Para quem foi deste tempo, foi o título de um livro dos anos
1980 que vendeu muito e, acredito, deve ter se tornado o livro mais vendido no
Brasil por algumas semanas. Apenas emprestando, aqui, o título do livro, nenhuma
relação com a história nele contada mas, sempre achei uma boa sacada o trocadilho.
Como todos os anos há as famosas retrospectivas que são
sempre escolhidas em função do perfil que se pretende mostrar, mais otimista ou
pessimista, mais politizado ou ignorando as mudanças políticas e até mesmo mais
saudosista do que entusiasta das melhorias que acontecem ano a ano. Felizmente,
já passamos de escutar a (sem-noção) de informação de que os produtos de
antigamente duravam mais... mas ainda escutamos que “antigamente era melhor”.
Não sei de onde tiram esta ideia mas, há liberdade de expressão e de julgamento
em achar que o passado foi melhor.
Tenho duas explicações para os saudosistas de ontem, de hoje
e certamente de amanhã: a primeira é que detinham algum poder (político,
financeiro, familiar etc) e as mudanças sociais modificaram a realidade criando
condições mais igualitárias, e a segunda é que é sempre melhor falar do passado,
que não muda, do que tentar traçar o futuro, sempre incerto e que não depende
somente de cada um, tem sempre alguém ou algo que pode atrapalhar (mas, vale lembrar,
que também pode contribuir!).
No RN não sei se há saudosistas dos anos 1960 ou 1970, da
época da pobreza desafiadora entre a Capital e o interior e das desigualdades
dos tempos em que a fome era um grande problema. Ou dos anos 1980 quando a
dominação política e econômica era muita restrita e havia poucas opções para “enfrentar”
algumas barreiras. Ou dos anos 1990 quando a economia, no início da década, era
uma verdadeira loucura, ninguém sabia realmente quanto ganhava e o que poderia
comprar no final do mês. Ou dos anos 2000, em especial de 2008, quando o mundo
quase parou de vez e a crise global foi também nacional e local. Ou dos anos
2010, com nova crise e muitas promessas. Enfim, neste período muita coisa boa
também aconteceu e o RN mudou muito, e para melhor! Claro, nem tudo foi resolvido,
nem aqui nem em qualquer lugar do mundo. Mas, estamos bem melhor, sim!
Como todo balanço do ano (que ideia mais absurda fazer um
balanço apenas por causa do calendário!), podemos sempre desejar um Feliz Ano
Velho, desde que seja para desejar que as evoluções e novidades positivas
estejam reforçadas para complementar o Feliz Ano RN Novo.