segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Um “novo” jornal para Natal e o RN

A notícia da volta (de onde nunca deveria ter saído) do Diário de Natal para Natal já nos próximos dias é bastante salutar para o Estado, não somente sob o aspecto da pluralidade das informações, mas também por seus efeitos econômicos: com o retorno do jornalismo para a Capital novos profissionais deverão ser contratados para compor a nova formatação; e não somente entre jornalistas, mas certamente toda uma equipe de apoio, tais motorista, secretária, apoio etc.

Esse retorno do jornal pode ser interpretado de duas formas possíveis: a não adaptação do público norte-riograndense ao novo formato ou o crescimento da economia regional que exige uma maior aproximação da imprensa com seus leitores, mas também com seus investidores (leia-se anunciantes).


Quer comprar um parque aquático? A venda em genipabu

Se você pensou um dia em ter um parque aquático para administrar e não sabia por onde começar, já está disponível para venda um - ainda em construção, tudo indica - em Genipabu, no Loteamento Genipabu Resort.

O parque terá 4 piscinas, tobogã (80m), 6 lojas e 56 vagas de estacionamento, com 5 mil metros quadrados de construção. E já está "escriturado" (e se você duvida tem até foto da solicitação do registro; faltou colocar da escritura pública!).

Não se convenceu ainda do resort e quer saber quem comprou? É simples, basta consultar http://genipaburesort.webs.com/quemcomprou.htm que você terá a lista dos 22 lotes já negociados e lá encontrará um instrutor de piloto, um comandante de navio, empresário e aposentada; e isso entre brasileiros, portugueses, italianos, suíços e holandeses!

Infelizmente não há o preço do parque aquático... Se você não estiver interessado no parque aquático, quem sabe um lote? Pode ser a vista ou a prazo. E não se preocupe em se sentir sozinho com novos vizinhos, você também poderá conversar sobre temas regionais com Eugênio, Gonçalo, Flávio ou Henrique, os investidores-compradores identificados como aqui do RN.

Bom empreendimento à todos.


A exportação de energia elétrica do RN em 2010

(Publicado no Jornal de Hoje em 24 JAN 11)
 

            O Rio Grande do Norte terminou o ano de 2010 com uma grande novidade em sua pauta exportadora pois, pela primeira vez, aparecemos na condição de exportador de energia elétrica. O inusitado dessa operação ocorreu no mês de dezembro e representou US 9,4 milhões em vendas para o exterior (cerca de 3,3% do total exportado no ano passado). O destino final? A Argentina que, recentemente, passou por dificuldades em abastecimento e recorreu a seus parceiros o Mercosul.

            A novidade no RN dessa internacionalização decorre principalmente do que podemos chamar de "antecipação", ou seja, o Estado, com todos os parques eólicos pretensos e em instalação em diferentes municípios, deverá ser um grande vendedor de energia elétrica para todo o Brasil. A capacidade instalada anunciada será mais do que suficiente para suprir a demanda local e, fatalmente, esse largo excedente será disponibilizado na rede de distribuição-transmissão nacional.

            A regra do jogo é clara: a energia elétrica que será produzida não pertencerá ao Rio Grande do Norte mas sim ao operador nacional, ao sistema nacional que fará a distribuição e alocação em diferentes pontos do país; nada de inovador, pois tem funcionado assim com os clássicos exemplos de Itaipu, Paulo Afonso etc e em todos os demais projetos espalhados  nacionalmente. A capacidade instalada no nosso Estado pertencerá, portanto, muito mais ao Brasil do que ao Rio Grande do Norte. Para termos melhor percepção de tal situação, quando avaliamos a conjuntura nacional vemos que as exportações de energia elétrica por parte do Brasil não são apenas esporádicas e inexpressivas: em 2010 foi US 0,3 bilhão e em 2009 foi US 1,1 bilhão. È, inegavelmente, um bom mercado com grandes negócios.

            Nada de ruim nem de muito bom sob esse aspecto, pois gerar mais (ou menos) energia em um ponto geográfico não assegura vantagem econômica essencial decorrente exclusivamente do produto final; as vantagens econômica e social virão dos recursos empregados para a instalação e manutenção dos parques eólicos, essencialmente no que se refere aos empregos. Podemos ilustrar com o exemplo do município de São Bento do Norte que deverá ser replicado em outras localidades: investimento de R$ 400 milhões em (quatro pequenos) parques eólicos com obras previstas para iniciar já no próximo mês de maio. Do total investido pouco ou muito pouco será adquirido na localidade, no comércio local e vizinho a São Bento do Norte.        

