domingo, 24 de julho de 2022

Opinião. Entre bravatas e gravatas

 

A campanha eleitoral já começou e algumas pessoas ainda acham que o início de fato é quando começa a propaganda eleitoral ou então, quando são realizadas as convenções partidárias. Na verdade, a campanha eleitoral começou em 7 de outubro de 2018, à noite, quando os resultados da eleição passada começaram. É um ciclo que apenas formaliza o poder que as urnas revelam a cada quatro anos.

Nos intervalos entre um e outro dia de eleição, passados quatro anos, o que vemos é a preparação e a “ajeitação” (ou “acomodação”) dos primeiros e últimos aliados para um longo período ou apenas por alguns meses até um fato novo ou a eleição intermediária. Neste período, para quem está no governo quatro anos passam rapidinho... já quem está na oposição, fora do poder, parece uma eternidade!

 

Infelizmente, no entanto, temos algumas bravatas de campanha de alguns candidatos durante quatro anos. Temos também algumas boas propostas de campanha e de governo muito politizadas mas que às vezes não são implementadas como idealizadas por deparar-se com as trava na gestão da máquina pública: dificuldades orçamentárias, peso da burocracia ou ainda devido  fatos externos incontroláveis tais como vimos agora de forma intensa com a pandemia e a guerra na Ucrânia etc; tudo isto dificulta a realização do planejado ou idealizado. Vale lembrar que modificar algumas situações consolidadas na máquina pública não é fácil, a quantidade de argumentações para superar algumas barreiras exigem esforço e dedicação constantes.

Não se trata, aqui, de criticar nenhum gestor, nenhuma gestora, nenhum candidato e nenhuma candidato, há liberdade para todos e a liberdade é, também, de todos.

 

Até defendo algumas “bravatas” por entender que algumas ideias um pouco fora da curva hoje estejam fora da curva apenas temporariamente mas que, quem sabe, poderão ser uma realidade anos depois; claro, desde que coerentes. Mas, além de convencer o eleitorado, logo em seguida é preciso vencer as “gravatas” (os burocratas de plantão e a máquina pública) para que possam deixar que boas ideias tornem-se boas realidades.

 

 

Obs: “entre bravatas e gravatas” não tem nenhuma conotação machista, apenas uma coincidência fonética (rima) e que, na hora de criar o título – ilustrativo, reforçando – não consegui encontrar um termo de alguma peça ou indumentária mais utilizada pelas pessoas femininas.

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