domingo, 17 de setembro de 2023

Opinião. 15 anos depois, e continua

 

Há quase 15 anos, no dia 15 de setembro de 2008, o mundo quase parou, quase quebrou financeiramente. Foi quando estourou a crise do banco norte-americano Lehman Brothers. Neste dia o mundo tomou ciência – formal – da quebra e o mundo financeiro desmoronou; quem acreditava que era apenas um problema de um banco e lá nos Estados Unidos, percebeu no mesmo dia que não era bem assim: o impacto foi global e imediato.

 

Faz 15 anos, um bom e suficiente tempo para aprendermos alguma coisa. Uma delas é a ideia de pirâmide financeira. Não foi o caso do banco, claro, mas tem uma pontinha de paralelo: o mundo acreditou nas hipotecas imobiliárias-financeiras de imóveis que eram sempre valorizadas e todo mundo apostava e ia se valorizando e mais gente entrava e continuava a valorização e... no papel, tudo estava uma maravilha, todo mundo ficava rico. No papel.

 

O esquema das pirâmides financeiras é igual. No papel todo mundo fica rico. E bem rápido. Na hora de sacar ou receber o dinheiro, os primeiros conseguem ter um bom resultado mas, quem vem na sequência fica apenas com a promessa. Nada mais.

 

Passaram-se 15 anos e ainda há métodos de enriquecimento rápido, destes que você coloca 1.000 e alguém diz a você a você que no final do ano você terá 2.000, ou seja, 100% de lucro. E sem precisar fazer nada. Quando eu era (mais) jovem isto tinha um nome: Banco Imobiliário. Era um jogo, a gente ficava rico comprando tudo e ganhava até o jogo. O problema é que ao final do jogo você devolvia, colocava na caixa e no final não tinha um centavo a mais para comprar uma pipoca. Mas, como a gente sabia que era pura diversão, não tinha problema.

 

Hoje ainda tem gente que acha que pode fazer o virtual tornar-se real. Não é mais o Banco Imobiliário na caixa, mas a internet no computador e no celular. Em 15 de setembro de 2008 o mundo quase parou, quase quebrou. E quem apostou em resultados mirabolantes sofreu mais do que os outros.

 

Hoje ainda tem pessoas apostando numa ideia destas, de riqueza fácil, e ainda argumentam: “mas eu conheço alguém que ficou rico, que ganhou muito dinheiro”. Eu também, mas nunca achei que o Banco Imobiliário pudesse superar a realidade. Tem que (ainda) acredite: “acredite se quiser”. É uma opinião.

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