quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Cursos de gastronomia ganharão com nova Lei de reconhecimento da profissão de sommelier


Quem ganhará mais efetivamente com a edição da Lei 12.467 que regulamentou a profissão de sommelier no Brasil serão os cursos de gastronomia, a nova moda em ensino superior e um dos cursos com maior concorrência nos vestibulares; no Rio de Janeiro, que se prepara a todo vapor (alguns setores, claro...) para a Copa e depois as Olímpiadas, a iniciativa privada já entendeu a importância de selecionar o turista de poder aquisitivo maior e investe em serviços de qualidade.

No Rio Grande do Norte é a UnP que oferece curso superior de gastronomia, no eixo dos tecnólogos. As instalações à disposição dos alunos – as cozinhas industriais – são bem apresentadas e permitem a curiosidade dos demais alunos e professores do campus da Roberto Freire, de acompanhar as aulas práticas e a elaboração dos pratos: as cozinhas tem paredes de vidro transparentes e estão localizadas justamente na praça de alimentação.

A valorização de uma área profissional da alimentação, como é o caso dos sommelier, reforçará a prática das atividades correlatas e chamará a atenção de novo público interessado em qualificação profissional.


ps: infelizmente não sei se após a elaboração dos pratos a degustação é compartilhada com que assiste as aulas do outro lado do vidro...

Você quer ser um sommelier? Agora já tem Lei no Brasil


O País – que ainda não tem a tradição de consumo de vinhos como a França ou a Itália, por exemplo – já pode se contentar com a regulamentação da profissão de sommelier, o profissional que ajuda o cliente na escolha do melhor vinho, na combinação dos pratos com os sabores e aromas refinados dos vinhos e ainda, entre outras coisas, é quem direciona os restaurantes na escolha de suas adegas.

Em suma, um profissional com a habilidade de conhecer profundamente o produto.

Na França é uma profissão reconhecida! Aliás, disputada no mercado de trabalho! E não é sommelier quem quer apenas, mas sim quem demonstra competência e habilidade para atender com maestria o cliente que quer fazer uma boa refeição acompanha de um, como diria os franceses, no mínimo um “distinto” vinho...

Veja a Lei 12.467 recém-publicada:

Art. 1o Considera-se sommelier, para efeitos desta Lei, aquele que executa o serviço especializado de vinhos em empresas de eventos gastronômicos, hotelaria, restaurantes, supermercados e enotecas e em comissariaria de companhias aéreas e marítimas.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 2o ( VETADO).
Art. 3o São atividades específicas do sommelier:
I - participar no planejamento e na organização do serviço de vinhos nos estabelecimentos referidos no art. 1o desta Lei;
II - assegurar a gestão do aprovisionamento e armazenagem dos produtos relacionados ao serviço de vinhos;
III - preparar e executar o serviço de vinhos;
IV - atender e resolver reclamações de clientes, aconselhando e informando sobre as características do produto;
V - ensinar em cursos básicos e avançados de profissionais sommelier.
Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Novo mercado para instrutores e autoescolas

A Lei 12.468 que regulamentou a profissão do taxista traz uma obrigação que amplia as oportunidades de mercado para as autoescolas e a formação de novos instrutores. Todo motorista de táxi terá que ter, obrigatoriamente, um “curso de relações humanas, direção defensiva, primeiros socorros, mecânica e elétrica básica de veículos” que somente poderá ser “promovido por entidade reconhecida pelo respectivo órgão autorizatário”.

Ou, em outras palavras, Detran e Semob (antiga STTU) deverão começar – imediatamente – o credenciamento dos novos cursos.

Apesar da boa intenção na criação da Lei, alguns itens serão efetivamente uma tentativa de boa intenção...

Curso de relações humanas – Significa que um taxista (ou candidato) será reprovado se não disser “Bom dia” ou “Até logo” ou se for mal educado?
Curso de primeiro socorros – Quem ministrará tais cursos, médicos ou enfermeiros? Em caso de acidente grave o efeito primeiros socorros é mais eficiente chamando o Samu ou a ambulância...
Curso de mecânica e elétrica básica – Não teria sido melhor obrigar os taxistas a terem seguro com direito a reboque?

Enfim, candidatos a instrutores, preparem-se pois há novas vagas no mercado!

Nova lei para os taxistas

O Governo Federal aprovou lei que regulamenta a profissão de taxista em todo o Brasil. A Lei 12.468 define claramente que é o taxista: é aquele que exerce “atividade privativa dos profissionais taxistas a utilização de veículo automotor, próprio ou de terceiros, para o transporte público individual remunerado de passageiros, cuja capacidade será de, no máximo, 7 (sete) passageiros”.

Portanto, “carro de passeio” que faz lotação por aí entre as diferentes cidades do RN não podem ser equiparados a taxistas; continuaram a exercer uma atividade de forma “clandestina” (na verdade, sob a ótica jurídica, ilegal).

Tal como os proprietários de vans ou “bestas” (embora marca da Kia, Besta no Rio Grande do Norte virou sinônimo de van), visto seus veículos terem capacidade para mais de sete passageiros; mais “clandestinos” na praça, desde que não regulamentados por parâmetro estadual e/ou municipal.

Acompanha algumas das obrigações que o serviço de táxi deve conter a partir da edição da nova Lei:

# “curso de relações humanas, direção defensiva, primeiros socorros, mecânica e elétrica básica de veículos, promovido por entidade reconhecida pelo respectivo órgão autorizatário;”
# “ certificação específica para exercer a profissão, emitida pelo órgão competente da localidade da prestação do serviço;” ou ainda;
“ V inscrição como segurado do Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS, ainda que exerça a profissão na condição de taxista autônomo, taxista auxiliar de condutor autônomo ou taxista locatário”.

E, nas cidades com mais de 50 mil habitantes, nada de valor de corrida acertada entre o motorista e o passageiro: a Lei manda instalar taxímetro. No Rio Grande do Norte o mercado será pequeno...

A nova tabela do IRPF e o crescimento econômico brasileiro

O Governo Federal indicou os valores da correção da tabela do Imposto de Renda retido na fonte para os anos de 2011 a 2014. Sairemos de R$ 1.566,61 esse ano para R$ 1.787,77 em 2014: todos os brasileiros que recebam salários até esse limite não terão dedução automática de sua remuneração.

A variação para os próximos 3 anos é de 14,11%. O que isso significa, na prática, para o cidadão brasileiro?

1. Se o Brasil crescer mais do que isso – e não e difícil – no período, o cidadão comum acabará pagando imposto de renda; se o Brasil crescer menos, ele sairá no lucro.

2. O Governo Federal projeta um crescimento econômico mais tímido nos próximos anos com temor dos efeitos da crise econômica internacional ou simplesmente uma medida extremamente cautelosa? Em todo caso, é o que anuncia como parâmetro para os demais indicadores.

3. O índice de 14,11% significará a tendência de negociação de reajuste dos servidores federais: se o Governo projeta essa faixa de crescimento do Imposto de Renda, deverá ser a mesma para o funcionalismo...

E, como não poderia deixar de haver um ganho político:

4. Com a antecipação da tabela do Imposto para os próximos 3 anos, desde já, diminui as negociações no Congresso ou a pressão da oposição para o reajuste do limite de isenção, motivo sempre de debates e espaço na mídia garantido aos partidos políticos (de oposição, claro).

Carrefour em crise no Brasil. Quanto vale aquele terreno que já foi da T Barreto?

Quem já mora em Natal há algumas (poucas...) décadas provavelmente se lembrará da antiga “calça d’água”, uma enorme caixa d’água na antiga fábrica da T Barreto, que já foi um dos ícones da indústria do Rio Grande do Norte no período áureo da tríade algodão/têxtil/confecção.

Hoje, e num dos negócios de excepcional valorização imobiliária, funciona o Carrefour.

Mas, as notícias do Carrefour no Brasil não são das melhores... Anunciaram ontem o fechamento cinco lojas e a transformação de outras duas em Atacadão. O rombo financeiro, de Euro 500 milhões, nas contas do Carrefour no Brasil geraram, além da demissão da diretoria loca, uma necessidade de ajustes; esse, tudo indica, será apenas o primeiro, o mais emergencial.

Isso significa que, com outras unidades em Natal, não fica impossível imaginar que diante da valorização imobiliária em Natal – quanto vale aquele terreno hoje? Está em uma grande área, privilegiadíssima! – o Carrefour possa pensar em desmobilizar parte de seu investimento no Estado.

Não há qualquer indício público dessa situação; nem também havia quanto ao fechamento de lojas: ninguém nunca poderia imaginar que o Carrefour fosse reduzir seus investimentos no Brasil. Todas as expectativas com o gigante mundial do setor supermercadista sempre apontaram para novos projetos e ampliação de sua atuação no Brasil.


os: a “calça d’água” tinha, além da própria calça, um cinto!

Carrefour anuncia fechamento de 5 lojas no Brasil. Não demorará para ofertas no terreno na BR-101...

Quanto tempo, após o conhecimento na mídia nacional, do fechamento de 5 lojas do Carrefour no Brasil demorará para que alguém faça uma visita perguntando sobre o terreno de sua unidade na BR-101?...

Em local privilegiadíssimo, elevado, um grande condomínio cairia bem naquele espaço...

Em tempos não muito distantes, houve conversas para que um grupo que investe em educação fizesse uma parceria com o Carrefour para ocupação de área; ou seja, havia uma certa ociosidade...

Particularmente, como não sou cliente mais do Carrefour (por não concordar com a forma de tratamento – ainda que pontual – aos clientes, abandonei minhas compras por lá) não me faria falta se o espaço fosse destinado a outra atividade; ruim será, sem sombra de dúvida, para aqueles que do Carrefour dependem seus empregos.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Veja os isentos de imposto de renda na fonte nos próximos anos. Onde estará você?

O Governo Federal já definiu toda sua programação para o Imposto de Renda de pessoas físicas e sua isenção de acordo com os salários recebidos.

Ao longo de 2011, a isenção atingirá quem recebe até R% 1.566,61.

Em 2012, quem receberá até R$ 1.637,11. No ano seguinte será de R$ 1.710,78 e, finalmente, em 2014 R$ 1.787,77.

Quais objetivos em tão antecipadamente as faixas de cobrança do IRPF?

Primeiramente, evitar a disputa política na hora de ajustar a tabela: é sempre uma barganha política entre situação e oposição, os últimos alegando a necessidade de se corrigir a tabela, de evitar que o contribuinte seja penalizado, de diminuir a sua carga tributária etc. Em tempos de disputas públicas, é tema de debate que toda a mídia repercutirá. Claro, sempre negativamente para o Governo, afinal ninguém gosta (muito) de pagar impostos...

Segundo, cria um horizonte de estimativa de crescimento para o Brasil. Entre 2011 e 2014, se considerarmos que o limite de isenção corresponderá a ganhos efetivos para a renda dos brasileiros, teremos um “ganho” de 14,11% nesse período. Assim, quem tiver esse reajuste salarial ficará, nos 4 anos no limite da isenção e continuará sem pagar imposto de renda na fonte. Mas, isso acontecerá de fato?

