quinta-feira, 30 de maio de 2024

Opinião. Quando era apenas religião

 

Hoje é um dia sagrado para muitas religiões, em especial para a Igreja Católica. Dia de Corpus Christi que é celebrado em todo o mundo com missas especiais, a decoração das igrejas e de ruas com belíssimos tapetes (com mensagens cristãs), além de procissões, geralmente no final da tarde. Em Natal não faltam opções para quem quiser ir á uma missa, apreciar os tapetes e participar das procissões.

 

Sou antigo e talvez por isto sou da época em que o dia de hoje era apenas um dia cristão, ou considerando minha escolha religiosa, um dia católico. De celebrações, claro, de reconhecimentos e arrependimentos e de orações. Hoje já não é mais assim, ou melhor, já não é mais tanto assim.

 

Em tempos modernos virou sinônimo de feriado e de feriadão, quem pode emenda o final de semana (aqui em Natal a notícia é que na Rodoviária são esperadas 10 mil pessoas entre hoje e amanhã). Depois, tornou-se uma variação religiosa com eventos para demonstração de impacto. E, não tão muito recente, mas intensificado, um evento político.

 

Não se trata de um evento político tradicional, mas um evento que transformou-se em politização, em uma ampliação de exposição pessoal, de divulgação na mídia e de demonstração de força e prestígio, para políticos convidados e também para quem os convida. É um evento social e todos podem ou até deveriam participar, a ninguém deveria ser proibida a participação. Mas, deveria ser um evento religioso e, subsidiariamente, um evento comercial, um evento social, um evento político e até mesmo um evento instagramável.

 

Sou daqueles tempos antigos. Antes era uma questão de religião, um evento público-participativo, mas cristão. Acompanho bem todas as modernidades mas, em poucas situações – como esta, por exemplo – ainda sou tradicionalista. São coisas dos tempos; de todos eles.

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