A Zona do Euro entrou, tecnicamente,
em recessão. Já temos, nós, aqui, muitos problemas econômicos para prestar
atenção e agora, mais este? Sim, pois poderá afetar nosso agronegócio
exportador. Os comentários de hoje são sobre este assunto.
A Zona do Euro entrou, tecnicamente,
em recessão. Já temos, nós, aqui, muitos problemas econômicos para prestar
atenção e agora, mais este? Sim, pois poderá afetar nosso agronegócio
exportador. Os comentários de hoje são sobre este assunto.
O PIB da Zona do Euro caiu 0,6% no primeiro trimestre,
configurando uma recessão de ordem técnica nos países que adotam a moeda única.
Este resultado poderia ser uma consequência do atraso no ritmo de vacinação principalmente
se comparado ao dos Estados Unidos e da China que continuam a liderar a
expectativa de crescimento mundial; vale lembrar que estes dois países
representam, salvo engano, mais de 1/3 das exportações globais.
Aqui no RN temos também que ficar atentos ao que acontece na
economia daquela região sobretudo para os produtores e exportadores de frutas
frescas. A crise europeia poderá afetar também aa exportações de outros
produtos nossos, mas o risco maior está no agronegócio visto que depois de
plantadas as frutas, não há como efetuar uma colheita destinada ao
armazenamento: o consumo deve ser imediato ou o resultado da produção é absolutamente
irrecuperável.
A produção de melão e melancia, as maiores frutas exportadas para
aquele Continente, é sempre decidida em parceria com os compradores afinal, não
há como arriscar em produzir para depois buscar o comprador. Quando inicia-se a
área plantada já está (com a devida margem de erro) assegurada boa parte da
venda. A mudança de cenário na Europa e o anúncio formal da recessão técnica
tem um efeito imediato, o de deixar os investidores mais receosos quanto às
decisões e a tentativa de deixar a tomada de decisões para mais tarde. O problema
é que para a natureza não há como adiantar ou avançar o clima, há uma “data”
para começar a plantar melão e se, ultrapassada, poderá faltar produto no
mercado.
O ciclo de produção do melão é relativamente curto, cerca de 90
dias. Isto significa que entre o plantio e a colheita você deve ser capaz de
antecipar a demanda com uma média de 3 meses. Mas, não basta apenas este prazo
visto que é necessário ter os insumos disponíveis no tempo certo e ter todo o
material de embalagem em estoque, sem esquecer de reservar os conteiners e os
espaços nos navios, agendando o frete com a melhor antecedência possível para
ter o melhor preço (observado ainda que em alguns casos há penalidade forte
para quem agenda o frete e não confirma a carga na data certa).
A safra do melão, na exportação, vai de agosto-setembro até
março-abril, normalmente.
Fazendo as contas do tempo, para começar a exportar em agosto o
plantio deve começar em junho, ou seja, em cerca de 30 dias. Isto significa que
na data atual os produtores já devem estar com contratos confirmados de entrega
de adubos e caixas de papelão, além de outros insumos, sem esquecer o estoque
de sementes.
A dúvida é quanto plantar? Começar timidamente ou apostar que o
reinício da circulação e abertura de bares-restaurantes significará um aumento
de consumo em alimentos?
Se havia dúvidas em relação ao início efetivo da preparação da
primeira parte da safra 2021-22, agora podem aumentar ainda mais com a notícia
da recessão
A Expofruit, a maior feira de fruticultura do Nordeste, esteve
prevista para abril mas teve que ser cancelada e transferida para o final do
ano. Com todas as facilidades da comunicação virtual, os encontros de negócios
presenciais ainda geram resultados efetivos e a oportunidade de discutir
presencialmente, compradores e vendedores, ajudaria na tomada de decisões.
Fora da Europa nossas frutas frescas encontram mercados menos
valiosos. Já foram várias tentativas e uma delas que mostrou sucesso, ainda que
no Continente, na fora da Zona do Euro, foram as exportações de manga para a
Rússia. Já exportamos banana para a Argentina, mas esta fase já passou.
O melão para a China não mudou, por enquanto o cenário potiguar.
A vantagem é que com ou sem recessão, no preço que está o Euro o doce
lucro dos nossos exportadores estaria assegurado. Espero que sim.
A Itapemirim vai começar a operar
comercialmente seus voos. Por enquanto Natal está fora do roteiro. Até quando? Os
comentários de hoje são sobre este assunto.