MEC define novos conceitos para mestrado no Rio Grande do Norte

O MEC aprovou mais quatro cursos de mestrado no Rio Grande do Norte e definiu seus conceitos de avaliação para cada um deles. Cada avaliação é feita através de diferentes critérios sempre levando em conta o programa apresentado (grade curricular, disciplinas, distribuição da carga horária etc) a qualidade do corpo docente (titulação, publicações científicas, dedicação parcial ou integral etc) além das condições de oferta do curso (acessibilidade, biblioteca, salas de aula etc).

As mais recentes respostas do MEC diferencia o curso de Odontologia com seu mestrado em saúde coletiva, com conceito 4. Veja os demais cursos:
# UFRN – Odontologia – Mestrado em Saúde coletiva = 4
# UERN – Educação – Mestrado em Educação = 3
# UFRN – Administração – Mestrado em Gestão Pública = 3
# UFERSA – Engenharia – Mestrado em Sistemas de Comunicação e Automação = 3

O índice 3 é o mínimo exigido para que o curso seja lançado ou mantenha-se em oferta. Pontuação 5 atestam a excelência do curso, sendo um 4 sempre comemorado e a nota menor, o 3, pode ser considerado um indicador positivo para novos cursos. A cada ciclo de três anos os cursos são reavaliados e um novo conceito é emitido.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Sinal de desinvestimento?

O turismo já não é mais privilégio de estrangeiros e o fluxo do “dinheiro fácil” europeu (lembra do Euro da R$ 3,73?) parece não ter expectativa de retornar tão rapidamente - alguns dizem, nunca mais. Muitos investimentos nesse período de excesso de dinheiro foram aplicados no RN, sobretudo no turismo, mas também na segunda residência, consequência dos voos internacionais no Estado.

Agora, a situação é outra e o mercado já não absorve tanta expansão. Resultado: algumas empresas dão sinal de que o fôlego não é mais o mesmo e o padrão de retorno do valor investido não é mais tão interessante.

Em Pipa, ícone do turismo no Estado, algum movimento no sentido contrário aparece, ainda que impossível dimensionar seu impacto. A empresa HFPD Administração Hoteleira e Restaurante Ltda, com sede em Pipa, anuncia a diminuição de seu capital social com o reembolso de seus sócios do capital integralizado. A empresa, com capital social integralizado de cerca de R$ 208,0 mil reduz substancialmente tal montante para apenas R$ 151,5 mil e decide reembolsar os dois sócios em R$ 56,9 mil.

Em outras palavras, desiste de ampliar o investimento formal (reduzindo o capital social) ao mesmo tempo em que retira dinheiro do negócio (reembolso dos sócios).

O fato jurídico não explica as razões mas, considerando que os sócios continuam os mesmos, tudo indicaria tratar-se de capitalizar os sócios em detrimento da empresa. Exceção ou excepcionalidade? Torcendo, se possível, pelos dois...

Apartamentos de alto luxo: há mercado para novos lançamentos?

O boom imobiliário no Rio Grande do Norte mudou consideravelmente em uma década, basta observar como a cidade tornou-se verticalizada em tão pouco tempo. A arquitetura e a ambientação dos imóveis adquiriu um novo padrão e novos designs – até então distantes de nossa cidade – começaram a aparecer em quase toda a cidade.

Penso nessa situação quando leio, novamente, uma propaganda de página inteira em classificados do Unique, imóvel lançado como de alto padrão ali no Tirol; voltaram a repetir a propaganda, agora que o imóvel está em fase final. E que deveria já estar completamente vendido; não parece.

Por isso, acho que podemos resumir essa transformação no setor imobiliário em 3 fases:

1ª Os inúmeros projetos de imóveis de segunda residência, inclusive com lançamentos exclusivos para o público estrangeiro;
2ª Os imóveis de alto padrão que foram lançados no mercado em um volume expressivo, com apartamentos com 4 quartos e áreas que ultrapassam os 350, 400 ou até mesmo 500m2.
3ª Os imóveis “compactos”, no padrão 50-55m2 que viraram uma febre em Natal e em Parnamirim e que agora começam a ser, de fato, habitados.

Com a crise internacional e a redução de capital estrangeiro no RN (sobretudo da Europa) vários projetos ficaram no meio do caminho, literalmente. Muitos empreendimentos foram lançados e ficaram, literalmente, no papel; outros o atraso nas obras foi a constante. A “mina de ouro” se não secou totalmente, ao menos diminuiu e não foi suficiente para todos.

E parece que o alto padrão sofreu mais gravemente suas consequências. O Unique é apenas uma exceção e uma simples acomodação pontual? Tomara que sim.

Como ficará o comércio de rua com a Copa? Algum projeto já iniciado?

A expectativa de elevado consumo com a Copa em Natal é um dos atrativos que os shoppings tem buscado para investir em novos produtos e serviços. Afinal, padrão de consumo natural em todo o mundo (inclusive a China), os turistas circularão na cidade e buscarão o conforto do ar-condicionado e a segurança de um espaço fechado para realizarem suas compras.

Mas, como ficará o chamado comércio de rua?

Por tradição o comércio de rua sempre atraiu e continuará a atrair um grande público; é evidente que é impossível acabar com esse tipo de segmento! Mas, tradicionalmente, o comércio de rua está voltado para o público da cidade, como se houvesse uma natural divisão em turista e morador, cada um frequentando seu espaço.

Mas, a Copa trará um número de visitantes jamais visto em Natal em um curto espaço de tempo. Cabe ao comércio de rua começar a projetar formas de atrair essa nova clientela que está disposta a comprar enquanto passeia, entre um e outro jogo na Arena. O caminho mais fácil e a indicação mais tradicional serão os shoppings; nessa hora, todos os shoppings sairão ganhando.

Criar uma política de atratividade do comércio de rua para receber esse novo fluxo de visitantes pode ser, por exemplo, uma forma de revitalizar a estrutura do comércio de rua do Centro ou da Ribeira. A pergunta a ser avaliada é: como convencer o turista a visitar o comércio de rua?

Hora de começar a pensar na resposta.

Alemanha, o principal parceiro do RN?

A Alemanha tem Euro 837 milhões para investir no Brasil nos próximos anos, é o que revela uma pesquisa realizada por um escritório de advocacia que defende o interesse comercial de empresários daquele país europeu em nosso território.

É uma boa soma. Uma parte dela, espera-se, chegará aqui no RN.

É que, de acordo com a pesquisa, setores de energia eólica e a Copa do Mundo estão na mira dessas empresas. Temos aqui projetos nas duas áreas e, pelo menos por enquanto, e a energia que atira a atenção dos empresários alemães; a Copa deveremos esperar mais algum tempo, quando começar a demanda por tecnologia na instalação e gerenciamento do projeto, incluindo os jogos.

Outra área de expansão anunciada é o setor de hotelaria. Aí, mais do que nunca, caberia uma participação do Rio Grande do Norte no cenário. Precisamos captar investimentos no setor hoteleiro de rede alemã ou de empresa do segmento: isso daria garantias ao turista daquele país de encontrar em Natal uma condição já conhecida de acomodação e acolhida.

Como um investimento da Alemanha aqui no turismo, a captação de um novo fluxo de turistas aconteceria naturalmente pois a propaganda “em casa” estaria garantida. Vale salientar que os alemães gostam muito de viajar e estão sempre buscando destinos que privilegiem, entre (muitas, muitas mesmo) outras coisas, o sol.

Seria muito bom se a Alemanha se tornasse o principal investidor no Rio Grande do Norte...

domingo, 28 de agosto de 2011

Parte II - Um tour pelo RN. Como?

Estamos há pouco mais de 1.000 dias do primeiro jogo da Copa do Mundo em Natal. Serão poucos jogos, 2, 3 ou 4, mas que movimentarão essencialmente o turismo e a economia local. A movimentação de pessoas, brasileiros e estrangeiros, o aumento do consumo e a demanda por produtos e serviços, num espaço tão curto de tempo (máximo de 3 semanas) é algo que precisa ser planejado pela economia local sob pena do turista sair com uma má impressão do Estado.

Uma questão central será: como agradar o turista durante sua permanência no RN?

Na última Copa, na África do Sul, o tempo média de permanência no País foi de mais de 10 dias. Supondo que alguém escolha Natal como sua “sede” para aproveitar os jogos da Copa aqui, mas também em Fortaleza e Recife, como agradá-lo para que sua estada produza o efeito que todos nós queremos: que ele faça propaganda gratuita do destino Natal/RN para o mundo inteiro.

Que programação ele cumprirá aqui esses dias todos? Sol, praia e piscina? Sete ou dez dias seguidos?! Se, talvez, ele estivesse saindo do gélido inverno finlandês ou islandês, até acreditaria... Mas, ele estará em pleno verão na Europa antes de vir para o RN; calor por calor, ele terá lá e a praia, esse tempo todo de bronzeado 100% é muito.

Cabe à iniciativa privada, coletivamente, esboçar um “Plano diretor do turismo no RN” com uma riqueza de diversidade para o turista em 2014 e que depois, claro, deve permanecer em prática. 2014 está longe ainda; mas muito perto para que o planejamento aconteça.

Um tour pelo RN. Como?

Imagine que você tenha uma amiga/amigo que venha passar uma semana completa em Natal, de “domingo a domingo”. Ligam para você e pedem que você faça um roteiro turístico para eles; uma semana de programação, entre passeios, visitas culturais, praias e animação noturna. Você conseguiria? Infelizmente, provavelmente não...

É possível uma semana turística sem ficar (muito) repetitivo? Como?

Algumas perguntas para nos auxiliar nessa montagem da programação:

# Durante 7 noites consecutivas onde iriam lanchar/jantar?
# Durante 7 dias qual programação cultural vc indicaria (museus, prédios históricos, monumentos etc)?
# Durante 7 dias que praias você indicaria visitar?
# Durante 7 dias que programas de passeios curtos (uma manhã ou uma tarde) você indicaria?

Em todos esses dias, quais municípios (exceto litorâneos) você levaria seus amigos para conhecer?

É um bom exercício teórico e prático! E, ao mesmo tempo, uma árdua tarefa! Provavelmente, o mais indicado mesmo seria começar escolhendo o roteiro por um bom hotel ou pousada, preferencialmente perto da praia: você sugeriria, pelo menos todos os dias, uma caminhada no calçadão ou um mergulho no mar; eventualmente, nos 7 dias de passeio...

Natal terá – finalmente – sua licitação de ônibus

A Prefeitura de Natal decidiu tomar as providências para resolver o sempre discutido processo de licitação da concessão de exploração de linhas de ônibus. Finalmente foi publicado processo licitatório para “Contratação de empresa especializada para prestação dos serviços inerentes a elaboração da minuta do edital de licitação das linhas
de transporte coletivo da cidade de Natal/RN, conforme especificado no termo de referência”.

