Veja os números (para os meses janeiro à agosto):
# Voos internacionais (2017): 358
# Voos internacionais (2016): 404
 
# Passageiros de voos internacionais (2017): 59.287
# Passageiros de voos internacionais (2016): 55.635
 
Embora seja um aspecto curioso e aparentemente pontual, quando a comparação ocorre com o mesmo período em 2015 constata-se uma nítida melhor nos tempos atuais:
# Voos internacionais (2015): 316
# Passageiros de voos internacionais (2015): 49.465
 
O aumento nestes últimos dois anos foi de 13,3% para o número de voos e de 19,9% para o número de passageiros. Como não há dados detalhados dos aviões e de sua capacidade de acomodação ou tivemos uma melhor ocupação das aeronaves ou as empresas estão utilizando maiores equipamentos.
 
Qualquer que seja a razão, o fato é que há uma melhora na movimentação dos embarques-desembarques internacionais, fator que auxilia as contas da Inframerica que não estão todas "no azul" para o nosso aeroporto. Melhor "torcermos" por um resultado econômico favorável para que haja menor pressão sobre as tarifas públicas de embarque e sobre os preços (salgados) praticados pelos prestadores de serviços (exemplo que todos conhecemos com o elevado preço do estacionamento).
 
Um último dado relevante nesta avaliação de perspectivas: em 2017 a média tem sido de 166 passageiros por aeronave, foi de apenas 138 em 2016, mas 157 em 2015 (sempre para o mesmo período). O ano de 2017 está sendo, neste item, o de melhor resultado para a economia regional.
 
 
 

Algum acionista da Alpargatas em Natal?

Se o fechamento da última unidade de produção da Alpargatas no Estado trouxe transtornos para o RN, talvez alguns norte-riograndenses possam estar (ou ficar) mais animados com a confirmação da mudança do controle societário da empresa e a saída da "famosa" J&F do comando empresarial, vendendo todas as suas ações.
 
Com a transferência do controle empresarial e para cumprir com as exigências legais de uma S/A, os novos acionistas são obrigados a apresentar uma proposta concreta de OPA-Oferta Pública de Aquisição.
 
A obrigação de compra, ou seja, a oportunidade de venda, foi anunciada ontem e o preço indicado é mantido por prazo 30 dias: R$ 11,3390204697005 por ação ordinária (isto mesmo, com todas estas casas decimais!).
 
Eventualmente, um bom negócio. Para os acionistas; eventualmente.
 

segunda-feira, 27 de março de 2017

RN: apenas 15 novos investidores “pessoa física” em 2016

Em 2016, de acordo com a Coordenação Geral de Imigração, órgão do Ministério do Trabalho, a queda foi grande no número de “estrangeiro investidor pessoa física em atividade produtiva no Brasil” saindo de 835 investidores em 2015 para apenas 214 no ano passado

Sem dúvida, é reflexo direto da crise econômica e da perda de atratividade de investimentos e investidores no País. E o resultado não poderia ser diferente aqui no RN. Se a observação da queda no número de novas pousadas, bares e restaurantes administrados por estrangeiros é de fácil constatação, os números são ainda mais expressivos.

Em 2015 foram 103 investidores estrangeiros – “pessoa física” – no Estado mas, apenas 15 no ano de 2016. Pelo menos é o que atestam os números formais, ou seja, aqueles recursos trazidos por movimentação bancária legal, dinheiro “novo” que permite ao estrangeiro solicitar uma autorização de permanência no Brasil em função do investimento realizado (até 2015 a autorização deveria ser renovada a cada 3 anos mas, em 2016, como forma de tentar atrair investidores novos, o visto passou a ser permanente).

No Nordeste a situação não foi muito diferente: no Ceará foram 32 novos investidores, na Bahia, 20, em Pernambuco, 3 e na Paraíba e em Alagoas, apenas 1 novo investidor durante todo o ano passado.


