quarta-feira, 31 de março de 2021

Produtos para o turismo de luxo

 

Turista de luxo exige qualidade e (quase) exclusividade: que produtos potiguares temos para oferecer? Os comentários de hoje são sobre este assunto.

Um travesseiro

 

Volto ao tema do travesseiro que mencionei ontem reatando a experiência de um hotel (em Pipa) que pretendia lançar um “cardápio de travesseiros”.

Vou utilizar um exemplo de uma empresa francesa, algo mais fácil pois quando falamos de produtos de qualidade e de exceção, há bons exemplos.

O que você diria de comprar um travesseiro (com edredon) por algo em torno de R$ 15.000,00? Isto mesmo, quinze mil reis ou se você preferir pagar em Euro, 1.900. Claro, trata-se de uma edição especial, exclusiva para poucos que tem nome de série: Saint Germain e foi produzido somente no ano passado. O que tem de especial? Além da marca, tem como composição um edredon em tecido exclusivo com penas de ganso cinza, “selecionadas em uma fazenda de tradição do sudoeste da França”. Além disto, o travesseiro adapta-se à temperatura do corpo...

Luxo (também) é isto.

Mais “em conta”

 

Mais “em conta” tem o travesseiro composto por penas de ganso branco da Moldávia ou outra versão, com penas de pato branco Sticky. Observe que os bichos têm origem, não é ganso de qualquer lugar nem pato de qualquer tipo.

Preço? Bagatela de 450. Euros, claro.

Onde encontrar?

 

Na loja da empresa, claro, que pode até mesmo bordar suas iniciais (mas, não se impressione, tem uma taxa extra) ou em alguns hotéis do mundo. Nenhum no RN nem no Brasil. O “mais perto”, Sofitel Lisboa. Mas, não é este travesseiro especial, é outra da mesma empresa que você comprar por Euro 190.

Tudo isto tem futuro?

 

Se você pensar em hotelaria de luxo, sim. É nesta classificação, nesta divisão ou mais precisamente, neste modelo de conceito que a hotelaria de luxo trabalha.

Nada impede que tenhamos no RN algo parecido mas, temos ter produtos exclusivos globais tal como produtos exclusivos locais.

Nossa lista

 

Podemos oferecer cardápios de exclusividade que poderiam compor os hotéis com foco no luxo. Pensei alguns itens:

- bordados exclusivos do Seridó, com temas discretos e regionais;

- cachaça artesanal, série limitada, com produção diferenciada;

- charcuteria (salames) defumados com ervas-plantas locais;

- flor de sal aromatizada com combinações para os devidos acompanhamentos (frutas, carnes etc);

- mel de diferentes origens e “sabores”;

E outras criações e ideias que poderiam criar uma identidade e identificação regionalizada.

terça-feira, 30 de março de 2021

Turismo de luxo

 

Turismo de luxo para turistas de luxo e a baixa concorrência no mercado potiguar. Os comentários de hoje são sobre este assunto.

Nem todo turista quer turistar

 

Nem todo turista é igual, isto é óbvio, não somente em função do tipo de hospedagem que escolhe como também do tipo de programa que decide realizar na cidade. Isto sem falar no conceito de turismo de negócios, aquela pessoa que vai participar de um evento, a trabalho, e que nas horas livres resolve incorporar o papel de turista. Há várias formas de classificar o turismo e o turista e os segmentos econômicos que deles dependem sabem bem como direcionar sua propaganda e sua oferta de serviços.

Muito provavelmente não teremos um albergue, no estilo modernizante da palavra, um hostel, participando de salões internacionais de turismo nem mesmo anunciando em páginas de tradicionais gigantes do setor de reservas.  Há foco e foco ou, há muitas formas de segmentar.

O exclusivo

 

Um dos segmentos é o turismo de luxo. De luxo no sentido do valor necessário para desfrutar dos serviços oferecidos pelo hotel como também da forma como é tratado. Estamos acostumados a ver na tv-internet hotéis grandiosos, principalmente em Dubai e países vizinhos, que ganharam notoriedade pelas extravagâncias nas decorações. Não deixa de ser, também, um turismo de luxo, que se pauta pelo preço pouco acessível e, por isto, ao excluir a possibilidade de acesso, torna-se quase exclusivo.

Não é incomum aprender que as suítes principais (real, master, presidencial etc) custam 10, 15, 20 mil dólares ou bem mais por uma noite em verdadeiros apartamentos de 200, 300 ou mais metros quadrados.

A exclusividade

 

Mas, há outro turismo de luxo. E bastante apreciada por milionários que transferem a riqueza de geração para geração, mantendo um patamar tão exclusivo que nós, mortais e comuns, sequer conhecemos. São pessoas (ou famílias) que podem gastar 100 mil dólares em um final de semana diferenciado, em uma ilha diferenciada ou em uma ocasião diferenciada (celebrando casamento, contratos etc).

E o que os transforma tão exclusivos estes turistas de luxo? A resposta é simples: eles podem repetir com alguma frequência este programinha...

Chegamos perto

 

Chegamos perto. Ou talvez quase. Temos aqui hotéis de luxo com valores bem elevados para uma diária ou um final de semana. Nada comparável com Dubai ou outros hotéis de luxo em Paris, Nova Iorque ou Genebra, mas é possível encontrar uma diária por mais de R$ 1,5 mil (ou era, antes da pandemia e, acredito, da queda de preços desde então). As poucas experiências que vi (não vivenciei, infelizmente) não pareciam apresentar algo muito cinematográfico, embora fora do comum ou do tradicional dos serviços ofertados no RN.

Alguns dos poucos exemplos que conheço:

- Apartamento grande e completo com piscina (grande) exclusiva e possibilidade de deslocamento via helicóptero (mas não sei onde era a pista de pouso); e

- Apartamento-chalé completo, incluindo banheira de hidromassagem na varanda do apartamento.

Chegamos perto: travesseiro

 

Nos tempos gloriosos do turismo e dos investimentos de estrangeiros em Pipa fui à inauguração de um hotel diferenciado para o padrão da época. Além de mito bem decorado, havia várias opções de espaços entre os apartamentos e os chalés disponíveis, alguns deles com direito a cozinha completa, toda equipada com as modernidades existentes.

Mas, o mais exclusive era a questão dos travesseiros! Isto mesmo, o hotel oferecia um “cardápio de travesseiros” para que o cliente escolhesse o tipo de tecido e a composição interna; claro, em função da acomodação escolhida havia um adicional para mudar o travesseiro.

