sábado, 8 de janeiro de 2011

O futuro do Ensino a distância (EAD) na educação

            O ensino distância, mais conhecido pela sigla EAD, é o futuro da educação no Brasil. No mundo inteiro o crescimento desse mecanismo de transmissão da informação e do processamento do conhecimento tem sido muito significo nos últimos anos (o México já foi um dos casos emblemáticos, principalmente pelos alunos daquele país que estão do outro lado da fronteira mas que lá, aos custos locais, não têm condições de acesso ao ensino de graduação).

            No Brasil 2010 foi um ano muito bom e ainda muito melhor do que o de 2009, quando a crise também afetou essa indústria do conhecimento. Nos ano que passou a conta chegou aos R$ 2,2 bilhões em mensalidades para os 973 mil alunos matriculados no País. Fazendo as contas, são quase R$ 2,3 mil em investimento por aluno/ano. Suponha que um curso "regular" tenha uma mensalidade de R$ 400,00, ao multiplicar por doze veremos quanto é essa importante economia para quem faz uma graduação via internet; e se imaginarmos que no curso tradicional-presencial há custos de deslocamento, lanches, roupas (em casa ninguém vê você repetir a mesma roupa na semana...) e as saídas na sexta-feira depois da aula (bem que tem gente que não espera nem chegar a sexta-feira), a conta final fica muito elevada.

            E, se isso parece pouco, a expectativa – ou a previsão – é do Brasil alcançar a marca dos 15 milhões de alunos nos próximos anos. Isso mesmo, de multiplicar essa conta por quinze: significa que, mantidos os valores atuais, a EAD movimentará cerca de R$ 33 bilhões.

            E aqui no nosso Rio Grande do Norte? Quanto já investimos em EAD com os cursos e instituições locais? Difícil de avaliar e de precisar, pois o ensino a distância exige uma regra básica, a escala; ou seja, o investimento somente será rentável se houver grande número de alunos. Fatalmente, então, os grupos locais estarão a fazer parcerias com grandes grupos nacionais.

            Hoje o MEC fiscaliza com mais rigor os diferentes cursos anunciados; mas o mercado ainda ficou desconfiado da quantidade de cursos "semi-presenciais" e os diferentes "pólos de ensino a distância" em praticamente todas as cidades mas que depois, em alguns casos, revelaram-se ilegais (não tinham autorização para todos esses "pólos" de apoio em tantas cidades).

            Mas, é e será mais ainda inevitável o ensino a distância. O EAD, também  utilizado como suporte de treinamentos profissionais, torna-se cada vez mais visível e real; com as novas tecnologias surgindo e as facilidades de acesso, o caminho revela-se irreversível. E, se o projeto de estender a banda larga para todo o país de forma extremamente disponível para toda a população acontecer, não haverá dúvidas: a figura da "Tia" será mais uma lembrança familiar e o mouse uma companhia sempre presente na educação de todos. Mas, com o EAD o professor não será eliminado ou a "cola" dos alunos não será necessariamente maior; se a rentabilidade for tal como imaginada pelo mercado, mudará o formato e o acesso à informação, mas o conhecimento permanecerá essencialmente algo pessoal e intransferível quanto à sua internalização: nenhum computador ou EAD será capaz de produzir uma lavagem cerebral para replicar o conhecimento humano.

            E, se você ainda acha que as previsões são muito futuristas, muito distantes, lembre-se que essa juventude que entrará em 2011 nas faculdades e universidades já nasceu sabendo o que é um computador. O mundo virtual, para essa novíssima geração, é bastante real.

 

 

Otomar Lopes Cardoso Junior

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