Menos estrangeiros no RN, menos “dinheiro novo”

Se em 2016 apenas 15 novos estrangeiros investiram seu capital no Estado, contra 103 em 2015, o reflexo imediato afetou a entrada de capital internacional no RN.


Dos R$ 13,1 milhões recebidos em 2015 no ano passado vimos apenas passar R$ 8,8 milhões. Pouco, muito pouco para uma economia que já esteve acostumada a receber centenas de pequenos investidores aplicando recursos em pousadas, bares, restaurantes etc no litoral mas também na Capital.

Nova central de comercialização da agricultura em Natal

Será inaugurada nesta segunda (27) a nova Central de comercialização da agricultura em Natal em prédio que ficou (quase) concluído há vários anos mas que, infelizmente, nunca foi utilizado.

Agora pode tornar-se uma “mini-Ceasa” voltada para a agricultura familiar. Esta pode ser a expectativa para os 32 boxes previstos, além de outras 50 barracas projetadas no novo espaço. De acordo com as projeções de vendas originárias da agricultura familiar o faturamento global das 82 unidades de vendas será de R$ 313 mil/mês, ou seja, cerca de R$ 3,8 mil/mês por vendedor.

Pode não ser um valor elevado mas, temos que considerar o baixo custo na produção da agricultura familiar e ainda que este não deve ser o único canal de vendas, afinal, ninguém começará a produzir hoje apenas para atender à nova demanda. Mas, se a margem média for de 30%, será um adicional mensal equivalente a um salário mínimo para os agricultores familiares.


Estrangeiros também perdem emprego no RN

Dados do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que 2016 continuou sendo um ano ruim também para os estrangeiros com emprego formal no RN: o saldo foi negativo, 131 novas contratações, mas 142 demissões ao longo do ano. Em 2015 o saldo também foi negativo, quase na mesma proporção: 161 admissões e 170 demissões.

No Brasil o resultado foi ainda pior: 2016 terminou com 10.849 demissões a mais do que contratações e, curiosamente, diferente de 2015 quando o saldo foi positivo, 7.744 contratações a mais do que demissões.

Em todos os estados brasileiros o resultado foi ruim para os estrangeiros no ano passado. No Nordeste o saldo foi desfavorável em 965 demissões, a maior parte do Ceará (668 demissões) seguido da Bahia (115 demissões).


Refrigerando “oficial” (e orgânico!) do Lolapalooza não é vendido no RN

O famoso festival Lolapalloza, que acontece neste final de semana em São Paulo, terá uma única marca “oficial” de refrigerantes. E esta não é a única novidade em 2017: o refrigerante Wewi (como será sua pronúncia oficial?!) é orgânico com ingredientes, como afirma a empresa, 100% naturais.

Mas, a originalidade não conseguiu superar a ideia dos sabores, todos tradicionalíssimos! Guaraná, laranja e, claro, o indispensável e mais demandado, cola; afinal, se o produto é orgânico e brasileiro, a referência ainda continua sendo o líder mundial no setor, Coca-Cola.

O Wewi, sabor laranja, traz na garrafa as menções “Refri orgânico”, “zero sódio” (bem destacado”) e ainda a indicação de que é “sem conservantes”. Mas, também indica que na sua fórmula há apenas “5% de suco”! E o restante, os 95%?

Por enquanto o Wewi ainda não está sendo comercializado no RN, embora grandes cadeias de supermercados aqui presentes já estejam vendendo o produto em outros Estados. Quem sabe após o Festival, em breve, aqui em Natal possamos chamar o(a) garçon(ete) e pedir um – bem gelado – Wewi (ou “uíuí” ou “uêuí” ou “uéuí”... quem arrisca a pronúncia??)

ps: mesmo sendo orgânico e natural, nenhuma indicação quanto às calorias; afinal, é refrigerante!


domingo, 26 de março de 2017

União Europeia comemora 60 anos. Sem guerra fiscal

Enquanto a Europa reuniu-se no sábado, 25, para comemorar os 60 anos de assinatura do Tratado de Roma, que deu início ao maior bloco econômico já visto, aqui no Brasil ainda não conseguimos, mesmo sendo um único país há (muito!) mais de sessenta anos, derrubar as fronteiras entres os estados.