Fiquei impressionado e até hoje não vi algo parecido aqui no RN; em ouros hotéis é até possível encontrar esta opção (amanhã comentarei mais), mas todos fora daqui.

Chegaremos perto

segunda-feira, 29 de março de 2021

Made in RN

 

Produtos “made in RN” teriam oportunidade de alcançar novos mercados e consumidores potiguares?

 Os comentários de hoje são sobre este assunto.

Onde estão?

 

Faz um ano que as restrições de deslocamentos começaram, voluntariamente, e depois  as restrições formais. Uma das consequências foi que o consumo doméstico aumentou bastante, afinal muitas pessoas começaram a ficar bastante tempo em casa e uma das alternativas passou a ser uma maior dedicação à culinária, gastronomia etc. Alguns engordaram e muitos descobriram novos produtos para variar o cardápio do dia a dia.

Os restaurantes migraram, para quem tem a arte de dominar os segredos da cozinha profissional para dentro de casa. E como muita gente passou a almoçar e jantar todos os dias em casa, variar a alimentação foi valorizado.

Compras on line ou off line

 

As compras de alimentos prontos, lanches ou refeições, aumentaram sensivelmente. Muitos aprenderam a fazer o pedido on line, utilizando-se de aplicativos enquanto outros seguiram o método off line: telefonar para saber o cardápio do dia e fazer o pedido.

A compra de alimentos encontrou muitos novos clientes.

Novas velhas descobertas

 

Mas, as compras seguram o padrão de novas velhas descobertas, ou seja, os pedidos foram mais direcionados para aqueles estabelecimentos mais conhecidos. E curiosamente, a preferência foi por pratos preparados. Acho que não percebi comentários sobre o aumento na venda, por exemplo, de temperos, doces, queijos etc. E vi pouco sobre alimentos regionais, marcas locais.

Teria sido ausência de divulgação?

A oportunidade

 

Esta teria sido, provavelmente, a melhor oportunidade de aumentar o consumo de produtos regionais, made in RN. Temos muitas opções de produtos geograficamente territoriais tão quanto gastronomicamente classificados como gourmet ou para utilizar um termo bem valorizado no RN, do terroir (aqueles que têm uma característica bem regional).

Ação conjunta

 

Não temos associações de produtores locais ou uma outra forma de organização estruturada que envolva todos os produtos regionais. Mas temos algumas boas representações segmentadas tais, sal (flor de sal), doces e biscoitos caseiros, pimenta, mel e, claro, sem esquecer os queijos.

A lista pode ser ampliada, sem dúvida: camarão, ostra, rapadura, licor, tapioca etc.

Parafraseando

 

Conheça o RN, saboreie, aprecie e coma o que foi feito aqui. Feito no RN, especialmente para quem é do RN. São muitos produtos made in RN, melhor consumir sem exagerar... na moderação.

sábado, 27 de março de 2021

1

 

UMA semana é o tempo que resta para os supermercados venderem seus estoques de ovos de Páscoa. Este ano, novamente, os supermercados reduziram muito seus espaços de vendas destes chocolates e, pelos preços praticados, a queda no faturamento será elevada.

2

 

DOIS finais de semana é o tempo que falta para encerrar o ciclo inicialmente previsto com maiores restrições às atividades econômicas e ao deslocamento de pessoas no RN. A nova dúvida é se a gravidade do contágio exigirá prorrogação desse prazo.

3

 

TRÊS meses foi o período definido pelo Governo Federal para prorrogação do imposto do Simples Nacional a começar a partir da competência de março que teria o vencimento em abril e agora, passa para julho e agosto.

sexta-feira, 26 de março de 2021

Mocó, uma fiação de renome

 

Mocó tornou a fiação literalmente Famosa. Hoje, não mais. Conhecemos menos a Fiação de Algodão Moco S/A-Famosa.

Os comentários de hoje são sobre este assunto.

A Famosa que já foi mais famosa

 

Hoje conhecemos a Agrícola Famosa, a maior exportadora de melão do Brasil, com suas fazendas no Oeste do Estado e sua sede comercial em Mossoró.

Mas, quem é das antigas, se lembrará de outra Famosa, muito famosa, a Fiação de Algodão Mocó S/A-Famosa. Funcionou durante anos em Parnamirim, já na saída da cidade para São José de Mipibu, às margens da BR. Muita gente não conheceu a empresa funcionando mas, muita gente viu o que restou dos prédios que, enquanto tinham outra ocupação, não se transformaram em ruínas.

Bodas de prata

 

Esta Famosa está completando bodas de prata. Não de atividade, claro, mas de paralisação. A última peça produzida na indústria foi no distante ano de 1996.

Apesar de não estar mais em atividade, seu CNPJ continua ativo, a sociedade anônima resiste ao tempo e, como toda S/A, anualmente publica seu balanço. A Famosa publicou seus dados de 2020 ontem.

Um italiano

 

A Famosa foi consequência de uma imigração, do italiano Guilherme Giorgi, que nasceu em 1877 e veio com a família para o Brasil no ano de 1891, quando era apenas um adolescente, aos. Em 1911 criou sua primeira empresa industrial, migrando do comércio na capital paulista para a Guilherme Giorgi & Cia. Começava aí o seu império industrial.

Atualmente os negócios da família Giorgi estão com a 3ª ou 4ª geração. As atividades diversificaram ao longo dos anos, embora o foco inicial tenha sido a indústria têxtil (não sei se as outras empresas familiais deste setor estão ainda atividade).

Um salgado doce negócio

 

Um produto que nós conhecemos aqui no RN e que tem vínculo com a família Giorgi é o sal. Mas, o investimento não foi em salinas no Estado. A salina que produz o Sal Cisne é carioca, em Cabo Frio. Nem todos os atuais sócios têm o sobrenome Giorgi mas, no que se refere o número de diretores, são a maioria.

Um menos doce negócio

 

Aqui a Famosa continua seus registros contábeis, ultimamente aumentando o prejuízo: em 2019 foi de R$ 104,7 mil e no ano de 2020 foi ainda maior, da ordem de R$ 1,1 milhão (decorrente dos pagamentos de impostos e taxas além de despesas financeiras).

A conta continua salgada: prejuízo acumulado já soma cerca de R$ 79,0 milhões.

A unidade fabril tem como endereço atual um escritório ou sala comercial na av. Maia Lacerda Montenegro, 2990.

