terça-feira, 29 de dezembro de 2009

ONDE ESTÃO OS CAMPOS DE GOLFE?

 

            Tiger Woods não virá a Natal. Pelo menos nos próximos meses o maior campeão de golfe de toda a história não virá a Natal para praticar o esporte que rendeu milhões de dólares e o fez um dos homens mais ricos da atualidade. Mas sua ausência não será devido aos problemas conjugais que está enfrentando recentemente, nada disso; na verdade, não virá a Natal para jogar golfe simplesmente pela impossibilidade de encontrar um gramado a altura deste tão esnobe esporte.

 

            Onde estão, afinal, os campos de golfe de Natal? Não deveríamos ter, agora em 2009, alguns belos terrenos com uma grama especial para permitir que o turista de alto poder aquisitivo pudesse escolher Natal (e o RN) como um dos seus destinos preferidos para passar férias? Há não mais de cinco/seis anos empresários nacionais e internacionais anunciavam Natal no circuito mundial do golfe graças a construção de magníficos resorts, de alto luxo, especialmente voltados para os turistas internacionais mais ricos onde, justamente, um dos maiores atrativos, seria a prática de golfe aqui em nosso Estado.

 

            Mas, onde estão esses campos de golfe? Os mega-projetos, infelizmente, não ultrapassaram muito a fase dos projetos, das pranchetas e dos panfletos ou do marketing, aliás, muito bem elaborado, muito bem criado, com direito a lançamentos espetaculares e convites a personalidades internacionais. As idéias, infelizmente, bem delineadas, não se converteram em realidade.

 

            É importante reforçar essa sugestão do "infelizmente": afinal, seriam grandes investimentos que mudariam consideravelmente o perfil do turismo no Rio Grande do Norte, com projetos imponentes, mão de obra qualificada, alto padrão de receita, visibilidade global etc. Em outras palavras, fugiríamos do tão repetitivo turismo de sol e mar e nos distanciaríamos mais ainda do famigerado turismo sexual (ainda que não promovido ou incentivado aqui no Estado, mas um fluxo comum de alguns destinos "exóticos" vendidos na Europa ou nos Estados Unidos).

 

            É bem verdade que a crise deve ter atrapalhado muito alguns desses projetos. Mas, a crise internacional somente começou no final de 2008 e os mega-projetos já eram anunciados há bem mais tempo. Esse descompasso entre o anunciado e o realizado agora, parece, ficou ainda maior: já não se fala mais em campos de golfes, em projetos mirabolantes, em grandes estruturas, em imponentes investimentos em capital etc. O fato, no entanto, é que o turismo para o Rio Grande do Norte dará outro salto de qualidade se buscarmos uma diferenciação dos concorrentes tradicionais, os estados vizinhos do Nordeste, que oferecem praticamente as mesmas características de sol, mar e areia branca da praia. Os resorts e seus campos de golfe eram uma boa estratégia de diferenciação.

 

            Esse é o caminho identificado para o crescimento constante do turismo no Estado, o da diferenciação, de criação de um perfil que possa atrair e manter o turista interessado em conhecer mais e melhor o Rio Grande do Norte e, sobretudo, ao retornar ao seu país, fazer o melhor marketing para o setor: divulgar e convencer alguém a passar suas férias em nossas terras.

 

            Tiger Woods não virá Natal. Pelo menos para jogar golfe. Mas, se ele desejar um local privilegiado para "escapar" dos problemas, para ter tranqüilidade e desfrutar das belezas naturais, conhecendo Natal e a diversidade do RN, com certeza, ele passaria alguns dias deste verão aqui; para retornar anos depois, espero, e poder jogar golfe no Rio Grande do Norte.

 

 

Otomar Lopes Cardoso Junior

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