Em breve, no mínimo, teremos um estudo aprofundado das necessidades de urbanização da cidade diante das novas unidades habitacionais e dos fluxos de deslocamentos. As linhas hoje existentes não obedecem mais a todas as demandas, tantas as mudanças na cidade de a última programação de concessão (foi quando mesmo?).

Muita coisa deve ser reprogramada. Não será fácil imaginar o “futuro” do transporte coletivo na Capital, mas é possível entender alguns critérios essenciais na definição de novas rotas:

# Crescimento populacional por bairro – em função da renda;
# Áreas ainda disponíveis para novos empreendimentos – forte demanda de novas rotas;
# Possibilidade de expansão urbana com o Minha casa, minha vida – grandes conjuntos residenciais criados “do nada”;
# Definição da capacidade de outorga na Zona Norte – novas demandas, uma nova cidade?
# Região metropolitana de Natal – necessidades de novas rotas com trajetos mais longos.

E a Copa 2014? Na verdade, nesse âmbito o impacto é quase zero! Parece curioso, mas planejar a demanda de transporte coletivo por causa de um evento que durará 2/3 semanas é não entender a necessidade da cidade: olhar para o futuro, não para um evento futuro.

O plano de transporte coletivo deve contemplar a Copa 2014, sem dúvida, mas deve ir além do imaginado para os anos de 2015, 2016, 2017, 2018 etc. Senão, melhor não fazer.

Brasileiro aprendeu a comer fora de casa. Cansou do “feijão com arroz”?

A pesquisa “Os brasileiros e as refeições” informa que o brasileiro está gastando mais com alimentação mas, de uma forma diferenciada: cada vez mais gasta-se dinheiro com lanchonete e restaurantes. Comer o tradicional e inabalável “feijão com arroz caseiro” está perdendo um pouquinho de espaço.

Veja alguns dados da pesquisa para o ano de 2011 e seu comparativo com 2002:
# Gastos com alimentação, em geral: R$ 372,6 bilhões ou + 22,8% de crescimento;
# Gastos com comida em casa: R$ 251,2 bilhões ou + 2,78% de crescimento; e
# Gastos com lanchonetes e restaurantes: R$ 121,4 bilhões ou + 105,41% de crescimento.

Algumas conclusões:

# Do ponto de vista empresarial: pensando em abrir um negócio? Lanchonete ou restaurante uma boa opção...
# Do ponto de vista econômico: o maior poder de compra do brasileiro permite (o que antes era “luxo”) sair para lanchar e almoçar-jantar fora cada vez mais; e
# Do ponto de vista social: a vida mais “corrida” não nos permite ter tempo de almoçar em casa!
# Do ponto de vista urbanístico: cada vez mais nos deslocamos mais longe de casa e o tempo (distância + trânsito) não nos deixar ir em casa na hora do almoço!

É a modernidade: comer fora de casa.

Vai um shopping aí?

O Brasil é a terra dos shoppings. Em 2011 estão previstos 38 novos shoppings em operação em todo o País e a expectativa para 2012 é que outros 47 novos empreendimentos sejam inaugurados.

A “americanização” do consumo, como alguns radicais ainda gostam de criticar, é uma realidade mundial e inevitável nos novos moldes de padrão de consumo. Aqui no Rio Grande do Norte temos exemplos claros de como essa expansão virou uma “febre”: há pouco mais de uma década era inaugurado Natal Shopping, uma novidade “fabulosa” diante dos shoppings existentes, o CCAB e... e aquele em frente ao Hiper, na Prudente de Morais.

Atualmente são cinco shoppings nesse conceito (espaço fechado com ar condicionado): Natal Shopping, Midway Mall, Praia Shopping, Estação e Norte Shopping. Curioso é notar que Natal já teve dois outros shoppings que finalizaram no mesmo destino e onde hoje funcionam a Fatern e a UnP, ambos na Roberto Freire.

Com a chegada da Copa todos os empreendimentos começam a projetar sua expansão e novas inserções de produtos e serviços. A ideia é estar pronto bem antes e tornar-se uma opção maior de consumo na cidade para atender aos milhares de turistas esperados que, como em toda e qualquer cidade, perguntam sempre onde podem “fazer compras”. No shopping...

sábado, 27 de agosto de 2011

Ainda somos católicos no Brasil?

O Papa encerrou a Encontro Mundial da Juventude na Espanha anunciando que em 2013 estará no Brasil; as imagens mostraram que os brasileiros que lá estavam comemoraram bastante: mais dois anos e o Papa estará reunindo católicos do Brasil e do mundo inteiro no Rio de Janeiro. Será um dos maiores eventos planejados e espera-se bater o recorde espanhol, de 2 milhões de pessoas reunidas.

Mas, o Brasil que era o “país mais católico do mundo”, como escutamos várias vezes, ainda continua igual? Na verdade, ainda predomina essencialmente a religião católica, mas em alguns estados a perda de seguidores é elevada: no próprio Rio de Janeiro apenas 49,83% da população se declara fiel à Igreja Apostólica Romana.

E no Rio Grande do Norte?

Temos um índice bem melhor do que esse: 73,98% de declararam católicos em pesquisa recente. O Rio Grande do Norte é o sétimo estado do Nordeste com mais católicos; o ranking, veja a seguir:
PI 87,93%
CE 81,08%
PB 80,25%
SE 79,98%
MA 78,04%
AL 77,10%
RN 73,98%
BA 71,39%
PE 63,84%

Para quem acha que no Rio de Janeiro com todas aquelas praias e as tentações “andantes” é mais difícil ser católico, em Roraima são apenas 46,78% da população. Até 2013 o Papa e a Igreja católica no Brasil terão um árduo caminho para manter o país no status de “maior país católico do mundo”.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Turismo all inclusive, uma tendência que se afirma na Europa

Os operadores de turismo europeu estão investindo na tradicional fórmula all inclusive em que o hóspede contrata em uma única vez todos os serviços, não somente os clássicos de hospedagem & alimentação (que aqui chamamos pelo terrível nome de “pensão completa”!), mas essencialmente aqueles ligados ao lazer: passeios, práticas desportivas, atividades lúdicas, festas temáticas no hotel etc.

A retomada da velha fórmula obedece a duas necessidades de mercado: por parte dos turistas que querem encontrar, desde já, algo mais a fazer do que simplesmente ficar no hotel com um bom café da manhã e depois ter que procurar onde almoçar, jantar, se divertir etc mas, sobretudo, por parte das empresas e dos operadores de turismo, diante da concorrência.

Curiosamente, essa concorrência não é “direta”, ou seja, não é disputa por mercado com outro estabelecimento ou empreendimento turístico. A concorrência é com a internet! Cada vez mais acessível em termos de informações sobre o país e – principalmente – os custos dos serviços, turistas têm buscado conciliar a programação básica com a opção de serviços. Mas, o que foi inicialmente uma perda de oportunidade para o setor hoteleiro, hoje se abre com uma nova oportunidade, a de contratar esses serviços e oferecê-los em um pacote; considerando o volume de compras, o preço fica mais atrativo.

É o mercado se adaptando às regras dos turistas visto que, já que não pode vender a internet, melhor tornar-se um aliado.

Essa é a nova tendência europeia nas férias de verão 2011 que se encerram nos próximos dias. E a expectativa do setor é de avançar mais ainda nessa “fórmula de sucesso”.

Chegará ao Brasil? Quando? E no Rio Grande do Norte?

Pacotes all inclusive no Rio Grande do Norte: quem oferece?

A tendência do público europeu de buscar pacotes turísticos all inclusive se fortaleceu nesse verão de 2011. As empresas apostam nessa proposta e prometem reforçar a ideia nos próximos períodos de grandes férias, a começar já no próximo inverno; apostam que o crescimento da demanda é a mais nova opção que o turista buscará no futuro.

Aqui no Brasil há vários empreendimentos no modelo; o Club Med é, por excelência, a referência no sistema de um real all inclusive; outros hotéis ou resorts limitam-se a oferecer o (não me canso de achar terrível essa denominação) pacote “pensão completa”. Atividades de lazer, esporte, passeios etc poucos tem em sua lista de serviços.

Acredito que aqui no Rio Grande do Norte essa oferta seja ainda menor ou muito reduzida. Será que existe algum hotel no Estado que ofereça vários serviços quando os turistas ficam por uma semana ali hospedados: passeios, festas temáticas, atividades esportivas, mini-cursos (para iniciantes em atividades esportivas), atividades lúdicas, baby-sitter etc? Quem se habilita nesse modelo?

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Você conhece o “Instituto de Transportes Aéreos do Brasil”?


Faltou alguma coisa para que a gente se familiarizasse com o Instituto de Transportes Aéreos do Brasil; é que o ITA, como se apresenta em sua sigla, participou do leilão do aeroporto em São Gonçalo, compondo um dos consórcios que fez proposta formal no dia 22.

O “outro” ITA, de foco educacional, é conhecido e dispensa apresentações mais detalhadas. Mas, esse ITA merece algumas linhas para entendermos, seu funcionamento e área de atuação. Infelizmente, não será aqui que novos dados serão encontrados... Em pesquisa na internet não consegui ir muito adiante a não ser a própria notícia de que o Instituto de Transportes Aéreros do Brasil participou do leilão...

Fica a curiosidade então: quem é, de fato, o ITA? Que grupo(s) empresarial(ais) preferia não ser reconhecido espontaneamente e criou ou constituiu o ITA? A pesquisar!

Uma empresa administrando e/ou construindo o aeroporto e autodenominando Instituto...

Tinha outra estrangeira no leilão do aeroporto

Mais uma empresa estrangeira estava participando do leilão do aeroporto na segunda-feira passada; e não era nenhuma das conhecidas nem esperadas: nada da Fraport, nem do ADP (Aéroport de Paris) nem a espanhola especializada em gestão de aeroportos.

A outra estrangeira, embora também espanhola, era a FCC Construción S/A que estava agregada à proposta do Consórcio Aeroleste Potiguar – encabelado pela TPI-Triunfo Participações e Investimentos S/A. Foi o grupo que apresentou o menor preço no leilão, exatamente o valor mínimo exigido, de R$ 51,7 milhões; foi logo desclassificada pela diferença de preço e não passou da fase inicial do leilão.

Pelo resultado da Anac, teria sido essa a única outra estrangeira interessada no novo aeroporto em São Gonçalo do Amarante.

Maior promoção comercial do RN começa amanhã: Liquida Natal

Seguindo aquela séria "vale a pena ver de novo", é amanhã o "Grande dia" - começa a maior promoção já realizada no RN: o Liquida Natal. Aproveite!



"Vem aí o Liquida Natal, uma ideia básica mas que tornou-se essencial para o comércio de Natal no período chamado de “baixa”, final de agosto/início de setembro.

A expectativa para esse ano é de realização de uma das maiores campanhas já consoliada pelas entidades organizadoras (que passa a ser CDL Natal) para comemorar uma data “especial”, a de 10 anos ininterruptos de promoção na Capital mas que também municípios da Região Metropolitana hoje participam.

