domingo, 7 de agosto de 2022

Opinião. Hora de aumentar royalties

 

É hora de aumentar os royalties do petróleo!

 

Os últimos lucros da Petrobras, e das empresas que exploram petróleo e gás, mostraram que o setor vai bem, obrigado! Mas, quem vai “bem, obrigado” são principalmente as empresas, enquanto os beneficiários de royalties estão apenas surfando na crista da onda, mas já no final, quase na “rebarba” desta onda.

Explico: os royalties de petróleo e gás são calculados em termos de percentuais, ou seja, quando aumenta a quantidade ou, como neste caso, aumenta o preço é claro que todo mundo ganha mas, um ganho proporcional, não um aumento comparativo aos lucros. O que estamos vendo atualmente é que os ganhos das empresas de petróleo têm aumento mais do que proporcionalmente ao aumento do barril do petróleo ou, pelo menos, os lucros têm sido bem maiores do que qualquer avaliação real da variação dos preços; e, na pior das hipóteses, os lucros estão sendo um claro sinônimo de que as receitas estão acima, mas bem acima mesmo, das despesas.

E, para estas empresas, royalties são despesas. No contexto atual e recente parece que pouco importa o aumento da despesa visto que o aumento das receitas tem compensado bastante a atividade empresarial (vale lembrar que os lucros da atividade são globais, não parece haver crise – financeira – para este mercado).

 

Não seria hora de aumentar os royalties? Aumentar o percentual de repasse principalmente para os proprietários de terras. Claro, as prefeituras e os governos estaduais gostariam de ter um parcela maior, também.

Teria que modificar a legislação, é bem verdade. Muito recentemente vimos que mudaram a legislação, inclusive com projetos de emenda constitucional; em outras palavras, não é tão impossível quanto parece.

Mas, e se o preço do petróleo cair e os lucros diminuírem? Bom, se afetar o lucro será apenas residual o impacto do aumento dos royalties, nada que modifique os parâmetros dos negócios das petroleiras neste Brasil, sejam grandes ou pequenas.

 

Uma outra solução, que talvez seja a ideal, até para evitar este tom de crítica, seria bastante simples mas, também dependeria de alteração na legislação.

De vez em quando ouvimos o conceito de meritocracia, de valorização e, do ponto de vista empresarial (nas grandes empresas), o conceito de PLR, a “participação nos lucros e resultados”; que nada mais é do que um valor variável que sobe ou desce dependendo, justamente, do lucro e resultados da empresa, algo como a ideia de que o ano foi bom a empresa dividiria uma parcela – pequena, diga-se de passagem – com seus empregados.

 

Então, hora de criar um PLR para os royalties! Em “anos bons” – tal como este – haveria um bônus, todo mundo receberia uma parcela adicional, em extra, um 13º, um bônus de Natal ou qualquer outra alusão, desde que represente um aumento – comparativamente real – e distributivo. As empresas, com seus grandes lucros, nem perceberiam este aumento na despesa, tal o lucro atual. Neste caso pelo menos, o lucro dos aumentos sucessivos e dos lucros inimagináveis não ficariam apenas com os proprietários e acionistas das empresas.

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