            Na verdade, é preciso pensar numa composição mais realista em termos mão de obra para construção dos parques eólicos e a qualificação profissional pós-instalação, quando de sua plena operação. No primeiro grupo de emprego não nos falta uma abundante oferta (infelizmente, disponibilidade de candidatos para a construção, com baixa qualificação técnica) mas, já no segundo aspecto temos que qualificar – rapidamente – a população local e em todo o Rio Grande do Norte para que possam permanecer na empresa, nos empregos melhores remunerados.

            Já estamos exportando energia elétrica e continuaremos, já a médio prazo, a vender para outros estados e provavelmente a exportar para outros países num crescente volume. Mas, é um negócio que não traz muitos rendimentos (diretos) para o Estado. De fato, um importante valor agregado dos parques eólicos estará na geração de renda a partir da contratação de mão de obra local-regional.

            A exportação de energia elétrica do Rio Grande do Norte em 2010 foi realizada por uma empresa cearense! Nós produzimos, eles compraram, venderam e, claro, ficaram com o lucro. Não podemos ter uma balança comercial energética em que a equação seja simplesmente "exportação de energia", de um lado e, do outro, "importação de mão de obra". O prejuízo será, evidentemente, enorme. Portanto, precisamos gastar outras energias, agora, para colher resultados no futuro; que está mais próximo do que parece.

 

 

Câmbio, petróleo e inflação: novos desafios

(Publicado na Tribuna do Norte em 16 JAN 11)

 

            O ano de 2011 continuará com o debate sobre o câmbio e a valorização da moeda brasileira sobretudo diante do dólar que não se cansa de perder fôlego no cenário internacional. A discussão sobre a valorização do Real e a "guerra cambial" já é tema recorrente, mas agrava-se a cada dia com a persistência do dólar fraco e, consequentemente, do encarecimento dos produtos brasileiros e das facilidades de compra de produtos estrangeiros (a China, no mundo inteiro, agradece todos os dias a cotação do dólar).

            No Brasil temos outra preocupação além da já importante questão da concorrência desfavorável à produção nacional: a nossa balança comercial do petróleo e derivados. Apesar dos últimos investimentos do setor, capitaneados pela Petrobrás, o consumo brasileiro aumentou consideravelmente nesses últimos meses. Em 2010, de acordo com as previsões finais, o consumo de derivados de petróleo cresceu em torno de 10% enquanto o PIB brasileiro ficará próximo dos 7,5%.

            Essa contabilidade da maior demanda de derivados de petróleo também atinge a nossa balança comercial. Finalizamos o ano que passou com um saldo positivo entre exportações e importações de petróleo da ordem de US 6 bilhões mas, fechamos com números negativos no que diz respeito aos derivados, um déficit de US 5,8 bilhões. Aparentemente são contas que se aproximam contabilmente, mas estamos num crescente volume de déficit de derivados de petróleo, que já foi de US 6,9 bilhões em 2007, ficou reduzido em 2008, o ano da crise, para retomar trajetória, chegando a US 3,2 bilhões em 2009.

            A maior demanda dos derivados de petróleo deve-se a alguns fatores: elevação do padrão de consumo dos brasileiros, redução da oferta de etanol mas também da demanda (o brasileiro ainda prefere a gasolina), além do aumento do consumo de combustível para aviação, o QAV. Em outras palavras, nunca se viajou tanto no Brasil e tantos carros novos entraram em circulação nas cidades.

            Toda essa conjuntura traz uma grande pressão para o câmbio brasileiro. Que fazer diante do dilema valorização do Real e a proteção à indústria nacional (reduzir as importações e incentivar as exportações) versus aquisição de derivados de petróleo mais barato?

            A inflação é uma das conseqüências da guerra cambial aqui no Brasil. Ou melhor, o controle da inflação passa a ser visto como uma das preocupações atuais. Ninguém quer mais o "dragão" da inflação ressuscitado e o país já alcançou uma condição de estabilidade que não suporta mais desequilíbrios e aventuras na economia (maxidesvalorizações, compulsórios etc).

