É
curioso ler com tanta frequência que o
empreendedor deve “sair da caixa”, no sentido de que deve mudar o que está
fazendo e o que está entendendo para poder conseguir manter-se no mercado.
Nunca achei interessante esta ideia de “pensar fora da caixa”, como se o que
acontece é ruim e errado e o 100% inovador é o certo. Nem todo negócio é
disruptivo, por definição e alguns sabemos apenas quando acontecem. É o caso clássico
da máquina de escrever ou, mais recente, do celular. E ainda que todo mundo
tenha migrado da máquina de escrever para o computador e do telefone fixo para
o celular, apenas trocou-se de “caixinha”...
Tudo
isto para dizer que no turismo não é muito diferente. Neste final de semana
encerrou uma feira de turismo no Centro de Convenções. Muito parecido com ano
passado mas, achei que tinha poucos municípios.
Alguns
estão fora da caixinha mesmo: em um deles, apesar das fotos no estande com um
ponto turístico e todos os demais referentes às festas, perguntei qual era o atrativo
turístico da cidade e se o foco era apenas as festas. Quem me atendeu não soube
me responder. Era um município que não via como seria turístico, quando vi seu
nome na programação. Pelo visto, o turismo por lá são festas e bandas de forró.
É uma opção.
Aliás,
em vários estandes o velho e tradicional turismo. Até mesmo na ambientação dos
estandes, alguns deles com venda de alimentos, mas nenhuma orientação sobre o turismo
gastronômico.
Tive
impressão de ver muitas “caixas”. No turismo, muitas vezes é assim mesmo, repete-se
o que funciona como atrativo turístico: sol e mar, montanhas e caminhadas,
festas e festividades. É bem verdade que aquilo que dá certo poderá continuar a
dar certo e algumas coisas não há, fisicamente, como mudar (montanhas e praias
continuarão).
Mas,
como “sair da caixa”? Não acho que caminho seja este! Acho que pode ser fortalecer
os atributos físicos ou do calendário existentes e a mudança deve ser no
serviço oferecido. Afinal, ver praia ou tomar banho de mar, caminhar nas
trilhas ou comer queijos é algo que podemos fazer em muitos lugares; muitos,
mesmos.
O que
falta? Transformar o turismo em experiências. Infelizmente, mesmo não sendo
inovador, carece de inovação. O turismo, nas pequenas cidades, poderia mudar bastante.
É uma opinião.
Obs: “carece
de inovação” parece meio esquisito utilizar uma palavra antiga (“carece”) para
fazer em novidade. Mas, não é contraditório, se a inovação do mesmo é realizada
com inteligência.
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