A cada ponto de controle (ou blitz, se você preferir) que
a polícia de trânsito realiza em Natal sempre segue uma notícia da quantidade
de pessoas presas por embriaguez, um nível de álcool no sangue elevado que
colocaria em risco o condutor, os eventuais passageiros e todo mundo no seu
trajeto. A multa, neste caso, é bem elevada. Aliás, já era alta, cerca de R$ 1 mil,
se não me falha a memória, que agora está em quase R$ 3 mil.
A multa alta parece não desestimular alguns insistentes
em colocar em risco a vida das pessoas. Um dos motivos, acredito, é que uma vez
pagando os R$ 3 mil pode ficar uma sensação de impunidade, o dinheiro “compraria”
o erro e a memória do valor pago tende a diminuir após 2, 3 ou 4 meses, por
exemplo; e, pior, depois fica uma “história engraçada” para contar, para
alguns. E para quem pode pagar com facilidade esta multa, o efeito parece ser
menor ainda.
Não se trata, também acredito, que a punição tenha ser a
prisão. A pena seria extraordinariamente elevada, principalmente se não houve
acidentes. Isto não significa – obviamente – que a pena tenha que ser menor
apenas em caso de embriaguez sem vítimas! Nada disto, a pessoa deve ser penalizada.
Por isto a ideia de que além da multa deveria ter uma
pena adicional, a entrega de cestas básicas. Veja bem, a entrega, não somente a
compra. Qual a diferença? Durante o tempo da pena, digamos, de 1 a 6 meses, a
pessoa que dirigia embriagada deveria entregar 1, 2, 3 ou mais (dependendo da
capacidade financeira) cestas básicas em instituições da terceira idade ou em
abrigos para crianças ou em locais que cuidam de pessoas drogadas. Mas,
atenção, a entrega tem ser pessoalmente! Nada de terceirizar a pena!
Talvez não mude o comportamento de todos, mas a obrigação
mais duradoura de uma pena com a obrigação de ir pessoalmente conhecer espaços
sociais poderia ajudar – há esperança – a contribuir para aumentar o grau de
responsabilidade social. No mínimo, principalmente, para quem esnobará a multa,
pois os R$ 3 mil não pesarão significativamente, conhecendo um outro mundo
(real) poderá contribuir para criar uma sensação de mais respeito ao outro, ao
cidadão comum.
É uma ideia.
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