É claro que as discussões na Europa tomaram tempo e não tiveram seu resultado imediato, sem precalços, discussões e até mesmo compensações para que as economias nacionais não fossem impactadas bruscamente após as alianças econômicas. Hoje, e sobretudo após a adoção da moeda única, o livre comércio entre eles é uma realidade vivenciada na prática, essencialmente sem restrições na importação e na exportação.

Enquanto isto, deste lado do Globo, o Mercosul patina entre decisões políticas exdrúxulas – vide caso da Venezuela – e o Brasil vivencia uma outra prática, a da guerra fiscal entre os estados que oferecem redução de ICMS para atrair novos investimentos, novas empresas.

Se a união da Europa surgiu também como uma solução para o fim do temor da guerra no Continente e deu resultados, aqui ainda continuamos a tentar  pacificar uma outra guerra, infinitamente menos fratricida, a chamada “guerra fiscal”. Ainda estamos tentando!


sábado, 25 de março de 2017

“Hora do planeta”: nenhuma cidade (des)ligada

O projeto “Hora do planeta” não contagiou nenhuma cidade do RN em 2017. Pelo menos é o que consta na página oficial do evento, patrocinado pela Ong WWF. Aliás, com uma correção a ser feita: é preciso avisá-los que Tangará da Serra não é aqui no RN!

O ato simbólico, como intitula a Ong, deveria ocorrer neste sábado, 25, entre 20h30 e 21h30. A adesão tinha sido, até o momento do início, de 120 cidades de “mais de 590 monumentos”, mas não identifica a localização (nem o nome) dos monumentos; em Natal, a ponte Newton Navarro permaneceu iluminada.



Braseco e o lucro do lixo

Se a expressão “jogar dinheiro no lixo” não é a mais adequada, poderia ser adaptada para “conseguir dinheiro do lixo” para entender o lucro da Braseco, empresa localizada na Região Metropolitana de Natal que tem como principal cliente (91% do faturamento) a Prefeitura da Capital: é lá o destino do lixo doméstico e urbano da cidade..

A empresa, uma S/A, publicou seu balanço de 2016 e revelou um resultado líquido de R$ 9,3 milhões, uma nítida melhora em relação aos R$ 8,1 milhões de 2015. Se considerarmos o ano passado e a grande crise que afetou a produção e o consumo em todo o país, parece que “saiu” mais dinheiro do lixo do que poderíamos imaginar; afinal, com a retração no consumo das famílias, o resultado mais comum, para a maioria das empresas, foi queda nas receitas e no lucro.

Aliás, a “receita operacional bruta” também foi bem melhor em 2016: R$ 24,7 milhões o que representou um aumento de 10,3% em relação a 2015 (quando a receita foi de R$ 22,4 milhões).

Se o lixo transformou-se, nos últimos anos, um bom negócio no Brasil (como já ocorre há décadas na Europa, por exemplo), em tempos de crise o lucro do lixo confirma, ainda que indiretamente, o adágio de que “dinheiro não tem cheiro”.


quinta-feira, 23 de março de 2017

Petrobrás e seus desinvestimentos em 2017: eventualmente, no RN

A Petrobras pretende gerar US 19 bilhões em caixa até o final de 2017 e, de acordo com a programação da empresa, cerca de US 8 bilhões serão originários dos chamados “desinvestimentos”. Tecnicamente, espera-se, que esses desinvestimentos possam corresponder à desativação de empreendimentos e não simplesmente o cancelamento de novos projetos de investimentos.

