Sou da
geração que viu o hotel Reis Magos receber hóspedes e, quando criança, ainda me
recordo ter ido à piscina de lá uma vez. Depois, continuei sendo da geração que
viu aquele prédio perder seu sentido, cada vez mais se deteriorando até tornar-se
verdadeiros escombros. Para muita gente, aquele sempre foi um prédio abandonado
e para os mais novos, nada mais é o local do que um terreno baldio, uma área
vazia.
Mas, para
estes que não viram o “antes”, os escombros do Hotel, eles já têm um para
chamar de “seu”: a tragédia do que seria o hotel do grupo BRA ali na via
Costeira. Com a diferença de que este nunca chegou a ser ocupado, sempre foi
uma conjunto feio de concreto e ferro retorcido, nada mais do que escombros,
desde que as obras foram paralisadas.
Em comum,
além das ruínas que marcaram as paisagens urbanas por longos anos, os dois
projetos estão em áreas nobres do turismo potiguar, cada um no seu tempo: o
Reis Magos quando as praias mais frequentadas eram ali por perto e a via
Costeira quando os grandes hotéis se instalaram em Natal com conceitos mais
profissionais de hotelaria, deixando de lado o excesso de amadorismo.
Volta e
meia o debate aparece sobre estes dois prédios; ou melhor, agora, de apenas um,
na via Costeira. O mais impressionante é que há tanta demora na solução que há
tempo de se formar uma geração inteira com a mesma imagem de abandono e
degradação do que deveria ser, na verdade, de expressão da valorização das
belezas naturais da cidade e da perspectiva de atração de mais turistas ao RN.
As
soluções são demoradas. Não tenho conhecimento das etapas a vencer, por isto
posso apenas ficar com o fator tempo para constatar que, mesmo sem saber os
detalhes do processo judicial, já faz muito tempo que as obras estão ali sem
destino. Por isto, quem está “fora” dessa discussão pode sempre questionar se
não haveria uma caminho mais rápido.
É bem
verdade que não somos os “juridicamente interessados” no processo (que são as
partes).
Mas,
somos todos socialmente interessados no resultado. É uma opinião.
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