domingo, 31 de janeiro de 2021

“Royalties do petróleo/gás” é o tema da semana (ANP: Petrobras & outras empresas)

 

Os textos desta semana estarão centrados na temática “royalties do petróleo e gás no RN” e sua evolução mais recente na economia estadual

Os principais assuntos comentados a partir de amanhã serão:

- Royalties para o Governo do Estado

- Royalties para os municípios

- Principais cidades beneficiadas

- Importância econômica dos royalties no RN

sábado, 30 de janeiro de 2021

A novata

Bom Jesus (município foi criado em1962) compõe a RMN desde 2019, é a novata (foto: Agora RN).


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A menor

A menor, em população, do RN: Viçosa (foto: Blog Viçosa RN).


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A tromba

São várias cidades em pouco espaço, assim é o Alto Oeste Potiguar, com uma cidade polo, Pau dos Ferros, mas também outras eu poderiam ser micro polos regionais (foto: Wikipedia).


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Um litoral potiguar. Ou dois?

O Litoral é, muitas vezes, mais conhecido por suas praias do que pelo nome das cidades. É assim que o turismo trabalha muitas vezes e o turista acaba incorporando a ideia, basta acompanhar Pipa & Tibau do Sul (foto: Culturamix).

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A RMN

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A imagem retrata um tempo desatualizado da Região Metropolitana de Natal mas, não deixa de ser curiosa a "figura" criada (será que parece um passarinho?!!) (foto: TCEconcursos)


sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Comentários do dia. Polos populacionais

 

Os comentários de hoje serão sobre uma perspectiva de avaliação diferente das cidades-polos do RN, considerando sua população.

Alguns polos

 

O RN tem várias cidades polos que envolvem cidades vizinhas (ou quase). Como há classificações diferentes no zoneamento do Estado (território, IBGE, Idema, zonas homogêneas, subzonas etc), a lista de cidades polos é maior ou menor, dependerá da escolha. Mas, em geral, alguns nomes sempre aparecem: Natal, Mossoró, Santa Cruz, Goianinha, Caicó, Currais Novos, Nova Cruz, Assú, Pau dos Ferros, Apodi, Macau, João Câmara etc. Podemos também incluir, por exemplo, Caraúbas, Alexandria, Patu, Santo Antônio, Jucurutu como também São Miguel.

A “escolha” é ampla e dependerá da metodologia escolhida e do resultado desejado.

Muitos polos

 

Uma classificação diferente para cidades-polos, considerando aquelas com maior número de habitantes, de acordo com o IBGE, em 2020:

- Mossoró: 300.618

- Caicó: 68.343

- Açu: 58.384

- Currais Novos: 44.905

- Santa Cruz: 39.988

- Nova Cruz: 37.450

- Apodi: 35.875

- João Câmara: 35.160

- Canguaretama: 34.548

- Touros: 33.503

- Macau: 32.039

- Pau dos Ferros: 30.600

Se excluirmos as cidades da RMN já seriam, com mais de 30 mil habitantes, 12 cidades-polos. Mas, se incluirmos Natal, São José de Mipibu Goianinha, Monte Alegre, Macaíba, Extremoz e Ceará-Mirim já teríamos quase 20 cidades-polo. Não é muita centralidade para um Estado com pouco mais de 3 milhões de habitantes?

Pulverizando: mini polos?

 

Uma região com muitas cidades concentradas em pouco espaço é a do Alto Oeste. Há cidades muito próximas umas das outras, mas que se distanciam pela questão rodoviária: a “rota” de/para São Miguel não é a mesma de/para João Dias, por exemplo, e a população das cidades não interagem socioeconomicamente quanto poderia pressupor uma centralidade, uma cidade polo de caráter regional.

Será então que ali poderíamos ter mini polos?

- São Miguel: 23.655 habitantes (crescimento de 6,8% em uma década)

- Alexandria: 13.553 habitantes (crescimento de 0,3% em uma década)

- Patu: 12.809 habitantes (crescimento de 7,1% em uma década)

- Umarizal: 10.520 habitantes (redução de 1,3% em uma década)

- Martins: 8.758 habitantes (crescimento de 6,6% em uma década)

Hora de repensar e projetar próximos anos. Algo em comum? Umarizal perdeu população e todas as demais cresceram menos do que a média do RN; aliás, também menos do que a média de Pau dos Ferros (10,3%).

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Comentários do dia. Região Metropolitana de Natal

 

Os comentários de hoje serão sobre a as cidades da RMN-Região Metropolitana de Natal e suas respectivas populações.

 

Juntas mas desiguais

 

Aos poucos a RMN-Região Metropolitana de Natal foi aumentando de tamanho duplamente: com o aumento de municípios legalmente incluídos provocou um aumento na área total da Região e de sua população. Embora juntos, legalmente, pois constituídas por Leis Complementares (1 quando de sua criação em 1997 e outras 6 até a mais recente, de 2019), os municípios têm muitas distâncias econômicas e sociais e, dentre elas, a população.

Além de Natal, temos Arês, Bom Jesus, Ceará-Mirim, Extremos, Goianinha, Ielmo Marinho, Macaíba, Maxaranguape, Monte Alegre, Nísia Floresta, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, São José de Mipibu e Vera Cruz na RMN.

Visualize – mentalmente – o mapa de localização de cada uma delas e faça sua avaliação quanto à centralidade e semelhanças com a Capital, que dá nome à região metropolitana.

Estão todas juntas, mas iguais ou desiguais?

Muita gente, será?

 

De quanto será a participação da população destas 15 cidades em relação ao total do RN? Se você optou por uma resposta meio termo, literalmente, chegou perto. Em 2020, de acordo com o IBGE, a população seria de 1.631.016 habitantes ou quase 46,1% do total estadual. E estas cidades continuam em crescimento visto que eram 1.418.461 habitantes no Censo 2010, representando cerca de 44,8% do total estadual.

Assim como nas cidades grandes – e as regiões – tendem a atrair mais pessoas, a RMN cresceu 15,0% na última década enquanto no RN a variação foi de 11,6%.  Neste ritmo é bastante provável que em 2030 a população da RMN ultrapasse a marca dos 50% (e se houver acréscimo de uma ou mais cidades, nem precisaremos esperar toda uma década).

Quero ser grande

 

Natal tem 890.480 habitantes.

