sexta-feira, 26 de novembro de 2010

RN: ampliar a base de empresas exportadoras

            O Rio Grande do Norte precisa aumentar a sua base de empresas exportadoras. A forte crise financeira internacional afetou consideravelmente o crescimento das exportações brasileiras e mais ainda no Rio Grande do Norte, tendo em vista a composição principal de sua pauta comercial contar com produtos de consumo (tais frutas, pescado, têxteis etc), justamente os mais prejudicados no mercado externo. A conseqüência desse menor ritmo de crescimento acabou impactando diretamente na base exportadora norte-riograndense: em 2009 tivemos 99 empresas participando desse grande mercado comprador globalizado.

            É pouco, ainda, para um Estado que tem a disponibilidade geográfica a seu favor e que conta com uma "vitrine" natural com a grande quantidade de turistas estrangeiros que aqui passeiam diariamente.

            Por isso, cabem mais incentivos às empresas exportadoras brasileiros e do Rio Grande do Norte. A crise financeira de 2008 e a repercussão ao longo de 2009 mostraram claramente a oportunidade de coexistir uma estrutura formal de estímulo à inserção de novas empresas no mercado internacional voltadas sobretudo para as pequenas e médias empresas, em moldes próximos ao que já visualizamos internamente com ótimas políticas formais de apoio às micro e pequenas empresas.

            A Constituição Federal já traz a orientação de que as micro e pequenas empresas terão tratamento privilegiado e nelas devem ser dedicados esforços de diferenciação, sempre obedecendo os critérios legais, mas pautado também pelo princípio da isonomia, ou seja, é preciso concordar com a idéia de que pequenos e médios empresários são ao mesmo tempo planejadores, gestores, estrategistas e atores e devem saber fazer tudo para sobreviver no mercado cada vez mais competitivo, uma realidade bastante distante das grandes empresas e dos conglomerados exportadores.

            Em 2009, no Rio Grande do Norte, foram 99 empresas exportadoras e boa parte delas poderiam ser enquadradas na condição de "pequenos exportadores", com vendas inferiores a US 1 milhão no ano; tivemos ainda outras 26 empresas que exportaram entre US 1 e 10 milhões e, na outra ponta, oito com vendas para o exterior acima de dez milhões de dólares. Já no ano anterior, em 2008, foram 113 exportadores ao total, sendo 77 "pequenos exportadores", 24 "médios exportadores" e outros 12 "grandes exportadores".

            Perdemos 14 empresas em decorrência da crise. Isso representou uma queda de cerca de 12% em oportunidades de negócios com a exclusão desses empresários norte-riograndenses. Nossas exportações caíram bem mais em 2009; isso significa que os mais prejudicados estão enquadrados no rol dos pequenos negócios, pois reduzimos as exportações enquanto as grandes empresas continuaram na condição de "grandes exportadores".

            Estimular a entrada no mercado externo ou assegurar sua manutenção sobretudo em períodos pós-crise pode ser uma estratégia para oportunizar novas possibilidades de acesso às exportações; a promoção comercial e preparação da empresa para as exigências das negociações internacionais complementariam esse reforço. O cenário de 2014 se aproxima e quanto mais cedo melhor prepararmos nossas empresas para, desde já, aproveitarem não somente a realidade atual mas o imenso mundo de negócios que (ainda) vêm por aí.

 

 

(publicado na Tribuna do Norte de 25/11/10) 

 

Otomar Lopes Cardoso Junior.

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