As experiências no “mundo mais rico” sobre a semana de 4
dias começam a ampliar e atrair mais interesses, embora o número de críticos
continua sendo elevado. Há o dilema, claro, entre o valor do salário a ser
mantido para menos trabalho e a dúvida sempre existente de que será necessário
contratar mais alguém para cumprir aquele tempo, aquele dia que ficou “faltando”;
em outras palavras, a crítica é que a
semana de 4 dias custará mais caro para o empresário.
Ainda não há, diga-se, muitas evidências de que trabalhar
menos implica em maior custo para as empresas. E uma das receitas “milagrosas”
está na produtividade que, curiosamente, a pandemia mostrou que é pode ser
maior do que se pensava. Na economia do tipo industrial, aquela que dominava
até o início deste século, a produtividade estava associada à quantidade de
itens produzidos, seguindo a ideia de um projeto industrial, ou seja, pouco
importa se alguém trabalha mais ou menos horas desde que cumpra a meta
quantitativa: é preciso produzir “x” itens por semana.
A pandemia mostrou que também há produtividade nas
atividades administrativas e, graças à tecnologia, em geral, e à tecnologia da
comunicação, muitas atividades administrativas alcançaram o mesmo resultado com
menos tempo de atividade, em casa, o tal do home office. A regra ainda não é
uniforme nem mundial, não é uma lei da gravidade, aplicável a todos, mesmo para
quem não gosta. Mas, é uma realidade que começa a ganhar escala em muitos
países.
Vale lembrar que há um bom tempo a França instituiu a
chamada semana de 35 horas e o país não quebrou, não houve perda de emprego nem
custos adicionais para as empresas. Houve, por outro lado, uma expansão das
oportunidades na economia nas atividades de lazer, cultura, viagem, gastronomia
etc. O tempo livre, mantendo-se a renda, era utilizado em proveito próprio,
criando novas demandas principalmente nestes segmentos.
No Brasil será um grande desafio. O desemprego ainda é
alto e todo custo para o empresário é um grande desafio e pode significar uma
perda irreparável. Mas, há a economia do setor público: a ausência de concurso
público tem provocado uma terceirização intensa e uma redução de servidores
concursados com a aposentadoria e um problema de difícil solução. Com muitos
aposentados e redução de funcionários públicos na ativa, manter a aposentadoria
no setor público é um problemão; dos grandes!
Uma solução seria contratar mais pessoas. Com concursos públicos,
sem terceirização.
Uma ideia
Por isto a ideia, que possa haver novos concursos públicos
com atividades diferenciadas na carga horária: a semana de 4 dias. Certamente,
em alguns casos, será necessário ter mais pessoas mas, em outras atividades,
com a tecnologia, as atividades desempenhadas em 4 dias serão equivalentes àquelas
da semana tradicional.
Com 4 dias de trabalho no setor público quem se
interessar poderia ter outra atividade, inclusive; quem não se interessar terá
como usufruir – e gastar – do tempo livre. A economia teria um provável novo fôlego.
Acho que vale aprofundar os estudos e tentar uma experiência em uma carreira pública.
Tempos novos, são tempos novos, e a semana de 4 dias poderia ser o começa de
novo tempo novo. É uma ideia.
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