            O crescimento do Brasil continua puxando o consumo interno acima das expectativas mas, infelizmente, algumas experiências econômicas também em outros países demonstraram momentos em que esse circulo virtuoso precisa ser redirecionado, sob pena de crise forte e duradoura. Até 2013, quando teremos total autonomia na produção de derivados de petróleo (com a conclusão de todos os investimentos da Petrobrás), a quase trilogia câmbio-petróleo-inflação deverá ser um dos fios condutores da política econômica fiscal e cambial; até lá, prudência e controle do câmbio farão uma dupla perfeita.

 

 Otomar Lopes Cardoso Junior


Novos cursos superiores em Natal

A "safra" de novos cursos superiores em Natal parece ter diminuído recentemente. Não há significativos novos lançamentos nem – aparentemente – novos empreendimentos em fase de implantação (o primeiro semestre 2011 já começa sem novos concorrentes em Natal).

Há dúvidas, ainda, quanto ao reflexo de tal situação: efeito pós-crise 2008 que afastou expectativa de investidores e do público? Muitos lançamentos e investimentos muito próximos um do outro em Natal? Queda da rentabilidade pelo baixo índice de aumento de mensalidades (retorno econômico-financeiro já não é mais o mesmo)? Ou, simplesmente, saturação de mercado?

Na verdade, todas as explicações parecem válidas e tendem a uma maior concorrência de mercado não somente fixada no público novo, na "calourada", mas na manutenção dos alunos no curso, reduzindo a evasão mas também evitando as transferências.

Outro fator considerável foi o crescente número de vagas na UFRN e, no interior, em várias cidades do RN, dos cursos do IFRN (antigo CEFET-RN); essa última característica fez com que inúmeros candidatos à UFRN em Natal não mais se deslocassem para a Capital e o efeito cascata não foi outro senão abrir mais vagas para aquele estudante que estava disposto a pagar por seus estudos superiores, mas que passou a encontrar maior facilidade de acesso à universidade pública.

Ainda há espaço paras as instituições privadas, apesar da continuidade na proposta de expansão da UFRN e dos centros do IFRN no interior.

A concorrência desloca-se, os métodos devem ser outros. A fórmula muito próxima de propaganda de algumas instituições não transmite forte diferenciação ao "consumidor", o futuro estudante. A própria UFRN sabe disso e criou vários outros cursos; o IFRN foi buscar (na verdade, foi levar) "público" no interior.

O mercado do ensino superior está mais dinâmico do que parece. A expansão, que seguia ritmo forte, diminui velocidade; "comer pelas beiradas" é uma nova estratégia.

 


Eólicas "Mangue Seco" avançam em Guamaré

O mercado de energia eólica no RN continua em expansão, sempre com novidades constantes de projetos em implantação, início de obras e, aos poucos, entrada em operação na produção da tão propalada energia do futuro: limpa, renovável e praticamente independe de condições geológicas privilegiadas e/ou exclusivas (em vários países as possibilidades de localização são diversas. No Brasil o que mais temos visto é um mapa diversificado de locais de novas eólicas).

As usinas Mangue Seco 2 e 3 começam a preparar-se para gerar novos negócios. Localizadas em Guamaré, foram objetos do leilão de reserva em dezembro de 2009 e contavam com parceria da Petrobras (que, em geral, nesses novos negócios, entrava com 49% do capital, em parceria com iniciativa privada).

Juntas essas duas unidades devem produzir cerca de 50.000 kW.

Quantos empregos diretos vão gerar no Estado? Quantos serão contratados no mercado local-estadual?


Nova concorrência no cinema em Natal. E nos preços?

 
O Praia Shopping inaugurou sua nova sala de cinema, em 3D, nesta semana. Um filme infantil inia a nova programação, mas já em ritmo de final de férias escolares (boa parte das escolas e colégios começam suas aula hoje, dia 31).
A expectativa, no entanto, mais do que a programação (que muitas vezes de assemelha em todos os cinemas, sobretudo quando há novidades-lançamentos), está no preço.
Afinal, será que haverá concorrência direta que beneficie o consumidor? Em outras palavras, os preços serão mais convidativos?!
Aparentemente, nem tanto... os filmes em 3D custarão (inteira) R$ 20,00 no final de semana. No concorrente, Midway, a sessão custa R$ 24,00. É bem verdade, representa uma redução da ordem de 20%, bastante significativa. Mas, mesmo assim, está acima da média da expectativa - e desejo - do consumidor local.
 