Parnamirim tem 267.036 habitantes.

São Gonçalo do Amarante tem 103.672 habitantes.

Este é o podium das maiores cidades da RNM. Já no final deste ranking temos: Bom Jesus (10.267 hab.), Maxaranguape (12.544 hab.) e Vera Cruz (12.637 hab.).

Aliás, estas duas classificações eram as mesmas no Censo 2010.

Crescendo, crescendo

 

Entre 2010 e 2020 as cidades da RMN que mais cresceram foram:

- Parnamirim, 31,9%

- Maxaranguape, 20,1%

- Goianinha, 18,6%

Todas tiveram aumento de sua população neste período e as únicas que ficaram abaixo da média estadual foram:

- Arês, 11,6%

- São José de Mipibu, 11,2%

- Natal, 10,8%

- Monte Alegre, 9,1%

- Bom Jesus, 8,8%

- Ceará-Mirim, 8,4%

E a densidade?

 

Ao observar a densidade demográfica, considerando os habitantes por metro quadrado, temos o seguinte podium:

- Natal, 4.805,2

- Parnamirim, 1.639,7

- São Gonçalo do Amarante, 351,9

Se considerarmos a evolução da população entre 2010 e 2020, a densidade teria tido o seguinte “aumento”:

- Parnamirim acrescentou 523 pessoas por km2

- Natal acrescentou 519 pessoas por km2

- São Gonçalo do Amarante acrescentou 64 pessoas por km2

Na outra parte da classificação, teríamos:

- Ceará-Mirim acrescentou 8 pessoas por km2

- Bom Jesus acrescentou 7 pessoas por km2

- Ielmo Marinho acrescentou 6 pessoas por km2

Horizontal ou vertical?

 

Quando comparamos a densidade populacional na RMN e suas diferenças de crescimento em uma década entendemos as razões do crescimento vertical e horizontal: quem tem mais área cresce “se espalhando”, urbanizando novos espaços e, quem tem menos área cresce “para cima”, transformando terrenos e antigas casas em prédios. Não é diferente na RMN do restante do mundo (ainda que as variáveis e condições sejam diferentes).

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Comentários do dia. Mega e microcidades?

 

Os comentários de hoje serão sobre a as cidades, maiores e menores em termos populacionais.

Pequenas, orgulhosamente, cidades

 

Em 2010 as menores cidades, nesta ordem, eram: Viçosa, Ipueira, Galinhos, Monte das Gameleiras, Timbaúba dos Batistas, Taboleiro Grade, Bodó, Santana do Seridó, Pedra Preta e João Dias.

Em 2020, eram, nesta ordem: Viçosa, Monte das Gameleiras, Severiano Melo, Bodó, Ipueira, Timbaúba dos Batistas, Pedra Preta, Taboleiro Grande, Jardim de Angicos e João Dias.

Quem saiu? Galinhos e Santana do Seridó. Quem entrou? Jardim de Angicos e Severiano Melo.

Algum padrão geográfico? Se considerarmos as chamadas zonas homogêneas, nem o Litoral Oriental, a Zona Mossoroense ou Currais Novos estão representados.

0,7% da população

 

Em 2020 a menor população do RN estava em Viçosa, com 1.725 habitantes. E João Dias, a 10ª menor cidade do Estado tem 2.654 habitantes; quantitativamente parece muito impactante a diferença em relação à Viçosa, João Dias é 53,9% maior! Na prática, no entanto, a diferença parece ser menos significativa.

As 10 menores cidades representam apenas 0,7% da população estadual.

Grandes, orgulhosamente, cidades

 

Natal é a maior, com 890.470 habitantes.

Mossoró segue distante, com 300.618 habitantes.

Parnamirim se aproxima, com 267.036 habitantes.

São Gonçalo do Amarante segue distante, com 103.672 habitantes.

Macaiba (81.821 habitantes), Ceará-Mirim (73.886 habitantes), Caicó (68.343 habitantes) e Açu (58.384 habitantes) são as outras cidades com mais de 50 mil habitantes.

Fechando a lista das 10 maiores, Currais Novos (44.905 habitantes) e São José de Mipibu (44.236 habitantes).

54,7% da população

 

As 10 maiores cidades somaram 54,7% da população do RN, de acordo com projeção do IBGE. Entre 2010 e 2020 estas cidades tiveram um crescimento populacional de 14,4%, à frente da média estadual, que foi de 11,6%.

As cidades maiores cada vez ficando “ainda mais” maiores.

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Comentários do dia. O envelhecimento de nossa população

 Os comentários de hoje serão sobre o envelhecimento populacional

 

Ainda a (quase) mesma pirâmide

 Durante muito tempo os livros e Geografia e de Economia ilustravam suas páginas sobre a faixa etária dos brasileiros com a figura de uma pirâmide: tínhamos muitos jovens e muitos (poucos) idosos. Anos 1950, 1960, 1970 e até mesmo a década de 1980 a configuração era quase a mesma.

Mas, rapidamente isto mudou! Os brasileiros vivem mais e tem menos filhos e o resultado não seria outro: não há mais uma pirâmide (mas uma figura meio esquisita) e os idosos estão cada vez mais presentes no total da população brasileira. Veja a última projeção do IBGE para 2010 (lembrando que se fosse hoje, o topo estaria bem mais “inchado”):







Quantos são os “mais idosos”?

 

Já há legislação que garante prioridade dentro da prioridade, ou seja, aqueles com mais de 80 anos são mais prioritários que os idosos com mais de 60 anos.

Muito provavelmente na próxima década ou a prioridade da prioridade será a partir dos 90 anos ou simplesmente não haverá mais prioridade, tal a importância dos idosos na sociedade brasileira. Veja alguns destes números entre o Censo de 2010 e  a projeção (realizada em 2018) do IBGE para o ano de 2020 para quem já passou a barreira dos 90:

- Brasil

Em 2010, 455.951 pessoas

Em 2020, 815.165 pessoas

Aumento de 79,1%

- Rio Grande do Norte

Em 2010, 10.975 pessoas

Em 2020, 14.525 pessoas

Aumento de 32,3%

Lembrando sempre que utiliza-se como conceito que quanto mais pessoas envelhecem melhor foi e está sendo a qualidade de vida: na infância, proteção médica e vacinação, depois, alimentação mais adequada e, mais tarde, novamente mais acesso (nos setores público e privado) às inovações na área da saúde.