Uma expectativa de venda de ativos pode significar oportunidades de novos negócios para as empresas do setor pois, se a rentabilidade esperada-desejada pela Petrobras só tornaria passível de execução de um projeto a partir de um patamar elevada, empresas de menor porte podem se “contentar” com uma margem de lucro menor. Em outras palavras, como é comum no mercado, grandes empresas investem esperando grandes rentabilidades, médias empresas, lucros médios e pequenas empresas, lucros ainda menores. O que é “pouco” para uma grande empresa pode ser “muito” para um pequeno investidor

Esse cenário já vimos no RN há cerca de uma década quando o setor de petróleo teve um boom de pequenos e médios investidores que compraram, da Petrobras, os direitos de exploração de poços “maduros” (que produzem em menor escala e que, para a Petrobrás, comparada com outros projetos, tem baixa rentabilidade).

Se parcelas desses US 8 bilhões prometidos estiverem no Estado esta informação pode significar um bom negócio para todos: caixa para a Petrobrás, faturamento maior para empresas locais e, principalmente, investimentos & empregos para o RN.


quarta-feira, 22 de março de 2017

Carnaval em Natal, 1ª opção em 2018?


Matéria do “Portal no ar” de hoje repercute pesquisa realizada em Natal durante o Carnaval para avaliar o valor das despesas realizadas na cidade. De acordo com a pesquisa divulgada, foram R$ 40,4 milhões que os foliões “investiram” no período carnavalesco.

Embora no ano passado o valor foi bem próximo deste ano (R$ 39,1 milhões), o número de foliões passou dos 450 mil em 2017, maior do que os 392 mil de 2016.

Comparando os valores percebe-se que houve uma queda na despesa média por pessoa: de cerca de R$ 100 no ano passado para cerca de R$ 90 em 2017.

Observa-se que o crescimento “qualitativo”, como aponta a reportagem, não foi suficiente para movimentar com mais impacto a economia local. Como não há informações (no texto) sobre em quais rubricas houve redução de despesa, não há como avaliar quem perdeu nem quem ganhou com as festas.

Mas, mais importante do que saber onde houve queda é entender a motivação, ou seja, as razões que justificaram um aumento de público essencialmente conservador nas despesas. Mesmo se o texto indica que “tanto entre turistas (18,2%), quanto natalenses (81,8%), o principal motivo para a escolha pelo evento natalense seria a necessidade de economizar” é fundamental conhecer as todas as respostas da pesquisa para que haja uma maior preparação para 2018. Tempo há, necessário, agora, é complementar as informações.


segunda-feira, 20 de março de 2017

O preço da carne vai baixar?

Com as denúncias de irregularidades – nenhuma no RN – na preparação de diferentes carnes, o Brasil começa a sofrer as primeiras penalidades por parte dos países importadores. A edição eletrônica de hoje (20/3) do jornal Valor Econômico traz duas notícias preocupantes:
“UE pede em comitê da OMC explicação do Brasil sobre a qualidade da carne”
“Coreia do Sul banirá importação de carne de frango da BRF, diz agência”

Como o RN não é autossuficiente na produção de carnes, as empresas locais são abastecidas por diferentes fontes, inclusive por empresas mencionadas na ação da Polícia Federal.

Se a regra do mercado, a “lei da oferta e da demanda”, seguir seu caminho, haverá um excesso de oferta nos próximos dias e, espera-se, queda no preço ao consumidor final. Mas, mais do que a expectativa de redução no quilo da carne, está a preocupação com a qualidade do produto; afinal, pagar barato por um produto ruim é pior do que pagar mais caro por um produto de qualidade.


Veja os links do Valor Econômico:
http://www.valor.com.br/internacional/4905262/ue-pede-em-comite-da-omc-explicacao-do-brasil-sobre-qualidade-da-carne
http://www.valor.com.br/agro/4905372/coreia-do-sul-banira-importacao-de-carne-de-frango-da-brf-diz-agencia


“Somos”? Uma associação em favor do desenvolvimento cultural e tecnológico!?

