domingo, 26 de fevereiro de 2023

Opinião. IPTU sobre grandes fortunas

 

De vez em quando reaparece a ideia do IGV, o imposto sobre grandes fortunas, previsto mas dificilmente aplicável não somente pela complexidade da definição do patamar ao qual as pessoas teriam (ou seriam de) uma grande fortuna, sem esquecer que a maior parte dos legisladores é apoiada por grandes empresas e empresários ou até mesmo têm uma grande fortuna; nada de ilegítimo nestes apoios e muito menos no fato de ter uma grande fortuna!

 

Há alguns dias assistimos às notícias que o novo Plano diretor de Natal vai mudar a realidade urbana da cidade, a começar pela realidade imobiliária. Em alguns casos, por exemplo, será possível transferir o potencial construtivo de uma área para a outra e com isto, onde haveria limitação para um prédio de 5 pavimentos, poderá ter 6, 7 etc. Há uma polêmica (ainda não debatida, pelo que ei vi) neste mecanismo, com uma brecha muito interessante do ponto de vista imobiliário: quem perceber e tiver mais capital, poderá ter uma bela oportunidade de bons resultados se investir nos terrenos “certos”.

 

Mas, com toda esta expectativa, já que haverá tantos interessados assim, como demonstram as notícias, com crescimentos nas construções acima de qualquer expectativa – ainda que tudo esteja na intenção e poucos projetos comercializados – bem que o Município poderia ter sua contrapartida: se há interessados em investir em boas e grandes áreas, seria justo que o IPTU fosse maior, ainda maior para os grandes projetos. Uma forma seria colocar o valor venal do imóvel o mais próximo do mercado e, para estes casos, ter obrigatoriamente um ajuste no mínimo anual. Uma outra forma seria ter um nova alíquota para imóveis – novos – por exemplo, com valor estimado acima de R$ 2 milhões. Ter um imóvel que vale R$ 2 milhões não é tão difícil para um grupo seleto de pessoas.... e quem tem um imóvel como este pode pagar um IPTU mais elevado.

 

É a regra da igualdade-desigualdade: imóveis mais baratos pagam menos IPTU e os mais caros deveriam pagar bem mais do que a média. Uma alíquota maior seria bem interessante, mas não algo que seja extorsivo. É assim que funciona com o Imposto de renda, quanto maior sua renda maior a alíquota.

 

Não há formalmente como ter um IPTU do IGV, é claro. Mas poderia ter mais faixas, alíquotas maiores para grandes valores de imóveis. Um apartamento, por exemplo, com valor de R$ 5 milhões no mercado não seria injusto que a(o) proprietária(o) pagasse mais IPTU, nominalmente e proporcionalmente, do que os demais.

 

Poderia, quem sabe, até contribuir para que nos bairros mais populares o aumento do IPTU fosse menor ou, a depender da arrecadação, até ficar sem aumento. É uma opinião.

 

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