A Shein continua sob os atentos olhares dos fornecedores (atuais e em
potencial), dos parceiros e, claro, da concorrência. O peso da empresa nos
negócios on line é bastante efetivo e tem mudado muito as relações de compras
presenciais no Brasil. Curiosamente, afeta tanto as pequenas e médias cidades,
onde há menos opções de pontos de venda presenciais, como também as grandes
cidades onde, apesar de muitas lojas existentes, o fator preço é um grande
apelo comercial.
Não é fácil concorrer no mercado de vendas on line em praticamente todos
os produtos. Não significa que não haverá mais lojas físicas daqui alguns anos
mas, que o concorrente que antes tinha endereço fixo e todo mundo via a loja e
sua vitrine, agora é “invisível” no sentido em que está em qualquer ligar,
basta uma conexão internet e um computador ou um celular.
A movimentação da Shein aqui no RN tem um outro ingrediente: a promessa
de incrementar o comércio batizado como Pró-Sertão e oferecer novas
oportunidades para novas empresas bem como para aqueles que hoje já fornecem à
Guararapes. Ainda há poucos contratos firmados com as oficinas de costura
(seriam, em princípio, 3 contratos) e uma grande expectativa de fornecer para
eles, de formar parcerias. Mas, provavelmente não será exclusivamente no modelo
Guararapes, receber as peças cortadas, costurá-las e devolvê-las ao grupo
empresarial, como acontece no modelo da empresa de origem potiguar. A Shein vai
também trabalhar com empresas que produzam para vender na sua plataforma
eletrônica. É, aparentemente, o que vai acontecer com os fornecedores brasileiros.
Se isto acontecer, haverá uma mudança no perfil das principais oficinas
de costura: deverão criar moda ou criar seus modelos e não somente trabalhar
com designs e peças pré-definidas como ocorre atualmente. Muda o modelo de
negócio, muda (muito) o perfil de gestão e mais ainda o risco; e como na
maioria dos negócios, maior o risco, maior o lucro como também, por outro lado,
maior a chance de problemas, naturalmente associadas ao setor produtivo como
também quanto o risco da atividade empresarial é mais relevante.
Não tenho informações de ou sobre a Shein além daquelas que estão sendo
veiculadas na mídia. É uma avaliação com base no que a imprensa está divulgando
pois, aparentemente a empresa está bem fechada quanto à formatação de seus
negócios, algo comum em um mercado concorrencial e mais ainda quando há capital
chinês envolvido. Os passos seguintes parecem ter preterida a divulgação quando
já estão perto de acontecer. É o perfil cultural de negócios e cada país tem o
seu.
Vamos precisar nos adaptar aqui no RN ao novo formato. De gestor na
prestação de serviço em parceria a, quem saber, gestor do próprio negócio na oficina
de costura para venda em uma plataforma digital de grande impacto. É o mundo
dos negócios e não será diferente com a Shein, inclusive aqui no RN. Quem
melhor se adaptar sairá na frente. É uma opinião.
Obs: escrevi o texto ontem de manhã; a noite, na Tribuna do Norte
anunciam 4 empresas contratadas pela Shein, 3 delas são oficinas de costura.
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