quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

PIPA, O LITORAL POTIGUAR: A (RE)INVENÇÃO DO QUOTIDIANO SÓCIO-ECONÔMICO

                Pipa é hoje sinônimo de Rio Grande do Norte, dos turismos nacional e internacional, louvada e reconhecida como um dos principais destinos turísticos do Estado e do Nordeste. Uma "construção" que iniciou-se há pouco mais de uma década mas que mantém ainda sua condição de "inacabada", tais as transformações que já produziu, mas também que, quotidianamente, vem produzindo. São novos cenários "construídos" e "desconstruídos" ao longo do tempo e que promovem mudanças visíveis, facilmente perceptíveis ao próprio turista, mas outras menos identificadas, tais as relações sociais de vizinhança, a influência cultural, as novas realidades do mercado de trabalho, as constituições familiares diferenciadas ou menos tradicionais...

                O fenômeno da internacionalização de Pipa foi um dos principais motores desta nova característica sócio-econômica. Do turismo menos tradicional a descoberta de locais alternativos, incluindo a fama de espaços livres na vila ou nos arredores do centro urbano, aos sofisticados hotéis, pousadas ou resorts vendidos exclusivamente no exterior a categorias de padrão econômico mais avançado, esse conjunto de contradições e complementos trazem a Pipa um cenário curioso: cafés e restaurantes com cardápios, bebidas e temperos de todo mundo ao lado das (ainda poucas) tradicionais casas de pescadores ou habitantes de antigamente (nativos).

                Um cenário que parece conviver em um aparente contraditório de contraste entre culturas, idiomas, tradições, idades etc harmoniosamente suportados no dia-a-dia. Mas, que, pela expansão imobiliária, pelas novas edificações ou pelos novos empregos ainda, fazem de Pipa uma realidade nova a cada dia, não sem os conflitos intra-muros ou reflexivos entre, também, gerações de culturas tradicionalmente vivenciadas numa cidade de praia, da pesca, a nova infância e juventude onde se apresentam informações e conhecimentos nunca traçados ou pouco relatados pela simples ausência de uma história de vida coletiva.

                Que transformações Pipa oferece ao Rio Grande do Norte nestes últimos tempos? Que "novidades" estamos em fase de elaboração ainda prometem ser alteradas num horizonte de tempo bastante rápido? Que concretização de Pipa podemos identificar atualmente ou no futuro?

                Se a internacionalização foi o iniciador desse novo quotidiano de Pipa e se ainda é ela que mantém esta praia-cidade no Mundo, qual quotidiano é ou está sendo (re) inventado?


Otomar Lopes Cardoso Junior

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