domingo, 17 de março de 2024

Opinião. Cabotagem, a ver navios

 

A tentativa de ampliar a navegação de cabotagem (transporte de mercadorias por navios entre portos nacionais) com o Porto de Natal é um desafio antigo, acho que acompanho a ideia há cerca de duas décadas. Não é uma solução fácil e, necessariamente, o problema não é a ponte; antes dela, o desafio já existia. Seria uma boa opção para o RN.

 

Em um levantamento, bastante antigo, chegou-se a fazer a contagem de quantos contêineres eram transportados mensalmente pelas indústrias de Natal (e Grande Natal) para os portos em Recife e em Fortaleza. Não lembro o número mas, era uma volume elevado; à época, quem demandava muito frete era a Coteminas e a Simas. Outros itens do RN (literalmente) peso-pesado são o sal e o açúcar mas, a logística de transporte é outra, dificilmente geraria volume de cargas por conteiners para o Porto de Natal.

 

A nossa fruticultura é principalmente de exportação, com menor demanda para o mercado interno, por isto a cabotagem não é a melhor das opções.

 

Estes desafios econômicos continuam mas, claro, a realidade de novas indústrias no RN é outra e certamente o levantamento que foi apresentado na feira Intermodal, em São Paulo, com possibilidade de 2.500 conteiners/mês tem outra base de dados, diferente, bem atualizados.

 

Nesta semana foi divulgado que seriam necessárias várias obras  para tornar viável a opção da cabotagem, obras no Porto e na Ponte. Um investimento aproximado de R$ 260 milhões. Infelizmente um valor alto para o caixa dos órgãos públicos do RN. Teria ser um investimento do Governo Federal mas, no entanto, não entrou na lista de novos projetos.

 

Entre a captação do investimento (orçamento federal para 2025), os estudos técnicos, os licenciamentos ambientais prévios, as licitações e a execução das obras (com novas licenças ambientais) é um largo horizonte de tempo para chegar ao número de 2.500 conteiners por mês, como informou o estudo que foi apresentado neste mês.

 

Acho que não menos de 4 anos (2027?), para que comece a acontecer como está sendo desejado. É uma opinião.

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