quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

E OS INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS NO RN DE PESSOAS FÍSICAS?

            Os números oferecidos pelo Governo Federal sobre os investimentos de particulares (pessoas físicas) estão atualizados apenas até o mês de setembro, isto é, não foram contaminados pela crise mundial (mais acentuada após o dia 15 de setembro).

 

            Mas, até lá, pelo menos, o Rio Grande do Norte estava muito bem posicionado: ocupava a terceira colocação com um aporte de capital estrangeiro da ordem de US 12.163.817,98 em 2008. No entanto, apesar deste bom posicionamento, tivemos uma considerável queda nos valores investidos, se comparados ao ano de 2007, quando encerramos o ano na primeira colocação, com pouco mais de US 26,9 milhões em investimentos.

 

            É pouco provável que o trimestre restante das estatísticas de 2008 possa superar a marca anterior, não somente pela crise, mas também pela notória ausência de mega-projetos de investimentos aqui no Estado; ou ainda, em se tratando de investimentos de pessoa física, também a inexistência de vários projetos em andamento e  espalhados no Estado.

 

            Não há pesquisa explorando a dinâmica destes investimentos que traga uma resposta satisfatória quanto à avaliação da diversidade dos projetos e a variedade em novos tipos de investimentos. Mas, é possível identificar, facilmente, que o setor de serviços turísticos (incluindo os conexos, além dos hotéis, pousadas, locação de veículos, bares, restaurantes etc) é o grande captador de novos projetos, mais centrados em Natal (Ponta Negra, sobretudo) e no litoral próximo a Natal ou, também, em Pipa. A chamada segunda residência foi outro aspecto considerável nos investimentos realizados em Natal, com vários projetos habitacionais sendo lançados diretamente no mercado europeu.

 

            Tudo isso, vale ressaltar, é conseqüência do turismo que se tornou uma das principais fontes de riqueza do Estado. Vários são os turistas estrangeiros que visitam Natal e seu litoral, encantam-se pelas condições geográficas ou clima (sem esquecer a moeda mais valorizada, sobretudo em 2007) e decidem investir de forma mais permanente no Estado.

 

            Como lição a ser apreendida com o turismo estrangeiro no Rio Grande do Note não podemos esquecer em 2009: continuar o esforço para captar novos turistas estrangeiros (e com o Euro novamente valorizado...), fortalecer a política de licenciamento ambiental para projetos sejam eles de pequeno ou médio porte (diminuir a perda de tempo com a burocracia) e, ainda, manter a política de promoção comercial com a participação nos principais salões imobiliários da Europa, principalmente nos países emissores de turistas e com investidores no Estado.

 

            A política de captação destes investimentos, mantidos o mesmo patamar de 2007, no mínimo, atenuaria os efeitos da crise que ainda não chegaram em sua totalidade ao Rio Grande do Norte justamente pela movimentação que o turismo gera neste final-início de ano. Com as incertezas que marcaram os últimos noventa dias e as turbulências ainda imprevisíveis ao longo deste semestre, uma das melhores políticas de promoção comercial norte-riograndense será junto aos pequenos e médios investidores no setor imobiliário que, antes de mais nada, são turistas em busca de qualidade de vida que aqui, inigualavelmente, não encontram em outros pontos do Brasil.

 

 

Otomar Lopes Cardoso Junior

 

 

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