Pós-sessentão

 

O Brasil contava com 9.365.196 habitantes com mais de 70 anos, de acordo com o Censo 2010. Com um crescimento estimado em 43,8% até o ano de 2020, alcançou 13.464.105 habitantes nesta mesma faixa etária.

No Nordeste eram 2.576.421 habitantes em 2020 com mais de 70 anos e seriam 3.335.983 no ano de 2020.

Para o Rio Grande do Norte o crescimento foi um pouco maior do que média regional, da ordem de 34,1%. Em 2010 eram 165.303 e em 2020 seriam 221.625 os habitantes com mais de 70 anos.  Se compararmos com a população do RN, os idosos corresponderiam à população somada das 58 menores cidades do Estado. E se todos eles morassem em uma única cidade, ficariam atrás apenas de Natal, Mossoró e Parnamirim (267.036) e mais do que o dobro da 4ª maior cidade potiguar, São Gonçalo do Amarante (103.672 habitantes).

Quem ficará mais velho “primeiro”?

 

Compare os dados dos últimos Censos e das projeções do IBGE, entre RN e Brasil, para os maiores de 60 anos. O percentual refere-se à participação da população do RN em relação à brasileira para esta faixa etária, dos idoso:

- 2000: 1,73%

- 2010: 1,70%

- 2020: 1,54%

- 2030: 1,58%

- 2040: 1,59%

A média da população no restante do País torna-se mais velha, proporcionalmente, do que a do RN até o ano de 2040; isto significa que a perspectiva de qualidade de vida (longevidade) é maior na média geral nacional do que aqui no Estado.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Litoral & turismo: mudança populacional?

 

Os comentários de hoje serão sobre as cidades litorâneas e os efeitos no contexto populacional local.

Um mar, vários efeitos populacionais

 

O RN tem mais de 30 cidades com litoral, algumas delas essencialmente praianas, ou seja, a vida urbana tem forte vínculo com o mar embora haja distinções entre elas: para algumas (Macau ou Areia Branca, por exemplo) o litoral significa exploração do sal enquanto para outras (Tibau do Sul e São Miguel do Gostoso) o litoral significa exploração do turismo. E há outras cidades (como Natal, por exemplo) em que o litoral é bastante presente na dinâmica socioeconômica, mas não há preponderância ou ainda aquelas praticamente monoeconômicas (Guamaré).

Neste primeiro levantamento sobre a População do RN nas cidades litorâneas a escolha foi pela divisão em 3 grupos:

- As cidades da Grande Natal, por contar, proporcionalmente, com menor dependência econômica e populacional, não serão apresentadas agora.

- As cidades do chamado Litoral Norte.

- As cidades do chamado Litoral Sul.

Um mesmo Oceano, mas a Geografia do RN acaba criando uma divisão natural (sal) e social (turismo).

Cidades turísticas

 

Algumas cidades do nosso litoral são mais turísticas, se considerarmos aquelas que mais recebem visitantes internacionais, nacionais (incluindo os regionais e “vizinhos”). No Litoral Norte o ícone é São Miguel do Gostoso enquanto no Litoral Sul, Tibau do Sul (na verdade, bem mais a praia de Pipa, muitas vezes identificada como a cidade, bem mais do que o próprio município).

Podemos considerar 5 cidades com turismo mais forte (lembrando sempre que não estão sendo consideradas as cidades da Grande Natal). Temos, por importância em termos de população:

- Tibau do Sul, com 14.440 habitantes

- Maxaranguape, com 12.544 habitantes

- São Miguel do Gostoso, com 10.362 habitantes

- Galinhos, com 2.845 habitantes

- Tibau, com 4.140 habitantes

Mas, quando consideramos a variação entre o Censo 2010 e a projeção 2020, a importância das cidades muda:

- Galinhos: + 31,8%

- Tibau do Sul: + 26,8%

- Maxaranguape: + 20,1%

- São Miguel do Gostoso:  + 19,5%

- Tibau: + 12,3%

O “ponto fora da curva” é Galinhos e, em função de sua baixa população, o incremento de 696 novos habitantes produziu uma variação percentual tão significativa.

Em comum temos que, nestas cidades onde o turismo é importante, a maior presença de visitantes de outros estados induz à um crescimento populacional bem mais expressivo, fruto não somente da redução do efeito sazonalidade, mas também da necessidade de uma maior oferta de serviços e infraestrutura.

O Litoral Norte

 

Já no Litoral Norte temos 14 cidades. Esta é a população estimada pelo IBGE em 2020 e a variação em relação ao Censo/2010:

- 33.503 habitantes em Touros (+ 7,8%) 

- 32.039 habitantes em Macau (+ 10,7%)

- 27.967 habitantes em Areia Branca (+ 10,5%)  

- 15.963 habitantes em Guamaré (+ 28,7%)

- 12.544 habitantes em Maxaranguape (+ 20,1%)  

- 10.905 habitantes em Rio do Fogo (+ 8,4%)

- 10.463 habitantes em Grossos (+ 11,4%)

- 10.362 habitantes em São Miguel do Gostoso (+19,5%)

-  6.561 habitantes em Caiçara do Norte (+ 9,1%)

-  6.522 habitantes em Porto do Mangue (+ 25,0%)

-  4.140 habitantes em Tibau (+ 12,3%)

-  3.199 habitantes em Pedra Grande (- 9,1%)

-  2.845 habitantes em Galinhos (+ 31,8%)

-  2.717 habitantes em São Bento do Norte (- 8,7%)

Juntas somam 179.930 habitantes que representam 12,4% da população do RN;  o crescimento médio destas 14 cidades foi de 12,4%, com uma diferença em relação às cidades do Litoral Sul: duas cidades perderam população, Pedra Grande e São Bento do Norte. São cidades com economias bem diferentes, cada uma explorando a possibilidade que o mar oferece, principalmente em duas atividades mais clássicas: exploração do sal (Areia Branca, Grossos e Macau) e do turismo (Galinhos, Maxaranguape, São Miguel do Gostoso, Tibau e Touros)

Na última década uma importante modificação pode ser visualizada em vários destes municípios: as torres na produção de energia eólica. Mas, se consideramos, por exemplo, que há eólicas em Pedra Grande, aparentemente não se pode falar em mudanças constantes nas “cidades eólicas”.