domingo, 16 de janeiro de 2011

A guerra (da variação) cambial e o Real

            2010 passou o ano, em termos cambiais, com a discussão sobre a "guerra" de moedas que acontece em todo o mundo, sobretudo em relação ao dólar. Mal começamos 2011 e a temática permanece com o Governo Federal adotando medidas de contenção à desvalorização da moeda norte-americana, considerada prejudicial à economia brasileira no seu patamar atual (que aliás, perdura há algum tempo nesse sentido).

            Mas, ao observarmos as cotações durante o ano de 2010, vemos que a variação do dólar foi muito reduzida. Na primeira cotação do ano, em 4 de janeiro de 2010, o dólar era comercializado (Banco Central) a R$ 1,7232; na última cotação bancária do ano, em 31 de dezembro, estava a R$ 1,6654. Ou seja, uma queda de "apenas" 3,35%.

            É pouco, muito pouco mesmo, uma variação anual de 3,35%. Na verdade, o problema não está na valorização do Real face ao dólar, mas na permanente e insistente paridade ao longo de vários anos. É essa constante, infelizmente negativa, sob certos aspectos (embora haja setores que até comemoram...) que faz com que as críticas à política do Banco Central/Governo Federal sejam crescentes.

            Curiosamente, ao analisarmos o câmbio do Real ao longo de 2010 temos moedas que sofreram grandes alterações; bem verdade que algumas absolutamente inexpressivas em relação ao comércio exterior brasileiro e suas demais relações bilaterais; outras, como o Bolívar Forte (é esse o nome, mas...), da Venezuela, sua definição de cotação não merece ser levada a sério face às regras de mercado.

            Essas foram as moedas que mais se valorizam em relação ao Real em 2010 (com base nas cotações emitidas pelo Banco Central):

1º - Tugrik (Mongólia) = 11,131%

2º - Iene (Japão) = 10,09 %

3º - Dólar australiano (Austrália) = 7,76%

4º - Ringgit (Malásia) = 6,79%

5º - Bath (Tailândia) = 6,76%

6º - Franco Suíço (Suíça) = 6,41%

7º - Colon (Costa Rica) = 6,38%

8º - Rande (África do Sul) = 6,33%

9º - Lilangeni (Suazilândia) = 6,14%

10º - Loti (Lesoto) = 6,14%

            E essas foram as moedas que mais se perderam valor em relação ao Real em 2010 (com base nas cotações emitidas pelo Banco Central):

1º - Bolívar Forte (Venezuela) = 51,68%

2º - Birr (Etiópia) = 26,16%

3º - Xelim (Uganda) = 19,91%

4º - Xelim (Tanzânia) = 14,07%

5º - Forint (Hungria) = 13,80%

6º - Dinar (Macedônia) = 13,00%

7º - Xelim (Somália) = 11,99%

8º - Kuna (Croácia) = 11,85%

9º - Novo Leu (Romênia) = 11,84%

10º - Dihram   (Marrocos) = 11,76%

            E como ficou o Euro? 10,40% mais barato, fechando 2010 a R$ 2,2266 quando havia começado a R$ 2,48506.

            Como será 2011? Façam suas "apostas"!

 

 

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Os resultados do varejo mundial

 

 

Terminou ontem (12) a edição da convenção anual da Natuional Retail Federation, o maior evento de varejo do mundo, que acontece em Nova Iorque.

 

Esse ano há uma comemoração especial: é a 100a. edição!

 

Dentre as experiências comemoradas (cases de sucesso) esse ano, destaca-se a ação do grupo Casino (que aqui em Natal aparece nas gôndolas do supermercado Extra; no Brasil com o Pão de Açúcar). Leia início do tema extraído do blog do evento:

 

 

 

"Groupe Casino showcases how precise retailing can be

Precision retailing, an analytics-driven approach for improving product assortments, pricing and promotions, is transforming the efficiencies of retail and as a by-product, improving customer experience. Retailing giant, Groupe Casino, has taken the precision retailing concept to the next level. During Sunday afternoon's BIG Show Super Session, executives from Groupe Casino and SAP shared how they've partnered to build a mobilized consumer platform. [...]"

