domingo, 25 de junho de 2023

Opinião. A falta de sorte

 

Parece que a Inframérica esteve, e ainda estaria sofrendo com a tal da falta de sorte. Quando começou a operar o aeroporto potiguar começou a crise econômica e o número esperados de passageiros ficou muito abaixo do projetado. Depois, a crise do Covid afetou a todos (muitas vezes de forma trágica, com a perdas de vidas; não podemos nunca deixar de lembrar disto), e as viagens perderam sua importância global.

Resultado: em menos de 1 década, 2 crises que abalaram as estruturas econômicas do projeto. Durante uma delas, vale a pena destacar, a esperança logística acabou murchando... não houve exportações suficientes para segurar um voo de avião cargueiro internacional e o tal projeto do hub dos Correios não correspondeu ao esperado, não foi selado o contrato com a Inframérica.

 

Agora, depois do leilão de relicitação – traduzindo, de venda do negócio – algumas boas notícias começam a aparecer. A pandemia parece ter desaparecido, o fluxo de viagens aéreas cresce no mundo (veja a compra gigantesca anunciada por empresa da Índica e a falta de pilotos no mundo) e semana passada os Correios anunciaram a implantação de seu projeto. Parece ser o fim da famosa “falta de sorte”?

 

Um aeroporto, claro, é um aeroporto e, salvo raras exceções globais, transporta apenas cargas (ou seja, não tem passageiros embarcando/desembarcando). Aeroportos são, sempre, utilizados para transportar pessoas e cargas e a demanda maior está com os passageiros, assim como a receita. Um aeroporto de cargas é um conceito diferente do que, desde o início, foi aqui planejado.

 

De qualquer forma, todo aeroporto é um negócio comercial. As condições macro afetam sensivelmente mas, as condições micro, e aqui incluindo a gestão comercial, não podem ser desprezadas. A inframérica administra aqui e o aeroporto de Brasília; por lá a expansão de passageiros foi muito alta, o aeroporto passou por expansão e hoje é uma realidade muito diferente do que existia há 1 ou 1,5 década. Lá, foi melhor, aqui, menos.

 

Talvez tenha sido apenas “falta de sorte”. Acho que não. É uma opinião.

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