E o prêmio principal é bem razoável: serão 10 carros sorteados.

Qual a chance de ganhar um deles? Fazendo as contas, com a expectativa de 4,5 milhões de cupons sua sorte será de.... enfim, bem menor ainda se você não participar.

A consciência empresarial, na verdade, é que fará com que o consumidor se interesse para que a meta dos 4,5 milhões de cupons seja atingida, ficando bem acima dos 3,9 milhões do ano passado. A mídia e a superpromoção ajudarão, mas o consumidor não pode ser enganado com preços superficialmente alterados para que o desconto seja “gigante”.

É a seriedade da empresa que faz a credibilidade da campanha Liquida Natal.

Em agosto e durante 10 dias, até o início de setembro, seremos todos bombardeados com muitas ações de marketing a nos convencer que comprar – naquelas lojas participantes – é um bom negócio. A conferir."

Prefeitura de Natal multa imóvel fechado: combate a dengue

A Prefeitura de Natal está intensificando o combate a dengue (Aedes aegypti) e decidiu, de forma incisiva, utilizar-se da legislação pertinente para fazer com que as vistorias aos imóveis seja garantida à equipe de vigilância sanitária; de fato, não adianta, por exemplo, em uma rua visitar quase todos os imóveis se um deles estiver fechado: seria suficiente para anular todo o trabalho daquela localidade e, em havendo um foco justamente no imóvel abandonado, estaria “assegurado” o programa “dengue para todos”...

No Diário Oficial do Município já há sinais de reforço da política municipal: começam a ser expedidos e publicado os editais de “notificação de infração sanitária” com indicação de proprietário e endereço completo do imóvel para que possa haver a defesa prévia e o amplo direito de contestação.

A acusação, agora pública: “Ato ou fato constitutivo da Infração - Manter o imóvel fechado favorecendo a proliferação do
mosquito transmissor da dengue (Aedes aegypti).”


Então, prepare-se, se você tem imóvel fechado. Você pode ser obrigado a pagar multa por impedir que a saúde pública – um bem e um direito coletivo - seja assegurado; atualize-se ou virá – por enquanto – multa em breve (que na hora de vender o imóvel estará imediatamente associado ao seu CPF).

Enfim, quem sabe a conotação financeira, da multa, pode ajudar a “convencer” às pessoas da importância do combate ao mosquito da dengue.


Obs: nesse mês já foram, pelo menos, duas notificações: em Pitimbu e em N. Sa. da Apresentação; você tem imóvel por lá?

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Leilão de energias novas garante 15 novos contratos no RN

15 novos contratos foram assegurados no recente 4º Leilão de energias novas realizados semana passada. No Estado 15 projetos tiveram suas propostas validades no concorrido certame.

Dentre as boas notícias, está o valor médio pago pelos projetos em solo norte-riograndense: variando entre R$ 98,92 e R$ 101,98. Apenas 4 contratos (todos da mesma empresa, em R$ 98,92) ficaram abaixo da média nacional, de R$ 99,61. Isso assegura melhor rentabilidade do negócio e maior viabilidade de implantação das unidades no Estado.

O leilão é a primeira etapa contratual para que os valores investidos comecem a dar resultados plenos. Cada empresa, pelo simples fator de concorrer ao leilão, já realizou algumas – poucas – despesas no Estado; a partir de agora, abrem-se novos canteiros de obras e com eles, o aporte de novos recursos na nossa economia.

Os 15 projetos aprovados são:

# Caiçara 2
# Caiçara do Norte 1
# Lanchinha
# Ventos de Santo Uriel
# Famosa 1
# Rosada
# MIassaba 4
# Santa Helena
# SM (Santa Maria)
# Carcará
# Carnaúbas
# Reduto
# Santo Cristo
# São João

E, por último, a denominação mais curiosa:

# Parque Eólico Pelado.

CCEE divulga detalhes do 4º Leilão de energia de reserva: quase 50% dos investimentos no RN

A CCEE-Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, responsável pelo acompanhamento dos leilões de energia renováveis realizados nos últimos dias 17 e 18, divulgaram detalhes dos valores contratados nestas datas.

E o Rio Grande do Norte obteve um bom desempenho! Dos R$ 3,3 bilhões previstos em novos contratos de energia a partir de 2014, R$ 1,5 bilhão será de projetos no Estado, ou seja, cerca de 46,5% do total contratado (para ser mais exato, R$ 1.513.084.200,00 em recursos a serem aportados em função de projetos; na verdade, o valor é um pouco maior, tendo em vista o projeto Miassaba 4, com valor já aplicado e não contabilizado aqui).

Nesse leilão específico – energia nova – o vizinho Ceará abocanhou R$ 667,3 milhões. Em relação ao Rio Grande do Norte não chega à metade de nossos contatos...

Biomassa do RN não emplacou projeto no leilão da eólica

O único projeto do Rio Grande do Norte inscrito previamente para participar do leilão de energias não encerrou em boa negociação: o preço oferecido não agradou ao ofertante e o projeto voltará para a esfera privada, com a co-geração de energia mas, fora do sistema nacional.

O projeto incluído preliminarmente pertencia à CPFL Bio Formosa S/A e oferecia uma potência contratada de 40 MW.

Aeroporto a prazo (2014), especulação imobiliária a vista (já começou!)

O novo aeroporto do Rio Grande do Norte já está gerando grandes volumes de negócios, antes mesmo do encerramento do leilão de ontem: é a “força” da especulação imobiliária que tomou conta do município e de seu entorno.

Os preços de terrenos naquela área sempre estiveram na mira dos especuladores – mas também, claro, dos investidores e a confirmação do leilão apenas inflacionou mais ainda o valor do metro quadrado. Ontem, então, com a proposta vencedora, a tendência é que os preços disparem novamente; o ágio (excessivo?) apenas reforçará a vontade de especular sobre aquelas áreas. Afinal, com a certeza do aeroporto e seu foco em indústrias e produção, mais do que nunca o produto mais escasso da região será a disponibilidade de – grandes – áreas.

Quem já estava investindo há anos e esperando por esse momento, deve ter tido motivos para comemorar bastante ontem às 10h51, quando o leilão foi encerrado: lucros a vista. A Prefeitura (sem esquecer o Cartório...) terão receitas e mais receitas adicionais e extraordinárias nunca vistas quando os terrenos começarem a ser regularizados e as transferências de imóveis de efetivarem.

Alguns comentários indicavam a participação de investidores do porte econômico de Eike Batista: grandes negócios; contratos também.

Se o aeroporto é um negócio a médio/longo prazo (2014), a especulação imobiliária em São Gonçalo do Amarante é um (ótimo) negócio à vista!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O que significa todo esse ágio do leilão do aeroporto?

Leilão é sempre uma “caixinha de surpresas”, para usar a definição clássica do futebol: sabe-se que acontecerá mas imprevistos são quase sempre recorrentes. No leilão do novo aeroporto não foi diferente; algumas surpresas:

# As primeiras ofertas já indicavam um preço bastante superior ao preço mínimo de R$ 51 milhões (já era de se esperar, mesmo com notícias negativas de desistências);
# Havia uma disputa acirrada pela concessão (não se imaginava leilão “deserto”); e
# A Fraport não veio mesmo! (em outubro de 2009, em primeiras conversas com o pessoal, lá em Frankfurt, a Frapor já conhecia o projeto do RN).

Superadas essas fases, que podemos obter de resposta do ágio do leilão

1º É um bom negócio! Isso significa que o aeroporto deverá ser construído e que a expectativa de resultado econômico-financeiro mostra que o tão sonhado aeroporto é viável;
2º É um ótimo negócio! Uma das parceiras, a empresa da Argentina, tem experiência em aeroportos, ou seja, não é somente um “construtor” que se iniciará em nova área, mas alguém do ramo que calculou bem a TIR (Taxa interna de retorno);
3º Que o ágio representará para a empresa um custo médio adicional de R$ 400 mil durante toda a concessão;
4º Que esse custo médio será pago por alguém... Governo ou futuros usuários ou, de qualquer forma, nós, cidadãos!

Em resumo, um bom negócio financeiro para a vencedora, um ótimo negócio econômico para o Rio Grande do Norte e uma excepcional oportunidade de desenvolvimento e crescimento social para sua população.

“Quantas empresas precisamos no leilão do Aeroporto na segunda-feira?

Repetindo o comentário de sábado:

“Quantas empresas precisamos no leilão do Aeroporto na segunda-feira?


Segunda-feira, 22, é outro dia de boas promessas para o Rio Grande do Norte. A partir das 10h a Bolsa receberá as propostas de empresas interessadas no leilão para construção e gestão do novo aeroporto, em São Gonçalo do Amarante.

Nos últimos 17 e 18 foram os leilões de energia que trouxeram um “susto” no primeiro dia com baixos projetos do Estado; logo recuperados no dia seguinte.

Surge a expectativa do grande projeto do RN. Afinal, quantas empresas participarão do leilão? Quantas, de fato, estão cadastradas? A Anac limita-se a informar que ninguém foi inabilitado. E somente isso. Mas, quem ficou, então? Fala-se em 3 empresas numa dedução primária tendo em vista que 3 delas fizeram consultas prévias formais; mas, e se outras estiverem interessadas?...

Teremos ou não Fraport? Empresa do México? Paris e Madri?

Na verdade, pouco importa!

Precisamos apenas e tão-somente de UMA empresa. O que importa é que haja UMA empresa; umazinha é suficiente! Se houver mais, teremos leilão mas, se houver somente uma, também acontecerá o leilão. No final das contas, uma, duas, três ou dezoito empresas, o que todos queremos é que UMA delas esteja lá. Em São Paulo. Na segunda-feira. Às 10h. Pontualmente, sem um minutinho de atraso. Para felicidade do RN.”


domingo, 21 de agosto de 2011

Haverá limites para o consumo “verde”?

Os produtos “verdes”, aqueles que “protegem” a natureza buscam ocupar cada mais novos espaços na economia global, destronando aqueles que são poluidores por sua própria condição (agrotóxicos versus defensivos biológicos, por exemplo), por seu processo produtivo (mais ou menos água utilizada para sua fabricação), por sua integração com o meio ambiente (sacolas plásticas ou sacolas de papel?) e, mais recentemente, em função de sua produção de CO2.

Países europeus estão bem adiantados nessa prática em que o consumidor escolhe – ainda que possa ser mais caro – o produto que está em melhor integração com o meio ambiente, aquele que agride menos a natureza ou que produz menos resíduos (o problema da coleta de lixo nas grandes cidades).

O mercado produtor e o marketing não perderam a oportunidade nesse tempo todo: já vi produtos que constam em sua embalagem quanto gastam em água, quanto produzem de CO2 ou, ainda, quanto tempo demora para a embalagem ser decomposta.

