domingo, 20 de setembro de 2020

OPINIAO. Do ano “letivo” ao ano “levado”

 

    Antigamente (mas acho que não se utiliza mais) minha avó comentava que fulano de tal era um menino “levado”. Nunca pesquisei sobre a origem da expressão, afinal, “levado” por quem, para onde? Mas, era uma forma corriqueira de também dizer que uma criança não gostava de estudar, que não se comportava como se esperava em sala de aula, ou seja, tentava escapar das aulas, senão presencialmente, pelo menos mentalmente. Achava curioso que alguém na escola pudesse passar tanto tempo sendo “levado”.

    Agora, com a pandemia, quase todos os estudantes foram “levados” mas, por outra causa. Sem aulas, todo mundo foi praticamente levado a entender que há várias formas de aprender, desde as primeiras idades escolares mas, que nada substitui o (bom) convívio em sala de aula. Alguns estados e cidades estão criando seus cronogramas do retorno às aulas, uns já começaram, outros somente depois da visita de Papai Noel.

     Não há como uniformizar para todo o País nem em todo o RN um único calendário, cada cidade tem suas características; assim como também no interior, com áreas urbanas e rurais com faixas de contágio do Covid-19 diferenciadas. A medida adiando o retorno das aulas para 2021 é preventiva, sem dúvida necessária em tempos de incertezas. Foram tantas as previsões de fim da pandemia (eu também fiz a minha “previsão”) que tiveram que ser todas adiadas; provavelmente, quem sabe, até o final do ano tenhamos melhores condições para reiniciar o calendário escolar.

    Não se tratar de culpar ou responsabilizar quem quer que seja. Mas, faço parte daqueles que torcem pela antecipação da volta às aulas.

     Se não, teremos um ano letivo e, ao mesmo tempo, levado.

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