O Litoral Sul

 

São 4 as cidades do Litoral Sul. Veja a população estimada pelo IBGE em 2020 e a variação em relação ao Censo/2010:

- 34.548 habitantes em Canguaretama (+ 11,7%)

- 14.440 habitantes em Tibau do Sul (+ 26,8%)

-   9.322 habitantes em Baía Formosa: (+ 8,7%)

-   4.484 habitantes em Senador Georgino Avelino (+ 14,3%)

Juntas somam 62.794 habitantes e apenas 1,8% do total da população do RN. Apesar desta baixa representatividade, o crescimento médio destas 4 cidades foi de 14,6%. São cidades vizinhas mas, como observa-se, dinâmicas populacionais bem distintas e uma grande diferença: Tibau do Sul cresceu mais, bem mais, e o turismo é o responsável por tal diferença.

Para a próxima década não deverá haver mudança nesta hierarquia populacional: em que pese o maior crescimento de Tibau do Sul, não será no Censo de 2030 que aparecerá como 1ª colocada nesta comparação do Litoral Sul.

Conclusão

 

Há “litoral” e “litoral”. Não somente em função da extensão territorial das cidades e a “quantidade” de mar que dispõe, mas em função da sua própria característica.

O RN aumentou em 11,6% sua população na última década e, das 18 cidades apresentadas hoje, 9 cresceram acima da média estadual: Canguaretama, Galinhos, Guamaré, Maxaranguape, Porto do Mangue, São Miguel do Gostoso, Senador Georgino Avelino, Tibau e Tibau do Sul.

São Bento do Norte (2.975) tinha uma população maior do que a de Galinhos (2.845) mas hoje, com queda de 8,7% em uma década, ficou ainda menor: 2.717 habitantes. Na outra ponta, Touros (31.089) era a maior cidade, mas hoje (33.503) foi superada por Canguaretama (34.548).

Uniformidade, mesmo, ficou com as cidades litorâneas do sal: Grossos, Macau e Areia Branca cresceram, respectivamente, 11,4 %, 10,7% e 10,5%. Se a economia do sal beneficiou a todas as cidades, quase igualmente em termos populacional, a economia do turismo, como mencionada, reagiu diferentemente.

As cidades, principalmente as pequenas e médias, aumentam a população quando a situação socioeconômica é favorável. Aos gestores municipais de compreender esta dinâmica e avaliar os resultados, o efeito hoje nas cidades vizinhas pode significar o resultado de amanhã. No mínimo, compreender que mais população, se também gera mais renda, gera mais demanda por serviços públicos.


domingo, 24 de janeiro de 2021

“População do RN” é o tema da semana

 

Os textos desta semana estarão centrados na temática “População do RN” e sua evolução entre o último Censo (2010) e a última previsão (2020).

Os principais assuntos comentados a partir de amanhã são:

- Principais cidades

- RMN-Região Metropolitana de Natal

- Microcidades

- Cidades-polo

- Turismo & litoral

sábado, 23 de janeiro de 2021

Algumas paisagens geográficas sobre o tema da semana

Hoje é dia de ilustração, algumas paisagens geográficas que simbolizam o tema da semana "Energia 2030".

 


Lá e cá?

Ainda não, por enquanto a imagem é de "lá", do Reino Unido onde está o maior parque eólico offshore do mundo, o Walney Extension, do grupo Orsted (foto: Orsted).

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O sol que brilha

A "novidade" mais recente no RN são as usinas fotovoltaicas. Sol demais não é problema no Estado (foto: Engie).

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Longe do mar, perto do vento

Os primeiros parques eólicos foram construídos perto do mar, a certeza do vento constante diminuiria o risco do projeto. Com o tempo, e as medições, o vento "marinho" e o "serrano" concorrem e, agora,  projetos em Lagoa Nova ou Santana do Matos são realidades (foto: Neoenergia).

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O primeiríssimo!

Petrobrás, em Macau, no "distante" ano de 2004 (26 de janeiro), começava seu projeto de energias renováveis; atualmente segue sua política de desinvestimento em alguns parques do RN (foto: Tribuna do Norte).

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O primeiro

O primeiro parque eólico, efetivo, no RN. Geração de energia em 2006.

Em 15 anos nos acostumamos a encontrar estas paisagens em várias localidades do Estado (foto: Neonergia).

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sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Offshore, petróleo sim, energia não?

 

Os comentários de hoje serão sobre a produção de energia eólica offshore, inclusive a partir da perspectiva do plano decenal “Energia 2030”.

RN e China

 

Um dos projetos anunciados por empresa chinesa no RN foi o da Mingyang Smart Energy, que esteve no Estado em novembro, anunciando a perspectiva de uma offshore em nosso litoral ao Norte (a profundidade é menor e as águas são mais calmas). Curiosamente, não faz mito tempo, os mesmos representantes visitaram o Ceará para avaliar a possibilidade de utilização do porto em Pecém como apoio ao projeto; mas, não definiram se apoio para o projeto do RN ou para projeto do Ceará; ou seria nos dois estados??

Um mar de peixes, de plataformas de petróleo e... de torres eólicas?!

 

Atualmente há alguns projetos anunciados:

- Parque da Votu Winds: entre Itapemirim, Marataízes e Presidente Kennedy (ES)

- Camocim:  no Ceará

- Asa Branca I: Porto de Pecém (CE)

- Aracatu I e Aracatu II: entre Espírito Santo e Rio de Janeiro

- Caju Offshore: no Maranhão

- Maravilha: no Rio de Janeiro

- Caucaia: no Ceará

- Águas Claras: no Rio Grande do Sul

E alguns investidores:

- Neoenergia:

§  - Equinor:

§  - BI Energia

§  - Vestu Winds

- Eólicas do Brasil

- Força Eólica

Quem fará a propaganda do “1º parque offshore do Brasil”?

Quando veremos offshore no Brasil?

 

Não será tão rapidamente quanto algumas notícias que aparecem-reaparecem na mídia. A Abeeólica-Associação Brasileira de Energia Eólica estima que em 2027 teremos a primeira inauguração. No Ceará foi recentemente anunciado projeto com a gestão da Ramboll Brasil com início das obras para 2023 (parque Asa Branca com investimentos na bagatela de R$ 13 bilhões).

Uma das barreiras a superar é a licença ambiental. E neste tema, duas informações importantes.

