sábado, 17 de setembro de 2022

Uma ideia. Semana de 4 dias no setor público

 

As experiências no “mundo mais rico” sobre a semana de 4 dias começam a ampliar e atrair mais interesses, embora o número de críticos continua sendo elevado. Há o dilema, claro, entre o valor do salário a ser mantido para menos trabalho e a dúvida sempre existente de que será necessário contratar mais alguém para cumprir aquele tempo, aquele dia que ficou “faltando”; em outras  palavras, a crítica é que a semana de 4 dias custará mais caro para o empresário.

Ainda não há, diga-se, muitas evidências de que trabalhar menos implica em maior custo para as empresas. E uma das receitas “milagrosas” está na produtividade que, curiosamente, a pandemia mostrou que é pode ser maior do que se pensava. Na economia do tipo industrial, aquela que dominava até o início deste século, a produtividade estava associada à quantidade de itens produzidos, seguindo a ideia de um projeto industrial, ou seja, pouco importa se alguém trabalha mais ou menos horas desde que cumpra a meta quantitativa: é preciso produzir “x” itens por semana.

 

A pandemia mostrou que também há produtividade nas atividades administrativas e, graças à tecnologia, em geral, e à tecnologia da comunicação, muitas atividades administrativas alcançaram o mesmo resultado com menos tempo de atividade, em casa, o tal do home office. A regra ainda não é uniforme nem mundial, não é uma lei da gravidade, aplicável a todos, mesmo para quem não gosta. Mas, é uma realidade que começa a ganhar escala em muitos países.

 

Vale lembrar que há um bom tempo a França instituiu a chamada semana de 35 horas e o país não quebrou, não houve perda de emprego nem custos adicionais para as empresas. Houve, por outro lado, uma expansão das oportunidades na economia nas atividades de lazer, cultura, viagem, gastronomia etc. O tempo livre, mantendo-se a renda, era utilizado em proveito próprio, criando novas demandas principalmente nestes segmentos.

 

No Brasil será um grande desafio. O desemprego ainda é alto e todo custo para o empresário é um grande desafio e pode significar uma perda irreparável. Mas, há a economia do setor público: a ausência de concurso público tem provocado uma terceirização intensa e uma redução de servidores concursados com a aposentadoria e um problema de difícil solução. Com muitos aposentados e redução de funcionários públicos na ativa, manter a aposentadoria no setor público é um problemão; dos grandes!

Uma solução seria contratar mais pessoas. Com concursos públicos, sem terceirização.

 

Uma ideia

Por isto a ideia, que possa haver novos concursos públicos com atividades diferenciadas na carga horária: a semana de 4 dias. Certamente, em alguns casos, será necessário ter mais pessoas mas, em outras atividades, com a tecnologia, as atividades desempenhadas em 4 dias serão equivalentes àquelas da semana tradicional.

Com 4 dias de trabalho no setor público quem se interessar poderia ter outra atividade, inclusive; quem não se interessar terá como usufruir – e gastar – do tempo livre. A economia teria um provável novo fôlego. Acho que vale aprofundar os estudos e tentar uma experiência em uma carreira pública. Tempos novos, são tempos novos, e a semana de 4 dias poderia ser o começa de novo tempo novo. É uma ideia.

 

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