É o que pretende a “Associação de fomento ao desenvolvimento cultural e tecnológico do RN” que, curiosamente, autointitula-se “Somos” (mais comum encontrarmos uma sigla, não um “nome de fantasia”). Esta vontade consta no Diário Oficial do sábado, 11/3, quando sua “comissão organizadora” decidiu convocar uma reunião de “Assembleia de Fundação da SOMOS – Associação...”.

E na reunião, certamente também será divulgada qual a finalidade e as ações que fará para fomentar a cultura e a tecnologia no Estado. Uma iniciativa que demandará, além de recursos, trabalho e criatividade para somar-se à realidade dos parceiros estaduais.

Se você está interessado (ou simplesmente curioso), compareça nesta quarta, 22/3, no condomínio Sun Towers. Segue o texto convite:


Edital de convocação para Assembleia de Fundação
SOMOS – ASSOCIAÇÃO DE FOMENTO AO DESENVOLVIMENTO CULTURAL E TECNOLÓGICO DO RN
Convido as pessoas interessadas para a Assembleia de Fundação da SOMOS – Associação de Fomento ao Desenvolvimento Cultural e Tecnológico do RN, a comparecerem no dia 22 de março de 2017, às 19 horas, à Rua dos Pintassilgos, 70, Condomínio Sun Towers – Área Comum, Pitimbú, Natal/RN, CEP: 59067-300, para participarem da mesma, na qualidade de sócio fundador, ocasião em que será discutido e votado o projeto de estatuto social e eleitos os membros do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal e da Diretoria.”


Menos turistas estrangeiros chegando em 2017

Os dados da Inframerica para o primeiro bimestre de 2017 mostram praticamente uma estabilidade no número de passageiros que utilizaram o Aeroporto, de 499.272, em 2016, para 498.006, neste ano: uma queda de 0,3% no total.

Mas, a queda acentuada foi registrada nos passageiros de voos internacionais, de cerca de 11,6%: 16.713 neste ano, mas 18.914 no ano passado. Esta queda também pode ser sentida quando comparamos o número de voos internacionais, 136 em janeiro-fevereiro/2016 para apenas 101 no mesmo período deste ano.

O prejuízo afeta não somente a economia do turismo local como também o próprio Aeroporto. Se, por um lado, todo o setor de serviços que encontra no turista estrangeiro uma maior “disposição” para gastos nestes dias de férias (além do consumo no comércio local, principalmente no artesanato) perde em faturamento, por outro lado, o Aeroporto perde fatia importante de sua receita, contabilizada não somente pelo número de passageiros (a “taxa de embarque”) como também pelo menor número de pousos-decolagens (as “taxas aeroportuárias” paga pelas empresas).

Um agravante para o Aeroporto está na dificuldade – e às vezes na impossibilidade – de reduzir os seus custos em função da menor demanda: não há como imaginar, por exemplo, reduzir sensivelmente o consumo de energia, das pessoas de segurança ou dos operadores de voo, por exemplo.

Perdem também os investidores que estão ali instalados. Os custos são elevados (como praticamente em todos os aeroportos) e boa parte da receita independe de sua ação direta, ou seja, sem fluxo de passageiros não há como vender mais (e aumentar os preços – altos! – não ajuda a ninguém).

Com a nova campanha realizada nas páginas da revista de bordo da Tap enaltecendo as belezas e vantagens de passar uns dias no RN a expectativa é que nos próximos meses o número de turistas estrangeiros no Estado possa... decolar.

domingo, 19 de março de 2017

Recorde na movimentação de exportações em 2016 no RN


De acordo com os dados divulgados pela Receita Federal o ano de 2016 teve o recorde em movimentações de exportações no Rio Grande do Norte com o registro de 9.079 “declarações de exportação”. Cada empresa, independentemente do valor de suas exportações, deve registrar junto à Receita Federal a chamada “declaração de exportação”, o principal passo para a autorização da remessa da mercadoria para o exterior, seja via aérea, terrestre ou marítima.