 

Água de coco: mercado?

 

Essa notícia foi publicada no jornal Valor Econômico (11/1/11) e achei interessante reproduzi-la considerando que temos aqui no RN alguns casos de sucesso na área. Uma das empresas já distribui seu produto em diversos supermercados e pontos de venda; e tem tido demandas de importadores mas, prefere, por enquanto, focar mais no mercado interno tendo em vista, sobretudo, o aquecimento no mercado interno e a dificuldade de abastacimento nesses meses (no verão o consumo explode e não há oferta suficiente de coco verde no país).

 

Mas, essa empresa já adquiriu uma fazenda e começará a ter, em larga escala, produção própria. E o comércio exterior, nessa nova fase, não será algo muito distante; aliás, já exportou (coco fresco) em 2009 e 2010.

 

No final do ano passado fiz um filme-depoimento com o proprietário. Diogo Gaspar (Acqua Coco) revelou que começou quase como uma "brincadeira" e que, no primeiro dia, "abriu" 30 cocos; começou a perceber o negócio quando a garagem da casa que seia de apoio para a produção estava tomada com cocos verdes espalhados pelo chão... o carro era que não cabia mais na garagem! De lá para cá, não parou mais sua expansão. Que continue e que outras empresas do ramo sigam o mesmo caminho, mesmo tendo que enfrentar gigantes multinacionais.

 

PEPSICO TENTA AUMENTAR CONSUMO DE ÁGUA DE COCO

Bebidas: Parcerias com produtores visam reduzir preço nas gôndolas 

O Brasil é um dos poucos países do mundo onde existe o hábito de se tomar água de coco. "No exterior, a água de coco é ainda considerada uma bebida muito exótica", diz Jorge Tarasuk, vice-presidente de operações da divisão de alimentos América Latina da PepsiCo. Em agosto de 2009, a companhia americana foi a primeira multinacional no mundo a investir na bebida, com a compra da brasileira Amacoco, dona da marca Kero Coco, líder de mercado. Hoje, um ano e cinco meses após a aquisição, a PepsiCo revela sua estratégia para aumentar o consumo da bebida industrializada, ainda muito baixo em comparação com seu maior rival: o mercado de coco fresco, vendido em carrocinhas e barracas. 

"Há ainda muito poucos números sobre o mercado de água de coco, mas calcula-se que o coco fresco, vendido nas ruas, responda por 80% do volume consumido no país", diz Newton Yorinori, diretor agrícola da divisão de alimentos América Latina da PepsiCo. 

Mesmo assim, as vendas de água de coco embalada em caixinhas Tetra Pak vêm crescendo a passos largos. "O mercado cresceu 18% em volume em 2010 e a PepsiCo teve um desempenho em linha com esse número", diz Tarasuk. 

O problema é que a parcela de consumidores regulares do produto, apesar de ter crescido, ainda continua pequena. Em 2009, segundo a revista especializada Super Hiper, com dados da Kantar Worldpanel, 7,8% dos consumidores tomavam água de coco industrializada regularmente. No ano passado, esse número passou para 9,8%. Mas ainda é bem pouco se comparado com o percentual de 37% das bebidas à base de soja - e é quase nada em relação ao percentual dos refrigerantes: 98,3%. 

O desafio da PepsiCo é exatamente esse: aumentar o número de consumidores da bebida. Uma das barreiras é o preço. Nos supermercados de São Paulo, por exemplo, um litro de água de coco varia entre R$ 5,50 e R$ 6. Na rua, o coco verde sai por R$ 3, em média. 

"É o mesmo produto, até mais fresco. Não colocamos nenhum tipo de conservante e entre o corte do coco na fazenda e o envase na fábrica não levamos mais de 18 horas. Além desse tempo, o coco começa a se degradar. Já o coco das ruas leva dias entre ser colhido e vendido", diz Tarasuk. 

Desde a aquisição da Amacoco, a PepsiCo tem comprado a fruta de fazendeiros do Nordeste e do Pará, além de contar com a produção das duas fazendas próprias em Petrolina (PE) e em São Mateus (ES). As duas unidades, entretanto, respondem por apenas 20% do volume que a companhia compra. 