Mas, essa outra notícia que vem de novo da Europa é inusitada! Empresas estão anunciando aos consumidores que seu produto chegou até no mercado importador e foi transportado de navio, não de avião! Isso mesmo, uma outro front da guerra é sob a poluição gerada em todas as etapas entre o mercado produtor e o mercado consumidor: tá na prateleira e foi enviado de avião? Então, consumidor, isso significa que você está contribuindo ainda mais para a degradação do meio ambiente...

Será que há limites para o consumo “verde”? Alguma razoabilidade ou tudo será explorado como instrumento de marketing pelo mercado: será, então, valorizar o produto ou conquistar o produto. Você realmente se interessaria em saber qual o meio de transporte do produto que você está consumindo?¡

Investimentos da Endesa em eólica serão de R$ 215,9 milhões no RN

A Endesa foi a única empresa com projetos aprovados no leilão de “energia nova” realizado pela Aneel nos dias 17 e 18 passados. Dois projetos de fornecimento de energia eólica foram contemplados, os intitulados Modelo I e Modelo II.

De acordo com a planilha oferecida pela empresa, tais projetos demandarão investimentos de R$ 215,9 milhões para uma geração de 62,6 Mw contratados.

Os investimentos serão realizados até 2014 quando as unidades já deverão estar produzindo em plena capacidade de funcionamento no Estado.

Banco Central diversifica(va) aplicações de reservas internacionais

O Banco Central aplicava 80,2% de todas suas reservas internacionais em títulos da dívida pública norte-americana no ano de 2010. Parece excessivo, mas é menor do que o índice do ano anterior: 2009 tínhamos (afinal, são recursos públicos, então “tínhamos”) 89,8% do total nessa aplicação financeira.

Mas, no ano passado o Banco Central diversificou sua política direcionando os recursos com depósitos em bancos/organismos internacionais (Banco Mundial, por exemplo) e títulos de agências internacionais ou títulos supranacionais. Toda essa variação rendeu 1,82% ao Governo brasileiro em 2010.

Mas, em 2011, depois da informação de crescimento (+ de 30%) na aquisição de títulos da dívida pública norte-americana, se continuar a tendência nesse segundo semestre, deveremos concentrar mais ainda as aplicações nesses papéis. Obama agradecerá; falta ver se o nosso caixa também.

Preços dos leilões foram favoráveis ao RN

Os preços dos leilões de energia foram favoráveis ao Rio Grande do Norte para os dois editais apresentados, de energia nova e de energia de reserva.

Para o primeiro o preço médio nacional foi de R$ 99,61 enquanto no RN foi de R$ 100,18 equivalente a apenas uma diferença de 0,57% (além do RN somente dois outros estados participaram: Ceará e Bahia que tiveram desempenho preço menor). Para o segundo o preço médio nacional foi de R$ 102,07 enquanto que no Estado o valor final foi de R$ 98,52 com uma diferença de apenas 3,48% (foi o menor preço do Nordeste).

Ao final os preços dos leilões não foram muito distantes das médias para o RN; isso significa que a rentabilidade dos novos projetos no Estado estão no padrão das demais unidades de produção em todo o País.

sábado, 20 de agosto de 2011

Reservas do Banco Central deram “lucro” de 1,82% em 2010.

O Banco Central divulgou relatório com resultados de suas reservas cambiais e a rentabilidade no ano de 2010. O “placar” final de todo o dinheiro acumulado em moeda estrangeira é que a rentabilidade líquida chegou a 1,82% no ano passado; considerando as nossas taxas de inflação e os índices elevados que estamos acostumados a ver nas despesas financeiras internas, pode parecer até baixo, mas, em padrões internacionais de economia estável, não é desprezível.

E o desempenho de 2010 foi ainda superior ao de 2009 (quando a crise externa pegava fogo...): 0,83%. Mas, embora melhor em 2010, a média de anos anteriores era bem melhor, de mais de 5%.

O valor aplicado pelo Governo brasileiro manteve a concentração em dólares norte-americano. Em 2009 eram 82,0% do total das reservas internacionais e, ao final de 2010, eram 81,9% desse total; veja a composição das reservas brasileiras:

# Dólar norte-americano – 81,8%
# Dólar canadense – 6,0%
# Euro – 4,5%
# Dólar australiano – 3,1%
# Libra esterlina – 2,7%
# Outras – 1,9%

Vendas porta-a-porta: no Seridó a liderança da Avon é de Currais Novos. E em Caicó?

As vendas porta-a-porta continuam em franca expansão no Brasil, essencialmente no Nordeste. É o que afirma a empresa Avon que se intitula como “the company for women” (uma empresa para a mulher) e que comemora as vendas crescentes na região.

No Rio Grande do Norte a Avon está presente de forma expressiva e é possível encontrar alguém oferecendo seus produtos em todos os municípios. Apesar da força de vendas e da quantidade de “vendedoras” que vemos em vários locais, oficialmente o número de “colaboradoras” (como diria Sílvio Santos!) é menor do que parece.

Veja para o Seridó alguns números da empresa, de revendedoras diretamente cadastradas:

Currais Novos: 23
Parelhas: 20
Caicó: 19
Acari: 3
Cruzeta: 1
Jardim do Seridó: 1

E ninguém em: Jardim de Piranhas ou Ouro Branco.

Quantas empresas precisamos no leilão do Aeroporto na segunda-feira?

Segunda-feira, 22, é outro dia de boas promessas para o Rio Grande do Norte. A partir das 10h a Bolsa receberá as propostas de empresas interessadas no leilão para construção e gestão do novo aeroporto, em São Gonçalo do Amarante.

Nos últimos 17 e 18 foram os leilões de energia que trouxeram um “susto” no primeiro dia com baixos projetos do Estado; logo recuperados no dia seguinte.

Surge a expectativa do grande projeto do RN. Afinal, quantas empresas participarão do leilão? Quantas, de fato, estão cadastradas? A Anac limita-se a informar que ninguém foi inabilitado. E somente isso. Mas, quem ficou, então? Fala-se em 3 empresas numa dedução primária tendo em vista que 3 delas fizeram consultas prévias formais; mas, e se outras estiverem interessadas?...

Teremos ou não Fraport? Empresa do México? Paris e Madri?

Na verdade, pouco importa!

Precisamos apenas e tão-somente de UMA empresa. O que importa é que haja UMA empresa; umazinha é suficiente! Se houver mais, teremos leilão mas, se houver somente uma, também acontecerá o leilão. No final das contas, uma, duas, três ou dezoito empresas, o que todos queremos é que UMA delas esteja lá. Em São Paulo. Na segunda-feira. Às 10h. Pontualmente, sem um minutinho de atraso. Para felicidade do RN.

Fraude bancária, um bom negócio!

As fraudes bancárias apresentam um índice de evolução de causar inveja a qualquer investidor, principalmente se tiver aplicações em bolsas de valores... Apenas no primeiro semestre de 2011 foram R$ 685 milhões em fraudes bancárias, todas realizadas com uso da internet; um crescimento invejável de 36% em relação ao ano passado.

É o outro lado da moeda, a desvantagem do uso crescente dos meios eletrônicos para efetuar pagamentos: cada vez mais as instituições oferecem condições de acessibilidade e de facilidade para pagamento via internet, tentam reforçar suas proteções, mas não conseguem encontrar uma real forma de proteger o cliente; é sempre o lado mais fraco da história e o último penalizado. Os bancos, por exemplo, assim como os cartões de crédito têm suas empresas de seguro para garantir o prejuízo; já nós, pobres mortais...

Que fazer? Precaução, dizem as instituições. Mas, a teoria na prática é outra: os fraudadores são muito mais – eletronicamente – espertos que o consumidor tradicional, não havendo como acompanhar instantaneamente todas as ideias criativa dos fraudadores. O Código de Defesa do Consumidor protege o cliente de tais práticas, mas a legislação que pune o fraudador é vaga e não responsabilidade a entidade financeira.

É hora de termos uma legislação específica: o Código Penal Eletrônico.

ps1: você já fez as contas dos R$ 685 milhões em seis meses: cerca de R$ 40 mil roubados por hora!
ps2: já fui vítima de fraude eletrônica; no meu caso, mais grave, não posso nem reclamar judicialmente.

Educação presencial ou a distância (EAD): qual investimento?

A educação a distância, mais conhecida pela sigla EAD, é uma tendência irreversível no mundo da educação, sobretudo no 3º grau. No Brasil já temos universidades exclusivamente com cursos a distância e tão somente seus pontos focais presenciais para atendimento ao aluno e realização de provas; uma sala ou um conjunto de poucas salas já é suficiente para que um novo “campus” seja criado.

Todos os grandes grupos nacionais investem em EAD sabedores da tendência global. Mas, se é uma tendência (quase necessidade) de mercado, o formato da contabilidade é bastante diferente: de um lado custos bem mais reduzidos e rentabilizados a custo praticamente zero a cada novo aluno mas, do outro, a receita também é drasticamente menor!

Quem escolhe estudar via EAD aceita as diferenças na forma de transmitir o conteúdo e, por isso, não admite pagar o mesmo valor de um curso presencial; aliás, os estudantes “exigem” um preço bem diferenciado entre sala de aula e multimídia/tv em sala de aula.

Qual o “ticket médio” de um aluno de graduação de curso presencial ou curso EAD?
# Curso presencial – R$ 400,00 em média
# Curso EAD – R$ 170,00 em média

Resultado: mais do que os cursos presenciais, os cursos via EAD são “brincadeira de gente grande”: a sustentabilidade do negócio depende de um grande volume de alunos; difícil a competitividade dos grupos locais.

Possibilidade de greve dos trabalhadores rurais

Dez sindicatos de trabalhadores rurais já agendaram suas assembleias para os primeiros dias de setembro com foco nas negociações salariais e nas reivindicações da categoria; as agendas estão previstas para os dias 3 e 4 de setembro próximos.

As pautas dos sindicatos nos diferentes municípios tem praticamente a mesma essência:
1º Discussão e aprovação da pauta de reivindicações;
2º Autorização para negociações;
3º Deflagração da greve;
4º Autorização para instalação do dissídio coletivo; etc.

Um dos motivos de reivindicação será em relação aos efeitos da mecanização da colheita da cana de açúcar. Em outros centros produtores, principalmente em São Paulo, a mecanização já é uma dura realidade para os trabalhadores rurais enquanto, ao mesmo tempo, uma “imposição” do mercado em busca de produtividade e redução de custos. No Rio Grande do Norte a mecanização começa a produzir os mesmos efeitos: diminuição da necessidade de mão de obra com a dispensa de cortadores de cana; o grave nessa história toda é que, em geral, é mão de obra com baixa qualificação profissional e reduzido índice de escolarização o que dificulta da (re)inserção no mercado de trabalho.

