Há tecnologia e tecnologia. Algumas exigem fortunas no desenvolvimento
do produto, enquanto outras são bastante simples em termos de recursos, sem
esquecer as ditas tecnologias sociais que demandam menos capital para o desenvolvimento
de alguma inovação.
Mas, achei um exemplo bem marcante do investimento em inovação. Em
Portugal a empresa Cork Supply investiu 1,2 milhão de euro (cerca de R$ 6
milhões) para desenvolver uma rolha (quase), diria, perfeita. É que esta rolha –
natural – passará por completa seleção para eliminar – eletronicamente –
aquelas com imperfeição que deixariam o oxigênio entrar em contato com a
bebida, algo impensável para os vinhos mais caros mas também algo que protege a
qualidade e durabilidade do produto.
Olhando assim, de longe, parece absurdo o investimento para desenvolver
uma análise de rolhas de bebidas. Mas, não somente o mercado de bebidas que utiliza
as rolhas é gigantesco como também há a concorrência da rolha sintética, bem
mais barata mas que, para os mais tradicionais e puristas, modifica o paladar
da bebida; portanto, sintética nem pensar.
Trago este exemplo para mostrar a importância da pesquisa aplicada em
empresas, da necessidade de investir em inovação como forma de manutenção no
mercado como também meio para enfrentar a concorrência. Não é fácil e nem
sempre barato, mas é algo necessário.
Temos no Brasil muitos incentivos públicos em pesquisas, em diversas
áreas. Alguns dos milhões aplicados são, como se chamava, “a fundo perdido”, ou
seja, um contrato de risco em que se o projeto desse certo ganhariam a empresa
(e o Brasil) mas, se não progredisse, perdiam a empresa (mas nem tanto) e o
Brasil (nossos impostos).
As grandes empresas têm mais foco na inovação. As médias empresas, menos,
e as pequenas empresas, com exceção de algumas startups, quase nada.
O apoio governamental é essencial mas, deveria ser sob a forma de
contrato de risco: se o projeto não prosperar na empresa, pelo menos deveria “devolver”
20% do valor que recebeu. Acho traria mais resultados econômicos, melhores
distribuídos. É uma opinião.
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