O mundo dos negócios não é simples nem simplificado.
Algumas vezes busca-se simplificar a vida burocrática do empreendedor mas, no
mundo concorrencial não há simplificação de mercado. A polêmica mais recente da
tributação e não-tributação das pequenas compras importadas coloca,
curiosamente, no mesmo patamar um gigante do comércio eletrônico e muitos
pequenos fabricantes que utilizam a empresa com sua plataforma de negócios, o
marketplace; e nesta relação, que pode até ser considerada como a utópica relação
ganha-ganha é, na melhor das hipóteses, algo como Ganha-ganha: de um lado alguém
ganha mais, bem mais, e do outro lado muitos alguéns ganham alguma coisa, mas
pouco se comparado ao principal.
É assim
o mercado concorrencial e a internacionalização, e os mecanismos eletrônicos
apenas acirraram a luta em busca de novos mercados e novos consumidores, sem
falar na permanente necessidade de ter iniciativas para manter os clientes
atuais.
Uma
figura ilustrativa que me vem à mente é a proposta do rodeio.
Em alguns
negócios a situação é tão difícil que a ideia nem é ir para algum lugar,
crescer ou expandir as atividades, mas o propósito do empreendedor e empresário
é de apenas manter-se, e o mais longo tempo possível. É assim no rodeio, ganha
que fica no mesmo lugar por mais tempo, não vai a lugar algum, mas o fato de escapar
das pancadas e dos sacolejos que aparecem de forma aleatória e imprevisível já é
a grande vitória! Claro, a alusão à imagem do rodeio é mais do que os 8 ou 10
segundos do grande prêmio; mas, igualmente, quando perde-se naquele rodeio por
ter ficado apenas o tempo mínimo, reinventa-se e parte-se para outro rodeio,
para tentar ficar mais tempo no (novo) negócio, sem direito a desistir.
O papel
do Estado e dos Governos é no mínimo triplo: tentar diminuir as pancadas
aleatórias e externas, ensinar e estimular o empresário a adotar técnicas para
manter-se o mais tempo no mercado e, finalmente, criar novas alternativas caso
a opção escolhida não tenha sido o sucesso esperado, na expectativa que não
desista do mercado e do ideal empreendedor!
Uma das
últimas revoluções neste “rodeio” foi a criação dos MEI, permitindo que muita
gente saísse da informalidade. A outra foi o PIX, simplificando o pagamento e
diminuindo os custos financeiros para o empresário. O último exemplo da discussão
do impacto neste “rodeio” foi a com/sem a participação da Shein; isto significa
que se não há como mudar a regra do jogo, é hora de aperfeiçoar a “técnica”
para garantir a participação de muitos. É uma opinião.
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