domingo, 16 de junho de 2024

Opinião. Haja energia??

 

Na semana que se encerrou, em um evento da UFRN, Power-to-X, um dos palestrantes informou que há muitos projetos de energia no Brasil, como mencionei aqui, e que a oferta de projetos em instalação já é superior à demanda quando estiverem em funcionamento; e que a oferta de projetos anunciados exigiria um crescimento muito elevado do consumo para que houvesse compatibilidade. Em resumo, como mencionou o palestrante, há sobreprojeto.

 

Ontem, em entrevista publicada na Tribuna do Norte, a representante de entidade do setor produtivo de energia eólica no Brasil informava que o RN pode crescer muito mais na oferta de energias renováveis com as offshore, as eólicas prometidas para o mar. Em resumo, como mencionou a entrevistada, temos um potencial de crescimento em oferta bem elevado.

 

Há um consenso nestas duas opiniões, de que projetos existem. O problema, portanto, não é produzir energia, para consumo imediato nem mesmo para consumo a médio prazo (a partir de 10 anos), como demonstra o consenso dos dois representantes de entidades que mencionei.

 

Aparentemente, no entanto, a diferença de nível de otimismo estaria na destinação da oferta ou, em outras palavras, se vamos produzir energia, visto que não é possível estocá-la em inúmeras baterias ou baterias gigantes, quem serão os compradores? O indicativo de que o mercado interno está bem parece também ser um consenso entre os especialistas do mercado, já passamos a fase do medo de um apagão energético. Temos várias fontes e algumas alternativas de produção; e mudar repentinamente ou mesmo a médio prazo nossa matriz de consumo significará, no mínimo, suspensão de novos projetos (de outras fontes) e até mesmo interrupção de sistemas produtivos atuais (térmicas, por exemplo).

 

É tudo uma questão de custo: mudar a configuração atual para a energia offshore exige uma decisão estratégia governamental, além de sólidos estudos sobre demandas nacional e internacional. O consenso sobre a capacidade e possibilidade de produção de energias, inclusive com outras técnicas/tecnologias (a exemplo das offshores) não aplicadas no Brasil, existe. E aparentemente não faltam investidores.

 

Temos um “haja” e um “há já”: haja energia para uma real demanda? e há já energia suficiente para toda a demanda atual e futura? É uma dúvida interessante e pertinente, é uma opinião.

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