As reuniões dos sindicatos acontecerão:


3 de setembro
8h – Ceará-Mirim

4 setembro
9h – Baía Formosa / Brejinho / Montanhas / Pedro Velho / São José de Mipibu / Várzea
10h - Goianinha
15h – Arês (Emanuel Ferreira da Silva)
15h – Canguaretama

Aluguel de carro e hotel: taxas de ocupação média garantem negócio

Em uma região turística quanto Natal e o RN diariamente surge uma “tentação” em investir nesse segmento mas que, infelizmente, provoca algumas decepções quanto à rentabilidade do negócio; não é incomum encontrar alguém que, observando – somente – a temporada de alta estação decide buscar investir no turismo e, muitas vezes, naquilo que parece “fácil” aplicar os recursos e mais “fácil” ainda a sua receita.

A locação de veículos é uma delas.

Com a facilidade do crédito e a expansão de sua oferta (bancos, financiadoras ou até mesmo a própria montadora), alguns se permitem o cálculo bastante rápido: pouco capital para investir, financiando tudo, e receita diária com a locação acreditando que, ao final, o valor das locações supriria o valor das mensalidades. Nem sempre é assim...

Para aqueles que pretendem investir na área, vai uma dica: a Localiza, a maior empresa de locação de veículos com uma frota bastante diversificada e com larga experiência – ou seja, não brinca em serviço – apresenta uma taxa média de locação anual não superior a 70%. Isso significa que, com toda experiência e todo o investimento em logística e o insistente marketing que a empresa faz, ainda assim, com os 30% de seus carros não geram, no coletivo, receita anual.

Em um cálculo rápido, investir em locação de veículos é estimar a receita média mensal da seguinte forma: a cada 3 carros comprados, calcule o rendimento de apenas 2 deles; faça de conta que o outro não existe, ou melhor, lembre-se dele somente na hora de pagar o empréstimo...

sábado, 13 de agosto de 2011

Uma nova recessão atingirá o Brasil? Marolinha, tsunami ou...?

Já se passaram pouco mais de 1.000 dias da fatídica crise internacional de 2008 quando o banco norte-americano Lemon Brothers quebrou e levou, literalmente, todas as economias para os piores momentos das últimas décadas. Se até lá alguém ainda duvidava de algum efeito instantâneo da chamada globalização, depois dessa data convenceu-se (finalmente!) de que nada mais acontece isoladamente. A economia é cada vez mais interligada e os fenômenos, naturais ou não, lá do “outro lado do mundo”, qualquer que seja ele, nos atingem diretamente.

Escapamos, de certa forma, da crise de 2008. Não foi simples nem fácil, mas sobrevivemos sem todas as dificuldades que vemos hoje passar as economias tradicionais, principalmente da Europa. Escapamos, mas não saímos ilesos dessa história. Até hoje as prefeituras pagam o preço da crise – e quanto menor a prefeitura, maior o prejuízo – com a redução do IPI sobre vários produtos (automóveis, eletrodomésticos e material de construção de forma geral), a melhor forma de tentar manter o equilíbrio entre a oferta e a demanda.

À época, a dúvida era se teríamos uma marolinha ou um tsunami. O então presidente Lula foi categórico, tratava-se de uma marolinha e a crise era coisa de gringo loiro de olhos azuis... dizia. Mas, funcionou, essencialmente pela redução da carga tributária que fez o brasileiro consumir aquilo que sempre desejou mas que os salários nunca permitiam. Resultado disso, nunca vendemos-compramos tantos carros novos como em 2008, 2009, 2010. O mundo inteiro em crise e nós, brasileiros, torrando as economias e andando de carro novo (a culpa do trânsito caótico em Natal deve-se a esse aspecto; mas é outra história!).

Agora, o carisma avassalador de Lula não está mais presente. A presidente Dilma, com toda a confiança que os índices de pesquisa oferecem, enfrenta turbulência, quase igual: mundo em crise, o Brasil caminhando e a dúvida, “que fazer?”.

Quem já se adiantou na tentativa de salvar a economia nacional foi Eike Batista que anunciou, será mesmo uma marolinha. Para quem já perdeu 2 bilhões em aplicações financeiras com a queda das bolsas (mesmo se isso representa apenas 4% de seu patrimônio), não dá para anunciar a chegada de um tsunami; afinal, nem ele escaparia.

Na verdade, ainda não sabemos se tsunami ou marolinha chegará aqui no Brasil. O mundo inteiro, no entanto, já sabe que é uma tsunami. E o “Lula” deles é bem diferente: é a China, comprando tudo e salvando todos.

Obama, entre outros, já aprendeu a dizer “xie xie”. Significa “obrigado” em chinês. Será esse o nosso caminho?

Ricardo Abreu já antecipava o caminho que a Cyrela resolveu adotar

Quem participou da 15ª Convenção estadual das Câmaras de Dirigentes Lojistas do RN, organizada pela FCDL, pode aproveitar a excelente ideia do seu presidente, Marcelo Rosado, em escolher Ricardo Abreu como um dos casos de sucesso do RN (aproveitando, o Durval, Maré Mansa, um show a parte).

Na sua explanação Ricardo Abreu dizia: preparei minha equipe e resolvi fazer minha primeira venda de imóveis pela internet, via Twitter. Dizia mais, havia preparado a equipe, sem dizer o motivo, e no final de semana de lançamento da ideia fez excelentes negócios. Vendas dispararam, tudo via internet!

Esse filão já faz parte da Cyrela. A empresa já criou o seu facebook que já impulsionou um aumento de tráfego em 75% na sua página oficial onde constam todas as propostas de imóveis.

Em seis meses de avaliação foram R$ 422 milhões em vendas pela internet. Se pudéssemos assim medir, qual seria a taxa de retorno de investimento nas vendas ocasionadas por um click do mouse? E a rentabilidade excepcional, diante de um custo extremamente baixo?

Corretor de imóveis tradicional desaparecerá? Cyrela fatura R$ 422 milhões em vendas on line

A Cyrela, decididamente, e entrou no mundo dos negócios online. Vender imóveis pela internet, agora, também será uma prática comum da empresa; aliás, é um investimento crescente que um dos principais grupos imobiliários brasileiros tem realizado nesse ano de 2011.

No 1º semestre do ano, dias cerca de 1.300 corretores do grupo empresarial, 30% estão “focados em vendas online”. É uma mudança radical no setor imobiliário em que, tradicionalmente, estávamos acostumados à figura do corretor acompanhando o cliente, abrindo a porta e mostrando o apartamento: “aqui é a sala, ali a área de lazer, as vagas na garagem são aqui etc”.

Não precisa mais desse acompanhamento de perto. A internet se encarrega de mostrar todos os recantos do imóvel e, traz todas as medições de cada sala, quarto, cozinha (não precisa sair medindo na hora da visita para saber se o sofá caberá ou não...) etc e, o mais eficiente, a qualquer dia e qualquer hora, sem precisar agendar visita, saber onde está a chave, passar na imobiliária para buscar o corretor, combinar com toda a família o mesmo horário.. ufa, um trabalhão.

A venda de imóveis tende a acontecer cada vez mais a distância, via internet.

A Cyrela aposta nessa ideia. Em 2011 já realizou pouco mais de 15% de suas vendas pela internet. Corretores, preparem-se que o “futuro” chegou.

Apenas como exemplo, em vendas pela internet, a Cyrela já faturou R$ 422 milhões. Um bom negócio!

Lojas do Baú vão desaparecer do mercado. Há muito tempo Natal não tem mais a sua

Você ainda é do tempo das “Lojas do Baú”, o Baú da Felicidade de Sílvio Santos que tanto encantou uma clientela fiel ao apresentador que popularizou, mais do que ninguém, o “domingão”? Ainda se lembra que chegou a existir uma loja aqui em Natal, ali na Rio Branco? Pois no próximo ano você não encontrará mais nenhuma dessas lojas, em nenhuma outra cidade do Brasil.

Sílvio Santos vendeu essa parte de seu patrimônio para o Magazine Luiza que mantém algumas das poucas unidades das Lojas do Baú que restam, essencialmente, no Estado de São Paulo. Mas, o grupo empresarial Luiza que ontem anunciou seu lucro do semestre (tão tímido... se comparado ao da Guararapes/Riachuelo) anunciou o fim do negócio: em 2012, somente Magazine Luiza.

Será o fim do que já foi o ícone brasileiro de acesso ao mercado?

Alguém ainda se lembra do Carnê do Baú que deveria estar “rigorosamente em dia” (acho até que foi Sílvio Santos que cunhou essa expressão...)? Você ganhava os prêmios por sorteio, mas podia ir também logo nas lojas comprar o produto desejado. Era um dos caminhos para que a classe popular tivesse acesso ao mercado consumidor.

Hoje, o consumo está desenfreado. O acesso ao mercado é bem mais fácil. O crédito está mais acessível do que nunca. E a marca de sucesso entre as classes D e E desaparecerá do mercado. Tempos modernos no mundo do consumo.

Imposto sobre grandes salários. Solução para a crise na Itália?

A crise europeia dos últimos dias acelerou o debate sobre os gastos públicos: excesso de despesas que a “máquina” arrecadadora já não suporta mais nas mesmas condições de anos, ou seja, a “conta não fecha” no final do ano. Embora o fato não seja uma grande novidade, visto que os governos adoram financiar seus débitos com empréstimos (os famosos títulos da dívida pública), o problema hoje é que a capacidade de pagamento está comprometida.

A solução? Na Europa, todas as tentativas são bem-vindas.

A Itália está trilhando um caminho diferente: decidiu criar um imposto diferenciado para as chamadas “grandes rendas”. Aqueles que ganham acima de Euros 90 mil por ano terão um adicional de imposto para contribuir com as contas públicas.

O nome do tal adicional: “Taxa de solidariedade”! Se essa moda pega...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Depois do lucro de mais de R$ milhões no 1º semestre, ações da Guararapes têm alta

Nada melhor do que um bom lucro para fazer o preço das ações subirem rapidamente em um único dia. Que o diga a Guararapes/Riachuelo que ontem anunciou mais de R$ 100 milhões de lucro líquido no primeiro semestre de 2011, num ritmo crescente não somente em relação ao passado, mas durante todos os meses do ano.

Se a Bolsa de São Paula estava em queda e puxou todas as ações para baixo, ontem, no pregão Ibovespa a queda no valor do grupo norte-riograndense também foi sentida, mesmo se a perda foi menor do que índice geral.

Já hoje, a história foi outra: depois do lucro, hora do aumento das ações “GUAR3” e “GUAR4” como são chamadas na Bolsa: R$ 75,00 cada, com alta de 4,17% e 2,89%, respectivamente, em um único dia. Parece pouco? O Ibovespa fechou com alta de... 0,20%.

Aos amantes das aplicações em Bolsa e aplicadores nada melhor (ou pior?) do que um final se semana até que o novo ciclo comece já no domingo, quando a “primeira” bolsa indica algumas tendências, diretamente de Israel.

Nordestão já inicia parceria internacional para importação

O Nordestão já deu início a o que tende ser uma forte parceria no setor comercial, ainda que restrita à importação de produtos. As prateleiras do supermercado, já acostumadas a apresentar produtos importados, mas geralmente adquiridos de distribuidores-representantes no Brasil, dá continuidade à sua linha comercial com um novo diferencial: importação direta (ou em parceria direta).

