domingo, 29 de outubro de 2023

Opinião. Um mercado lucrativo

 

A recente decisão do STF valida alguns direitos mas, como toda ação tem uma reação e até mesmo efeitos colaterais, esta deverá validar o mercado de produção de maconha. Não há juízo de valor aqui neste comentário, já adiantando.

O STF deliberou que o porte de maconha para consumo próprio e desde que o portador não tenha alguma condenação, a pena não poderá ser a prisão, deverá ser aquela restritiva de direitos, ou seja, não vai para a cadeia e deve cumprir algumas medidas determinadas para cada caso. A súmula é vinculante, todos os juízes deverão aplicá-la, concordando ou não.

 

A tese do consumo individual de drogas não merecedora de punição elevada é antiga e avançou muito em vários países. O consumidor não devera ser punido, o traficante, sim. Ou, o comprador não tem culpa, o vendedor, sim. Em épocas de filmes clássicos e a chamada Lei Seca nos Estados Unidos, consumidores, vendedores e fabricantes de bebida alcóolica eram punidos; sem pena. Em outros tempos a prostituição deixou de ser crime, mas a exploração da prostituição continua sendo; e por lá fora, nos Estados Unidos, o cliente também é punido.

 

Tempos mudam, mentalidades também e, como a legislação é social, é da sociedade, também muda.

Cada um tem sua opinião e as defesas são acirradas, do lado dos contra e daqueles a favor (obs: tenho minha opinião sobre o tema, mas não exponho aqui por respeitar outras e por não ser este o motivo destas linhas). Abstraindo esta questão, há um efeito sobre o mercado: produzir será em breve algo descriminalizado, desde que a produção seja controlada e certificada e seja destinada a consumidores finais, aqueles que compram apenas para consumo pessoal.

 

Em alguns anos, quem sabe, em alguma feira ou evento comercial poderá ter um expositor do produto maconha. Acho que a propaganda não será liberada, assim como ocorre com os cigarros e talvez a venda seja proibida para menores de 18 anos. São hipóteses.

 

Tenho convicção, quase certeza, que liberada a comercialização veremos os pedidos de licença ambiental para a produção e para pontos de venda. Tudo de acordo com a (nova) legislação que será criada. O “mercado” enxerga oportunidade em tudo; inclusive para aquilo que gostamos e para aquilo que não concordamos.

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