Uma escola – ou a educação – tem pelo menos dois lados: o
aspecto físico, material, de todas as coisas, e o aspecto letivo (educacional,
pedagógico e outros sinônimos), o professor em sala de aula.
A questão física (ou estrutural) demanda sempre muitos
esforços, com a vantagem de que algumas ações, bem trabalhadas, tornam-se soluções
mais duradouros (reformas, equipamentos, logística etc). A gestão é essencial,
nestes casos.
A questão educacional demanda sempre muitos esforços,
também, com ações contínuas e repetitivas, isto é, uma solução pontual
resolverá um problema pontual, muito provavelmente não se estenderá além disto,
exceto se contínua e repetitiva.
Por isto, uma ideia, de que haja aulas nas escolas
públicas (pelo menos) uma vez por semana. Mas, antes de avaliar que é a redução
de conteúdo, professores etc, é justamente ao contrário! Estas aulas aos
sábados seriam aquelas ditas de “reforço”, na verdade um complemento, uma
revisão (não concordo muito com o nome de aulas de “reforço” na educação infantil)
que seriam programadas durante todo o ano letivo para acontecer pelo menos 1
sábado por mês, e poderiam ser pela manhã e/ou na parte da tarde.
Qual a lógica? Na educação pública o mundo ideal dos
livros de Pedagogia e das políticas traçadas não acontece com a intensidade que
a teoria tenta nos convencer. Sem entrar no mérito de questões polêmicas que
mudariam o foco da crítica a este comentário, ficarei com a realidade de que
alguns estudantes acabam perdendo aula, e isto por vários motivos, alguns
professores chegam atrasados, às vezes há transtornos externos que impedem a
aula completa (desde o ônibus escolar que “quebrou” ao dia de jogo de futebol
ou evento festivo que impede o acesso seguro à escola; e outros tantos) e
tantos outros...
E mais: quem já foi estudante ou professor atento sabe
que o comportamento em sala de aula pode, algumas vezes, atrapalhar o andamento
do conteúdo e até mesmo inibir o desempenho de alguns alunos que querem
aprender mais, perguntar, entender, satisfazer a curiosidade no assunto etc.
Uma aula por sábado
Esta aula seria voluntária. Para os alunos, que seriam
convidados a participar deste evento, com toda a infraestrutura que a escola
pode oferecer, da merenda à disponibilidade da biblioteca, computadores etc.
Para os professores e gestores da escola seria compulsório. Lembrando que é uma
vez por mês, portanto não seriam todos os professores em todos os sábados, um cronograma
bem trabalhado (algo, neste caso, muito fácil de fazer) e divulgado com
antecedência permitiria que esta equipe se programasse com eficiência. Compulsório,
mas claro, com a devida remuneração. E nada impede, vamos lembrar, firmar parcerias
com instituições de ensino e associações para que possam colaborar com
estagiários, professores e outros profissionais que se disponham a trabalhar
neste sábado. Lembrando, de novo, não é algo irreal: alguns são voluntários para
coletar lixo na praia, pintar escolas etc em pleno sabadão ou domingão; o que o
bom marketing não é capaz de proporcionar?!
Simples, mas não tão fácil; de começar
A ideia é simples, mas não tão fácil apenas de começar.
Mudam o perfil e o formato tradicional da estrutura escolar, no aspecto físico
e humano. O esforço não é pontual, nada de muito pesado, acredito, mas o resultado
pode ser muito mais duradouro, principalmente para as crianças mas também, e
vale a pena a Pedagogia avaliar, para os professores: com alunos melhor
preparados ao longo do tempo, as aulas – e o conteúdo – podem ter melhor
fluidez e resultado.
Aulas, apenas 1 sábado por mês. Neste formato. É uma ideia.