domingo, 11 de março de 2012

Qual é o break even point da Copa 2014?

Diz a Folha deste domingo que “País consumiu R$ 1,5 bilhão com estádios da Copa-2014 até agora”, ou seja, praticamente ultrapassamos a fase do “não-retorno” com os preparativos da Copa no Brasil e aqui também, claro, no Rio Grande do Norte.

A mesma reportagem informa que a Fifa não tem mais alternativa e que a Copa que acontecerá daqui a pouco mais de dois anos, será mesmo no Brasil. Ainda estamos distante do break even point das obras do estádio para a Copa, principalmente quando se discute o famoso “legado” desse mega-evento.

Uma obra pública, por definição, não deve ser analisada prioritariamente por seu retorno financeiro, mas sim pelas vantagens sócio-econômicas que pode produzir (isso não justifica que qualquer obra possa ser realizada).

A Copa e seu estádio podem-devem ser avaliados além das despesas financeiras e do cash flow que será gerado em 2014. Não somente o horizonte deve ser estendido como sua finalidade deve ir além de jogos de futebol. Num paralelo e utilizando um exemplo local, um shopping não é mais um local onde apenas o cidadão vai fazer suas compras: é um local de lazer mas também de outras atividades econômicas, tais teatro, cinema, alimentação, convenções etc. Ou seja, se imaginarmos um shopping apenas como pontos de vendas (lojas) não haverá viabilidade econômica mas, se ampliarmos para novos conceitos, provavelmente, a conta “fecha” melhor.

Enquanto os estádios estiverem exclusivamente no foco dos jogos da Copa de 2014 o resultado não será dos mais rentáveis; quando deixar de ser apenas uma obra de engenharia a probabilidade de melhor resultado aparecerá.

Nenhum comentário: