domingo, 24 de março de 2024

Opinião. Na lua, e com fome

 

O mundo é desigual, sempre foi, e deverá continuar por muito tempo. Este é o mundo normal, com suas diferenças, o mundo anormal é quando as desigualdades são exageradas, a diferença entre os mais ricos e os mais pobres alcança uma distância muito grande.

 

Mas de vez em quando temos a sensação que o descompasso se acentua, ainda que seja com algo pontual e não necessariamente permanente ou impactante de forma extensiva. É o que estamos vendo nestes últimos dias com a corrida para a lua, a perseguição em voltar a ter uma nave pousando por lá e alguém caminhando, novamente.

 

Não há, em tese, sentido em voltar à lua. Mas, deve ter algum sentido nas pesquisas desenvolvidas para a tecnologia espacial e que poderá ser, um dia, eventualmente, aplicada aqui na Terra e em benefício de mais pessoas. O valor gasto com tais projetos resolveria, por exemplo, a fome em muitos lugares pois, afinal, são bilhões em investimentos para um único projeto. Sei que a conta ideal a se fazer não é esta.

 

Mas é uma boa conta para ver quanto dinheiro está disponível no mercado e quanto é possível investir quando há interessados e lucros.

 

Para o poder público é um pouco parecido, haverá sempre possibilidade de grandes investimentos públicos para mega projetos e o que sempre se espera é que o resultado da aplicação dos recursos, agora, em projetos grandes, possa trazer resultados – também grandes – no aspecto social. Espera-se que o investimento financeiro de agora traga lucros, muitos, mas não econômicos, mas sociais ou no mínimo vantagens socioeconômicas.

 

Todo investimento privado pode ser mensurado pela última linha, a do lucro, para qualquer projeto, ainda que gigantesco. Deveríamos ter uma última linha social também para projetos públicos que puxam muitos recursos orçamentários. Uma última linha que não seria expressa em reais (ou dólares) mas, em felicidade social. É uma opinião.

Nenhum comentário: