Na semana que se encerrou, em um evento da UFRN, Power-to-X, um dos
palestrantes informou que há muitos projetos de energia no Brasil, como
mencionei aqui, e que a oferta de projetos em instalação já é superior à
demanda quando estiverem em funcionamento; e que a oferta de projetos
anunciados exigiria um crescimento muito elevado do consumo para que houvesse
compatibilidade. Em resumo, como mencionou o palestrante, há sobreprojeto.
Ontem, em entrevista publicada na Tribuna do Norte, a representante de
entidade do setor produtivo de energia eólica no Brasil informava que o RN pode
crescer muito mais na oferta de energias renováveis com as offshore, as eólicas
prometidas para o mar. Em resumo, como mencionou a entrevistada, temos um
potencial de crescimento em oferta bem elevado.
Há um consenso nestas duas opiniões, de que projetos existem. O
problema, portanto, não é produzir energia, para consumo imediato nem mesmo
para consumo a médio prazo (a partir de 10 anos), como demonstra o consenso dos
dois representantes de entidades que mencionei.
Aparentemente, no entanto, a diferença de nível de otimismo estaria na
destinação da oferta ou, em outras palavras, se vamos produzir energia, visto
que não é possível estocá-la em inúmeras baterias ou baterias gigantes, quem
serão os compradores? O indicativo de que o mercado interno está bem parece
também ser um consenso entre os especialistas do mercado, já passamos a fase do
medo de um apagão energético. Temos várias fontes e algumas alternativas de produção;
e mudar repentinamente ou mesmo a médio prazo nossa matriz de consumo
significará, no mínimo, suspensão de novos projetos (de outras fontes) e até
mesmo interrupção de sistemas produtivos atuais (térmicas, por exemplo).
É tudo uma questão de custo: mudar a configuração atual para a energia
offshore exige uma decisão estratégia governamental, além de sólidos estudos
sobre demandas nacional e internacional. O consenso sobre a capacidade e
possibilidade de produção de energias, inclusive com outras
técnicas/tecnologias (a exemplo das offshores) não aplicadas no Brasil, existe.
E aparentemente não faltam investidores.
Temos um “haja” e um “há já”: haja energia para uma real demanda? e há
já energia suficiente para toda a demanda atual e futura? É uma dúvida
interessante e pertinente, é uma opinião.
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