Hoje é um dia sagrado para muitas religiões, em especial para a Igreja
Católica. Dia de Corpus Christi que é celebrado em todo o mundo com missas
especiais, a decoração das igrejas e de ruas com belíssimos tapetes (com
mensagens cristãs), além de procissões, geralmente no final da tarde. Em Natal
não faltam opções para quem quiser ir á uma missa, apreciar os tapetes e
participar das procissões.
Sou antigo e talvez por isto sou da época em que o dia de hoje era
apenas um dia cristão, ou considerando minha escolha religiosa, um dia
católico. De celebrações, claro, de reconhecimentos e arrependimentos e de
orações. Hoje já não é mais assim, ou melhor, já não é mais tanto assim.
Em tempos modernos virou sinônimo de feriado e de feriadão, quem pode
emenda o final de semana (aqui em Natal a notícia é que na Rodoviária são
esperadas 10 mil pessoas entre hoje e amanhã). Depois, tornou-se uma variação
religiosa com eventos para demonstração de impacto. E, não tão muito recente,
mas intensificado, um evento político.
Não se trata de um evento político tradicional, mas um evento que
transformou-se em politização, em uma ampliação de exposição pessoal, de
divulgação na mídia e de demonstração de força e prestígio, para políticos
convidados e também para quem os convida. É um evento social e todos podem ou
até deveriam participar, a ninguém deveria ser proibida a participação. Mas,
deveria ser um evento religioso e, subsidiariamente, um evento comercial, um
evento social, um evento político e até mesmo um evento instagramável.
Sou daqueles tempos antigos. Antes era uma questão de religião, um
evento público-participativo, mas cristão. Acompanho bem todas as modernidades
mas, em poucas situações – como esta, por exemplo – ainda sou tradicionalista. São
coisas dos tempos; de todos eles.
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