Mocó, dos tempos áureos

 

Já tivemos nosso ouro branco, o algodão mocó, uma variedade bastante adaptada ao clima potiguar mas que não resistiu à parceria do bicudo com a bicuda, quando estes besouros chegaram aqui destruíram esta nossa riqueza.

Dos tempos áureos deste ouro de cor branca ficaram muitos registros, muitas histórias. Muitos ciclos se encerraram, um deles foi o da Fiação de Algodão Moco S/A-Famosa.

quinta-feira, 25 de março de 2021

O impacto dos “delíveris”

 

A pandemia do Covid-19 ampliou o mercado de entregas, principalmente por motos; nunca a ideia do delivery esteve tão presente.

. Os comentários de hoje são sobre este assunto.

Uberização colateral

 

A pandemia Covid-19 tem produzido alguns efeitos colaterais nos moldes do falso-positivo (mas, antes de continuar, melhor prevenir em tempos de desconfiguração de mensagens: quaisquer que sejam os efeitos positivos da pandemia Covid-19, estes não superarão os efeitos negativos, principalmente para aqueles que perderam amigos e familiares).

Um dos efeitos colaterais foi a uberização do serviço de motoqueiros: e a cada proibição de concentração e abertura de bares e restaurantes, a demanda aumenta. Para quem está sendo contratado e quem está contratando, não deixa de ter algum aspecto positivo, gera renda. Uma renda precária, no entanto. Quem passou a contratar estes serviços encontrou uma forma de girar a atividade empresarial e quem está sendo contratado sabe que, passando os efeitos mais graves da pandemia, a demanda cairá sensivelmente.

Uber, Urbers

 

Todas as críticas foram apontadas para os serviços Uber a ponto de significar, a uberização, sinônimo de trabalho precário, de alternativa por falta de opção, de rendimento reduzido etc. Mas, para quem investiu nesta opção, apesar de todas as críticas, a percepção era maior quanto aos benefícios, afinal se a renda não era esperada, era pelo menos uma renda. Quase o formato “’ruim com ele, pior sem ele”. Para outros, símbolo da modernidade.

Uma modernidade que não demorou para chegar em Natal e hoje é uma realidade 100% globalizada. A cada manifestação contra o preço do combustível é impressionante ver a quantidade de pessoas que compraram um carro para trabalhar com Uber ou seus concorrentes (caberia, no mínimo, um estudo para saber quanto este segmento contribuiu com a indústria automotiva).

O “modelo” paulista de motos em Natal

 

Os motoboys sempre foram criticados em São Paulo, a cidade com maior número de motoqueiros e, muito certamente, com maior número de acidentes urbanos e maior número de retrovisores quebrados. Impossível circular em São Paulo sem ter que prestar atenção às motos.

Não estamos em Natal neste modelo, nesta sobrecarga, nesta disputa pelas ruas. Mas, há uma saturação que se aproxima sem uma solução ou alternativa nas avenidas principais.

Um privilégio para motos, compartilhado

 

Temos algumas avenidas com trechos exclusivos para ônibus. São as principais avenidas e a faixa exclusiva, embora pensada primordialmente para facilitar o deslocamento de pessoas em transporte público, acaba beneficiando a todos no trânsito.

Será que não seria viável outra inovação: faixas bi-exclusivas (se você preferir, faixas compartilhadas) para ônibus e motos. Mais espaço para todos, menos acidentes provavelmente e mais retrovisores preservados.

Uma outra uberização

 

Se uberização é precarização, mesmo com seus resultados positivos, quem sabe as faixas uberizadas também não gerariam outros efeitos positivos?

quarta-feira, 24 de março de 2021

Uma mina, um milhão de reais e alguns milhões de quilos

 

 A Mineração Tomaz Salustino S/A, de Currais Novos, revelou seus números do ano de 2020, com um lucro de cerca de R$ 1 milhão. Os comentários de hoje são sobre este assunto.

Uma mina é sempre uma mina

 

Uma ideia de mina é sempre mais apreciada do que a ideia da própria mineração talvez pelo ideal mais popular de associar uma mina à riqueza, principalmente pelos anos de filmes roliudianos que mostravam a exploração do Oeste norte-americano e o ouro abundante (pelo menos nos filmes).

Com o passar dos anos e principalmente com o passar dos desastres ambientais na exploração mineral, perdeu-se bastante a ideia da riqueza dissociada do risco humano. De vez em quando escutamos notícias de mineiros que morreram soterrados em desabamentos subterrâneos, o exemplo do Chile com o resgate de 33 mineiros, em 2010, foi uma daquelas exceções na lista temática destes dramas mas, que não atenuou a imagem do risco. Mais recentemente a tragédia de Brumadinho mostrou que mesmo fora da área de exploração direta há riscos às vezes imensos tanto quanto intensos.

Apesar de tudo, basta saber da cotação do ouro (aliás, em alta já há mais de um ano) que reacende o binômio mina e riqueza;

Mas, e quando a mina não é de ouro? E quando a mina é de um material que pouca gente conhece, que pouca gentes já viu de perto, ou que poucos tocaram no minério ou conhecem efetivamente suas aplicações?

Fica mais difícil, por exemplo, para o caso da scheelita (ou tungstênio), exceto se você interage com o Seridó. E mais ainda se o sobrenome Salustino parece familiar.

Mineração Tomaz Salustino

 

Vou usar (adaptada-adequada) uma cola com a descrição da Mineração Tomaz Salustino tal como ela se apesenta na internet com sua mina, a Brejuí.

- “localizada no município de Currais Novos”;

- “considerada a maior mina de scheelita da América do Sul”;

- “iniciou a exploração de suas atividades em 1943, data da descoberta do minério em nosso município”;

- “em 1954, a mina Brejuí foi constituída empresa com o nome de Mineração Tomaz Salustino S/A”; e

- “sendo concessionário o Desembargador Tomaz Salustino Gomes de Melo”.

Outras pessoas também conhecem aquele local quando circulam pelas estradas do Seridó e muitos estudantes devem, provavelmente, conhecer o museu mantido pela empresa. Alguns turistas, mais curiosos, que entraram na área da mina devem ter conhecido o museu e, com mais um pouco de sorte, devem ter feito uma visita em uma das galerias (que aliás, se ainda persiste este roteiro, indico: vale a pena!).

