Se a praia está no meio da
cidade, ela é uma área urbana. E, portanto, deve ser toda urbanizada. Espero
que não seja entendido como criar calçados no lugar da areia... Mas deve ser
entendido o conceito como um espaço que ofereça as mesmas condições que
gostamos de apreciar deste lado da faixa de areia: vias de acesso adequadas,
iluminação, limpeza, segurança pública, facilidade de abordagem, oferta de
serviços e, sempre muito importante, beleza. A beleza deve ser natural em um
grande espaço da praia, preservando a beleza da paisagem que a natureza oferece
mas, a beleza arquitetônica deve ser tão importante ou mais, afinal ninguém
gosta de circular por ruas sujas, com esgotos a céu aberto, prédios e casas
caindo aos pedaços, ruas escuras etc. Esta beleza – que é artificial – é
concebida pela criatividade humana que consegue transformar a realidade urbana
em algo intangível mas absolutamente essencial: todo mundo quer uma cidade
bonita, pelo menos seu bairro bonito e, na pior das hipóteses, pelo menos sua
rua bonita.
Não vamos acreditar que uma praia
bonita é plantar coqueiros (que, aliás, nem é nativo do Brasil e acaba derrubando
alguns discursos muito radicais da proteção à natureza “como ela é”). Também
pode ser, mas é ainda mais: areia limpa, serviços adequados e regulados etc (em
alguns países há o “luxo” e chuveiros no calçadão, sair do banho e tirar o sal
do mar e a areia que fica grudada; no Rio de janeiro este serviço às vezes é
particular, alguns barraqueiros alugam... a mangueira com água).
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