A Itapemirim Transportes Aéreos recebeu a autorização da Anac para
voar comercialmente no Brasil depois de um rápido processo de avaliação e de
validação das condições técnicas e comerciais. O nome e o peso da família devem
ter ajudado na preparação do projeto e o capital investido é uma aposta para o
grupo empresarial – e familiar – que vem atravessando algumas dificuldades com
os serviços que ficou bastante conhecido em todo o Brasil, as viagens de
ônibus. Nos tempos em que viajar de avião era um luxo e as viagens
internacionais ganhavam notas nos jornais (muito antes das fotos nas filas de
embarque no Orkut, depois Facebook, em seguida Instagram e agora TikTok), a
Itapemirim era a grande marca empresarial de quem pretendia andar por este
País, principalmente em viagens por razões familiares ou a turismo.
Não faz muito tempo outra família saiu do transporte por ônibus e
foi buscar nas viagens de avião sua reinvenção. Foi assim que surgiu a Gol, uma
referência valorizada por todos por suas inovações e, muitas vezes, pela
rentabilidade com as economias que promovia. Assisti palestra de um
vice-presidente que dizia que o simples fato de não distribuir jornais
gratuitamente já permitiu lucro operacional no primeiro ano da empresa.
Hoje o desafio se repete.
Com uma diferença para o RN: não estamos na lista dos destinos da
Itapemirim. Quando chegaremos lá?
É assim que aprendemos duas lições nas declarações da empresa: não
fazemos parte dos melhores destinos, como explicitamente indicado e, como implicitamente
pode-se concluir, se continuarmos sem o turismo-turista, vamos ter que esperar
bastante.
Aqui no Nordeste a melhor rentabilidade foi estabelecida para
Recife, Porto Seguro e Salvador. Onde está Fortaleza? Claro, a cidade continua
por lá... mas não deve ter entrado nesta lista, acredito eu, para não bater de
frente com um mercado mais distante, melhor ficar mais concentrado
geograficamente.
Natal não é um grande destino para a aviação, parece. Há dois
grupos principais de passageiros, os turistas e os que viajam a negócios. Nesta
segunda categoria temos reconhecer que não há uma forte demanda, basta ver que
durante a pandemia houve uma forte redução de voos. Já o turismo, somos relativamente
fortes como destino mas, com as restrições sanitárias muita gente deixou de
viajar. E nós perdemos bastante, sem prazo para retomar a alguma normalidade (a
expectativa está mesmo para o final do ano, todo o setor apostando que no verão
tudo esteja bem melhor).
A partir de junho, você encontrará uma nova identificação no
painel de decolagem-aterrisagem. Mas somente se você estiver em algum dos aeroportos
mencionados.
O Governo confirmou a relicitação para o aeroporto em São Gonçalo
do Amarante na busca de um novo investidor que assuma o prejuízo e conserte os
erros da concessionária atual. Provavelmente o leilão será no último
quadrimestre do ano; é uma previsão, a data ainda não está marcada.
Também não está marcada data para o primeiro voo da Itapemirim no
nosso aeroporto; não temos nem mesmo uma previsão.
Quem chegará primeiro?
O novo dono do Aeroporto?
O novo avião da Itapemirim?
Para quem gosta de apostas, fica a sugestão. Vale até fazer um
bolão.
Se fosse em algum cassino de Monte Carlo, alguém diria “rien ne va
plus” (algo como “as apostas estão encerradas”). Mas, aqui, as apostas ainda
não estão encerradas, na verdade nem começaram.
Eu acho que o que veremos primeiro é o novo................
16 horas em jejum é a ideia seguida por Walcyr Carrasco, como
declarou na Veja desta semana, afirmando que o jejum está na moda: “Finalmente,
encontrei uma endocrinologista magra e linda. Óbvio, voltei para casa com as
normas do jejum radicalizadas. Na primeira fase, eram catorze horas. Agora, no
mínimo dezesseis.” Em breve será moda aqui também no nosso RN?
17 dias de internação por causa do Covid-19 foi o drama do
ex-jogador da seleção brasileira de futebol Branco que, como afirmou em
depoimento para a Veja desta semana, “ainda tenho muito que viver”. Ontem a
Tribuna do Norte noticiou outro drama no Estado, um paciente que ficou 70 dias
hospitalizado em situação grave.
18 meses para a próxima eleição e escolha para os cargos de
Governador, Senador e Deputados Federais e Estaduais e as articulações devem
começar a se intensificar ainda mais, principalmente com a campanha de
vacinação aumentando o resultado pretendido e as reuniões e encontros políticos
presenciais liberados, sem a preocupação de uma conversa virtual gravada e
colocada nas redes.
Continuando a série dos números, hoje serão informações com base
nos números 16, 17 e 18.