Enquanto o turismo começa a detalhar
a programação para a próxima alta estação, o Verão 2023/24, há uma outra
segmentação do turismo regional que trabalha em escalas diferentes de tempo e
dimensão do impacto na economia local. É o chamado turismo de vizinhança,
aquele que acontece em um lugar que recebe pessoas até mesmo da própria cidade
(que moram distante do ponto turístico) ou de cidades vizinhas e não muito
distantes; em geral, é um público que desloca-se com seu próprio veículo e
algumas vezes em ônibus com as excursões de um dia, as chamadas viagens bate-e-volta.
Aqui
no Rio Grande do Norte temos alguns exemplos deste turismo de vizinha: a
nascente em Pureza, o cânion dos Apertados em Currais Novos, as praias em Baía
Formosa ou em São Miguel do Gostoso, as serras em Martins e em Portalegre etc.
Não faltam opções regionais que já são conhecidas pela população da vizinhança.
É
neste perfil, do turismo de vizinhança, que as oportunidades de estratégias de
marketing para atrair novos visitantes apresentam diferentes em relação ao
marketing, digamos, tradicional para atrair pessoas de todo o Brasil e do
exterior. No caso mais local, por exemplo, a parceria entre a Prefeitura e o
empreendedor do local de visitação é essencial: além do atrativo (natural ou de
evento) que o turista deseja encontrar, ele quer também um espaço organizado
com oferta de serviços que atendam sua demanda e, claro, com preços
competitivos. Vale lembrar que este é um tipo de turismo essencialmente de “um
dia”, ou seja, os serviços mais demandados serão alimentação e passeios, com
uma oferta bem ampla para todos os públicos, dos jovens, de quem vai sozinho,
aos casais de meia idade, sem esquecer os idosos e as famílias com crianças.
É
nesta hora que a parceria Prefeitura-empreendedor deve estar acentuada: os
caminhos para chegar ao local devem estar sinalizados, deve haver uma
organização de serviços básicos (limpeza, acesso, estacionamento etc) e deve
ter um apoio na qualificação profissional de quem vai trabalhar com o turista,
mas também dos proprietários para oferecer um bom serviço que garanta o retorno
de seu cliente. Esta parceria entre o setor público e o setor privado é que
garante maior receita para o turismo local, mais arrecadação para os cofres
públicos com os tributos e também, com uma melhor organização do lugar, menor custo para efetuar
limpeza e manutenção dos espaços públicos e das vias de acesso.
Tudo
isto será muito importante para o desenvolvimento do turismo de vizinhança.
Mas, é bom contar com um outro valioso aliado, o marketing. Mas um marketing
que deve estar devidamente adaptado ao local de visitação turística e que possa
permitir a inclusão de dois outros assuntos essenciais: a informação para a
preservação do local turístico (educação ambiental, por exemplo) e também a
indicação de outros locais na cidade que, embora menos conhecidos, podem ser
também uma opção de lazer, cultura e turismo (prédios diferenciados, fatos
históricos, características geológicas etc). Neste caso, cabe à Prefeitura
criar outros roteiros para visitação.
Por
fim, o investimento com o marketing para o turismo de vizinhança não precisa
ser muito elevado, mas será sempre necessário. O turista, quando se cansa de um
lugar (quando é sempre a mesma coisa, nunca tem nenhuma novidade) ou deixou de
apreciar as vantagens de ir até lá (sujeira, desorganização, falta de
estacionamento etc), muda facilmente seu destino; e com isto, passará a
divertir-se e a consumir em outro local, na cidade vizinha, para onde irão
também as receitas do turismo e os empregos gerados. Há muitas opções de
marketing e há muitas opções do turismo de vizinhança; reunir as duas ideias é
outra boa ideia.