"Para oferecer um preço melhor ao varejo, precisamos melhorar a produtividade e conseguir regularidade na entrega dos produtos", explica Yorinori. Todo verão, os compradores que suprem os vendedores de coco fresco compram a maior parte da produção das fazendas brasileiras, fazendo o preço do fruto aumentar. 

Para conseguir mais regularidade no fornecimento, a PepsiCo tem oferecido contratos de exclusividade aos produtores, propondo preço fixo e compra uniforme em volume durante todos os meses do ano. "Em contrapartida, damos assistência técnica para melhorar a produção do coqueiral", diz Yorinori. A produtividade média nacional, segundo a PepsiCo, é de 4 mil toneladas por hectare ao ano. Com técnicas de fertilização e preparo do solo (a própria casca do coco pode ser usada para enriquecer o terreno do coqueiral), a PepsiCo conseguiu no último ano em suas fazendas uma produção entre 12 mil e 15 mil toneladas por hectare. "São três vezes mais que a média. Qualquer melhora no cultivo é sensível pois as fazendas de coco no Brasil ainda são muito rudimentares", diz Tarasuk. A empresa espera colher resultados dessa estratégia dentro de dois a três anos.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Bairros de Natal sem carro “zero km” em 2010

 

Um dado curioso nos números de mercado de compra/venda de carros novos em Natal revela que alguns bairros não viram carro "zero km" em 2010 fazer parte do seu patrimônio.

 

De fato, 4 endereços estão fora dessa lista privilegiada sob o aspecto econômico. São eles: Eucaliptos, Loteamento Nova Natal, Loteamento Novo Horizonte e Parque dos Coqueiros. Ninguém comprou carro "zero km" em 2010 nesses bairros/localidades da Capital. Dos mais de 30 mil novos veículos na capital do Estado, 2010 ficou também no zero, mas da estatística.

 

 

O Rio Grande do Norte já exporta energia elétrica

 

O Rio Grande do Norte tornou-se exportador de energia elétrica em 2010, com venda de quase US 10 milhões no último mês de dezembro. A energia, embora produzida no Estado, foi comercializada por empresa estrangeira, para a Argentina; o investimento, de maior porte, acontece no estado vizinho, Ceará onde opera com a distribuidora estadual.

 

Aparentemente, trata de energia comprada no mercado aberto. Não é possível, de imediato, identificar a origem da produção; mas tudo indica tenha sido excedente produzido por terceiro e que foi a leilão no "mercado aberto". Desde 2006 é permitido às empresas brasileiras exportar (como também importar) energia elétrica.

 

É a primeira vez que o Rio Grande do Norte aparece como exportador de energia elétrica.

 

A expectativa, com a entrada em operação dos diferentes parques eólicos, é que essa conta possa ser ainda maior.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Medidas para o câmbio darão certo?

 

Ainda é cedo para assegurar que as medidas adotadas pelo Ministro Mantega surtirão o efeito desejado; mais do que simplesmente desejado, na hora certa, isto é, logo!

As primeiras cotações da moeda norte-americana indicam um aumento em 2011. A primeira cotação do ano fechou em R$ 1,6502. Já, na abertura do mercado hoje, dia 10, já chega passa pouco do R$ 1,69. Mas, apesar desse aumento nessa última semana e de uma aparente recuperação, ainda é muito cedo para ter certeza de que o câmbio voltará a ser favorável aos exportadores brasileiros.

Na parcial das 13h do boletim do Banco Central, o valor do dólar ainda está abaixo do comercializado no início do mês passado: em 1o de dezembro a moeda estava cotada a R$ 1,7044. No ritmo - lento - passará essa marca ainda hoje ou amanhã.

Na verdade, melhor até que a recuperação seja em doses parciais e lenas. Permite a programação dos exportadores-importadores que estão em fase de negociação de suas vendas/compras e evita, de certa forma, que os mais rapidamente beneficiados sejam justamente quem deveriam ser os menos vorazes nesse cenário de lucro projetado, os especuladores.

A esperar os próximos dias; e os próximos boletins do Banco Central...

 

 

Otomar Lopes Cardoso Junior

 

 

 

sábado, 8 de janeiro de 2011

O futuro do Ensino a distância (EAD) na educação

            O ensino distância, mais conhecido pela sigla EAD, é o futuro da educação no Brasil. No mundo inteiro o crescimento desse mecanismo de transmissão da informação e do processamento do conhecimento tem sido muito significo nos últimos anos (o México já foi um dos casos emblemáticos, principalmente pelos alunos daquele país que estão do outro lado da fronteira mas que lá, aos custos locais, não têm condições de acesso ao ensino de graduação).

