Em uma mesma semana o PIX bateu o recorde de
transações diárias com quase 73,2 milhões de operações em apenas um dia. Na
outra ponta do mercado financeiro, as criptomoedas despencaram no mundo inteiro
e bilhões de dólares “desapareceram”, sumiram do mapa, dos bolsos e das contas
de muita gente.
Alguns poucos investidores de bitcoin no RN devem
estar preocupados com as aplicações e com o dinheiro indo facilmente pelo ralo.
Por outro lado, muitos usuários do PIX não têm a menor noção do significado
destas aplicações e seus impactos, visto que vivem em um mundo real,
literalmente, com o PIX: ninguém consegue transferir o dinheiro que não existe
e todo mundo que recebe um PIX “virtual” pode ir no banco conferir, o dinheiro estará
lá.
PIX e criptomoedas são duas tecnologias, duas
invenções bem recentes que há cerca de uma década seria mero exercício de futurologia.
Aliás, nas pequenas cidades, uma destas
invenções continua sendo futurologia não por ausência de compreensão, mas pelo
montante necessário para aplicação em moedas virtuais. Já o PIX, até mesmo
comprar um dim-dim ou um picolé é possível utilizar este modo virtual de
pagamento. A realidade do PIX é bastante conhecida e praticada em Natal, na
Grande Natal e nas cidades de médio e grande portes do Estado. Mas, contagiou
também as pequenas cidades e as comunidades rurais um pouco isoladas dos
centros urbanos das pequenas cidades.
E há um motivo simples: o dinheiro “de papel”
circula com mais dificuldade em algumas localidades, sem esquecer os custos de
transporte para os agentes bancários e os riscos com a segurança. Embora o PIX
tenha também os riscos do roubos dos celulares, a população adotou com grande
facilidade este meio de pagamento. Basta ver o recorde da semana passada ou
ainda saber que em março foi cerca de 1,6 bilhão de transações, algo como mais
de 7 vezes a população brasileira (ou, se você preferir, toda cidadão brasileiro
teria realizado 7 operações, em média, no mês de março).
Um problema resolvido
A chamada bancarização já foi tema de
campanhas políticas e de busca de soluções pelas autoridades monetárias no
Brasil. Com o PIX, nada mais simples e simplificado, praticamente todo mundo
opera via sistema bancário com uma grande facilidade. Não há mais preocupação
com a bancarização, parece. A movimentação financeira foi resolvida em parte
com o PIX, mas a bancarização que também promove o acesso ao crédito não teve
ainda solução. Bancarização, sim, mas não a 100%.
Outro problema a caminho da solução
O efeito colateral do PIX foi a segurança
para o comércio. Visto que a maior movimentação de dinheiro é virtual, não há
mais tanto dinheiro nas lojas, nos vendedores ambulantes, nos taxistas etc.
Mas, surgiu o efeito colateral do efeito colateral: o roubo dos celulares para
acessar as contas e movimentá-las com PIX.
A questão geracional nas pequenas cidades
Há algumas décadas a mudança dos sistemas de
pagamento e retirada de dinheiro com os cartões bancários exigiu toda uma
estratégia de atendimento para orientar as pessoas a utilizar o cartão nos
caixas eletrônicos. Era a época em que os “amarelinhos”, como ficaram
conhecidos, estavam com coletes coloridos orientando as pessoas nos caixas
eletrônicos, também para convencer a não anotar a senha em papel junto com o
cartão de saque.
A questão geracional já não existe mais:
pessoas mais novas ou mais idosas já se adaptaram à esta inovação tecnológica.
Com o PIX a velocidade da aceitação foi impressionante! Nas pequenas cidades, também.
Há décadas os futorólogos anunciaram o fim do
dinheiro em papel; isto começou com a invenção do cartão de crédito (o “dinheiro
de plástico”) e agora é com o dinheiro virtual (as criptomoedas). Parece que
não houve previsão do fim das agências bancárias nas pequenas e médias cidades:
será o efeito colateral do PIX?
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