sábado, 24 de setembro de 2022

Uma ideia. Aulas, 1 sábado por mês

 

Uma escola – ou a educação – tem pelo menos dois lados: o aspecto físico, material, de todas as coisas, e o aspecto letivo (educacional, pedagógico e outros sinônimos), o professor em sala de aula.

A questão física (ou estrutural) demanda sempre muitos esforços, com a vantagem de que algumas ações, bem trabalhadas, tornam-se soluções mais duradouros (reformas, equipamentos, logística etc). A gestão é essencial, nestes casos.

A questão educacional demanda sempre muitos esforços, também, com ações contínuas e repetitivas, isto é, uma solução pontual resolverá um problema pontual, muito provavelmente não se estenderá além disto, exceto se contínua e repetitiva.

 

Por isto, uma ideia, de que haja aulas nas escolas públicas (pelo menos) uma vez por semana. Mas, antes de avaliar que é a redução de conteúdo, professores etc, é justamente ao contrário! Estas aulas aos sábados seriam aquelas ditas de “reforço”, na verdade um complemento, uma revisão (não concordo muito com o nome de aulas de “reforço” na educação infantil) que seriam programadas durante todo o ano letivo para acontecer pelo menos 1 sábado por mês, e poderiam ser pela manhã e/ou na parte da tarde.

 

Qual a lógica? Na educação pública o mundo ideal dos livros de Pedagogia e das políticas traçadas não acontece com a intensidade que a teoria tenta nos convencer. Sem entrar no mérito de questões polêmicas que mudariam o foco da crítica a este comentário, ficarei com a realidade de que alguns estudantes acabam perdendo aula, e isto por vários motivos, alguns professores chegam atrasados, às vezes há transtornos externos que impedem a aula completa (desde o ônibus escolar que “quebrou” ao dia de jogo de futebol ou evento festivo que impede o acesso seguro à escola; e outros tantos) e tantos outros...

 

E mais: quem já foi estudante ou professor atento sabe que o comportamento em sala de aula pode, algumas vezes, atrapalhar o andamento do conteúdo e até mesmo inibir o desempenho de alguns alunos que querem aprender mais, perguntar, entender, satisfazer a curiosidade no assunto etc.

 

Uma aula por sábado

Esta aula seria voluntária. Para os alunos, que seriam convidados a participar deste evento, com toda a infraestrutura que a escola pode oferecer, da merenda à disponibilidade da biblioteca, computadores etc. Para os professores e gestores da escola seria compulsório. Lembrando que é uma vez por mês, portanto não seriam todos os professores em todos os sábados, um cronograma bem trabalhado (algo, neste caso, muito fácil de fazer) e divulgado com antecedência permitiria que esta equipe se programasse com eficiência. Compulsório, mas claro, com a devida remuneração. E nada impede, vamos lembrar, firmar parcerias com instituições de ensino e associações para que possam colaborar com estagiários, professores e outros profissionais que se disponham a trabalhar neste sábado. Lembrando, de novo, não é algo irreal: alguns são voluntários para coletar lixo na praia, pintar escolas etc em pleno sabadão ou domingão; o que o bom marketing não é capaz de proporcionar?!

 

Simples, mas não tão fácil; de começar

A ideia é simples, mas não tão fácil apenas de começar. Mudam o perfil e o formato tradicional da estrutura escolar, no aspecto físico e humano. O esforço não é pontual, nada de muito pesado, acredito, mas o resultado pode ser muito mais duradouro, principalmente para as crianças mas também, e vale a pena a Pedagogia avaliar, para os professores: com alunos melhor preparados ao longo do tempo, as aulas – e o conteúdo – podem ter melhor fluidez e resultado.

 

Aulas, apenas 1 sábado por mês. Neste formato. É uma ideia.

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