Em 2016 o aumento foi de 19% em relação ao ano anterior, quando foram registradas “apenas” 7.634 movimentações de exportação. Quando a comparação de estende ao ano de 2012, o recorde atual foi ainda mais expressivo: crescimento de 86,8% diante dos 4.861 registros de 2012.

A quantidade de registros realizados pelo Porto de Areia Branca (exportação de sal) também teve um bom resultado no ano passado, com cerca de 13,5% de variação positiva obtida tendo em vista as 59 “declarações de exportação” registradas na Receita.

Estes indicadores refletem o bom desempenho no comércio exterior do Rio Grande do Norte  em 2016 quando as vendas externas atingiram US 284,7 milhões, um aumento de 13,0% em relação aos US 252,0 milhões do ano anterior. Para assegurar uma comparação com a regularidade e realidade das empresas exportadoras norte-riograndenses, foi excluída desta comparação cerca de US 66,0 milhões em exportações de “fuel oil”/petróleo, tendo em vista tratar-se de uma excepcionalidade na balança comercial estadual, raramente registrada.


Um dos fatores que auxilia na explicação do desempenho no RN foi a variação positiva do dólar no final de 2015 que permitiu algumas negociações de exportação para o início de 2016. Mas o principal fator está na recuperação das exportações de frutas frescas a partir do segundo semestre: a melancia saltou de US 12,4 milhões para US 16,1 milhões e o melão de US 63,2 milhões para US 75,3 milhões, de 2015 para 2016, respectivamente. Juntos, estes dois itens elevaram o faturamento das empresas em 20,9%.

As eólicas e o impacto econômico no RN

O impacto econômico das eólicas no Rio Grande do Norte também pode ser avaliado a partir da arrecadação de impostos federais, ou seja, quanto maior o valor das receitas e sua evolução, melhor é o impacto das atividades formais em cada município e nas mudanças no cenário sócio-econômico regional.

No Estado é visível esta transformação em alguns municípios. Os melhores exemplos estão nas receitas das empresas instaladas em João Câmara e Parazinho, atualmente as cidades com maior número de parques eólicos em funcionamento, 26 e 22, respectivamente. Dos 118 parques já em operação do RN, cerca de 40% da produção de energia eólica concentra-se nesses dois municípios da região do Mato Grande.

João Câmara teve seu primeiro parque eólicoImpacto econômico das eólicas no RN em funcionamento em 2012, enquanto Parazinho inaugurou seu primeiro projeto dois anos depois. No ano de 2016 quatro novos projetos entraram em atividade em João Câmara (Cabeço Preto III e VI e Campos dos Ventos I e III) e um em Parazinho (Campo dos Ventos V).

A arrecadação dos tributos federais detalhada por município, pela Receita Federal, tem sua série histórica atualizada até dezembro/2014. Com base nestes dados é possível constatar a mudança econômica na região do Mato Grande: enquanto a arrecadação cresceu 74,0% no RN entre 2010 e 2014, em Parazinho e em João Câmara o incremento foi de 1.828,0% e 416,5%, respectivamente. A diferença no ritmo de crescimento justifica-se em função da realidade econômica das cidades, tendo Parazinho, antes das eólicas, suas atividades concentradas na agricultura de base e nos rendimentos de salários, Previdência e em programas sociais.

No início de 2015 João Câmara era o 11º maior município em termos de arrecadação (“recolhimentos em Darf” como indicado pela Receita Federal), quando era apenas o 21º em 2010. Já Parazinho saltou da 119º posição neste ranking de 2010, para iniciar 2015 na 36ª colocação.

Um dos parâmetros utilizados para avaliar o desempenho econômico de uma região está na arrecadação de impostos tendo em vista que a formalidade das atividades empresariais, quando em crescimento, corresponde automaticamente à um crescimento dos impostos pagos.