A primeira é que no Reino Unido o primeiro parque eólico offsore demandou dois anos para emissão da licença ambiental; para um país acostumado a licenciar outros projetos importantes e com o rigor elevado na questão ambiental, os dois anos de lá podem significar um tempo (ainda) maior aqui.

A segunda informação é que, finalmente, em novembro do ano passado o Ibama editou seu Termo de referência para eólica offshore; ou seja, o primeiro projeto será um verdadeiro teste na curva de aprendizado do que e de como fazer. O nome técnico, batizado pelo Ibama, é “Termo de referência padrão para complexos de energia eólica offshore”.

Quanto custa?

 

Há diferentes tecnologias para implantação de torres eólicas offshore e uma das variáveis na escolha é a profundidade, com opções de “amarração” das torres. Assim, flutuante ou com fundação, a técnica e a tecnologia já são bem conhecidas, este não será um impedimento.

Mas, quais os custos entre uma eólica onshore e um offshore?

Segundo a EPE, temos a seguinte divisão de custos para uma onshore:

73 % turbina

10% conexão e rede

9% obras civis

2% outros custos de capital

Enquanto para uma offshore, temos:

40 % turbina

21% conexão e rede

20% obras civis

15% outros custos de capital

Como mencionado nesta semana, a eólica offshore exige mais investimentos; aqui observa-se que os “acessórios” (obras civis e conexões e redes) superam o total com as turbinas. Natural, considerando os desafios e as medidas de segurança adicionais para construções no mar.

Onde sopra o vento offshore?

A EPE apresentou um mapa de localização para offshore: sem privilégios.

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Energia offshore, uma nova opção

 

A EPE, em seu relatório “Energia 2030”, é relativamente otimista quando o assunto é a produção de energia eólica offshore: “Ao redor do mundo, a energia eólica offshore tem se mostrado uma opção cada vez mais viável para geração de energia renovável, impulsionada por políticas energéticas de apoio, em resposta a preocupações ambientais, e por avanços tecnológicos, desenvolvidos por cadeias de suprimentos amadurecidas em locais com uma grande quantidade de projetos implantados”.

Mas, este otimismo não está expresso em números, ou seja, não há uma projeção efetiva da contribuição desta energia para 2030. Há vários obstáculos que impedem uma antecipação um número e uma delas é o fato de que esta forma de produção de energia “não se mostrou competitiva frente às demais opções disponíveis para expansão. Cabe destacar, porém, que a evolução da maturidade desta tecnologia a nível mundial, o desenvolvimento de estudos técnico-econômicos e socioambientais, bem como os avanços legais e regulatórios no Brasil podem alterar a competitividade e permitir o aproveitamento desta tecnologia nos próximos”.

Para termos uma ideia das rápidas mudanças que podem mudar a trajetória de previsão quanto aos números, um exemplo bem básico:

Em 2011 o tamanho das torres eólica alcançava 112m. Em 2017, 250m. A expectativa é que novas torres sejam ainda maiores, mas 270, 280, 290 ou 300m ou ainda mais, não há uma “aposta” segura visto que mudanças como esta podem antecipa os projeto de implantação e a capacidade de produção por parque offshore.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

O sol brilha mais no RN?

 

Os comentários de hoje serão sobre a energia solar/fotovoltaica, a partir da perspectiva do plano decenal “Energia 2030”.

Armando? Uma usina solar flutuante no RN?

 

Será que teremos placas solares na barragem Armando R. Gonçalves? Ou a pergunta correta seria “quando teremos”?

Em 2016 foi inaugurado o projeto-piloto de exploração de energia solar em um lago de uma hidrelétrica, a Hidrelétrica de Balbina, na cidade amazonense de Presidente Figueiredo.

Ano passado foi na represa Billings, em São Paulo.

No dia 31 de dezembro Norte Energia Usina Hidrelétrica Belo Monte deveria divulgar o resultado de um edital, em parceria com a Aneel, para seleção de “propostas de projetos de P&D para o desenvolvimento de arranjos e tecnologias de plantas fotovoltaicas flutuantes, com sistema de seguimento da trajetória aparente do Sol, visando maximizar a eficiência do aproveitamento da irradiação solar, com as tecnologias de módulos fotovoltaicos atualmente comercializadas nos mercados globais”. O edital foi público, mas a resposta seria direta aos concorrentes, não saberemos, no momento, quem venceu a proposta para o “protótipo de 1 MW”.

E aqui no nosso RN, quem se habilitará a ser um grande investidor? Hydro, Voltalia, Shell? Ou algum grupo chinês?!

Placas solares “flutuantes”?

 

As primeiras contratações em leilões para energia solar/fotovoltaica ocorreram no ano de 2014. Parece até que faz muito tempo mas, em menos de uma década esta opção ganhou todas as atenções, sobretudo no Nordeste e, mais ainda, em regiões em que a matéria-prima mais “abundante” é o sol; as condições climáticas não ajudam, em muitas cidades do nosso Semiárido, ao agronegócio, a opção energética mereceu toda a atenção.

Mais recentemente, os açudes e represas foram “descobertos” como local ideal para instalação de placas solares. Temos, desde então, a ideia da fotovoltaica flutuante. Há, sem dúvida, algumas boas vantagens: não há poluição para danificar as placas (não tem área por perto), há uma regularidade na “superfície” (afinal, o espelho d´água é plano, não precisa adequar as placas a eventuais declives, como em terra), o custo de arrendamento tende a ser menor (quando não, em áreas públicas, custo ainda menor), não precisa construir estradas de acesso etc. Mas, há outros custos diferentes, tais as boias e os acessos às redes de distribuição.

Mas, financeiramente, é mais barato o investimento?

De acordo com a EPE a fotovoltaica flutuante e apenas um pouco mais cara do que uma eólica (Capex R$/kW entre R$ 3.800 e R$ 6.500) e também um pouco mais cara que a fotovoltaica tradicional (Capex R$/kW ente R$ 3.000 a R$ 5.000).

Por enquanto o investimento é mais alto. Mas, se o efeito escala seguir o mesmo perfil das eólicas, em breve teremos espelhos d’água e espelhos solares em harmonia na paisagem de açudes do RN.

