sábado, 18 de março de 2023

Uma ideia. Entre cimento e currículo

 

A crise social que se fez presente nestes dias no RN em que a violência, quase de forma aleatória, provocou situações inusitadas, trouxe mais uma vez a discussão sobre os presídios e seus diferentes aspectos na gestão, mais ou menos repressiva ou com mais ou menos rigor etc.

 

Em breve surgirá também a discussão sobre os presídios e sua dimensão. Em São Paulo e no Rio de Janeiro o sistema de presídio Carandiru e Bangu mostram que, em casos de crise, o controle é bem mais complexo. Administrar qualquer lugar com muita gente já é complicado, administrar um lugar com muita gente presa, por crimes de menor impacto social àqueles de grande repercussão e dano social, fica bem mais difícil, com ou sem crise.

 

É mais eficiente ter um grande presídio centralizado ou pequenos presídios? Do ponto de vista econômico, sem dúvida, quanto menos cimento será melhor; em outras palavras, um grande presídio sai mais barato do que 2, 3 ou 4 de pequeno-médio porte. Precisa de menos espaço, precisa de menos pessoas para trabalhar nestes locais, ou seja, de menos currículos. Tudo isto significa um custo menor para o poder público.

 

Em casos de crise todas as discussões, novas e velhas, sem soluções e com soluções estapafúrdias aparecem. Quando passa a crise o tema da ressocialização aparece menos na mídia, ganha menos visibilidade.

 

Talvez aí, neste caso, espaços menores possam ajudar mais na ressocialização. Pode ser uma forma, por exemplo, de dividir por tipo de crime/pena, por faixa etária etc sem, claro, qualquer tipo de discriminação negativa, mas com um propósito de encontrar similitudes nos diversos públicos em que possam ser melhor aplicadas as propostas de soluções de ressocialização.

 

Entre mais currículo ou mais cimento acho que a primeira opção pode ser a melhor escolha. Caberia, claro, um estudo nacional para poder verificar se tal solução, a de presídios menores, poderia produzir melhor resultado; e verificar as experiências internacionais.

 

Nesta hipótese, sim “tamanho é documento” e, se o menos pode ser mais, então o menor pode ser maior, pode ser uma maior solução. É uma ideia.

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