Um negócio lucrativo

 

A Mineração Tomaz Salustino S/A publicou semana passada seu balanço referente ao ano de 2020. Não consegui localizar a publicação do balanço referente a 2019 e como os dados atuais não demonstram a evolução contábil, não tenho como fazer comparações. Apenas algumas constatações:

- A atividade foi lucrativa em 2020, um “resultado líquido do exercício” de R$ 924,5 mil;

- A receita líquida é elevada, R$ 11,8 milhões no ano passado;

- Houve distribuição de dividendos aos sócios, da ordem de R$ 674,4 mil; e

- O capital social é de R$ 9.915.000,00 divididos em 1.650.00 ações ordinárias.

A Tomaz Salustino, como é mais conhecida, é uma sociedade anônima de capital fechado, ou seja, suas ações não estão cotadas no Ibovespa e isto significa que não há especulação sobre o preço das ações que devem, se for o caso, ser negociadas entre os seus acionistas (se não houver interessados no grupo de proprietários é que seria ofertado ao público externo).

A empresa parece ser lucrativa, tudo indica pelos números de 2020 e pelo valor do “saldo de lucros e prejuízos acumulados” que demonstra ter ocorrido lucro em 2019 mas, aparentemente em bem menor volume do que no ano passado.

Um lucro líquido de cerca de R$ 1 milhão ao ano, mais exatamente cerca de R$ 77 mil por mês, não faz grandes fortunas se há vários sócios ou vários grupos familiares com ações; mas, não deixa de ser positivo.

Aliás, é o que se espera de uma mina, incluindo aquelas de scheelita.

Nossa scheelita do Seridó

 

Yes, nós temos tungstênio e nós exportamos (é o maior mercado comprador). As exportações foram do RN e, portanto, não há como afirmar que foram todas operações da Tomaz Salustino mas, deve ter sido o principal exportador:

- em 2020, US 3,3 milhões;

- em 2019, US 2,9 milhões;

- em 2018, US 3,8 milhões;

- entre 2015 e 2017, US 9,4 milhões; e

- em 2014, US 10,6 milhões!!

Mas, estes números são novos Em outros anos, a crise na exportação foi muito impactante:

- em 2006, US 652.752;

- em 2005, US 108.000;

- em 2004, US   69.797;

- em 2003, US   13.460; e

- em 2001, US 140.548.

Não esqueci o ano de 2002, não: simplesmente não houve registro de exportação.

Incentivos, sim. Proedi em primeiro lugar

 

O Proedi é o melhor programa de redução de custos que uma indústria no RN pode aproveitar. Criado sob o nome Proadi, foi modernizado recentemente e beneficia mais de uma centena de empresas. A Mineração Tomaz Salustino S/A é uma delas, já há algum tempo assegurando sua atividade com este capital de giro indireto (não é injeção de recursos mas, com a redução de mais de 75% do ICMS devido mensalmente, transforma-se em verdadeiro capital de giro indireto: menos demanda de recursos para pagamento ao longo do mês). Não tenho ideia do montante do incentivo recebido pela empresa em mais de uma década mas, suficiente para valorizar o empresariado local e manter as atividades empresariais no Estado. Atualmente, com a mudança do Proadi para o Proedi o incentivo aumentou, a redução do ICMS passou de 75% para 85% (em outras palavras, 10% por mês, no final do ano quase seriam um “13º” no faturamento).

O ano de 2020 foi de crise e 2021 continua nesta mesma perspectiva. Acho que sem Proedi o caixa da empresa seria mais exigido e comprometeria, no mínimo, o lucro. Por isto, e com o diminuição do ICMS devido, o Proedi será bem importante no pagamento dos dividendos (também chamado de lucro dos proprietários-aconistas).

terça-feira, 23 de março de 2021

Praias urbanas, para quê?

 

Morar em uma cidade com praia é um privilégio estadual, nacional e global; quem não tem é saudoso, quem tem nem sempre saúda a tal paisagem como merecia. Os comentários de hoje são sobre este assunto.

Uma praia no meio

 

Várias capitais brasileiras e outras média-grandes cidades têm uma praia no meio de sua área urbana. É claro que não se trata de uma centralidade meramente georeferenciada, a praia não está literalmente no meio da cidade, mas exerce uma outra centralidade que faz do trecho litorâneo um dos aspectos de maior relevância na vida dos cidadãos e, durante os finais de semana e feriados, um dos locais de maior concentração de pessoas. Daí o conceito de uma praia no meio da cidade.

Embora sua importância seja notória e reconhecida mesmo para aqueles que não a frequentam, algumas vezes vemos que as políticas públicas e privadas em benefício da ocupação das praias sejam meras paisagens durante o período eleitoral e pouco esteja intensamente enquanto objeto de ações ou até mesmo de proteções. A centralidade parece até ser exclusivamente temporal, em outras palavras, quando tem sol e dá para ir para a praia, todos se lembram dela, criticam, propõe soluções, encontram culpados etc mas, passado o tempo do sol e a faixa de areia desocupando, voltamos a esquecer da praia.

Toda orla é urbana

 

Nem toda orla é urbana visto que o próprio conceito das praias no nosso imaginário e de todos os turistas é que também é muito bonito e aprazível ter uma praia selvagem (como diriam os franceses). Mas, não se trata de uma praia com selvageria, claro, mas a simples ideia de que a paisagem a prevalecer esteja na faixa e areia, nas pedras, na falésia e no próprio mar. Por isto, exemplificando, ninguém se preocupa em exigir que os 410km do litoral potiguar tenha calçadão e iluminação pública, além de estacionamento, quiosques etc. Queremos – todos – praias em dois modelos, aquela urbana e que está no “meio” da cidade e aquela mais disponível, desacompanhada de uma pista de asfalto ao longo e ao lado da faixa de areia. Este tipo de praia, selvagem, tem muitos defensores de não-urbanização, um ideal que remete ao século XV quando as praias brasileiras eram, no sentido mais literal da palavra, selvagens.

Mas, não é assim que vivemos nas cidades.

Se urbana, urbanizável

 

Se a praia está no meio da cidade, ela é uma área urbana. E, portanto, deve ser toda urbanizada. Espero que não seja entendido como criar calçados no lugar da areia... Mas deve ser entendido o conceito como um espaço que ofereça as mesmas condições que gostamos de apreciar deste lado da faixa de areia: vias de acesso adequadas, iluminação, limpeza, segurança pública, facilidade de abordagem, oferta de serviços e, sempre muito importante, beleza. A beleza deve ser natural em um grande espaço da praia, preservando a beleza da paisagem que a natureza oferece mas, a beleza arquitetônica deve ser tão importante ou mais, afinal ninguém gosta de circular por ruas sujas, com esgotos a céu aberto, prédios e casas caindo aos pedaços, ruas escuras etc. Esta beleza – que é artificial – é concebida pela criatividade humana que consegue transformar a realidade urbana em algo intangível mas absolutamente essencial: todo mundo quer uma cidade bonita, pelo menos seu bairro bonito e, na pior das hipóteses, pelo menos sua rua bonita.