            No Brasil 2010 foi um ano muito bom e ainda muito melhor do que o de 2009, quando a crise também afetou essa indústria do conhecimento. Nos ano que passou a conta chegou aos R$ 2,2 bilhões em mensalidades para os 973 mil alunos matriculados no País. Fazendo as contas, são quase R$ 2,3 mil em investimento por aluno/ano. Suponha que um curso "regular" tenha uma mensalidade de R$ 400,00, ao multiplicar por doze veremos quanto é essa importante economia para quem faz uma graduação via internet; e se imaginarmos que no curso tradicional-presencial há custos de deslocamento, lanches, roupas (em casa ninguém vê você repetir a mesma roupa na semana...) e as saídas na sexta-feira depois da aula (bem que tem gente que não espera nem chegar a sexta-feira), a conta final fica muito elevada.

            E, se isso parece pouco, a expectativa – ou a previsão – é do Brasil alcançar a marca dos 15 milhões de alunos nos próximos anos. Isso mesmo, de multiplicar essa conta por quinze: significa que, mantidos os valores atuais, a EAD movimentará cerca de R$ 33 bilhões.

            E aqui no nosso Rio Grande do Norte? Quanto já investimos em EAD com os cursos e instituições locais? Difícil de avaliar e de precisar, pois o ensino a distância exige uma regra básica, a escala; ou seja, o investimento somente será rentável se houver grande número de alunos. Fatalmente, então, os grupos locais estarão a fazer parcerias com grandes grupos nacionais.

            Hoje o MEC fiscaliza com mais rigor os diferentes cursos anunciados; mas o mercado ainda ficou desconfiado da quantidade de cursos "semi-presenciais" e os diferentes "pólos de ensino a distância" em praticamente todas as cidades mas que depois, em alguns casos, revelaram-se ilegais (não tinham autorização para todos esses "pólos" de apoio em tantas cidades).

            Mas, é e será mais ainda inevitável o ensino a distância. O EAD, também  utilizado como suporte de treinamentos profissionais, torna-se cada vez mais visível e real; com as novas tecnologias surgindo e as facilidades de acesso, o caminho revela-se irreversível. E, se o projeto de estender a banda larga para todo o país de forma extremamente disponível para toda a população acontecer, não haverá dúvidas: a figura da "Tia" será mais uma lembrança familiar e o mouse uma companhia sempre presente na educação de todos. Mas, com o EAD o professor não será eliminado ou a "cola" dos alunos não será necessariamente maior; se a rentabilidade for tal como imaginada pelo mercado, mudará o formato e o acesso à informação, mas o conhecimento permanecerá essencialmente algo pessoal e intransferível quanto à sua internalização: nenhum computador ou EAD será capaz de produzir uma lavagem cerebral para replicar o conhecimento humano.

            E, se você ainda acha que as previsões são muito futuristas, muito distantes, lembre-se que essa juventude que entrará em 2011 nas faculdades e universidades já nasceu sabendo o que é um computador. O mundo virtual, para essa novíssima geração, é bastante real.

 

 

Otomar Lopes Cardoso Junior

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

2011 "COMEÇARÁ COM PERSPECTIVAS DE MAIS DESPESAS PARA PROPRIETÁRIOS DE VEÍCULOS NO RN"

 

Em 30 de janeiro do ano passado postei essa info, aqui mesmo (veja abaixo). Foi mais de um ano sem muitas notícias, até chegar a cobrança dos R$ 113,00 por carro. A reclamação, não poderia ser diferente, é grande!

PS: imaginei que a cobrança seria ano passado, mas o primeiro ano seria dispensado para a gente ir se acostumando com a nova taxa...

 

2010 COMEÇARÁ COM PERSPECTIVAS DE MAIS DESPESAS PARA PROPRIETÁRIOS DE VEÍCULOS NO RN

O "Programa de inspeção e manutenção de veículos em uso no Estado do RN", criado através da Lei 9.270, promulgada já quase no final do ano passado, cria, a partir de 2010, a obrigatoriedade de inspeção de cada veículo e isto, anualmente; ou seja, a partir de agora, além do IPVA, mais uma despesa para os proprietários no Estado. E não há o que argumentar...

