Estamos nos aproximando das eleições municipais e a movimentação é intensa
na preparação do pleito, candidatos tentando seus espaços, partidos fazendo as
convenções e uma disputa por apoios que acontece de forma visível sem que
tenhamos noção das conciliações de bastidores. Faz parte, diria, deste momento
pré-pré-campanha; é que ainda nem sabemos, pelo menos oficialmente, quais serão
os candidatos, os apoios e os partidos unidos/desunidos.
Mas, qual será a pauta eleitoral de outubro? Por enquanto a sensação é
que a realidade municipal será discutida apenas bem perto do dia da votação.
Não vejo muitas informações sobre os temas que demandarão maior preparação dos
candidatos e, mais importante, de propostas para tentar convencer o público,
digo, o eleitor a merecer seu voto.
Haverá, claro, sempre o cenário nacional como pano de fundo das
discussões, principalmente sobre a questão de apoio político e, aqui e ali, sobre
as propostas de parcerias e ações do Governo Federal nos municípios.
A situação econômica, mais uma vez, é uma grande preocupação, com a
sensação de que a mudança é apenas a intensidade da crise. A questão social é sempre
central, ainda estamos distantes de uma realidade que promova uma efetiva
redução das desigualdades sociais e regionais, apesar da bela previsão na
Constituição Federal de 1988.
Mas, e nas cidades, principalmente aquelas de pequeno e médio portes em
que a Prefeitura é um grande aliado ou um grande adversário da população? Há
poucos dias escutei uma impressionante história: é o prefeito da cidade que determina
qual a prioridade das cirurgias e com base em uma simples pergunta, já
carregada de resposta, a de que “quem é meu eleitor? Vou encaminhar quem voto
comigo”! Este – triste – cenário era até mais comum no final do século passado
e eu pensava que com acesso à informação e a possibilidade de denúncias de má
gestão, teria diminuído. Parece que me enganei, infelizmente.
Eu até estava na expectativa de que a pauta fosse mais inteligente, no
sentido de que a população diminuísse a sensação de cabresto, de poder votar
livremente. Acho que a maior quantidade de eleitores atualmente não vivenciou
este modelo, achei que fariam uma mudança de consciência coletiva.
Qual será a pauta eleitoral municipal em outubro? Parece que alguns formatos
não mudarão, mais uma vez. Com tantos formatos ao estilo Instagram, Tik Tok e
até Facebook, a aparência – aliás, passageira – continuará. Trocaria o “mais do
mesmo” por “mais do melhor”. É uma opinião.
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