Não vamos acreditar que uma praia bonita é plantar coqueiros (que, aliás, nem é nativo do Brasil e acaba derrubando alguns discursos muito radicais da proteção à natureza “como ela é”). Também pode ser, mas é ainda mais: areia limpa, serviços adequados e regulados etc (em alguns países há o “luxo” e chuveiros no calçadão, sair do banho e tirar o sal do mar e a areia que fica grudada; no Rio de janeiro este serviço às vezes é particular, alguns barraqueiros alugam... a mangueira com água).

Uma privatização à brasileira

 

Em tese, diz a Lei brasileira, as praias são públicas. Em outros países, como a França, as praias podem ser totalmente privatizadas, basta ter uma atividade turística (em geral, um hotel), seguir as normas, pagar pelo direito de uso e pronto, o acesso à faixa de areia é exclusivo e pode ser impedido; tudo conforme a Lei.

Aqui temos algumas praias privadas, pelo menos no conceito nosso de privatização: você tenta se instalar em algum pedacinho e logo vem um barraqueiro dizendo que ali não pode; isto quando você nem consegue tentar se instalar no local, ele já chegou antes de você e/ou deixou as barracas e os locais marcados. E se acha no direito de barrar não seu acesso, você pode passar ali, mas não poderá ficar, trazer sua cadeira e tentar aproveitar a praia. Será barrado, não como na praia da França com o auxílio da força policial, mas com o auxilio da força bruta mesmo!

Algumas praias estão praticamente todas dominadas. Lamentavelmente.

As praias do meio e das pontas

 

Natal tem a sua Praia do Meio e sua Praia de Ponta Negra, cada uma delas com perfil de público diferente, sem esquecer das duas Praias da Redinha, a do lado do rio e do lado do mar. Todas estão em áreas 100% urbanas, ainda que não estejam totalmente urbanizadas seguindo o conceito de que uma urbanização não é a ocupação humana por residências, mas seu ideal, aquele de oferta de bons serviços a todos, inclusive quem frequenta tais praias.

Uma urbanização melhoraria o perfil da cidade e melhoraria a imagem de nossos visitantes, os turistas de quem tanto enaltecemos sua importância econômica mas, para quem não oferecemos as melhores condições de frequentar as praias (em praticamente todo o litoral).

O desafio aqui – e em todo o Brasil – é intenso.

Melhoraria a autoestima da população local, sobretudo para quem a praia está justamente no meio das semanas de trabalho, entre uma e outra, uma opção de lazer em um final e semana aproveitando o privilégio que temos (e que no Estado, País ou no Mundo é para poucos,  ter praia no seu caminho).

segunda-feira, 22 de março de 2021

Turistivids, Os comentários de hoje são sobre este assunto

 Será que em breve haverá os turistivids?

Covid-tour já começou

 

O Codif-tour já começou no mundo, inaugurado oficialmente pelos Emirados Árabes Unidos e Cuba e, extraoficialmente, pela Rússia. A ideia é bastante “simples": você pode comprar um pacote turístico para um destes destinos e, além de passear e se divertir nas praias ou hotéis, os organizadores garantem a aplicação das duas doses de vacina.

Mas, há diferenças entre Cuba e os Emirados, destinos em que agências de turismo europeias já estão com pacote. Para Cuba o voo é regular, não há definição exclusiva de empresa aérea mas, o pacote local é definido pelo governo local. Já para os Emirados o voo é em jatinho, nada de voo comercial ou avião de carreira e, claro, o hotel segue o mesmo estilo, alto luxo.

Um tem preços relativamente acessíveis enquanto o outro os preços são raramente acessíveis a todos.

Se estão no mercado, há demanda. Não se sabe – ainda – se haverá publicidade com os clientes, os turistivids, os turistas do Covid.

Chegará aqui?

 

Penso que dificilmente chegará este pacote no Brasil. Quero dizer, nestes moldes internacionais, praia, hotel passeios e vacinas. E isto por alguns motivos. O primeiro deles não seria a ausência de vacina pelo setor privado pois alguém será criativo o suficiente para importar, além do cliente, a vacina para aplicar aqui; se o primeiro será importado legalmente, com seu passaporte, nada pode ser garantido para a “importação da vacina”. O segundo, e talvez o principal, é a credibilidade, alguns turistas ficarão receosos com a proposta, principalmente depois dos episódios das “vacinas de vento” (que aliás, estatisticamente foi muito irrisório e, salvo exceção, acredito muito mais um erro humano do que um desvio de conduta).

Cuba e Emirados têm credibilidades diferentes. No primeiro caso, o Estado controla tudo e todos, no segundo caso, o dinheiro permite (quase) tudo para (quase) todos. São aspectos diferentes e, são justamente estas diferenças que servem de propaganda na escolha do cliente.

No RN?

 

Se a moda “pegar” no Brasil, não haveria razão para não chegar aqui. Mas, acho pouco provável em função do contexto nacional que mencionei como também das condições locais de isolamento: como receber muita gente para ficar sem poder circular pelas praias e, principalmente, sem poder sair para um barzinho a noite? Já imaginou o “desespero” deste turista se ele escolher Pipa e não puder circular em nenhum lugar?? Não tenho dúvidas que daria uma escapadinha e teríamos dois possíveis resultados: poderia contaminar alguém ou poderia ser contaminado e, neste caso, “condenaria” o seu Covid-tour...

Daria certo em um resort?

 

Alguém ainda vai propor esta ideia. E se não for o resort dedicado exclusivamente para o Covid-tour, alguém ainda pensará em transformar a pousada ou o hotel em um resort, mesmo temporariamente.

All inclusive?

 

E alguma mente muito criativa será capaz de criar uma campanha de marketing: “Covid-tour all inclusive”!

sexta-feira, 19 de março de 2021

Comentários do dia... Cartórios, custos e taxas

 

Nesta sexta-feira os comentários serão sobre cartórios.

Quanto ganham?

