domingo, 15 de janeiro de 2023

Uma opinião. Negócios são negócios

 

Na semana passada duas grandes empresas do varejo fizeram parte do noticiário nacional: Riachuelo/Guararapes e Americanas.

O problema da Americanas, anunciado inicialmente como apenas de efeito contábil, revelou-se um verdadeiro rombo financeiro com dívidas que podem chegar a R$ 40 bilhões, um valor bem maior do que o próprio valor da empresa, antes mesmo da derrocada no preço das ações. O problema é bem complexo e a solução parece seguir um único caminho: dinheiro “vivo” ou, em outras palavras, alguém terá que bancar – com dinheiro novo – as contas antigas; e é a melhor solução, parece, colocar mais dinheiro para tentar salvar a operação da empresa.

 

A Guararapes entrou no noticiário por dois motivos. O primeiro foi a probabilidade de ter parte do grupo vendido para um grupo do setor ou para investidores financeiros e depois, o fechamento da unidade no Ceará e o desemprego de 2.000 pessoas por lá.

 

Alguma semelhança entre estas notícias? Do ponto de vista financeiro e contábil, parece que não. As duas estão enfrentando situações nunca imaginadas e precisam rever sua forma de gerenciar os negócios. Enfrentar a concorrência é uma questão “tradicional” para todos eles mas, parece que o cenário atual não estava nas melhores das projeções e estratégias empresariais; ou não foram bem dimensionadas, pois os susto e o impacto – não necessariamente nesta ordem – foram grandes! Entre acionistas e fornecedores, muitos estão passando por um final de semana crítico, sem falar nos funcionários, os da Guararapes/Riachuelo já em situação complicada e os da Americanas em alto grau de tensão.

 

Um fato, acho, chama a atenção: os negócios parece que tornaram-se mais negócios do que empresas ou empreendimentos. O aspecto financeiro ou o resultado final (o lucro) parece ter sido o alvo principal sem estar diretamente, como deveria, associado principalmente ou quase-exclusivamente à atividade. O lucro faz parte e é questão obrigatória, claro, mas quando dissociado das razões que levam uma empresa ao lucro, um hora ou outra o redirecionamento se aplica.

 

Curiosamente, as duas empresas estão conectadas pelo BBB: saiu o patrocínio da Americanas, entrou o da Riachuelo. Uma buscando concentrar-se e reduzir custos, outra buscando dar visibilidade ao seu negócio.

 

Teremos neste início de 2023 novas... novidades destes dois gigantes da economia nacional. É uma opinião (com uma torcida para que seja uma escalada de boas notícias, grandes, médias ou pequenas, pouco importa quando o cenário é de dificuldade e de reflexão).

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