domingo, 30 de julho de 2023

Opinião. Licenciamento ambiental

 

O licenciamento ambiental entrou em discussão, de forma paralela, nos debates sobre a engorda em Ponta Negra e o empreendimento em Pipa. Digo de forma paralela pelo fato de que a discussão final é sobre a consequência das obras, os efeitos que acontecerão ao final e que poderão causar efeitos irreversíveis, positivos, claro, mas também eventualmente negativos (há sempre esta perspectiva de análise em todos os estudos de impacto ambiental; vale a pena lembrar disto).

 

Um problema colateral é o custo do licenciamento. Não em função do impacto ambiental causado e que exige vários estudos e projeções, nem mesmo em relação ao tamanho do projeto mas, algumas vezes em função do valor que será investido e que pode ser um dificultador de caixa para pequenos e médios empreendimentos. É certo que há várias isenções em função dos micro e dos pequenos negócios mas, para algumas atividades independe do tamanho do projeto e do espaço que será ocupado, o custo torna-se elevado; o caso mais clássico é o de postos de gasolina.

 

Mas,  não é esse o tema aqui. A avaliação é de que poderia haver uma linha de crédito a juros subsidiados (tal como acontece nos empréstimos para pequenos produtores) para a contratação de estudos ambientais. Sempre o valor destes estudos será pequeno quando compara-se o valor percentual com o total do projeto. Se percentualmente pode impactar pouco, financeiramente pode representar 50, 100 ou 150 mil para projetos de pequenos-médios empreendedores; e, nestes casos, afeta diretamente o caixa pois antes mesmo de avançar mais rapidamente na obra, o fluxo de caixa é afetado. E como todos os itens, tem um custo econômico e financeiro.

 

Por isto bem que poderia haver linhas de crédito subsidiadas para pequenos e médios empreendedores para que possam financiar os estudos ambientais e executar o licenciamento sem afetar o caixa e sem afetar o cronograma de execução da obra. Há várias políticas públicas, por exemplo, em favor dos investimentos em ciência e tecnologia com juros subsidiados; bem que o licenciamento ambiental poderia “dividir” este espaço. É uma opinião.

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