 

Esta é uma questão que no imaginário popular terá como resposta “muito”, afinal paga-se tudo em um cartório mesmo o simples carimbo de “confere com o original”. Esta é uma tarifa fixa, pequena, mas há outras que pesam muito no bolso do cidadão, principalmente quando se trata de uma transferência de imóvel; ente escritura e registro, melhor preparar o bolso.

Mas, ganham muito os donos de cartório?

Alguns sim, mas são poucos os que ficam “ricos”. Outros cartórios, com menor movimento e pouca receita, podem até mesmo gerar algum prejuízo ou ficar no limite receita-despesa. Por tratar-se de uma função pública, há uma compensação entre os cartórios que garante uma renda mínima, variável em cada Estado.

Aqui no RN a menor remuneração é de R$ 3.748,00. Tentador?

Viçosa ou Tibau do Sul?

 

Se você tivesse que escolher, preferiria um cartório em Viçosa ou em Tibau do Sul? Se você acompanhou apenas um indicador, a quantidade de casamentos, a resposta é evidente. E se você imaginar a quantidade de imóveis registrados na cidade litorânea e a troca de propriedade entre pousadas, hotéis, restaurantes etc, acho que ninguém teria dificuldade de opção. Pelo menos eu não teria dúvida alguma!

Planeje seu casamento!

 

Cada Estado tem sua tabela. Para o RN selecionei alguns exemplos:

- Casamento civil e religioso com efeito civil (habilitação. publicação de edital. lavratura do termo e 1ª certidão): R$ 349,00.

Se você perdeu sua certidão de casamento, simples, você pode solicitar:

- Certidão de nascimento. de solteiro. de casamento. de óbito com ou sem averbação. inclusive buscas: R$ 86,74.

Se o casamento não deu certo...

- Averbação de: divórcio separação retificação restauração suprimento (...) inclusive certidão: R$ 160,64.

E se você tem alguma dúvida sobre seu pretendente, muita conversa e pouco documento, aproveite:

- Certidão negativa de registro de nascimento. óbito e casamento: R$ 81,67.

 

Obs: este é a menor despesa do casamento por isto, não se preocupe muito com os cartórios...

quinta-feira, 18 de março de 2021

Comentários do dia... Quando casar

 

Nesta quinta-feira os comentários serão sobre as épocas (e outras ideias) de casamento no RN.

Natal, Mossoró, Caicó e Currais Novos: tudo igual, mas diferente

 

Natal e Mossoró têm uma coincidência quanto à data de casamentos em cartórios: janeiro, outubro e dezembro são os meses mais importantes e representaram 37,4% e 39,3% do total, respectivamente, em 2020.

Em Caicó os três meses são os últimos do ano e representam 58,0% do total (curiosamente, nenhum casamento em janeiro), em 2020.

Em Currais Novos há dois empates, janeiro e setembro liderando e logo em seguida novembro e dezembro em seguida; assim, estes 4 meses representaram 58,7% do total em 2020.

No Seridó, pelo menos para as duas maiores cidades, o mês de Sant’Ana e as festividades locais não são meses para casamento: em 2020 foram 10 no mês de julho em Currais Novos e apenas 7 em Caicó.

“Temos vagas”: casar em maio

 

Maio é o mês do casamento, ouvi algumas vezes esta afirmação. Hoje eu corrigiria: já foi o mês dos casamentos! Pelo menos nos cartórios.

No RN os meses com maior registro de casamentos foram (ordem decrescente):

- em 2020: dezembro (1.329), novembro e janeiro

- em 2019: dezembro (1.575), novembro e outubro

- em 2018: dezembro (1.392), novembro e junho

“Há vagas” (leia-se “datas”) nos cartórios

 

E os meses com menor número de casamentos foram (em ordem crescente):

- em 2020: junho (305), abril e maio

- em 2019: março (697), abril e fevereiro

- em 2018: fevereiro (685), abril e agosto

Maio pode até ser o mês mais “ideal” para o casamento, mas o 13º salário é em dezembro.

118 mil “sim” em seis anos

 

De acordo com o portal que reúne os dados de cartórios do Brasil, entre 2015 e 2020 foram 59.031 casamentos no RN.

Considerando a hipótese que tenham sido apenas casamento entre 2 pessoas (na hipótese de não ter tido nenhum registro de “poliamor” potiguar), foram 118.062 vezes repetidas a resposta “sim”.

Como somos pouco mais de 3,5 milhões de habitantes no Estado, nestes últimos anos pelo menos 3,3% da nossa população resolveu (ou decidiu) se casar. Parece que a ideia de casamento não está tão fora de moda assim ou, como diriam alguns organizadores este evento, continua “on”...

quarta-feira, 17 de março de 2021

Comentários do dia... Ele casa, ela casa: quem casa no RN

Nesta quarta-feira os comentários serão sobre casamentos no RN.


Cidades casamenteiras

Foram 8.566 em 2020, 11.927 em 2019, 11.024 em 2018 e 12.147 em 2017, os casamentos registrados pelos cartórios do RN.

A queda em 2020 é consequência da pandemia Covid-19 que se revelam em dois fatos: pessoas saindo menos acabam se encontrando menos...  quem estava com casamento pré-agendado deve ter adiado por mais alguns meses, seja para garantir a saúde do casal seja para poder fazer a desejada (e às vezes merecida) festa.

Quem casa, quer casa, diz o ditado popular. Assim, se isto ainda é uma verdade, a demanda por habitação cresceu nas seguintes cidades (os números são os casamentos em 2020, 2019, 2018 e 2017, respectivamente):

- Natal (2.337 / 2.860 / 2.946 / 3.606)

- Parnamirim (1.260 / 1.815 / 1.668 / 1.895)

- Mossoró (904 / 1.415 / 1.544 / 1.684)

- Ceará-Mirim (253 / 305 / 257 / 567)

- São Gonçalo do Amarante (243 / 523 / 413 / 418)

- Macaíba (232 / 368 / 292 / 446)

- Açu (173 / 299 / 208 / 326)

- Extremoz (151 / 214 / 84 / sem registro)

Pensando em casar: melhor mudar de cidade

Várias cidades não aparecem com registros de casamento e o sistema de informações dos cartórios do Brasil não esclarece se não houve casamento ou se os cartórios não informaram os dados existentes. Assim, a lista abaixo é das cidades com registro, aquelas que tiveram menos de 5 casamentos por ano:

- em 2020: Macau e São José do Seridó (4); Pedra Preta, Santana do Seridó e São João do Sabugi (3); Monte das Gameleiras, Patu e São Francisco do Oeste (2); e Cerro Corá, Major Sales, Passagem, Rafael Fernandes e Viçosa (1)

- em 2019: Pilões e Ruy Barbosa (4); Santana do Seridó (3); Barcelona, Patu, São José do Seridó e São Rafael (2); e Jardim de Angicos e Viçosa (1)

- em 2018: Lucrécia e Monte Alegre (4); Florânia, Jardim de Angicos, Lajes, São Rafael e Taboleiro Grande (3); e João Dias e Viçosa (1).