A parceria com um forte grupo europeu (não supermercadista) já possibilitou a importação de alguns itens para distribuição nas lojas do Nordestão (inicialmente de forma exclusiva).

Com a mudança da sede e da central de distribuição de suas lojas para um espaço bem mais amplo e com bem maior capacidade de estocagem, operações de importação em volumes mais elevados já podem ser realizadas com tranquilidade.

Por enquanto a linha de produtos é mais reduzida mas, a avançar os projetos é possível termos em breve nas gôndolas destaques como “produto exclusivo Nordestão” ou “importado exclusivamente pelo Nordestão”. É a rede genuinamente local entrando na internacionalização dos negócios.

De novo Carrefour e Walmart. Mais desafios para o Nordestão a vista (e a prazo)

Carrefour e Walmart voltam ao noticiário econômico internacional mas, desta vez, o Pão de Açúcar não fará parte da história: anuncia-se que há um interesse – ou pelo menos uma negociação – da empresa americana em comprar o patrimônio da francesa Carrefour no Brasil.

Os dois maiores gigantes do setor varejista mundial não param de disputar mercados e o cenário político desfavorável do recente contexto Pão de Açúcar-Carrefour-Casino no Brasil parece atiçar mais ainda esse complicado “jogo de xadrez”: cada movimento de um é analisado pelo outro de forma cuidadosa.

Se essa aliança confirmar-se será outra expectativa para o grupo Nordestão. Uma aliança, ainda mais forte, entre os dois maiores concorrentes não deixará o mercado local distante dos novos projetos. Vale lembrar que a Copa 2014 está programada para Natal e todos estão de olho nos novos negócios; até lá muita coisa ainda acontecerá, inclusive no setor supermercadista.

Haverá espaço para as redes locais, isso é uma certeza que o mercado brasileiro tem demonstrado em todas as cidades mas, o domínio das grandes redes é um constante desafio. Para o Nordestão, confirmada a aliança, desafios a vista e a médio e longo prazos.

Lâmpadas, um bom negócio na importação

Importar lâmpadas, no Rio Grande do Norte, tem sido um bom negócio nos últimos anos, de acordo com os dados do MDIC-Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Nos primeiros sete meses de 2011 já importamos pouco mais de 1 milhão de Reais em lâmpadas, considerando uma média da taxa de câmbio; na verdade, o volume de compras do exterior foi de US 684,6 mil.

No Estado a empresa MP Com Import e Export de Lâmpadas Ltda especializou-se nesse mercado e seu volume de negócios na importação está essencialmente concentrado em “lâmpadas/tubos” e suas peças/partes.

Quando comparada com anos anteriores a estatística revela que o dólar baixo tem sido um dos principais motivos de expansão da atividade no Estado. No ano de 2011, ainda com dados parciais, a empresa já importou um volume de lâmpadas superior ao todo o montante do ano de 2009.

Qual a origem dessas lâmpadas? A China, claro, com quase 99% do total importado. Veja os números:

# 2011, até julho: US 684,6 mil
# 2010: US 1,0 milhão
# 2009: US 592,1 mil
# 2008: US 423,8 mil

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Dólar subindo: não teria sido melhor se em consequência de medidas do Governo?

Há um mês o dólar era cotado a R$ 1,5765 e a crise se instalava para tentar resolver o problema do câmbio, extremamente desfavorável aos exportadores brasileiros. O ministro Mantega começava a anunciar medidas que garantissem a competitividade nacional e, no foco principal, a recuperação do Real face ao dólar.

Hoje, o dólar abriu o mercado financeiro a R$ 1,6319 e a cotação média final (a chamada PTAX) ficou em R$ 1,6298.

Mas, se o efeito é o desejado, a causa está longe de ser a melhor possível... Não foram as medidas brasileiras que impactaram a cotação do câmbio mas – e o pior – novamente outra crise internacional que parece ser tão enigmática e difícil quanto a de 15 de setembro de 2008.

Que fazer? Todas as medidas estão sendo buscadas em todos os países; é o velho adágio, “é melhor dever muito do que pouco” pois todo mundo busca uma solução!

Dólar subindo era o que queríamos; crise internacional é o que ninguém mais quer. Com o dólar beirando R$ 1,50 será que éramos “felizes” e não sabíamos?!

Ações da Guararapes também sofrem com a forte queda na Bovespa











As fortes quedas do Ibovespa, o índice que mede a cotação de todas as ações do pregão e sua variação ao longo do dia, também puxou para baixo a valorização das ações da Guararapes.

A queda já é constante há um ano, embora sempre em ritmo menor que o Ibovespa. Em outras palavras, se o ambiente na Bolsa de São Paulo não vai tão bem, a Guararapes tem conseguido demonstrar um fôlego bem melhor que as demais empresas.

Apesar do melhor resultado da empresa norte-riograndense, quem investiu em suas ações no dia 10 de agosto de 2010 até ontem, de forma geral, teria perdas financeiras; menores do de outras ações...

Veja, de acordo com dados obtidos do próprio grupo empresarial, como foi o desmepenho no mercado de ações:
# Gráfico 1 – Cotações nos últimos 12 meses
# Gráfico 2 – Cotações nos últimos 3 meses
# Gráfico 3 – Cotações nos últimos 30 dias













Guararapes, em meio crise das Bolsas, apresentará hoje o resultado do 2o trimestre

Será logo mais, mas somente após o encerramento do pregão da Bolsa de Valores de São Paulo, que a Guararapes-Riachuelo apresentará o resultado de seu 2º trimestre do ano. Em função de regras da CVM, a empresa manteve-se “calada” nesses últimos dias (proibida de qualquer comunicação com o mercado, a imprensa, investidores etc) para evitar especulações com base nos resultados parciais do ano.

A Riachuelo, que vem investindo na remodelação de suas lojas e numa nova formatação do ambiente interno (projeto que se estenderá ainda em 2012, especula-se, para que todas as lojas estajam renovadas no mesmo padrão) já é uma das empresas brasileiras com maior renovação de sua linha de produção: atualmente lança no mercado cerca de 10.000 mil novos produtos!

A integração total Guararapes-Riachuelo é hoje 100%: toda a produção da indústria vai para as lojas; já o inverso não ocorre na mesma proporção endo em vista a importação de algumas peças (jeans) da China.

O anúncio dos novos números esá programado para às 18h.

Em meio às turbulências do mercado na Bovespa é difícil estimar a reação junto ao mercado financeiro. Ficarei na torcida de um bom desempenho do maior empregador da iniciativa privada do RN, com cerca de 16 mil funcionários; a “saúde financeira” da empresa tem reflexos diretos na “saúde social” do Estado.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Simas continua a perder espaço para a Brasimport

Os sete primeiros meses do ano reafirmam a tendência de crescimento das exportações da empresa fruto da cisão entre o grupo familiar da Simas.

Até o mês de julho foram exportados US 3.008.424 milhões pela Brasimport e outros US 867.629 pela Simas, ou seja a empresa comandada por Thiago Gadelha já vende para o exterior o equivalente a 3,5 a mais do que sua empresa antiga.

Será o fim das exportações de camarão no RN?

Pelo terceiro mês consecutivo não houve exportação de camarão do Rio Grande do Norte. Será que chegou – finalmente – o ciclo da riqueza rápida com as exportações desse crustáceo?

Em 2011, até o momento, foram “míseros” US 378.008; exportados por uma única empresa, a Camanor.

A carcinicultura já foi a redenção da economia norte-riograndense e a grande expectativa de crescimento das exportações do Estado; hoje, constata-se uma forte redução da produção com o escoamento direcionado praticamente para o mercado interno.

A Camanor ainda era a última empresa a tentar o mercado externo. Mas, a própria direção da empresa já anunciava que “em breve” encerrariam suas exportações. Depois de 3 meses sem nenhum embarque, será o fim das exportações de camarão do RN?

Para os saudosistas dos “bons tempos”, vamos rememorar os valores exportações pelo RN em camarão nos tempos áureos e menos ricos:

2010 – US 6,5 milhões
2009 – US 16,9 millhões
2008 – US 25,0 milhões
2007 – US 32,2 milhões
2006 – US 43,9 milhões
2005 – US 63,2 milhões
2004 – US 82,6 milhões (recorde)
2003 – US 71,1 milhões (principal item da pauta)
2002 – US 47,5 milhões
2001 – US 28,8 milhões
2000 – US 13,5 milhões (quando as exportações “começaram” de verdade)
1999 – US 1,6 milhão

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Plano Brasil Maior prevê meta de crescimento anual de 10% nas exportações brasileiras

O plano Brasil Maior do Governo brasileiro pretende elevar a participação do comércio exterior brasileiro a 1,60% do comércio mundial em 2014, saindo do atual 1,36% de 2010.

No ano passado o Brasil exportou cerca de US 201,9 bilhões, o maior volume já registrado no comércio exterior, recuperando a forte queda de 2008/2009, resultado da crise financeira internacional.

Considerando também a expectativa de evolução do mercado mundial (a China impulsionando as vendas globais e o refortalecimento das economias internacionais), o Brasil deverá alcançar cerca de US 300 bilhões em exportações no ano de 2014: um aumento médio anual de 10%; ou ainda, quase noventa bilhões de dólares na economia brasileira nos próximos anos.

Eólicas: arrendamento de áreas é um excelente negócio (contratos de quase R$ 4 milhões)

A especulação imobiliária na região do Mato Grande e do Litoral Norte (Parazinho, João Câmara, Caiçara do Norte etc) onde estão sendo implantadas as principais torres de energia eólica estão engordando o bolso de proprietários rurais que tinham terras com pouca receita devido a baixa (ou nenhuma) exploração econômica.

Mas, agora, a realidade é outra! Bem diferente com os novos projetos de eólicas. Os valores de antigas fazendas com “quase nada” tomaram um impulso importante no mercado local imobiliário; e a especulação ao lado, sem perder tempo.

Como exemplo, uma das eólicas que está com contrato assegurado para fornecimento de energia assinou contrato de arrendamento por um prazo de 20 anos (e renováveis automaticamente!). O contrato tem duas características: valor anual até a efetiva implantação e geração de energia – que rende pouco, menos de R$ 30mil/ano – e um de valor mensal após o funcionamento regular.

A empresa pagará – mensalmente – R$ 16.250,00 pelo simples uso da área. Fez a multiplicação por 20 anos? R$ 3.900.000,00 de contrato!

Bons ventos também trazem, literalmente, bons negócios.

Quem serão os patrocinadores do Carnatal 2011?

O Carnatal 2011 já confirmou presença com datas e local anunciados. Ajustaram o roteiro em função das obras da Copa 2014 mas mantiveram uma proposta semelhante de circuito, arquibancadas e camarotes (esse ano, bem menos ainda). Mesma fórmula de sucesso de anos anteriores que se repete numa tentativa de diminuir as especulações desde o ano passado (o “último”), com o fim anunciado em virtude da demolição do Machadão, fim do Centro Administrativo etc.

