domingo, 22 de janeiro de 2023

Opinião. Teletrabalho: disciplina obrigatória nas universidades

 

O teletrabalho mudou muitos as relações sociais nas empresas, um dos efeitos que o Covid-19 produziu em efeito global, vários países adotaram a prática por absoluta necessidade de continuar suas atividades – inclusive o Brasil – empresariais. Mas, já na fase final da pandemia, o “teste” do teletrabalho acabou sendo de tal forma convincente de seu sucesso que muitos trabalhadores e muitas empresas optaram por confirmar esta nova relação de trabalho e de emprego.

 

Com a volta da normalidade social, da circulação livre de pessoas, o mundo voltou a preocupar-se com outra questão ambiental, a da poluição provocada pelo uso de combustível de origem fóssil (petróleo, essencialmente), principalmente com a circulação de veículos, ditos de “passeio”. Em países mais desenvolvidos, a exemplo da França, mais da metade da poluição causada pelo consumo do petróleo é decorrente da utilização de carros e com um agravante: naturalmente, quanto maior a cidade, maior a quantidade de veículos, maior a poluição e gerada e, principalmente, maior a concentração desta poluição.

 

A onda das energias renováveis não atingirá, por enquanto, os veículos leves. Os carros elétricos são uma realidade e deverão estar mais presentes, principalmente na Europa, nas duas próximas décadas embora o processo de descarbonização ainda “resista” por algumas décadas.

 

 

O Fórum de Davos deste ano trouxe, novamente, a questão ambiental. Nenhuma concorrência com as consolidadas COP mas, uma visão político-econômica dos impactos da questão ambiental  e da questão energética na produção de riquezas (de certa forma, em escala menor, a questão de Davos também é a distribuição das riquezas).

 

De forma inesperada, pois não era esta a expectativa inicial, o teletrabalho tornou-se um grande aliado da questão ambiental! É claro que não é a solução ideal nem definitiva, mas é uma mudança de postura social que contribuirá para uma melhoria do impacto econômico no meio ambiente.

De necessidade à experiência, nesta fase pós-pandemia, o teletrabalho merece uma regulamentação geral, como prática a ser incentivada, e específica para proteger o meio ambiente e, ao mesmo tempo, proteger outro valor inabalável, o trabalho, o direito ao trabalho.

 

Um passo que poderia ser adiantado seria a inclusão do teletrabalho nos cursos universitários: como formar profissionais que terão que enfrentar esta nova realidade considerando que, em geral, toda a formação acadêmica é prevista para o exercício profissional em um espaço (a empresa) com pessoas (os colegas de trabalho)?

 

Temos nas escolas a atividade interdisciplinar do empreendedorismo. Precisamos, urgentemente, nas universidades da disciplina teletrabalho. É uma opinião.

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