 

Notou que em Viçosa tem 1 casamento por ano no cartório? Considerando o fato numérico, além da festa do casal, familiares e amigos, deve ser data marcante para o cartório da cidade! O "desafio" é manter, no mínimo, a média neste ano difícil para todos.


Ninguém casou nos cartórios em 2020 em:

57 cidades e nenhum casamento em cartório no ano de 2020. Pandemia, crise ou união estável, qual seria o motivo desta ausência? Ou seria tudo isto reunido?!

Onde foi, ou melhor, onde não teve casório em cartório? Veja a lista: Afonso Bezerra, Água Nova, Alexandria, Almino Afonso, Alto do Rodrigues, Barcelona, Boa Saúde, Bodó, Brejinho, Caiçara do Norte, Campo Redondo, Carnaúba dos Dantas, Coronel Ezequiel, Doutor Severiano, Encanto, Felipe Guerra, Fernando Pedroza, Francisco Dantas, Galinhos, Guamaré, Ipanguaçu, Ipueira, Janduís, Japi, Jardim de Angicos, João Dias, Jundiá, Lagoa d'Anta, Lagoa de Velhos, Lagoa Salgada, Lajes, Lajes Pintadas, Messias Targino, Montanhas, Monte das Gameleiras, Olho-d'Água do Borges, Ouro Branco, Paraná, Paraú, Pau dos Ferros, Pedro Avelino, Poço Branco, Porto do Mangue, Pureza, Riacho da Cruz, Riacho de Santana, Rodolfo Fernandes, Santo Antônio, São Fernando, Serrinha. Tibau do Sul, Timbaúba dos Batistas, Triunfo Potiguar, Umarizal, Várzea, Venha-Ver e Vera Cruz.


2021, já começaram os casamentos nos cartórios!

Ainda não são nos 1n67 cartórios mas já foram 97. Até agora. Em janeiro,  1.031 casamentos e em fevereiro, 877 casamentos no RN. Em março, mês 3, coincidentemente, 333 casamentos já registrados (a pesquisa foi realizada no sábado, dia 13).

Em Natal, 100 casamentos neste mês, ou seja, em média 10 casamentos por dia. Agenda cheia!


terça-feira, 16 de março de 2021

Comentários do dia... Os principais nomes masculinos no RN

 

Nesta terça-feira os comentários serão os principais nomes femininos registrados no RN.

Gênero: masculino

 

Os nomes masculinos mais escolhidos no RN em 2020 foram João Miguel e Enzo Gabriel. Aliás, estes dois nomes se revezaram entre 2017 e 2020 dentre as escolhas potiguares:

- em 2020: João Miguel (345), Enzo Gabriel (316), Heitor (225), Miguel (198) e Arthur (192)

- em 2019: João Miguel (356), Enzo Gabriel (299), João Guilherme (186), João Gabriel (153) e João Pedro (138)

- em 2018: João Miguel (430), Enzo Gabriel (344), João Gabriel (177), Pedro Henrique (156) e Davi Lucas (141)

- em 2017: Enzo Gabriel (139), João Miguel (132), Pedro Henrique (83), Miguel (72) e João Guilherme (71)

João. José, nem tanto

 

Se nos nomes femininos Maria fez um sucesso maior, nos masculinos José não teve o mesmo predomínio, que ficou com João; mas, um outro João, o João Miguel.

A gente observa que há uma maior diversidade entre os principais nomes: são 11 nomes diferentes e nenhum José na lista. Os nomes religiosos estão até bem presentes mas, há inovações: Enzo, Guilherme ou Henrique. Na lista dos nomes masculinos mais registrados entre 2017 e 2020 no RN, as principais escolhas foram (além dos já mencionados):

- Bernardo, Davi, Gabriel, Gael, João Lucas, Lucas Gabriel, Luiz Miguel, Pedro Lucas, Samuel e Theo.

Enzo foi o nome brasileiro mais registrado entre 2010 e 2020 e, provavelmente, mais em homenagem a Enzo Celulari do que homenagem a Enzo Ferrari; aliás, curiosamente, nem um nem outro tinha Gabriel.

Simples e composto

 

Os nomes masculinos no RN têm numa predileção por serem compostos; veja:

- em 2020: 4 eram compostos e 9 simples

- em 2019: 11 eram compostos e nenhum simples

- em 2018: 9 eram compostos e 2 simples

- em 2017: 10 eram compostos e 3 simples

Um pouco diferente das escolhas dos prenomes femininos.

Anthony, com h e com y

 

Qual o nome masculino diferente – se comparada a grafia com os demais indicados (nada mais do que isto) – no RN apareceu com maior relevância em 2019? 79 crianças foram registradas com Anthony Gabriel. Onde poderão encontrar mais facilmente (questão de probabilidade) seus xarás?

-21 em Mossoró

- 16 em Natal

- 5 em Parnamirim

- 3 em Ceará-Mirim, Macaíba e em Nísia Floresta

- 2 em Caicó

Os outros 26 estão distribuídos em outras cidades.

Segundo o Dicionário que já mencionei, “Anthony Gabriel é um lindo nome composto masculino que possui um significado que reflete espiritualidade e valor. Ele é formado por um nome de origem inglesa e outro de origem hebraica” e significa “homem valioso de Deus”.

segunda-feira, 15 de março de 2021

Comentários do dia... Os principais nomes femininos no RN

 

Nesta segunda-feira os comentários serão os principais nomes femininos registrados no RN.

Gênero: feminino

 

Se você teve uma filha em 2020 e escolheu entre Maria Cecília, Maria Helena ou Maria Júlia, elas terão uma maior probabilidade de encontrar-se com outras Maria Cecília, Maria Helena ou Maria Júlia com a mesma idade. É que estes são os 3 nomes femininos mais registrados no RN no ano passado. Veja as principais escolhas dos pais (entre parêntesis a quantidade de nomes registrados):

- Em 2020: Maria Cecília (288), Maria Helena (254), Maria Júlia (240), Maria Alice (193) e Maria Clara (193)

- Em 2019: Maria Cecília (306), Maria Júlia (234), Maria Helena (227), Maria Alice (176) e Maria Clara (167)

- Em 2018: Maria Cecília (364), Maria Clara (273), Maria Júlia (238), Maria Helena (233) e Maria Alice (193)

- Em 2017: Maria Cecília (115), Maria Luiza (88), Maria Júlia (86), Maria Clara (85) e Maria Valentina (79)

Religiosidade predominando?