Será que as dificuldades que duraram todo o primeiro semestre de 2011 afetaram também o plano de marketing da empresa? Em consulta ao site temos a indicação apenas de que “A força da marca Carnatal atrai investimentos de grandes empresas e marcas, como Skol, Pepsi, Cachaça 51, LG, Absolut, Revista Contigo, Cia da Natureza, Natal Shopping e as Faculdades Maurício de Nassau, FARN e Fanec.”

Será que são esses os patrocinadores de 2011?

terça-feira, 2 de agosto de 2011

RN também entrará no leilão de energia a partir da biomassa

O Rio Grande do Norte terá apenas uma empresa participante do próximo leilão de energias renováveis a partir da biomassa: a única empresa é a CPFL Bio Formosa SA. A potência indicada de produção é de 40 MW.

No Brasil inteiro foram 53 projetos cadastrados para os leilões que acontecem nos dias 17 e 18 de mês corrente.

Leilão de energia eólica tem 92 projetos

Foram 92 os projetos apresentados para o próximo leilão de energia eólica que acontecerá nos próximos dias 17 e 18 de agosto.

Algumas empresas já conhecidas no RN, outras ainda em fase de implantação ou apenas de intenção comercial, na expectativa do resultado do leilão.

Mas, não deixa de ser curioso observar alguns nomes: Baixa do Feijão, Boi Gordo, Figueira Branca, Lanchinha, Cana Brava, Cabeço Preto, Pelado, Macambira etc.

Veja a lista completa dos projetos:


# Usinas eólicas:
Aventura I (Norvento Brasil Energias Renováveis Ltda)
Macambira I e II (idem)
Baixa do Feijão I, II, III e IV (idem)
Tourinho I e II (idem)
Boi Gordo (Thermes Participações SA)
Grossos (idem)
Marcos Porto I (idem)
Vento dos Palmares (idem)
Caiçara 2 (Bioenergy Geradora de Energia Ltda)
Caiçara do Norte I (idem)
Ventos de Zumby (idem)
Ventos de São Benedito (São Benedito Energias Renováveis SA)
Ventos de São Martinho (Ventos de São Martinho Energias Renováveis SA)
Ventos de Santa Nina (Ventos de Santa Nina Energias Renováveis SA)
Ventos de Santo Uriel (Ventos de Santo Uriel Energias Renováveis SA)
Cajueiro (SPE Cajueiro Energia SA)
Campo dos Ventos I, III, IV e V (Campo dos Ventos Energias Renováveis Ltda)
Carcará I (Voltalia Energia do Brasil Ltda)
Carnaúbas (idem)
Santo Cristo (idem)
Costa das Dunas (SPE Costa das Dunas Energia SA)
Cumarú I, II e III (Endesa Brasil SA)
Modelo 1 e 2 (idem)
Lagoinha II (idem)
Morro dos Ventos II, V, VII e VIII (WF Wind Holding SA)
Dreen Cutia (Dreen Brasil Investimentos e Participações SA)
Dreen Guajiru (idem)
Dreen Pedra Grande (idem)
GE Jangada (idem)
GE Maria Helena (idem)
Paraíso Azul I, II e III (Hydro Energia do Brasil Ltda)
Paraíso Farol I, II e III (idem)
Parque Eólico Cabeço Preto II, III, V e VI (Gestamp Eólica Brasil SA)
Parque Eólico Lanchinha (idem)
Parque Eólico Pelado (idem)
Parque Eólico Serra do Mel I, II e III (idem)
Serra de Santana (idem)
Parque Eólico Mel 1 e 3 (Iberdrola Renováveis do Brasil SA)
Parque Eólico Cana Brava (Iansa Natal Energia e Participações Ltda)
Eólica Luz dos ventos (Luz dos Ventos Geradora Eólica SA)
Esperança 1, 2 e 3 (Potiporã Energia Ltda)
Eurus V (Eurus Energias Renováveis Ltda)
Famosa I (Central Eólica Famosa Ltda)
Farol de Touros (SPE Farol de Touros Energia SA)
Fazenda Nova 1, 2 e 3 (Eólica Fazenda Nova Geração e Comercialização de Energia SA)
Figueira Branca (SPE Figueira Branca Energia SA)
Galinhos I (Pacific Hydro Energia do Brasil Ltda)
Gameleira (SPE Gameleira Energia SA)
Miassaba 4 (Miassaba Geradora Eólica SA)
Reduto (Voltalia Energia do Brasil Ltda)
Riachão I e II (EOL Energy Ltda)
Riachão III e V (Expansão Energia Ltda)
Riachão IV e VI (Riacho Energia Ltda)
Rosada (Central Eólica Rosada Ltda)
Santa Mônica (Santa Mônica Energias Renováveis SA)
Santa Teresinha (Central Eólica Santa Teresinha Ltda)
Santa Úrsula (Santa Ursula Energias Renováveis SA)
São Domingos (São Domingos Energias Renováveis SA)
São Lucas (São Lucas Energias Renováveis SA)
São Vicente (Central Eólica São Vicente Ltda)
SM (Santa Maria Energias Renováveis SA)

Raros e Mane Fils, a mais nova parceria internacional do RN

De um lado uma empresa de um dos maiores grupos empreendedores do Estado, da família de Arnaldo Gaspar, a Raros Agroindústria, fundada em 1978. Do outro lado, um dos maiores grupos mundiais do mercado de essências aromáticas e produção de perfumes.

A partir do 2º semestre do ano a mais nova parceria deverá incrementar as exportações do Estado que hoje concentram-se basicamente em essência de vetiver, óleo no qual a Raros construiu sua expertise e renome mundial (embora tenha, inclusive com certificação orgânica) um segmento de atuação ainda maior: patchouli, gerânio, marmeleiro, eucalipto etc)

A entrada da Raros no comércio internacional data de 2004 – após a implantação de sua unidade no CIA-Centro Industrial Avançado José Alencar, em Macaiba – quando fez sua primeira exportação para a Espanha. De lá para cá os números não variaram sensivelmente, mas a capacidade de produção e de escoamento sempre estiveram próximo do máximo.

Agora, alia-se a Mane et Fils da França, o 6º maior grupo empresarial do setor de essências aromáticas que viu seu faturamento saltar de US 539 milhões, em 2009, para US 643 milhões em 2010. A crise, pelo menos para a empresa não afetou o faturamento...

A Mane et Fils fará investimentos no Estado inicialmente com a aquisição de capital social da Raros. Mas terá como uma das projeções de novas áreas de atuação a “pesquisa e desenvolvimento tecnológico biogenético” na qual a empresa francesa desenvolve o principal de sua pesquisa, com a criação de novos aromas.

A Mane et Fils mantém sua sede principal nas proximidades da cidade de Grasse, a “capital mundial do perfume” e que se orgulha de apresentar um Museu do Perfume que conta a história da origem da cidade, incluindo a criação do famoso Chanel nº 5 (visitei o Museu há poucos meses e é de impressionar a diversidade de perfumes que encantaram e encantam o mundo até hoje).

Acompanhe as recentes exportações do Estado em óleo de vetiver:
# 2011 (1º semestre) – US 178.255 para a Índia
# 2010 – US 776.689 para a França e Espanha
# 2009 – US 116.594 para a Espanha

Com a nova aquisição, a Mane et Fils se aproxima de 15 unidades produtivas no mundo (além de outras duas no Brasil).

Investimento francês no RN. E não é do Carrefour

O Rio Grande do Norte receberá novos investimentos da França já no ano de 2011 e não será no tradicional setor de supermercados, onde a disputa pelo mercado tem deixado o cenário atual e as projeções um pouco conturbadas.

Será na produção industrial e, mais precisamente, no setor de produção e desenvolvimento de essências aromáticas.

A Raros Agroindústria celebrou parceria empresarial com os Ets Mane Fils SA, o 6º maior grupo mundial essências aromáticas e com várias unidades em pontos diferentes no mundo, incluindo duas outras fábricas – próprias – no Brasil.

Com o acordo, já homologado em Assembleia Geral da Raros, a Mane Fils – como é conhecida – será a mais nova acionista da empresa norte-riograndense; apesar de não revelado o valor investido nem o grau de participação, há a expectativa de transferência escalonada do controle da produção.

Precisamos de uma nova política industrial?

O Governo Federal deverá anunciar hoje a sua proposta de uma nova política industrial para o Brasil, depois de alguns adiamentos da data do lançamento.

O sigilo, por enquanto, tem sido a principal tônica. Não se sabe exatamente quais aspectos mais relevantes serão considerados e que setores terão os maiores benefícios.

No entanto, uma das preocupações é o “custo Brasil”; mas, na verdade, um novo “custo Brasil” além do mais conhecido e centrado nas deficiências logísticas, na burocracia, na enorme quantidade de normativos etc. Hoje, claramente, todos têm consciência que produzir no Brasil está caro e isso deve-se a dois fatores (sem falar na catastrófica cotação do dólar): o crescimento econômico – que tem puxados os preços para cima – e o salário – que tem sido beneficiado com aumentos acima da inflação.

A proposta, agora, é focar no custo de produção. As medidas esperadas estão na desoneração da produção, de forma direta e sensivelmente percebida pelo empresário; os outros de eficiência acima citados parecem dissociados de resultados a curto-médio prazo, a solução é atuar na linha de produção.

Logo mais teremos todas as informações. De antemão, é bom lembrar que toda e qualquer redução de custos de produção é geralmente benéfica para a economia; a aguardar, também, se essas novas medidas afetarão – e de que forma – a guerra fiscal entre os Estados.

Uma coisa é certa: com os elevados índices de arrecadação de impostos federais, uma reduçãozinha que impulsione a economia brasileira não afetaria tanto o caixa do governo central...

ARTIGO: O deficit americano e o melão do RN

Obama deveria agradecer ao Brasil todos os dias pelo dinheiro que o Governo brasileiro tem investido regularmente e de forma crescente em papéis (títulos da dívida pública). Mas, por outro lado, todos os dias os produtores de melão do Rio Grande do norte pedem que Obama nos dê uma "forcinha", em muito menor escala, mas no mesmo sentido e intensidade que o Governo brasileiro tem dado ao Banco Central daquele país.

De forma surpreendente é o Brasil hoje um dos maiores credores de títulos da dívida pública norte-americana. Já estamos investindo, ou seja, já enviamos para lá US 211,4 bilhões no acumulado até o mês de maio desse ano. Pouco? Aumentamos em apenas um ano nossas aplicações em mais de 30%, constatando que o Brasil é um dos países que mais acredita nessas aplicações, visto que em maio de 2010 tínhamos "apenas" US 161,5 bilhões ali aplicados: em doze meses aumentamos nossas aplicações em US 49,9 bilhões, equivalentes a mais de 1.000 vezes as exportações de melão do Estado.


## Leia a sequência do meu artigo publicado na Tribuna do Norte neste domingo: www.tribunadonorte.com.br/noticia/o-deficit-americano-e-o-melao-do-rn/190613