Fazendo contas

 

No final do ano passado anunciado um novo projeto no RN, união da Hydro, Scatec e Equinor para um parque fotovoltaico de 480 MW. Por enquanto as empresas estão “conversando” mas, formalmente: uma pré-acordo foi firmado entre as empresas e a confirmação do projeto será anunciada até o final de 2021.

480 MW.

Você fez as contas? Com e sem incentivo?

Os encargos na energia solar

 

Continuando a comparação do “custo-Brasil” para a energia solar que, assim como a energia eólica, utiliza uma matéria-prima gratuita, mas não há como fugir da carga tributária;

Veja o custo para a energia solar (em R$/kW ano):

- Valor de encargos original: 150

- Valor de encargos sem incentivos: 200

A diferença do incentivo é de 33% (relembrando ontem, para a eólica onshore a diferença é de 28% enquanto para a offshore, 11%)

Sol & vento, a melhor dupla sertaneja

 

Mas, a sertaneja original, aquela do Nordeste.

Os primeiros projetos eram apenas parques com placas fotovoltaicas espalhadas em extensas áreas, planas, longe da areia da praia e onde vegetação não “concorre” pelo mesmo espaço.

Atualmente, é a parceria que pretende oferecer a melhor resposta ao investimento: entre uma torre eólica e outra, algumas placas ou, se você preferir, entre umas placas e outras, uma torre. Os novos projetos tentam reduzir alguns custos para melhor rentabilizar o investimento: o residual (proporcionalmente) com o arrendamento da área, em uma mesma área são instalados os dois tipos de equipamentos, e outro mais efetivo, a rede de transmissão de energia até as linhas de distribuição, em uma mesma infraestrutura para escoar a energia produzida em uma mesma localidade.

E qual a economia de escala nesta produção conjunta? O relatório da EPE sobre Energia 2030 não expôs detalhadamente. Mas, trouxe alguns números (faixa Capex R$/kW):

- Fotovoltaica R$ 3.000 a R$ 5.000

- Fotovoltaica flutuante R$ 3.800 a R$ 6.500

Relembrando os valores para as eólicas:

- Eólica (onshore) R$ 3.200 a R$ 5.000

- Eólica (offshore) R$ 9.800 a R$ 16.800

Comparando com outra fonte bem presente no Nordeste e também no RN:

- Biomassa (bagaço de cana) R$ 2.000 a R$ 5.000

O investimento (parâmetro Capex) já é menor para as fotovoltaicas. Em dupla com eólica, a proposta parece ser ainda melhor.

A hora do sol?

 

Ontem comentei que a previsão para 2030 é de que 87% de toda a energia elétrica produzida no Brasil tenha como fonte uma matéria-prima renovável: água, biomassa, sol ou vento. É, por enquanto, uma equação irreversível considerando estes quatro componentes. Ainda há incertezas quanto ao futuro visto que a produção de energia a partir do chamado hidrogênio verde avança em vários países e parece confirmar-se como uma perspectiva viável, ainda que o horizonte deste tempo futuro não esteja totalmente definido.

Antes, aqui no Brasil, tivemos alguns ciclos, entre iniciados, concluídos e eternamente inacabados:

- Hidrelétrica: já foi a “única” opção, mas as novas grandes represas mostram-se menos promissoras para o(s) próximo(s) decênio(s).

- Nuclear: da ideia à ironia do vaga-lume, Angra continua sendo um projeto.

- Termelétrica: solução emergencial que durou mais do que previsto, mas ainda a custo elevado continuará importante até pelo menos 2030.

- Eólica: a “sensação” dos últimos 15 anos, principalmente, como torres e pás gigantescas espalhadas em várias cidades, sobretudo no RN.

- Solar/fotovoltaica: a “novidade” para a qual parte do mercado tem migrado e que pretende ser tão impactante quanto as eólicas. A seguir!

Um bom exemplo desta crescente demanda por energia solar/fotovoltaica foi o recente anuncio de mais um projeto da Voltalia no Rio Grande do Norte; um mix com a sua produção de energia eólica.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Os ventos do futuro no RN

 Os comentários de hoje serão sobre a energia eólica, a partir da perspectiva do plano decenal “Energia 2030”.

Energia é renovável no Brasil de 2030 (gráfico)

.Imagem incorporada

A nossa cara energia dos ventos

 

O tão conhecido “custo-Brasil” é instransponível, mesmo quando a matéria-prima é de graça. O vento, insumo único das eólicas, é verdade, não é comprado. Mas, as máquinas e equipamentos, os serviços contratados e tudo que será comprado sofrem com a carga tributária.

Veja este custo para as eólicas (em R$/kW ano):

- Eólica onshore:

Valor de encargos original: 180

Valor de encargos sem incentivos: 230

- Eólica offshore:

Valor de encargos original: 450

Valor de encargos sem incentivos: 500

Anotou a diferença? 28% para eólica onshore e 11% para offshore.

A capacidade instalada

 

A capacidade instalada na produção de energia eólica no Brasil foi estimada pela EPE em 18.960 MW para a eólica e a fotovoltaica, não fazendo a distinção entre uma e outra. Este valor refere-se a dezembro de 2020.

Para dezembro de 2025 a estimativa é de 25.135 MW, representando 15% do total. Já a previsão para dezembro de 2030 é a mesma. A diferença, no total das fontes de energia elétrica em 2025 e 2030 é que está estimada uma perda de importância das termoelétricas e um aumento da produção em hidrelétricas.

Curiosamente, não houve projeção de aumento de energias eólicas e fotovoltaica. Mas, com um detalhe: os dados do EPE referem-se à produção contratada pelo Sistema, ou seja, não estima a produção contratada diretamente pelo setor privado.

Quanto investir em uma eólica?

 

Os parâmetros não são iguais em todo o território nacional, a questão da logística do transporte das peças gigantescas, dos acessos aos locais dos parques, além dos impostos e custos com arrendamento da área variam bastante e modificam a viabilidade do investimento. Mas, certamente, é o resultado da “força do vento” que definirá a rentabilidade de um parque eólico, ou seja, qual a receita que será gerada face às despesas previstas? O preço de venda não é pré-definido na maior parte dos projetos pois dependerá do resultado de cada leilão, mas a experiência e os preços internacionais (a maior parte dos insumos) já balizam qualquer tentativa de aventurar-se – positivamente – no negócio.

Um bom parâmetro para saber quanto investir em eólica é avaliar o Capex do projeto que, de acordo com a EPE, é seguinte:

Eólica (onshore): entre R$ 3.200 e R$ 5.000.

