Na semana passada duas grandes empresas do varejo fizeram
parte do noticiário nacional: Riachuelo/Guararapes e Americanas.
O problema da Americanas, anunciado inicialmente como
apenas de efeito contábil, revelou-se um verdadeiro rombo financeiro com
dívidas que podem chegar a R$ 40 bilhões, um valor bem maior do que o próprio
valor da empresa, antes mesmo da derrocada no preço das ações. O problema é bem
complexo e a solução parece seguir um único caminho: dinheiro “vivo” ou, em
outras palavras, alguém terá que bancar – com dinheiro novo – as contas antigas;
e é a melhor solução, parece, colocar mais dinheiro para tentar salvar a
operação da empresa.
A Guararapes entrou no noticiário por dois motivos. O
primeiro foi a probabilidade de ter parte do grupo vendido para um grupo do
setor ou para investidores financeiros e depois, o fechamento da unidade no
Ceará e o desemprego de 2.000 pessoas por lá.
Alguma semelhança entre estas notícias? Do ponto de vista
financeiro e contábil, parece que não. As duas estão enfrentando situações nunca
imaginadas e precisam rever sua forma de gerenciar os negócios. Enfrentar a
concorrência é uma questão “tradicional” para todos eles mas, parece que o cenário
atual não estava nas melhores das projeções e estratégias empresariais; ou não
foram bem dimensionadas, pois os susto e o impacto – não necessariamente nesta
ordem – foram grandes! Entre acionistas e fornecedores, muitos estão passando
por um final de semana crítico, sem falar nos funcionários, os da
Guararapes/Riachuelo já em situação complicada e os da Americanas em alto grau
de tensão.
Um fato, acho, chama a atenção: os negócios parece que tornaram-se
mais negócios do que empresas ou empreendimentos. O aspecto financeiro ou o
resultado final (o lucro) parece ter sido o alvo principal sem estar
diretamente, como deveria, associado principalmente ou quase-exclusivamente à
atividade. O lucro faz parte e é questão obrigatória, claro, mas quando dissociado
das razões que levam uma empresa ao lucro, um hora ou outra o redirecionamento
se aplica.
Curiosamente, as duas empresas estão conectadas pelo BBB:
saiu o patrocínio da Americanas, entrou o da Riachuelo. Uma buscando concentrar-se
e reduzir custos, outra buscando dar visibilidade ao seu negócio.
Teremos neste início de 2023 novas... novidades destes dois
gigantes da economia nacional. É uma opinião (com uma torcida para que seja uma
escalada de boas notícias, grandes, médias ou pequenas, pouco importa quando o
cenário é de dificuldade e de reflexão).
Nenhum comentário:
Postar um comentário