 

A Lei ainda não foi regulamentada, embora já deveria estar em vigor no início deste ano; mas, como foi promulgada próximo ao mês de janeiro, a condição imposta de fiscalização "num período anterior máximo de noventa dias da data limite para licenciamento anual dos veículos", no mesmo dispositivo já há previsão de que  "devendo no primeiro ano, ser dispensado tal prazo para sua realização".

 

A expectativa é que toda regulamentação e condições para realização aconteçam em 2010, mas deverá demorar um pouco! É que deverão ser instalados "centros de inspeção e certificação de veículos" e tais serviços serão executados "após o devido processo licitatório", que será sob regime de concessão.

 

Mas, a lei não diz onde devem ser instalados esses centros: quantos quilômetros os proprietários de veículos deverão percorrer até encontrar o mais próximo? Nem diz quanto isto custará a mais...

 

Agora é esperar a regulamentação e separar o dinheiro para essa nova taxa.

 

Ensino a distância cresce no Brasil

O ensino distância, mais conhecido pela sigla EAD, é o futuro da educação no Brasil, também. No mundo inteiro o crescimento da educação, da transmissão da informação e do processamento do conhecimento tem sido muito significo nos últimos anos (o México já foi um dos casos emblemáticos, principalmente pelos alunos daquele país que estão do outro lado da fronteira mas que lá, aos custos locais, não têm condições de acesso ao ensino de graduação).

 

No Brasil 2010 foi um ano muito bom e bem melhor do que o anterior. Nos doze meses passados a conta chegou aos R$ 2,2 bilhões em mensalidades para os 973 mil alunos. Faça as contas: quase R$ 2,3 mil por aluno/ano. Suponha que um curso "regular" tenha uma mensalidade de R$ 300,00, multiplique por 12 e veja quanto é a "economia" ao fazer uma graduação via internet; e, se você imaginar que no curso presencial há os custos de deslocamento, lanches, roupas (em casa ninguém vê você repetir a mesma roupa na semana...) e as saídas na sexta-feira depois da aula (bem que tem gente que não espera nem chegar a sexta-feira...)!

 

E, se isso parece pouco, a expectativa – ou a previsão – é do Brasil alcançar a marca dos 15 milhões de alunos nos próximos anos. Isso mesmo, de multiplicar essa conta por quinze e, mantidos os valores atuais, movimentar cerca de R$ 33 bilhões.

 

E aqui no nosso Rio Grande do Norte? Quanto já investimo em EAD com os cursos e instituições locais? Difícil de avaliar e de precisar pois o ensino a distância exige uma regra básica, a escala; ou seja, o investimento somente será rentável se houver grande número de alunos. Fatalmente, então, os grupos locais estarão a fazer parcerias com grandes grupos nacionais.

 

Hoje o MEC fiscaliza com mais rigor os diferentes cursos anunciados; mas o mercado ainda ficou desconfiado da quantidade de cursos "semi-presenciais" e os diferentes "pólos de ensino a distância" em praticamente todas as cidades; que depois, para alguns, revelaram-se ilegais pois criados sem amparo do MEC.

 

Mas, é inevitável o ensino a distância. O EAD também utilizado como suporte de treinamentos profissionais torna-se cada vez mais visível e real; com as novas tecnologias surgindo e as facilidades de acesso, o caminho será irreversível. E, se o projeto de estender a banda larga para todo o país de forma extremamente disponível para toda a população acontecer, não haverá dúvidas: a figura da "Tia" será mais uma lembrança familiar e o mouse uma companhia sempre presente na educação de todos.

 

Com o EAD o professor não será eliminado ou a "cola" dos alunos não será necessariamente maior; se a rentabilidade for tal como imaginada pelo mercado, mudará o formato e o acesso à informação, mas o conhecimento permanecerá essencialmente algo pessoal e intransferível quanto à sua internalização: nenhum computador ou EAD será capaz de produzir uma lavagem cerebral para replicar o conhecimento humano.

 

E, se você ainda acha que as previsões são muito futuristas, muito distantes, a nova geração que entrará em 2011 nas faculdades e universidades já nasceu sabendo o que é um computador. O mundo virtual, para essa nova geração, é bastante real.