Eólica (offshore): entre R$ 9.800 e R$ 16.800

A título de comparação:

Biomassa (bagaço de cana): entre R$ 2.000 e R$ 5.000

Nuclear: entre R$ 22.000 e R$ 29.400

(Capex: CAPital EXpenditure é a despesa de investimento tais bens, equipamentos e instalações).

Energia é renovável no Brasil de 2030

 

A previsão para 2030 é de que 87% de toda a energia elétrica produzida no Brasil tenha como fonte uma matéria-prima renovável: água, biomassa, sol ou vento. As térmicas, por exemplo, ficariam com 11% deste total no final do decênio. Esta é uma realidade que vem mudando ao longo dos anos mais recentes, como mostra o gráfico. Alguns fatores ajudam a explicar esta mudança de cenário em um pais tão acostumado a ouvir falar da imponência das hidroelétricas, as gigantescas obras que fariam a diferença na economia e sociedade nacional.

O primeiro deles, e primordial, é a questão ambiental: uma nova hidrelétrica, de grande porte, torna-se cada vez mais improvável não somente pelas condições naturais mas, principalmente pela crescente dificuldade em obter-se todas as licenças em tempo hábil.

O segundo deles, também primordial, é a questão financeira: uma nova hidrelétrica exige um volume de capital muitíssimo elevado e somente capital público incentivado (BNDES, por exemplo) não parece ser suficiente, dependendo de um grande (ou mega) investidor internacional disposto a assumir todos os riscos.

A tendência, portanto, quase “natural” é o aumento da participação da energia renovável na matriz de produção brasileira; uma matriz “seca”, menos dependendo de lagos e rios para garantir o abastecimento das hidrelétricas.

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

A surpresa 3R hoje na Bolsa

 

A 3R Petroleum começou o dia com uma surpresa positiva depois da avaliação.

 

Mas, o Ibovespa hoje derrubou quase tudo!

A ação da 3R que chegou a R$ 37,35 ao longo do dia, terminou em R$ 35,60, com aumento de 0,51%. Bem melhor do que a Ibovespa, em queda de 0,49%.

O petróleo é nosso & global

 Os comentários de hoje serão sobre o petróleo, na perspectiva do plano decenal “Energia 2030”

Você compraria ações da 3R Petroleum?

 

Você compraria ações da empresa?

Ontem, segunda-feira, a ação encerrou o pregão em R$ 35,42.

Ainda não há tanto petróleo jorrando, mas o lucro financeiro dos investidores-acionistas está valendo mais do que qualquer barril do tão cobiçado ouro negro.

Se você foi investidor de “primeira hora”, em 13 de novembro do ano passado, parabéns, as festas de final de ano devem ter sido muito boas; se você começou apenas em 2021, ainda não é hora de comprar o champanhe.

Petróleo do RN na Bolsa de Valores

 

O petróleo do RN está, ou melhor, estará na Ibovespa indiretamente com a 3R Petroleum, sociedade anônima que adquiriu os direitos de exploração de 34 campos maduros que a Petrobras colocou em leilão. Apesar de até então pouco conhecida no Estado, a 3R tem registrado um capital social de mais de 1 bilhão de Reis! Mais exatamente, R$ 1.248.460.354,98.

A empresa é uma investidora em negócios e tem em seu grupo gestor dirigentes especializados na área; não é meramente um investimento especulativo, embora tenha seguido o “roteiro” neste sentido: 50,5% de seu capital está nas mãos de 2 fundos de investimento e, mais recentemente, foi se capitalizar na Ibovespa, quando alavancou R$ 690 milhões na oferta de ações, no início de novembro do ano passado.

A estreia na Bolsa foi no dia 13/11/20 com a ação cotada em R$ 20,90. O primeiro dia foi ruim, uma perda de 0,28%, fechando o mercado com R$ 20,80.

Mas, de lá para cá, nestes pouco mais de dois meses, tudo mudou. Em 30/12, para encerrar o ano, a ação terminou o dia em R$ 37,20. Você fez as contas da valorização em quase 60 dias?!

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E as refinarias de pequeno porte?

 

O planejamento da EPE para 2030 não utiliza dados das refinarias de pequeno porte. E justifica informando que os projetos para Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro ainda não tiveram autorização para construção por parte da ANP.

O RN com sua refinaria de pequeno porte não está no relatório. Recentemente foi divulgada a possibilidade de tal investimento no Estado, um projeto que estava sendo pouco divulgado propositalmente, a empresa (ou empresário-líder) preferiria ficar nos “bastidores”.

O adiamento dos investimentos, resultado do Covid-19, atingiu todos os segmentos, muito certamente a segunda refinaria do RN deve estar ritmo de estudos mais lento; a acompanhar, portanto, ao longo do ano sobre o potencial provável concorrente de Clara Camarão. E esperar que o investidor invista mais em marketing pessoal/empresarial

Um refino, outras refinarias

 

O refino de petróleo no Brasil não parece ser um problema no estudo Energia 2030 não somente pela capacidade atual, como também em função das projeções para o fim do decênio indicadas – como apontado aqui –, de que o Brasil será um bom exportador de petróleo.

Atualmente são 18 as refinarias autorizadas pela ANP a funcionar no Brasil. A desproporção em termos de capacidade de refino é nítida: a maior delas, por exemplo, a Refinaria de Paulínia, tem capacidade para processar 434 milhões de barris/dia, quase 20% da totalidade capacidade instalada registrada no Brasil em 2020.

A nossa refinaria, a título de comparação, tem uma capacidade estimada em 38 milhões de barris/dia, ou seja, a refinaria paulista é cerca 11,4 vezes maior do que a potiguar.

A Clara Camarão é a 12ª do Brasil; as outras 6, somadas, quase se equipararam à nossa, com capacidade de 50 milhões de barris/dia. Esta outra comparação quase justificaria a ideia de que temos, na verdade, uma “mini refinaria”.

US 415 a 445 bilhões em investimentos

 

Esta é a expectativa de novos investimentos no Brasil em exploração e produção de petróleo entre 2021 e 2030, considerando os valores da Petrobras.

A produção nacional deverá crescer 61,3%. O consumo nacional deverá crescer 24,6%. E, consequentemente, o chamado excedente será exportado, representado pelo aumento de 122,0%, na estimativa para 2030.

