Cenários
distintos neste imenso Brasil em que no mesmo final de semana que não se
permite torcida em um estádio de futebol aqui no RN, lá em Minas Gerais em um
estádio que deverá estar lotadão, a banda Skank fará seu último show. Lá todo
mundo querendo ir ao estádio “de futebol” para assistir a um show, aqui algumas
pessoas querendo ir ao estádio de futebol para assistir a um jogo de futebol. Contrastes.
“A chuteira veste o pé descalço
O tapete da realeza é verde
Olhando para bola eu vejo o sol
Está rolando agora, é uma partida de futebol”
(Skank)
Há
alguns dias a gestão do Arena divulgou que 2022 foi o seu melhor ano, todas as
salas comerciais ocupadas (com fila de espera, me pareceu), vários eventos na
parte interna e muitos shows, além da visita do público para estes eventos e
também a locação do espaço no estacionamento. E, sim, também teve jogo de
futebol ou diria, até teve jogo de futebol!
Na arena
prevista para futebol em 2014 assisti a uma apresentação sobre o projeto em que
o foco principal eram os negócios gerados pelo espaço mas, não necessariamente
o espaço do gramado. Havia uma previsão de uma mega academia com vista para o
gramado e uma outra atração que me interessou muito (enquanto possível
cliente), a de um restaurante para 300 pessoas com vista panorâmica para o
gramado. Acho nenhuma das duas ideias foi para frente. A crise econômica mudou
as projeções e o projeto foi reestruturado.
De qualquer
forma, uma lição permanece: mesmo em um país dito do futebol, todo equipamento
urbano pode – e deve – ser planejado para mais de uma atividade, deve ser multitarefa
ou pelo menos permitir que haja mais de uma finalidade, mais de uma utilização.
O novo Plano
Diretor de Natal está sendo divulgado como gerador de uma grande transformação urbana,
com a permissão de construção de vários empreendimentos imobiliários devido à
maior flexibilização das normas e à compensações de áreas. Não vi discussão (não
significa que não tenha havido) sobre os espaços públicos e os projetos urbanos
públicos ou privados de grande porte, não-imobiliários. A flexibilização
deveria ser maior nestes casos, a versatilidade ou capacidade de adaptação deve
estar prevista e deve ser permitida. Um calçadão de Ponta Negra, por exemplo,
não pode ser apenas uma calçada, mas um novo espaço aberto à várias utilidades
para a população turística mas também para a população residente. É um exemplo;
é uma opinião.
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