A greve é um instrumento absolutamente legítimo e inquestionável para diferentes
categorias profissionais, em especial para os professores. Por outro lado, o
acesso à educação é uma obrigação constitucional e um dever de toda pessoa que
tornar-se professor. Uma vez professor não se pode deixar de pensar no aluno e
na sua formação, ainda que isto significa ponderar a condição de uma greve.
No RN o noticiário é de que poderemos ter greve de professores. Volto a
repetir, legítima. Mas, penso também que a educação não é uma forma estática e
isolada de aprendizado é, antes de tudo, uma construção que pode estar solidificada
se os passos e etapas estejam em acordo com a pedagogia e o conteúdo programático
assim como ser apenas uma cortina ou uma estrutura frágil se não seguir o clássico
ritual de aula-professor-aluno-conhecimento. Assim como uma estrutura de
construção, para usar esta analogia, é sólida se bem alicerçada e na sequência
e tempo corretos, uma estrutura “furada” ou sem todos os ingredientes pode
desmoronar a qualquer tempo; na educação, este desmoronamento aparece quando o
aluno tenta chegar ao mercado de trabalho.
Dito isto, poderíamos imaginar, e agora com todo o aparato tecnológico
disponível, em ter um “banco de aulas” para os momentos de greve. Mas, calma,
logo avisando, não significa substituir o professor! Senão, estaríamos trocando
a sala de aula por um aula gravada, uma EAD.
A proposta é que possa haver um “banco de aulas” passadas, isto é, uma
estrutura de conteúdo que pudesse estar à disposição do aluno quando houvesse
uma greve para que ele tenha acesso e possa rever os conteúdos já repassados
pelo professor. Uma forma de mantê-lo conectado com o conteúdo, deixá-lo com
disponibilidade de conhecimento e mais ainda, na retomada das aulas, diminuir o
tempo de “memória”, de ter que relembrar o que foi transmitido antes de começar
novo conteúdo.
O “banco de aulas” não é a substituição do professor durante a greve! Mas
é uma possibilidade de acesso constante e permanente ao aluno, a qualquer
tempo, inclusive durante a greve para que, retomada as aulas, não se perca o
tal “fio da meada”, fundamental em todo processo de formação educacional. É uma
ideia.
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