 

A lista dos 5 nomes femininos mais escolhidos nos últimos 4 anos mostra uma coincidência sobre o primeiro nome: todas são Maria, embora todas tenham um segundo prenome.

Seria ainda marca tradicional brasileira de fazer referência à religiosidade e, de forma mais comum, adotar a prática de uma homenagem? Ou apenas a popularização de Maria, agora acompanhada de um outro complemento que encontra menos respaldo nas referências religiosas? Alice, Cecília, Clara, Helena, Júlia e Valentina são nomes mais “modernos”.

Curioso é ver que nestes 4 anos Maria Cecília dominou os registros em cartórios do RN. Não sou dos mais adeptos de novelas nem programas de auditório ou mesmo reality shows, por isto não saberia explicar a escolha do Cecília para acompanhar Maria. Mas, se há alguma referência à alguma pessoa ou à alguma personagem, o nome colou pois foi o mais escolhido durante 4 anos.

Nesta lista a exceção ficou por conta de Maria Valentina. Fui pesquisar.

Para quem gosta de pesquisar a origem de alguns nomes, consultei o Dicionário de nomes próprios (on line) que nos informa: “É um nome muito popular na Rússia, que tem como uma das personalidades mais conhecidas a primeira mulher a visitar o espaço, a cosmonauta Valentina Tereshkova” e também que significa “valente”, “forte”, “vigorosa”, “cheia de saúde” e ainda, que o nome Valentina “é a variante feminina de Valentim, Valentino, o qual tem origem no nome do latim Valentinus.”

 

Obs: qual a referência potiguar para Maria Valentina?

Simples ou não

 

Os prenomes (para contrapor ao chamado nome de família) podem ser simples ou compostos. Como vimos, para as meninas prevaleceram os nomes compostos. Dentre os nomes simples praticados no RN temos:

- em 2020: Laura (135) e Alice (125)

- em 2017 a 2019: não houve nenhum entre os 10 mais escolhidos

Além das escolhas já mencionadas, tivemos também:

- Ana Beatriz, Ana Cecília, Ana Júlia, Ana Laura, Ana Lívia, Ana Sophia, Maria Eduarda, Maria Laura, Maria Sophia e Maria Vitória.

Ana e Maria estão majoritariamente presentes.

Ana foi a mãe de Maria (por sinal, no dia de Sant’Ana é comemorado no Brasil o Dia da Avó – também do avô). Será que as escolhas obedeceram à algum inconsciente coletivo religioso? No mínimo, certamente, é resultado da tradição católica de 500 anos no/do Brasil.

Nomes comuns

 

Como vimos para os principais nomes femininos registrados em 2017 e 2020 no RN não aparecem nomes menos comuns, nem mesmo nomes com grafias diferenciadas. A tradição, pelo menos para a lista trazida, foi do português clássico.

Registre-se apenas duas exceções, ambas em 2017: Ana Sophia e Maria Sophia. O “ph” não torna o nome tão diferente, apenas destaca-se em relação aos demais que aqui foram apresentados. O sistema do portal dos cartórios brasileiros não permite o acesso a todos os nomes, por isto ficamos sem muitas eventuais outras variações na escrita para apresentar.

 

Obs: não existe nome próprio “certo” ou “errado”, independentemente da grafia; nomes próprios são autônomos, sejam clássicos ou inovadores.

domingo, 14 de março de 2021

Comentários da semana: alguns registros cartoriais

 

Os textos desta semana serão sobre cartórios, casamentos e nomes mais comuns no RN. Dentre os temas:

- Onde casa-se mais

- Onde casa-se menos

- Quando casa-se mais

- Os nomes masculinos mais comuns

- Os nomes femininos mais comuns

- Cartórios

sábado, 13 de março de 2021

Componente ais importante para dirigir: o bolso

E não estou falando do preço do combustível!  Há 3 dias o Senado aprovou um projeto de lei que permite o pedágio proporcional, por km rodado. Não temos pedágio no RN e acho, particularmente, demorará algum bom empo para que tal realidade aqui se instale, não por falta de interessados em explorar esta atividade econômica, mas em razão da baixa aceitação popular e, principalmente, da renda local. Estradas com pedágio são bonitas (a foto abaixo é de uma "praça de pedágio" na BR-101, em Santa Catarina) e boas, efetivamente. Mas, caras (imagem: Estradas.com.br).


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Ford: de peça em peça monta-se um carro?

O fechamento da fábrica Ford no Brasil significa que ainda teremos alguns anos com carros da marca circulando. E significa também que um mercado mais promissor para os revendedores da marca será o de peças, incluindo as novas visto que a marca não poderá deixar de assegurar sua existência no mercado: parar de produzir carros, pode mas, deixar de fornecer peças, não pode (salvo engano, por 10 anos). Uma das concessionárias em Natal tem uma parceria para vendas on line. Não é a solução, evidentemente, mas pode ser uma alternativa ainda que em (bem) menor escala (imagem: FordDivepe).

Imagem incorporada


Motorista no volante, desafio constante

E neste caso, a motorista tanto quanto o motorista (ou ao contrário, se você preferir). Cada vez que a frota de veículos aumenta no RN aumenta a receita do Detran-RN. Isto é bom! Mas, também aumentam as demandas por atendimento, regulamentação, controle etc. Isto é um desafio constante. Isto – também – é bom! (imagem: Detran-RN)


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Cada um no seu estacionamento (ou quase)

Esta é uma foto de Mossoró. Quem conhece o centro da cidade sabe que em alguns trechos a foto não ilustra bem a realidade: a disputa de espaço entre carros e motos é grande e, em alguns trechos, melhor nem tentar estacionar o carro, já estará tudo ocupado por motos. Talvez seja a cidade onde o estacionamento na área central seja o mais disputado. Mas, como em todas as cidades, a disputa é algumas vezes intensa, desafiando as leis da física, dentre elas a de manter em um mesmo espaço, ao mesmo tempo, uma moto e um retrovisor de carro (imagem: defato.com).



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