domingo, 1 de outubro de 2023

Opinião. Careca e baixinho

 

Não, não se trata de nenhuma discriminação nem proposta de solução para a calvície. Não é sobre ninguém, mas obre um ícone da cidade, o tal morro do Careca. Quando o conheci, nos anos 1970, não lembro de sua existência; quando o conheci, de fato, nos anos 1980, me lembro que já era careca mas não lembro se havia todo este dano ambiental.

 

Hoje a notícia é que o Careca está ficando mais baixinho, nada que afete a sua condição de “morro” mas uma preocupação com sua erosão – natural – nos últimos anos. Digo natural pelo fato de que é um espaço da natureza e como tal, sujeito às variações de vento, chuva, maré etc. Não significa, antes que algum ambientalista possa exagerar na defesa-ataque, que não tenha havido interferência humana; sempre há. É assim o Planeta.

 

Não sei qual é a solução para fazer crescer o morro, se é que isto é possível. Não sei se há solução para a arborização completa e eliminação da faixa de areia que tornou o local célebre; nem sei se esta é a pretensão.

 

Parece que hoje a preocupação é evitar mais desmoronamento (este é o nome correto?) de areia na parte que toca o mar. Acho que não existe paredão ou falésia de areia... mas ali aparenta ter um que foi construído pelo efeito da natureza, a força do mar no encontro da areia do morro.

 

Durante anos a crítica era contra a devastação da vegetação, a expansão, digamos, da “careca” e ampliação da faixa de areia, com perda da vegetação. Por isto, dizia-se há algumas décadas, ninguém poderia subir para não danificar o verde. Até cerca foi colocada e policiamento aparecia algumas ocasiões.

 

Hoje a ideia de preservação, se não for um excesso de precaução, é por eventual redução drástica da área, com mais areia na praia. O dano, se isto ocorrer realmente, além de estético, será bem maior para a parte urbana: a faixa de areia poderá modificar a profundidade de parte da paria e a maré aumentar em outro trecho: consequência natural, pois a água da maré chegará e irá para algum lugar.

 

Mais careca e mais baixo. Um desfaio que não é do morro. Nem simplesmente da vegetação ou de alguns animais que circulam ali. Nem do turista que perderia seu referencial, mesmo sabendo que a praia não mudará de nome.

 

O desafio é urbano, com o efeito que poderá causar ali uma (bem) maior quantidade de área submersa e na faixa da praia. Este – urbano – é um importante desafio para o Careca. É uma opinião.

 

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