A tentativa de ampliar a navegação de cabotagem (transporte de
mercadorias por navios entre portos nacionais) com o Porto de Natal é um
desafio antigo, acho que acompanho a ideia há cerca de duas décadas. Não é uma solução
fácil e, necessariamente, o problema não é a ponte; antes dela, o desafio já
existia. Seria uma boa opção para o RN.
Em um levantamento, bastante antigo, chegou-se a fazer a contagem de
quantos contêineres eram transportados mensalmente pelas indústrias de Natal (e
Grande Natal) para os portos em Recife e em Fortaleza. Não lembro o número mas,
era uma volume elevado; à época, quem demandava muito frete era a Coteminas e a
Simas. Outros itens do RN (literalmente) peso-pesado são o sal e o açúcar mas,
a logística de transporte é outra, dificilmente geraria volume de cargas por conteiners
para o Porto de Natal.
A nossa fruticultura é principalmente de exportação, com menor demanda para
o mercado interno, por isto a cabotagem não é a melhor das opções.
Estes desafios econômicos continuam mas, claro, a realidade de novas indústrias
no RN é outra e certamente o levantamento que foi apresentado na feira
Intermodal, em São Paulo, com possibilidade de 2.500 conteiners/mês tem outra base
de dados, diferente, bem atualizados.
Nesta semana foi divulgado que seriam necessárias várias obras para tornar viável a opção da cabotagem, obras
no Porto e na Ponte. Um investimento aproximado de R$ 260 milhões. Infelizmente
um valor alto para o caixa dos órgãos públicos do RN. Teria ser um investimento
do Governo Federal mas, no entanto, não entrou na lista de novos projetos.
Entre a captação do investimento (orçamento federal para 2025), os
estudos técnicos, os licenciamentos ambientais prévios, as licitações e a
execução das obras (com novas licenças ambientais) é um largo horizonte de
tempo para chegar ao número de 2.500 conteiners por mês, como informou o estudo
que foi apresentado neste mês.
Acho que não menos de 4 anos (2027?), para que comece a acontecer como está
sendo desejado. É uma opinião.
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