Depois de 6 anos fechada, a agência dos Correios do
Alecrim foi reaberta, com direito a evento de reinauguração. Não sei a
motivação da agência, depois de 6 anos fechada; mas, certamente, o estudo de
mercado deve ter mostrado que há mais viabilidade social (e econômica) investir
em uma grande agência no Alecrim do que pequenas agências em outras
localidades.
Já há algum tempo o serviço tal qual dos Correios, em
quase todo o mundo, deixou de ser uma empresa que entrega cartas pessoais para
ter foco nas encomendas. A concorrência com as encomendas é cruel! De Amazon a
qualquer outra empresa com vendas eletrônicas de grande porte, aqui e no mundo,
foi a “lentidão” na entrega que fez criarem suas próprias estratégias e
empresas de entrega. E funciona bem! Ninguém quase, acredito, opta por receber
uma encomenda em compra eletrônica pelos Correios, exceto se o valor for muito,
mas muito mesmo abaixo da entrega personalizada.
Na Tribuna do Norte o representantes dos Correios, Denny
Toyama, declarou: “A nossa expectativa é que ela se torne uma das principais
unidades aqui da cidade de Natal e região metropolitana. É uma forma dos
Correios estarem contribuindo com a sociedade e com o bairro, trazendo uma
inovação”.
Não entendi qual é a inovação! Não fui à agência, talvez
por isto eu esteja desinformado mas, em termos de entrega, a “inovação” não é
um ponto fixo de recebimento e coleta! Há muita tecnologia envolvida, agilidade
e conceito de proximidade (leia-se tempo de atendimento e de processamento da
demanda do cliente) para que se aproxime de “inovação”.
Já o superintendente estadual dos Correios Nailton
Oliveira, informou que vê “com um olhar muito positivo, principalmente na data
de hoje, na black friday e que muitos aqui estão envolvidos nesse processo de
e-commerce”. Mas, vale lembrar que o e-commerce, quando grande, é de médias de
grandes empresas o que, acredito, não é muito o perfil do bairro, destas vendas
por meio eletrônico.
O outro foco, talvez mais regional, do e-commerce, é dos
microempreendedores, as pessoas que mantém uma rede social e comercializam seus
produtos geralmente em pequenas quantidades, com maior número de vendas pontuais
e personalizadas.
Foco no microempreendedor
Por isto, talvez uma ideia a avaliar é como atender este
pequeno empreendedor que não tem, necessariamente, vendas diárias mas que
consegue semanalmente ter um volume de vendas para entregar, via Correios. Se
este microempreendedor tiver que ir todos os dias à uma agência deixar 1, 2 ou
3 vendas, seu custo (e tempo de atividade diferente da produção) será elevado!
Foco na proximidade
Para estes, que também estão espalhados na cidade, o
melhor seria ter pontos de coleta de seus produtos para expedição nas
proximidades. Talvez criar microagências ou parcerias com pontos de coleta para
os Correios utilizarem sua intensa frota de veículos e todo os dias passarem em
alguns locais centrais dos bairros. Ajudaria, certamente, ao pequeno empreendedor.
Facilitaria também para o comprador que teria um menor prazo para receber a
mercadoria, visto que seria despachada mas rapidamente.
Criar microagências de bairros, com pontos de coleta,
para todos. Um novo serviço para os Correios. É uma ideia.