Um outro dado interessante é que se em 2021 exportamos cerca de 60,6% do consumo nacional, em 2030 as exportações serão equivalentes à 107,9% do consumo; em outras palavras, produziremos mais petróleo para abastecer a demanda global do que ao mercado interno.

O estudo não detalha a origem da produção por estado (ou bacia de produção). Este incremento acentuado colocará mais pressão na produção potiguar afinal, o maior volume tenderá a oferecer melhor proposta de exploração em grandes áreas visto o efeito escala na redução dos custos. Consequentemente, a pequena produção poderá ficar ainda menos competitiva e isto afetará os resultados nas empresas que exploram petróleo no RN. A situação poderá ser diferente? Sim, mas dependerá essencialmente de dois aspectos externos: preço do petróleo no mercado internacional e cotação do dólar; se estes dois preços aumentarem, bom para as empresas, ruim para os consumidores.

Habemus petróleo!

 

De 3,3 milhões de barris/dia, em 2021, para 5,3 milhões de barris/dia em 2030, esta é a previsão, com todo otimismo da EPE para a produção nacional de petróleo. Em uma década, neste ritmo, o crescimento da produção será de 60,6%, um índice tão positivo assim deve-se principalmente ao Pré-sal.

Atualmente, esta “nova” fronteira de exploração representa cerca de 62% do total do País e alcançará, em 2030, 79% de todo óleo bruto extraído no Brasil. Isto deve-se a dois fatores principais: a capacidade de expansão no Pré-sal e a redução da capacidade de produção em outros campos (por exemplo, a produção em terra, atualmente, é menos de 3% do total).

A política de desinvestimento da Petrobras tem afetado este modelo: a estatal anunciou que nos próximos 5 anos desenvolverá 13 projetos, dos quais 11 no Pré-sal.

O RN continuará sendo um produtor residual, neste contexto. Isto não significa perda de importância no contexto local-estadual mas, significa que a província petrolífera potiguar estará nas mãos da iniciativa privada no decênio atual. E dependerá de seus investimentos.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

O Brasil e o gás do Pré-sal

 

A projeção da EPE para a oferta de gás natural produzido no Brasil em 2030 é de um aumento de 79,6% mas, a oferta originária do Pré-sal aumentará apenas 25,8%.

Já o patamar de importação deverá manter-se estável até 2030. O incremento virá, portanto, de outras áreas exploradas isoladamente ou em conjunto com petróleo. A EPE não detalha quais seriam as outras áreas; haveria expectativa, então, em relação à chamada Bacia Potiguar?

Oferta de gás via terminal marítimo?

 

Ainda não é realidade no Brasil, mas é uma expectativa quando se fala em aumentar a oferta de gás natural para reduzir o preço final ao consumidor: “terminal marítimo de regaseificação”. A ideia pode ser simplificada na descrição de um navio, ao largo, com gás natural e um sistema de transporte até uma estrutura terrestre que armazenará e distribuirá o produto.

Exige, sem dúvida, uma grande parceria financeira, logística e ambiental. Do ponto de vista ambiental são várias as licenças: para o terminal marítimo, para o sistema de transporte e para o próprio terminal terrestre. Quanto à definição logística, já há tecnologia suficientemente disponível para sua implementação e o RN, no seu litoral ao Norte tem um mar calmo e áreas com reduzida adversidade climática.

A questão financeira, no entanto, é mais sensível: o investimento é elevado e exige uma coordenação completa com operadores diferentes, produtores de gás, transportadores marítimos e estação terrestre, sem falar no risco ambiental na obtenção de todas as licenças.

Não é um projeto inviável para o RN, mas uma ideia que requer bom planejamento e um excelente investidor capitalizado (da China?).

A demanda industrial, residencial, comercial e de transporte

 

A demanda de gás natural para 2030 deverá aumentar 28,6% para atingir 45 milhões de m3/dia para os segmentos industrial, residencial, comercial e de transporte.

No entanto, este não será o melhor mercado consumidor para o setor produtivo de gás visto que a demanda total alcançará 147 milhões de m3/dia em 2030. O maior consumo ficará com as termelétricas, um aumento de 58,1% no período (para um consumo total estimado em 79 milhões de m3/dia).

Este cenário revela que, apesar dos 28,6%, o gás natural não terá grandes margens de crescimento nas indústrias, comércios, residências e transportes. E são estes os principais os segmentos com maior número de consumidores no RN.

Ainda há margem para novos clientes, mas a expansão não será a mesma no horizonte estadual.

Os preços do gás natural

 

O preço do gás natural é um dos parâmetros de referência para a evolução da demanda e da oferta no Brasil seja em função da produção nacional seja em função da importação (via gasodutos ou navios-transportadores).

A EPE-Empresa de Pesquisa Energética, responsável pelas projeções para este decênio, trabalha com 3 hipóteses de preços para os próximos 10 anos, observando a situação econômica nacional-internacional, apesar dos efeitos do Covid e a da impossibilidade de previsão do encerramento de seus efeitos principais (2021? 2022?).

O preço é calculado em dólar (é a referência global para o gás) e, consequentemente, quando aplicada em moeda nacional, poderá haver ajustes em função das importações realizadas. O primeiro cenário é o de “trajetória de alta” (efeitos diretos do preço do petróleo), o segundo é o de “trajetória de referência” (padrão) e o terceiro é o de "trajetória de baixa” (redução de custos de produção e de transporte).

Os preços variarão de US/MMBtu 13,9 até 20,4 entre 2021 e 2031 para a “trajetória de alta”, de US/MMBtu 10,7 até 12,3 entre 2021 e 2031 para a “trajetória de referência” e de US/MMBtu 8,6 até 9,5 entre 2021 e 2031 para a “trajetória de baixa”.

As projeções mostram preços com grandes diferenças e são os cenários que a Potigás, empresa do RN, deve trabalhar para reduzir o valor final para seus clientes.

domingo, 17 de janeiro de 2021

“Energia 2030” é o tema da semana

 Os textos desta semana estarão centrados na temática “Energia 2030” apresentando alguns fatos e números sobre as perspectivas e projeções da situação no Brasil para consumo e produção para o ano de 2030.

Os principais assuntos comentados a partir de amanhã são:

- gás natural

- petróleo

- eólica

- solar

- produção offshore