domingo, 14 de abril de 2024

Opinião. Uma vez radical, sempre radical?

 

Quando ando em algumas cidades e escuto as conversas sobre política (na maioria das vezes política partidária) tenho a impressão que há um certo radicalismo nos debates, uma oposição exacerbada entre quem pensa de um jeito e quem vota de outra forma. E claro, conversando com um é o outro quem está errado e vice-versa.

 

Estamos em novo ano eleitoral municipal e a tônica do radicalismo deve, infelizmente, aparecer aqui e ali. Digo infelizmente sem querer contrapor com o pensamento de que ideias divergentes e antagônicas são, pelo menos em tese, bem vindas pois permitem avançar no debate e construir uma resposta melhor. Afinal, uma ideia muito boa hoje, com o passar dos anos, pode ser a pior ideia na atualidade.

 

Lembrei deste contexto dos radicalismos eleitorais pontuais com as notícias de ontem do ataque do Irã à Israel. Não estou discutindo (até para evitar radicalismos!) as causas e quem tem razão, embora tenho plena convicção sobre este fato; mas, a motivação destas linhas é a questão dos avanços nos conflitos e dos posicionamentos que não são resolvidos com o diálogo.

 

Em uma democracia o diálogo com o eleitor é muito curto, mas essencial. Digo que é curto pois a resposta do eleitor é única, no dia de sua votação e depois, salvo nos momentos de manifestações populares, parece que não é (ou não quer ser) “ouvida” por quem está no poder.

 

Radicalismos, como estamos acompanhando, são internacionais assim como nacionais, estaduais e locais e até mesmo “comunitários”, em bairros ou localidades. Certamente o radicalismo não começa pelo contexto internacional para chegar ao contexto local, é justamente o contrário. E, no mesmo sentido, nem todo radicalismo local torna-se um conflito maior. Deve haver o bom senso. E sempre.

 

A pré-campanha, como é chamada a campanha eleitoral não-oficial, já começou de fato e será mais intensa até o primeiro domingo de outubro, pelo menos necessariamente nas cidades com até 200 mil habitantes. Até outubro teremos muitas opiniões diversas e muitas tentativas de convencer o eleitor de quem tem razão. Divergir é válido e deve ser construtivo, em especial nos debates políticos, afinal vamos eleger uma pessoa que terá o poder nas mãos; infelizmente alguns se esquecem de que este poder deve ser exercido democraticamente, não há espaço para radicalismos.

 

Bom senso, sempre. É uma opinião.

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