Quando ando em algumas cidades e escuto as conversas sobre política (na
maioria das vezes política partidária) tenho a impressão que há um certo
radicalismo nos debates, uma oposição exacerbada entre quem pensa de um jeito e
quem vota de outra forma. E claro, conversando com um é o outro quem está
errado e vice-versa.
Estamos em novo ano eleitoral municipal e a tônica do radicalismo deve,
infelizmente, aparecer aqui e ali. Digo infelizmente sem querer contrapor com o
pensamento de que ideias divergentes e antagônicas são, pelo menos em tese, bem
vindas pois permitem avançar no debate e construir uma resposta melhor. Afinal,
uma ideia muito boa hoje, com o passar dos anos, pode ser a pior ideia na
atualidade.
Lembrei deste contexto dos radicalismos eleitorais pontuais com as notícias
de ontem do ataque do Irã à Israel. Não estou discutindo (até para evitar
radicalismos!) as causas e quem tem razão, embora tenho plena convicção sobre este
fato; mas, a motivação destas linhas é a questão dos avanços nos conflitos e
dos posicionamentos que não são resolvidos com o diálogo.
Em uma democracia o diálogo com o eleitor é muito curto, mas essencial.
Digo que é curto pois a resposta do eleitor é única, no dia de sua votação e
depois, salvo nos momentos de manifestações populares, parece que não é (ou não
quer ser) “ouvida” por quem está no poder.
Radicalismos, como estamos acompanhando, são internacionais assim como
nacionais, estaduais e locais e até mesmo “comunitários”, em bairros ou localidades.
Certamente o radicalismo não começa pelo contexto internacional para chegar ao
contexto local, é justamente o contrário. E, no mesmo sentido, nem todo
radicalismo local torna-se um conflito maior. Deve haver o bom senso. E sempre.
A pré-campanha, como é chamada a campanha eleitoral não-oficial, já
começou de fato e será mais intensa até o primeiro domingo de outubro, pelo
menos necessariamente nas cidades com até 200 mil habitantes. Até outubro
teremos muitas opiniões diversas e muitas tentativas de convencer o eleitor de
quem tem razão. Divergir é válido e deve ser construtivo, em especial nos
debates políticos, afinal vamos eleger uma pessoa que terá o poder nas mãos;
infelizmente alguns se esquecem de que este poder deve ser exercido democraticamente,
não há espaço para radicalismos.
Bom senso, sempre. É uma opinião.
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